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10 de junho de 2012

Pensar, um ato sem censura


Quase todas as pessoas se assustam com certos pensamentos "proibidos" que afloram à mente de forma espontânea. Chegam a sonhar que mataram a própria mãe ou o irmão e acordam angustiadas. Não se confor­mam com o fato. Experimentam culpa, vergonha e não têm coragem de contar o sonho nem para os mais íntimos. Ocorre o mesmo quando, acordadas, reconhecem que não gostam de um filho, que não sentiriam a mínima falta do companheiro se ele morresse. Isso sem falar das fantasias sexuais extravagantes. É enorme o constrangimento causado por alguns desejos sadomasoquistas, de sexo promíscuo ou de natureza homossexual.

Na verdade, poucos se conformam com a existência de emoções passeando por nossas mentes sem ser convidadas. Gostaríamos de ter controle sobre o que pensamos, mas surgem desejos que não estão de acordo com a ordem moral. Aí, somos forçados a lutar contra eles. Tentamos ajustá-los, reprimi-los. Por esse caminho, o porão do inconsciente se torna depósito de tudo o que sentimos, mas queremos ocultar. Se uma pessoa gosta de se imaginar boa, seus defeitos continuarão a existir. A agressividade e a inveja irão se manifestar de forma camuflada, burlando a vigilância de nossa razão. As ideias que rechaçamos permanecem dentro de nós. Perdemos o domínio sobre elas quando não as aceitamos, ficando à mercê dos impulsos mais primitivos.

Não há a menor chance de só termos pensa­mentos e desejos que estejam de acordo com nossos valores éticos. Somos simultaneamente seres racionais, capazes de reflexões sutis e elaboradas, e animais (até certo ponto não domesticados). O mamífero que existe em nós reage brutalmente à agressão, mesmo quando possui convicções ligadas a idéias de tolerância e perdão. Temos desejos sexuais que transbordam os limites do amor e as normas estabeleci­das pela sociedade. Sabemos ser impossível criar uma ordem social estável, sem que haja regras para a nossa vida sexual. Essas regras distinguem os parceiros aceitáveis dos que devem ser evitados ou proibidos. É claro, porém, que os desejos não desaparecem apenas porque existem impedimentos externos. Talvez até aumentem.

O que acontece, então? Nosso mundo interior perde a serenidade. Passamos a viver conflitos permanentes entre desejos e possibilidade de ação. Queremos, por exemplo, determinados objetos que não nos pertencem, mas abafamos o impulso natural de nos apropriar deles, pois é preciso respeitar o código de valores morais criado pela nossa própria razão. Segundo esse código, apossar-se de bens alheios constitui roubo, uma transgressão sujeita a punições. Saber isso não nos impede de cobiçar determinado objeto. Não podemos, por exemplo, levar para casa o carro importado que estacionou na esquina. Mas como gostaríamos de ter um! Neste momento, talvez apareça a tentação de roubá-lo. É um crime pensar assim?

Acho que não. Para mim não existe "pecado por pensamento" e, se existisse, de nada adiantaria querer se emendar, pois muitas idéias surgem de surpresa, sendo inviável desfazer algo que já aconteceu. Não devemos acreditar que só nós, criaturas inferiores, temos pensamentos inaceitáveis. Se eles invadiram nossa mente é porque são próprios dos seres humanos. Em matéria de fantasias e desejos, ninguém se diferencia; é moral ou imoral. É uma pena que as pessoas não sejam sinceras e não reconheçam que até mesmo os homens e as mulheres mais abnegados têm impulsos homicidas, sede de vingança, sonhos eróticos de todo tipo.

Precisamos aproveitar o surgimento desses desejos para nos conhecer melhor. A inveja, por exemplo, nos fala a respeito das coisas que queremos possuir. Aí, surge a alternativa: agredir quem provocou o sentimento negativo ou nos esforçar para também atingir o objeto cobiçado. Nesse caso, a inveja vai nos ajudar a descobrir nossas aspirações.

Não concluam, porém, que tudo é permitido. Na transferência do pensamento para a ação, a cons­ciência moral se impõe, pois se trata de questões totalmente diferentes. Posso sonhar em matar um irmão, mas é óbvio que não posso matá-lo de fato. Posso desejar o que quiser em relação ao sexo, mas na hora de praticá-lo devo respeitar minhas convicções e as do parceiro. A liberdade interior é uma das nossas maiores aquisições psicológicas. Podemos e devemos saber tudo o que se passa dentro de nós. As ações, no entanto, sempre terão de ser limitadas por valores morais e levar em conta os direitos das outras pessoas.

Flávio Gikovate 

3 de janeiro de 2011

Promessas de viajante



Agora em 2011 eu quero...

… fazer malas cada vez mais leves e básicas
… reservar os voos cada vez mais cedo para garantir as melhores tarifas
… nunca esquecer de fazer o seguro de viagem
… planejar menos – e improvisar muito mais
… descobrir novos destinos (e redescobrir muitos outros)
… voltar e voltar e voltar aos lugares que mais amei
… espalhar ainda mais amigos por todos os cantos do mundo
… estar perto de todo mundo, mesmo com oceanos de distância, e
...viajar muito!


Raquel Verano

30 de maio de 2010

Desejos



"Desejo a vocês...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor

Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não Ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu".