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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Um “bom futebolista” que optou pela canoagem


“O sentimento mais gratificante que posso ter é o orgulho dos meus pais. Nunca me arrependerei das minhas opções, e sei que um dia, quando tiver filhos, eles se orgulharão do pai, tal como os meus pais fazem comigo”, confessou o canoísta internacional Bruno Afonso. O atleta do Clube Náutico de Mértola revelou também: “Estou contente com tudo o que já consegui mas ainda espero conquistar mais felicidade com o que está para vir”.
 Texto e foto Firmino Paixão

Bruno Afonso nasceu em Mértola, à beira do Guadiana. Tem 23 anos de idade e oito de dedicação à canoagem “O meu primeiro contacto com a modalidade foi engraçado, porque nunca tinha sentido nenhum interesse pela canoagem”, explicou.
 Já experimentara vários desportos, contudo, “no verão, os meus amigos iam tomar banho para o rio e eu ficava em casa, a minha mãe não me permitia. Então, encontrei uma solução, vim para a canoagem porque, no final do treino, sabia que daríamos uns mergulhos no rio”. E foi assim durante três anos: no verão remador, no inverno futebolista do Guadiana de Mértola, até ser advertido pelo treinador do Náutico que, por causa daquele vai vem, não o aceitaria mais no clube. “Mas à terceira vim para ficar, foi de vez, construi ambições muito fortes e dediquei-me apenas à canoa, mas eu até era bom futebolista”.
A opção definitiva pela canoagem coincidiu com a chegada a Mértola do treinador húngaro Tamas Homoki, contou Bruno Afonso, assumindo que: “Confiei muito nele, a sua vinda tinha sido uma boa aposta do clube. Sempre pensei que ele me iria potenciar, então, aproveitei bem os seus ensinamentos para me lançar para bons resultados e cá estou”.
Com o rio Guadiana tão perto e com a dinâmica do Clube Náutico, a canoagem é uma opção natural para os jovens locais. Bruno Afonso disse até que “o que me fascina é disfrutar das paisagens. Cada lugar onde remamos tem sempre a sua beleza, a natureza oferece-nos essas maravilhas e nós só queremos fruir o rio. Sentir o barco a deslizar pelas águas é um momento único, um momento de sensações que nos dão tanto prazer que não encontro em nenhum outro desporto, em nenhum outro lugar”.
 Desde sempre que o Náutico de Mértola foi o ancoradouro das suas ambições: “E continua a ser, estudava em Mértola, por isso, era uma opção natural, mas o clube não me apoiou só durante a formação, o clube está sempre presente e apoia-me em tudo o que preciso. Devo muito ao Náutico de Mértola e acredito que no futuro a nossa relação continuará igual”.
 A dedicação foi crescente e o retorno foram os bons resultados e a chamada às seleções: “Foi uma evolução rápida, face à competência do treinador Homoki, interiorizei que só tinha que cumprir as suas orientações e, nesse ano, na primeira prova de aferição para as seleções nacionais entrei logo, daí para a frente só falhei uma época e já lá vão mais de oito anos”.
 Uma carreira feita de regatas em competições nacionais, campeonatos da Europa e do Mundo, conhecendo novos lugares e valorizando-se como atleta: “Quando era júnior pensei que tudo ficaria por ali, nunca imaginei que o melhor estaria para vir, não me passava pela cabeça que ainda participaria em tantas provas internacionais, que conheceria tantos países e tantos atletas formidáveis com quem competi”.
E tem valido a pena porque, além das medalhas que, sendo importantes, não são tudo o que a modalidade lhe tem oferecido, sublinhou: “Tenho memórias muito gratificantes, só de pensar nisso até me arrepio, para além da experiência competitiva fica o convívio, a partilha da amizade, um dos melhores momentos que vivi na canoagem foi em 2016, na Bielorrússia, onde o meu amigo Tiago Tavares foi campeão do mundo. Vê-lo subir ao pódio e ouvir o hino foi algo inesquecível, não era eu que lá estava, mas foi um dos momentos mais emotivos que tive na canoagem”.
 Falta-lhe um título europeu ou mundial, mas haverá tempo para lá chegar? “Treino todos os dias com essa ambição, lutarei sempre para o conseguir, mas também tenho noção de que noutros países as realidades são outras”.

 Bruno Afonso tem o estatuto de alta competição, vive na residência universitária no Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Canoagem, em Montemor-o- -Velho, em cuja pista treina. Estuda em Coimbra, licenciou-se em Engenharia Informática e frequenta o mestrado. Entretanto integra o Projeto Olímpico, com os olhos postos em Tóquio 2020, por isso, deixa um recado aos jovens do seu clube para quem se considera já um exemplo: “Tenham ambição para irem mais além, com muito trabalho e dedicação tudo é possível, basta que acreditemos”.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Clube Náutico de Mértola - Mais uma medalha nos Nacionais


O Clube Náutico de Mértola participou este fim de semana na 2ª Etapa do Campeonato Nacional de Velocidade em Canoagem. Os atletas António Fernandes e Manuel Inácio em c2 1000 metros Juniores alcançaram a medalha de Bronze. António Fernnades participou ainda na C1 !000 tendo alcançado ao 6º Lugar na Final A. Por sua vez Manuel Inacio atingiu a semi.final na mesma distancia.

Apesar das dificuldades que tem enfrentado ao longo das duas ultimas duas épocas o Clube Náutico de Mértola alcançou coletivamente o 28º lugar neste Campeonato entre os 51 Clubes participantes.

Coletivamente o título nacional de clubes na disciplina de Regatas em Linha foi para o Náutico de Ponte der Lima que venceu as duas provas e totalizou 4320 pontos, seguido pelo Prado com 3248 e na terceira posição pelo Crestuma com 1980 pontos.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

64 mortos em Pedrógão Grande. 70% do incêndio dominado


70% do incêndio está dominado, mas o que resta inspira preocupação, revelou o comandante operacional.
O número de vítimas mortais do incêndio em Pedrógão Grande subiu esta segunda-feira para 64, informou Carlos Ramos, tenente coronel da GNR, no centro de comando operacional. Não houve atualização do número de feridos.
O balanço anterior apontava para 63 mortos. O novo número de vítimas mortais foi confirmado pelo tenente-coronel da GNR Carlos Ramos aos jornalistas pelas 20:00, sete horas após o último balanço oficial. Nessa altura foram confirmados 62 mortos. Já pelas 17:00, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, disse que um bombeiro voluntário da corporação de Castanheira de Pera tinha morrido no hospital de Coimbra, onde estava internado, aumentando para 63 o número de mortos.
A 64.ª vítima mortal é, segundo Carlos Ramos, um habitante da localidade de Pobrais, no concelho de Pedrógão Grande.
Já em termos de feridos, o último balanço apontava para 135 feridos, entre os quais 121 civis, 13 bombeiros e um militar da GNR. Dos 135 feridos, sete estão em estado grave: cinco bombeiros voluntários e dois civis. Há ainda dezenas de deslocados, estando por calcular o número de casas e viaturas destruídas.
O comandante operacional da Proteção Civil, Elísio Oliveira, informou que 70% do incêndio está dominado, mas os 30% que restam inspiram ainda muita preocupação. "A tarde tem tido situações complexas e obrigado ao confinamento e deslocação de populações", disse Elísio Oliveira.
Segundo este responsável, na zona de Pedrógão Grande há algumas populações que "inspiram cuidado".
O fogo, que deflagrou às 13:43 de sábado, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, alastrou depois aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e entrou também no distrito de Castelo Branco, pelo concelho da Sertã.
Presidente visitou postos de comando
O Presidente da República visitou hoje à tarde quatro postos de comando dos bombeiros na zona de Pedrogão Grande e, no final, estava mais esperançado que seria possível controlar os incêndios, que fizeram 64 mortos desde sábado.
Marcelo Rebelo de Sousa estava em Góis, o último posto de comando dos bombeiros que visitou durante a tarde e que o levou a fazer mais de 120 quilómetros entre Avelar (Ansião), Figueiró dos Vinhos, Serra de São Macário (Cernache do Bonjardim) e Góis debaixo de temperatura sempre superior a 35.º Celsius.
"O balanço é genericamente mais positivo do que aquilo que esperava", afirmou Marcelo, gravata preta, semblante algo carregado, que o acompanhou durante o dia, tendo a seu lado a ministra da Administração Interna, Constança Urbana de Sousa, com colete azul e laranja, da Proteção Civil.
A ministra da Administração Interna afirmou aos jornalistas, em Góis, que a "situação está a melhorar", embora, como Marcelo, diga que há muito "trabalho a fazer".
Já com algum sentido de humor, e com algum simbolismo, Rebelo de Sousa contou o caso de "uma senhora teimosa" que, com a sua ajuda, pelo telefone, a presidente da Câmara de Góis, Maria de Lurdes Castanheira, tentou convencer a deixar a sua casa devido ao perigo dos incêndios.



sábado, 13 de maio de 2017

Ele é uma estrela pop, "ele é o Papa do povo"


Santuário estava lotado para receber Francisco. E até o sol apareceu num dia em que se previa muita chuva. Para os crentes foi uma graça para o bispo de Roma, para os não crentes foi só uma coincidência

As velas acenderam-se às 9 da noite. As velas, os telemóveis e a luz brilhante do terço gigante da obra criada por Joana Vasconcelos iluminaram a segunda entrada do Papa Francisco no Santuário de Fátima. Desta vez, fazendo parte do caminho a pé, saudando de perto muitos peregrinos. Chamam-no pelo nome: "Francisco, Francisco". O Papa conversou com alguns deles, estendeu-lhes a mão e riu-se para as crianças que lhe pediram autógrafos, como se de uma estrela pop se tratasse.

E porque não? Ele é uma estrela pop. "Ele é o Papa do povo, vem ao encontro dos pobres e das pessoas que mais precisam", dizia José, que veio da Nazaré com a mulher, Maria Alzira, ambos com mais de 70 anos e que às 10.00 já estavam sentados junto às grades do Santuário. Uma estrela pop capaz de pôr uma multidão em êxtase, aos gritos, como se viu à tarde, quando chegou ao Santuário pelas 18.15. "Vem peregrino da esperança, vem peregrino da paz", era o cântico da receção, acompanhado por lenços brancos agitados no ar. E que agora, apenas com a sua presença, põe uma multidão em silêncio e convida à introspeção para a bênção das velas. Não há números oficiais mas há a certeza de que ali não cabe mais ninguém. Encontrões. Apertões. Uma hora antes da cerimónia da noite já era impossível circular no Santuário.

Depois da chuva, o sol

Este era o momento por que todos esperavam. Aquele que os fez vir. Que justifica as bolhas nos pés, o corpo enregelado, as noites mal dormidas, os dias de férias metidos em maio sem ser para ir à praia. "Mas com muita alegria", garante Pedro, que veio de Odivelas a pé. A alegria dos peregrinos é a prova mais viva da sua fé. A noite anterior não tinha sido fácil para os que ficaram ao relento no Santuário, nem para os que estavam nas tendas e muito menos para os que ainda vinham a caminho de Fátima. Choveu muito e o vento não deu tréguas. Mas a manhã trouxe o sol e as nuvens foram-se abrindo pela tarde. Sol para o Papa Francisco, dizem os peregrinos. Uma coincidência, dirão os não crentes.

Fim da manhã. No topo do recinto, Tito explica a um grupo de peregrinos vindos do Belém do Pará, no Brasil, tudo sobre o Santuário: onde comprar as velas, onde as devem colocar depois de acesas, qual o melhor local na "esplanada" para assistir às cerimónias. "Circulem um pouco mas estejam aqui antes das 15.00 para assegurarem que têm um bom lugar. Sem dúvida que vai estar lotado mais logo." Tito lidera o grupo de 51 peregrinos, todos com camisolas estampadas com imagens do Papa Francisco e de Nossa Senhora. "Ver este Papa e ainda por cima em Fátima é um sonho que a gente concretiza", diz, um pouco emocionada, Socorro. "Somos todos devotos de Nossa Senhora. A Nossa Senhora é só uma, seja de Fátima, do Socorro ou da Aparecida, é a mãe de Jesus."

Ao longo do dia, os peregrinos não param de chegar. O grupo maior é o dos três mil jovens do grupo "Eu acredito" com as suas blusas azuis turquesa e os cânticos alegres. "Esta é a juventude do Papa Francisco", gritam, anunciando a chegada ao Santuário. Mais silenciosos, concentrados nas orações, os 330 peregrinos de Fernão Ferro são uma mancha cor de laranja no meio da multidão.

O grupo de 56 peregrinos do Burkina Faso também chama a atenção com as suas roupas coloridas. Cantam numa língua estranha mas o padre Gaetan fala inglês e vai metendo conversa com outros peregrinos: "Union in pray", unidos na oração, diz-lhes, distribuindo abraços. Vieram do Burkina Faso de propósito para ver o Papa? Gaetan sorri: "Não, para rezar. Para rezar a Nossa Senhora de Fátima. Nós crescemos na fé e na esperança e acreditamos que através de Nossa Senhora de Fátima encontraremos Jesus Cristo. Essa é a razão pela qual vimos cá." Enquanto se dirige para a Basílica da Santíssima Trindade, Gaetan tem ainda umas palavras de apreço para a humildade de Francisco: "Ele é um bom representante de Deus na terra."

Depois de Francisco, o Benfica

Ao início da tarde começa a tornar-se difícil caminhar no recinto. As ruas também já estão muito cheias. De pé, em bancos, sentados no chão. Ao longo de quase todo o caminho que vai do estádio novo de Fátima até ao Santuário, o caminho que o Papa Francisco fará no "papamóvel", há peregrinos. Amontoam-se junto à rotunda dos Pastorinhos, ocupam as bermas. Cantando, alguns deles. Aplaudindo a chegada dos grupos a pé. A voz de Paula é a que mais se destaca, por causa do altifalante: "Viana a pé saúda os peregrinos da Trofa." Ou de Lisboa. Ou do Prego. Ou de outro sítio qualquer. E o grupo de Viana em peso canta-lhes uma canção para os animar. São 83 com blusas brancas e amarelas com uma imagem de Nossa Senhora. Saíram de Viana do Castelo na sexta-feira, dia 5, e chegaram a Fátima, na quinta-feira - 11.

José António Dias, empresário de 58 anos, não veio em nenhum grupo. É um peregrino sozinho, vindo de Alhandra e traz uma T-shirt branca com letras vermelhas que dizem: "I love Pope Francis". José António não é devoto absoluto de Fátima - "Não sei se a Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos mas sei que este local tem uma energia especial. Alguma coisa aconteceu aqui" - mas acredita que Francisco "é o único líder político que poderá fazer alguma coisa positiva pelo mundo". Talvez até possa fazer alguma coisa pelo Benfica diz, entre risos: "Neste 13 de maio podemos juntar as duas religiões, seria fantástico celebrar o campeonato neste ambiente." Se tudo correr bem, depois da visita do Papa, a rotunda dos Peregrinos voltará a encher-se, mas de adeptos de blusa encarnada. "A GNR diz que só vamos poder ocupar o passeio mas pode ser que não..." diz, esperançosa Carla Anjos, que espera servir muitas imperiais esta noite na Casa do Benfica, junto à rotunda dos Pastorinhos, ou, como lhe chama "a rotunda do Marquês de Fátima".

in
DN

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Sampaio da Nóvoa a Presidente

É com grande orgulho que sou representante do Professor Sampaio da Nóvoa no Concelho de Mértola e apelo ao voto na sua candidatura a Presidente da República.


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Mina de São Domingos recebe estágio de Paracanoagem

A Federação Portuguesa de Canoagem, através do técnico Nacional de Paracanoagem Ivo Quendera, promove entre os dias 25 de Fevereiro e 1 de março mais um estágio da Seleção nacional de Paracanoagem com vista ao apuramento Olímpico para o Rio 2016.
Este estágio realiza-se na mina de S. Domingos em Mértola, palco de competições Nacionais no passado recente da modalidade e que se encontra neste momento a montar a segunda pista de velocidade do País.
Foram convocados para este momento de preparação um total de 4 atletas, com destaque para Norberto Mourão, que ja representou as cores nacionais em eventos Internacionais em 2013 e Abraão Vieira em 2009.
Atletas convocados
Abraão Vieira - CN Crestuma
Francisco José - CDO Patos
Norberto Mourão - SCPortugal
Paulo Santos - SCPortugal
A este estágio vão juntar-se o atleta de Porto Rico Eddie Montanez que ja se encontra em Mértola a estagiar e 4 atletas polacos com o seu técnico. A equipa técnica do Clube Náutico de Mértola junta-se a estes trabalhos com os jovens treinadores Rafael Luz  e Luis Godinho.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A prisão e o poder

1 No domingo, passei à porta da prisão de Évora onde José Sócrates cumpre “a pena preventiva” de prisão preventiva. Já a noite se instalara, as câmaras e repórteres de televisão ali acampados tinham-se retirado e apenas escuridão vinha lá de dentro. Nunca estive preso e custa-me imaginar o que possa ser tal violência, muito embora já tenha visitado vários presos, a começar pelo meu pai, no Forte de PIDE, em Caxias, onde às vezes cumpria uma espécie de penas preventivas pelo crime de querer viver em liberdade. Anos vividos em estado de excepção de direitos e garantias individuais e anos de prática de advocacia criminal não me permitiram ficar imune à violência que estar preso representa sempre, sobretudo se preventivamente. Não quer dizer que me oponha à prisão preventiva ou que não entenda a sua necessidade e fundamento em determinadas situações, apenas que não abdico da exigência de que ela seja absolutamente excepcional e fundamentada. Na minha maneira de ver, a prisão preventiva serve, nomeadamente, para que um marido que já agrediu a mulher e prometeu matá-la, não fique em liberdade para cumprir a promessa, como várias vezes vimos suceder. Mas não pode servir, por exemplo, para facilitar a investigação ou pressionar os presos preventivos a confessarem o que se pretende, desse modo dispensando a investigação de mais trabalhos e canseiras.

Os que alegremente vibram de entusiasmo com a prisão preventiva de José Sócrates, sem poder ter qualquer convicção séria sobre a sua inocência ou culpabilidade (como eu próprio não tenho), e que engolem, sem se questionar, todas as teses sem contraditório que a acusação vende nos pasquins que cultiva, são, quer o admitam quer não, gente para quem o Estado de direito é apenas uma ficção piedosa. Dizia há dias o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim, sobre a prisão de Sócrates: “Congratulo-me por a Justiça ter tido o atrevimento, a coragem, de investigar até ao ponto a que chegou”. Mas qual é o ponto a que chegou? É o ponto a que chegaram o “Sol” ou o “Correio da Manhã”? A fazer fé no relato dos jornais, o que até agora sabemos da tese da acusação é que ela assenta numa série de presunções, cuja prova terá de fazer (e não é nos jornais e sem contraditório): presume que 22 milhões de euros que estavam numa conta da Suíça em nome do amigo do ex-primeiro-ministro eram, de facto, deste; presume que esse dinheiro lhe veio por corrupção; presume que Sócrates levava uma vida de luxo em Paris, paga pelo amigo, embora com dinheiro seu; presume que o trabalho de Sócrates numa empresa farmacêutica era fictício e apenas para lhe permitir reaver dinheiro seu, sob a forma de salário; e presume que o dinheiro da Suíça, depois de ter regressado a Portugal, sempre em nome de Carlos Silva, emigrava para Paris com destino a José Sócrates, em malas carregadas pelo seu motorista, viajando de carro — num esquema de lavagem de dinheiro absolutamente incompreensível e absurdo.

Para começar a desmanchar esta meada de presunções, a acusação, aparentemente, começou por baixo e não por cima: pelo motorista e as tais viagens a Paris. Há quinze dias, escrevi aqui que havia qualquer coisa de curioso nas notícias que davam conta da vontade de João Perna de proceder a novas declarações e na eventualidade de vir a beneficiar do estatuto de arrependido. Ora, sucedeu que, de facto: a) prestou novas declarações; b) o seu advogado apareceu a falar de uma “mudança de estratégia” e a insinuar viagens dele ao estrangeiro, como pretendia a investigação; e c) após isto, foi mandado para casa, passar o Natal. Concluam o que quiserem, mas uma conclusão impõe-se por si só: nunca houve razão válida para lhe determinar a prisão preventiva. Talvez tenha havido razão, mas não foi válida.

A esta luz, compreende-se bem a decisão do procurador e do juiz de recusarem a Sócrates e a este jornal a possibilidade de uma entrevista presencial. Sócrates não estará, manifestamente, disposto a “colaborar” com a investigação: ele quer, sim, ter hipótese de a contraditar — o que é diferente de a perturbar. As explicações contidas no despacho de recusa são absolutamente pífias, pressupondo que alguém tenha de ficar preso preventivamente até que a investigação apure tudo o que pretende. O que incomoda o tribunal não é que Sócrates pudesse perturbar a investigação (não precisam dele preso para obter informações de agências de viagem, por exemplo). O que os incomoda é que, falando, Sócrates pudesse perturbar a verdade estabelecida e divulgada publicamente pela acusação. Assim, é, sem dúvida, mais fácil acusar, formar a opinião pública e condicionar a própria convicção do tribunal de julgamento.


O que incomoda o tribunal não é que Sócrates pudesse perturbar a investigação, mas, sim, que, falando, pudesse perturbar a verdade estabelecida

2 Longe vão os tempos em que Cavaco Silva, Presidente da República, desancava publicamente o primeiro-ministro, então José Sócrates. Vivia-se em pleno auge da crise internacional, que tinha desencadeado a crise das dívidas soberanas que ninguém previra, mas, para Cavaco, a culpa das dificuldades de então era toda e exclusivamente do Governo. A tal ponto que, não se atrevendo a despedi-lo, incitava os jovens a revoltarem-se contra o Governo. Hoje, depois de três anos e meio de dificuldades nunca antes experimentadas, depois de centenas de milhares de desempregados e emigrados, depois de um assalto fiscal sem precedentes nem fim à vista, Cavaco Silva, Presidente da República, manifesta ao actual Governo toda a sua leal e inabalável colaboração, no excelente trabalho que estará a levar a cabo. E, para que dúvida alguma pudesse subsistir, ao cair do dia, assinou de cruz o decreto-lei de privatização da TAP.

Infelizmente, quer para o Presidente quer para o governo, no mesmo dia em que aquele assim cobria este, a União Europeia tornava público um relatório sobre os três primeiros meses após a saída da troika que é absolutamente demolidor para a bondade das politicas do Governo — em grande parte, diga-se, impostas pela própria troika. Em suma, o que a UE nos veio dizer é que nada de essencial mudou, depois de tantos sacrifícios e tanta devastação causados à conta da apregoada mudança. O Estado, porque não foi reformado, continua a gastar muito mais do que devia e financia-se cada vez mais à conta da subida da receita fiscal — e, consequentemente, da agonia económica. A dívida pública aumentou e as hipóteses de crescimento económico e redução do défice abaixo dos 3% dependem exclusivamente do aumento continuado das exportações e da receita fiscal, ambos não sustentáveis por muito tempo. Pelo que, diz a UE, Portugal está ainda mais exposto a uma crise avassaladora de endividamento, caso a situação internacional volte a piorar. Eis o verdadeiro balanço destes anos em que, ao que nos contaram, estiveram a tratar de recuperar definitivamente a “independência nacional”.

3 Ao saber que até o crime fiscal emergente da compra dos malfadados submarinos Trident soçobrou, por prescrição, pergunto-me se o Ministério Público consegue ganhar algum dos chamados casos mediáticos, fora dos jornais. Em doze anos de investigações, não conseguiram sequer levar a julgamento os homens da Escom, que repartiram entre si 16 milhões de comissões na compra dos submarinos pela acusação de não terem feito contas com o fisco. Desta vez, ao que percebi, a culpa foi da Alemanha e das Bahamas, da falta de colaboração internacional e etc. Como será que os outros investigam e condenam, em casos semelhantes?

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia

Jornal Expresso SEMANÁRIO#2200, 27 de dezembro de 2014

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Bruno Afonso no Mundial


Bruno Afonso, Atleta do Clube Náutico de Mértola foi convocado para o mais um estágio da Seleção Nacional de Juniores e Sub23 que se realiza em Montemor o Velho entre 3 e 15 de Julho e para a subsequente participação no Campeonato do Mundo que se realiza em Szeged na Hungria entre 23 e 25 do mesmo mês.

Esta convocatória é mais uma etapa na carreira deste jovem canoista mertolense que tem vindo a afirmar-se no panorama da canoagem Nacional e Internacional confirmando a qualidade do trabalho realizado pelo Clube Náutico de Mértola.

Recordamos que na passada semana Bruno Afonso participou no Campeonato da Europa onde atingiu duas finais A em C2 500 e 1000 metros tendo alcançado dois sétimos lugares.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Náutico de Mértola no Nacional de Esperanças

Campeonato Nacional de Esperanças III - Crestuma
Rafael Jesus - 4º Lugar K1 infantil - (1º Lugar 1º ano)
Fábio Garrochinho - 5º Lugar C1 Cadetes (2º Esq)
Ana Alcario - 10º Lugar K1 Infantil Feminino
Henrique Domingos /Alexandre Inácio - 23º lugar
K2 Infantil João Alho /Tiago Marques- 19ºlugar K2 Cadetes
Classificação Coletiva - 19º lugar

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Bruno Afonso no Campeonato da Europa


Bruno AFONSO /Nuno SILVA - 7ºs Lugares nas Finais A de 1000m e 500m no Campeonato da Europa. Parabéns a estes Jovens canoistas do Clube Náutico de Mértola e Clube Náutico de Prado.

domingo, 29 de junho de 2014

Para mim é “galão”!

Sou militante do Partido Socialista há alguns anos. Aderi, numa perspetiva da política local, porque me senti confortável e porque me senti motivado para dar corpo á minha intervenção cívica que de resto tenho desenvolvido noutras áreas de intervenção. Apesar de atento á politica nacional nunca me senti motivado para a participação mais ativa nas atividades partidárias que ultrapassavam as fronteiras do meu Concelho. Mas agora perante a situação que se vive no PS e parafraseando uma camarada minha Nem vocês nem eu contribuímos para a situação que se vive no PS. Mas agora é preciso sair dela. É preciso escolher".

Devo confessar que votei em Seguro para Secretário-geral do Partido Socialista. Não vale a pena dar agora desculpas mas é importante referir que nem o Assís nem ele me empolgaram por isso votei nele mas sem grande convicção assumindo-o como um líder de passagem que era necessário respeitar que era necessário ajudar na difícil tarefa de conduzir o PS num período difícil.

O anúncio da disponibilidade do António Costa, na sequência das Europeias trouxe-me uma alma nova e renovou a minha esperança no futuro do PS e do País. Mas os acontecimentos subsequentes e a atitude de Seguro e da “Máquina do PS” surpreenderam-me e deixaram-me espantado. Ingenuidade, dizem-me uns, estupidez dizem-me outros. Provavelmente um misto das duas!

Neste momento já nem quero saber e ignoro completamente as referências de traição, de “tralha socratista” de oportunismo de divisionismo. Já nem quero saber se são diretas, se é congresso, se votam só militantes se votam militantes e simpatizantes  etc, etc etc. Só sei que, tal como nós devemos respeitar o secretário-geral ele deve respeitar os militantes e a sua vontade. Só sei que as regras devem ser claras e inequívocas. Só sei que o bom senso aconselhava outro tipo de atitude por parte de Seguro. Não tenho duvidas que Seguro é um líder ferido, fragilizado em equilíbrio periclitante, na “corda bamba”, agarrado ao poder com “unhas e dentes”. Parece que temos que lhe fazer um desenho ou falar em linguagem gestual para lhe transmitir aquilo que não percebe ou finge não perceber. Não percebe ou finge não perceber que as bases do partido não o querem, mas principalmente que os portugueses não confiam nele. Seguro não percebe ou finge não perceber que nunca será primeiro-ministro e que ficará na história do PS como o pior secretário-geral que o PS produziu.

Quando António Costa anunciou a sua disponibilidade para liderar o PS  verbalizei com alguns amigos na brincadeira que preferia um “galão” a um “copo de leite desnatado”. Com os acontecimentos recentes a minha brincadeira evoluiu, pois o “copo de leite desnatado” transformou-se num copo de leite azedo e tornou-se obviamente intragável.

Por isso, a escolha é obvia, para mim é “galão”.

A escolha é entre o que existe e a esperança de MOBILIZAR PORTUGAL! Eu escolho a esperança. Escolho MOBILIZAR PORTUGAL!

E você? De que está à espera? Junte-se a nós. É tempo de agir. O PS não pode esperar. Portugal também não.

António Costa estará em Beja, no próximo dia 4 de Julho, sexta-feira, pelas 21 horas, no Beja Parque Hotel, para uma Sessão de Apresentação a militantes, simpatizantes e aberta a toda a população. Aqui fica o convite para ouvir a suas propostas.


Carlos Viegas

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Tribunal de Mértola é exceção e continua a fazer julgamentos

 
O novo diploma regulamentar da Reorganização Judiciária aprovado em Conselho de Ministros prevê que o Tribunal de Mértola continue aberto, a funcionar como seção de proximidade e a realizar julgamentos. A manutenção deste serviço no concelho é o resultado das diligências da Câmara junto do Ministério da Justiça, já que na proposta inicial estava previsto o seu encerramento. A alteração da decisão deve-se, sobretudo, à pressão feita junto do Ministério.
O diploma prevê o encerramento de 20 tribunais em todo o país e a transformação de 27, entre os quais o de Mértola, em secção de proximidade. Contudo, o tribunal de Mértola, juntamente com mais oito tribunais, terá um regime de exceção, o que lhe permitirá receber julgamentos, assim como procedimentos como a entrega de requerimentos, a consulta de processos ou até a realização de atos judiciais, como a inquirição de testemunhas por videoconferência.
Esta medida obriga a que os juízes se desloquem àquele tribunal e que os julgamentos sejam realizados em Mértola e não no tribunal da Comarca, em Beja, como inicialmente previsto.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Bruno Afonso de novo convocado para Estágio da Seleção

A Comissão Nacional de Velocidade divulgou os nomes dos atletas convocados para as Seleções Nacionais, a realizar no mês de Fevereiro.
Os atletas serão divididos em diferentes grupos e periodos de tempo, com especial destaque para a equipa de kayaks Masculinos que regressa, com os quatro atletas do projeto Rio 2016, à Aguieira e das canoas seniores e kayaks Femininos que realizaram o estágio na Barragem da Caniçada.
Estarão em trabalho das Seleções Nacionais um total de 26 atletas, entre seniores e sub23 e que serão orientados pelos Técnicos Ryszard Hoppe, Tiago Lourenço. Hélio Lucas e José Sousa.
10 a 22 Fevereiro 2014
Barragem da Aguieira
David Fernandes - CN Funchal
Fernando Pimenta - CN PLima
João Ribeiro – Slbenfica
Emanuel Silva - SCPortugal
3 a 22 de Fevereiro
Barragem da Caniçada
Hélder Silva - CN Prado           
Tiago Tavares - ARCOR                       
José Sousa - Ligadura
Joana Vasconcelos - SLBenfica          
CAR - Montemor-o-Velho
Nuno Silva - CN Prado
Bruno Cruz - Gemeses
Bruno Afonso - CN Mértola
Helena Rodrigues - CN Funchal
Beatriz Gomes - CF Coimbra
Francisca Laia - CD Patos
Fátima Cabrita - KCCArade
03 a 08 de Fevereiro 2014
CAR Montemor-o-Velho
Rafael Moreira - CN Crestuma
David Varela - AlhandraSC
Diogo Raposo- AlhandraSC                
Fábio Cameira- AlhandraSC                 
Rodolfo Neves- CN Funchal     
Francisco Magalhães- CN PLima
António Trigo- CD Patos          
Hugo Rocha - CN Marecos
Cristian Baies - KCCArade
Diogo Lopes - KCCArade
Vitor Oliveira - CC Ovar

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

CAR recebe estágios das equipas nacionais de Portugal e do Chile

Até ao dia 25 de Janeiro, a canoagem vai estar em destaque no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho. As equipas nacionais de Portugal e do Chile, e um atleta de Porto Rico, estão a realizar estágios de preparação naquela estrutura desportiva.

Sob orientação de Ryszard Hoppe e de João Tiago Lourenço, encontram-se a participar no estágio os canoístas que estão na Residência Universitária da Canoagem, a equipa Sénior e Sub 23 de Canoas Masculinos e as atletas de Kayaks Sénior e Sub 23 Femininos.

Para o selecionador nacional de Velocidade, Ryszard Hoppe, o ano de 2014 “é muito importante para ver com que tripulações vão competir na modalidade”, sendo que se vão disputar, a título de exemplo, duas taças do mundo e os campeonatos da europa e do mundo.

Em Montemor-o-Velho, o técnico nacional dá, assim, início ao “primeiro estágio da época” e ao trabalho necessário ao apuramento para os próximos Jogos Olímpicos.

 
Chile e Porto Rico estreiam-se em Montemor-o-Velho

O CAR “tem ótimas condições e qualquer atleta pode realizar aqui a programação a 100%”. Quem o afirma é o técnico nacional da Equipa Olímpica do Chile, Zdzislaw Szubski, que, à conversa com o vereador José Veríssimo, aproveitou para reiterar a “vontade de regressar”.

Recorde-se que Zdzislaw Szubski foi também técnico nacional em Portugal da modalidade da canoagem entre 87 e 92, tendo realizado, inicialmente, em 1985, um estágio em Lamego.

O técnico polaco e também antigo aluno e conterrâneo de Ryszard Hoppe está em Montemor-o-Velho a realizar um estágio com 10 atletas chilenos, estando também na comitiva o único atleta porto-riquenho de paracanoagem na Classe TA, Eddie Montañez.

Impressionado com “a dimensão dos hangares e com a beleza da envolvente da pista”, o atleta que ficou em 7º lugar, K1 200m, no Campeonato Mundial de Canoagem Velocidade 2013, em Duisburg, na Alemanha, avançou que “se houver oportunidade gostaria de voltar”.

“A pista é ótima e os funcionários do espaço são muito prestáveis e simpáticos”, asseverou.


 CAR de Montemor-o-Velho – canoagem – atletas em estágio

Kayaks Seniores Femininos

Joana Vasconcelos – Slbenfica

Beatriz Gomes- CF Coimbra

Helena Rodrigues - CN Funchal

Kayaks Sub23 Femininos

Francisca Laia . CD Patos

Maria Cabrita – KCCArade

Canoas Seniores Masculinos

José Sousa – Ligadura

Hélder Silva - CN Prado

Canoas Sub23 Masculinos

Bruno Afonso - CN Mértola

Bruno Cruz – Gemeses

Nuno Silva - Nuno Silva

Tiago Tavares – ARCOR

Marcelo desiste de candidatura a presidente

Pedro Passos Coelho e Marcelo Rebelo de Sousa na comemoração do trigésimo aniversário dos TSD. 11 de janeiro de 2014.
 
O antigo líder social-democrata Marcelo Rebelo de Sousa afastou este domingo uma candidatura às presidenciais de 2016 considerando que o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, quis excluí-lo de candidato na sua moção de estratégia global.
“Claramente, eu acho Pedro Passos Coelho quis excluir na moção de estratégia o candidato Marcelo Rebelo de Sousa. Quis, o que é perfeitamente legítimo. Estás nas suas mãos e quis fazê-lo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no seu programa semanal de comentário político, na TVI, acrescentando que, assim sendo, “a questão está resolvida”.
Segundo o professor universitário de direito, “se o líder do partido fundamental da área [do centro-direita] diz que é indesejável” a sua candidatura, “uma pessoa de bom senso, a menos que queira fazer um exercício de vingança ou um exercício lúdico, não vai dividir o eleitorado pondo a vitória mais fácil ao candidato do outro lado”.
No seu entender, não faz sentido “uma candidatura antecipada, para ir a correr antes de o partido indicar o apoio a um candidato”.
O comentador político sugeriu que o actual presidente da Comissão Europeia pode vir a ser o candidato apoiado pelo PSD: “Se houver hipótese de Durão Barroso sobrar de lugares internacionais e poder recuperar em termos de sondagens, é uma hipótese forte a encarar no quadro do Presidente que ele [Passos Coelho] encara”.
Marcelo Rebelo de Sousa alegou que Passos Coelho traçou um perfil presidencial “pela negativa”, para o excluir, “não tanto por aquela característica que é o problema de mudar de opinião”, mas pelo “problema do mediatismo, da popularidade, de um perfil de Presidente interventor, de um Presidente não parlamentar”.
“E, na dúvida, várias fontes do PSD dirigiram-se aos jornais para esclarecer os comentadores e os jornalistas de que era isso o objectivo, excluir um candidato”, apontou.
O antigo presidente do PSD observou que, se Passos Coelho queria excluir alguém, poderia ter “seguido uma metodologia mais fácil desde que se inventou o telefone, que é pegar no telefone” e comunicar-lhe a sua posição.
O social-democrata sustentou que há um ano o actual primeiro-ministro estava disposto a “tolerar” um candidato presidencial menos do seu agrado, mas que a evolução dos indicadores económicos e financeiros o deixou confiante numa vitória nas legislativas e mais à vontade para definir “o Presidente ideal para o seu futuro mandato”.
Na sua moção de estratégia global, intitulada “Portugal acima de tudo!“, o líder do PSD defende que “o Presidente deve comportar-se mais como um árbitro ou moderador” e evitar “tornar-se numa espécie de protagonista catalisador de qualquer conjunto de contrapoderes ou num cata-vento de opiniões erráticas em função da mera mediatização gerada em torno do fenómeno político”.
O chefe de Estado “não deve buscar a popularidade fácil” e, sendo supra partidário, “também não pode colocar-se contra os partidos ou os governos como se fosse apenas mais um protagonista político na disputa política geral”, escreve.
Passos Coelho considera que “a iniciativa de candidatura deve partir dos potenciais candidatos” e “não de qualquer directório partidário”.
Na “altura própria” o PSD formalizará “nos órgãos estatutariamente competentes” o “perfil desenvolvido que considera adequado ao entendimento do papel do Presidente da República” e “o apoio a conceder a um futuro candidato presidencial que se apresente no respeito por este perfil”, acrescenta.
/Lusa
 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Restaurante à Robin dos Bosques “assalta” CDS


A crise aperta há muito tempo o cinto dos portugueses, e há quem leve o “ataque” do Governo muito a peito. A situação ganhou, no entanto, contornos caricatos quando uma delegação do CDS afirma ter sido obrigada a pagar, num restaurante da Mealhada, mais refeições do que as que consumiu.
A “mirabolante aventura” foi publicada na segunda-feira na página do Facebook do CDS Algarve e ganhou projeção nacional esta manhã, com uma notícia da TSF. “Os delegados do CDS Algarve ao Congresso foram assaltados num conhecido restaurante localizado na Mealhada”, pode-se ler na publicação.
No seu regresso ao Algarve depois do congresso do partido, o grupo de delegados do CDS parou num restaurante da Mealhada para apreciar a gastronomia local. “O leitão veio a contento dos comensais”, descreve a publicação, afirmando que o grupo de 15 delegados acabou por pagar a conta de 19 pessoas e, apercebendo-se do erro já no exterior do restaurante, voltou para tentar esclarecer e corrigir a situação.
Ao que parece, no entanto, o erro tinha sido propositado. O dono do Meta dos Leitões não esteve com meias palavras: “desse governo que nos rouba, então para me defender eu também os roubo a vocês”, terá dito, “tendo-se ele apercebido que eram do CDS e como tal apoiantes do governo”, afirma a publicação.
Os delegados não tiveram direito a escrever no livro de reclamações nem a receber o dinheiro de volta, e asseguram que vão “apresentar queixa na justiça”. E aconselham a quem passar na Mealhada a esconder a filiação partidária.
 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Acabaram-se os falsos pacotes "ilimitados" de Internet.

 
 
A Direção-Geral do Consumidor (DGC) emitiu esta semana um comunicado a proibir as operadoras de telecomunicações de anunciarem pacotes de Internet, supostamente ilimitados, que afinal têm limite.
O comunicado, nota o semanário Sol, surge na sequência de queixas apresentadas na Associação de Defesa do Consumidor (DECO). A DGC adverte agora as operadoras de telecomunicações para que “se abstenham de utilizar a expressão ‘ilimitado’ sempre que esteja em causa produtos e serviços aos quais se apliquem restrições e/ou sobre os quais existam ‘políticas de utilização razoável’”.
Estas Políticas de Utilização Responsável, impostas pelas empresas, limitam a utilização de tráfego de dados – no caso referido pelo semanário, a 15 gigabytes por mês. No entanto, essa informação não é “transmitida e quantificada” corretamente nem de forma transparente pelas empresas, remetendo-as às letras pequenas e enquanto os anúncios ostentam o suposto caráter ilimitado dos seus tarifários.
“Tem aumentado o número de reclamações. Por isso, fizemos uma queixa à Direcção-Geral do Consumidor, alertando para o facto de estar a ser feita publicidade enganosa”, explicou ao Sol a jurista da DECO Ana Sofia Ferreira, que sublinha que “está em causa matéria contratual que pode até servir para rescindir contratos”.
Segundo dados da ANACOM, em 2012 houve 621 reclamações por causa de tarifários ‘ilimitados’ que afinal têm limites, e 29 em 2013. A agência reguladora afirma estar “em fase de preparação uma deliberação que visa reforçar os direitos dos consumidores e evitar práticas menos transparentes”.
As operadoras não revelaram o número de queixas recebidas por este motivo, mas a TMN assegurou à publicação que “cumpre essas obrigações e recorda que a informação sobre a ‘política de utilização responsável’ nos tarifários está no seu site“. Por outro lado, a APRITEL (representante das operadoras) afirma que é necessário impor limites para impedir uma “utilização abusiva” que possa “prejudicar a qualidade do serviço prestado à generalidade dos clientes”.
 
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