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15.4.13
10.4.12
Do Horto: você vai me agradecer
Ele se chama bar Do Horto, fica no bairro de mesmo nome e tem o melhor - e talvez único? - pastel de bobó de camarão da cidade. O creminho gostoso de aipim, a massa sequinha e a generosa porção de camarão que compõem esta belezura são sua receita de sucesso - total e garantido. Antes, funcionava no mesmo sobrado de esquina da Pacheco Leão um barzinho de outro nome, o Da Graça. O nome mudou, mas o lugar continua agradável - fica em frente ao Jardim Botânico, numa rua arborizada e de pouco de movimento - e as comidinhas melhoraram. Provamos também a porção de linguiça de cordeiro com geléia de menta, que estava saborosa, mas não melhor que os pastéis. Sente ali na calçada, peça uma caipirinha ou uma cerveja Therezópolis - ou quem sabe as duas ao mesmo tempo, como eu fiz - e jogue conversa fora. Depois aproveite para dar uma volta pelo bairro, que é um charme só. E fique relax. Você vai me agradecer.
Do Horto
Rua Pacheco Leão, 780
27.3.10
A carne não é fraca
Iris é lisboeta, formada em Eco-Agroturismo e não conhece ninguém com um histórico de renúncia à carne como o seu (tampouco eu e, muito provavelmente, você), mas sabe que "existem alguns muito poucos em Portugal". É uma jovem alegre, sorridente, agitada, faladeira, engajada, militante - prega aquilo que pratica, mas não se engane, Iris não é inconveniente. Pelo contrário. Sobre as razões que a levaram a manter seu vegetarianismo mesmo quando já podia escolher o que comer, foi tão poética quanto evasiva: "Apenas fico contente por estar viva, correr, pular, me divertir e ser feliz sem precisar matar e comer animais". Leia a entrevista de Iris a esta blogueira e, depois, belisque um pastel de tofu preparado por ela e anote a receita - aliás, a moça cozinha e muito bem. Portanto, fique à vontade.
A pergunta óbvia: como você chegou até aqui sem comer carne, sequer na infância?
Sou a terceira geração de vegetarianos da minha família, fui educada assim. Não sei dizer as razões que levaram minha avó a ser vegetariana, sei apenas que nasci com isso. Já aconteceu de eu comer sem querer uns pedaços de peixe numa sopa. Aliás, caldos em geral podem ser perigosos...
E quando começou a crescer, questionou, pensou em desistir...?
Pensei. Até ir para a escola, ser vegetariana para mim era normal, era simplesmente a minha alimentação de casa, do dia-a-dia. Mas os colegas perguntavam, achavam estranho, então passei a questionar também. No entanto, resisti. Depois, aos 19 anos, já na universidade, questionei a sério, eu me perguntava se não devia pelo menos experimentar, conhecer. Fui procurar entender melhor o vegetarianismo, estudar, ler, ver filmes, saber se podia me causar problemas. Foi aí que me engajei de verdade, me tornei consciente. Hoje me considero vegetariana por opção, por razões ecológicas e outras, mas principalmente porque não gosto da ideia de comer animais - afinal, nós, seres humanos, também somos animais.
Você se sente diferente dos outros, de todas pessoas que conhece, por nunca ter provado um pedaço de carne?
Sim, me sinto diferente. Este é o aspecto mais importante da minha vida, da minha educação, da minha profissão. Se eu não fosse vegetariana, seria uma pessoa totalmente diferente. É no fato de não comer carne que baseio todas as minhas escolhas, da comida aos lugares que frequento, livros que leio, tudo. É a minha maneira de ver o mundo.
Imagino que não seja fácil ser vegetariana neste mundo. São muitos percalços?
Depende. Já tive que trabalhar fazendo compras para um restaurante e me sentia indisposta na ala das carnes do supermercado, por exemplo. Posso ter problemas para comer fora, mas é raro. E nunca deixei de ser convidada para a casa das pessoas... porque também como de tudo, não sou aquela vegetariana radical, que só come cereais integrais, etc. Longe disso!
Ah, você come as chamadas "bobagens" também?
Claro! Eu tenho os mesmos problemas de alimentação que todo mundo! Quando fico angustiada como muito... e adoro chocolates, doces, batata frita... tudo o que faz mal! Tive uma fase em que engordei bastante, aí precisei aprender a comer outras coisas, porque já estava enjoada de omeletes!
***
Iris presenteou este Anastácia com receitas e fotos deliciosas. Concebeu muitos pratos durante estágios universitários, especialmente um que teve um tema de nome compriiiido: "Elaboração de um manual de alimentação vegetariana para estabelecimentos de restauração e bebidas". Mas vamos por partes. Por ora, fique com o pastel de tofu, feito e fotografado por ela e que foram elaborados com:
- tofu triturado com alho e sal de ervas da figueira da Foz (das Salinas Eiras largas)
- batata cozida e desfeita
- cebola picada
- salsa picada
- ovo
- azeite
- óleo para fritar
12.3.10
Ah, as verdinhas de Madri...
11.5.09
Vai um queijinho aí?
6.5.09
Chico & Alaíde
Agora, posso dar com fidelidade minhas opinições sobre o ambiente. O lugar peca pela limpeza em excesso, é tudo clean demais para um botequim, se é que você me entende mais uma vez, e a luz ilumina mais que o necessário. Afinal, boemios não precisam enxergar muita coisa, acha todos os gatos pardos mesmo. Apesar disso, o Chico e Alaíde tem algo que faz dele um Grande Boteco, algo que não se explica: um espírito de boemia no ar, um piso que atrai feito ímã, gruda os pés da gente no chão até às 4 ou 5 da manhã. Sendo assim, acho que podemos elevá-lo à categoria de "ante-sala do Demônio". É da estirpe de Jobi, Filial, São Cristóvão, se é que você me entende mesmo. Seja bem-vindo.
Chico e Alaíde
Chico e Alaíde
esquina de Bartolomeu Mitre com Dias Ferreira, Leblon, Rio de Janeiro
Telefone: 21-2512-0028
6.7.08
Amendoim do Lela
Lela (ou Lelinha), o Leandro Valverdes, amigo de longuíssima data e um dos meus seis leitores, generosamente, e depois de muita insistência de minha parte para que ele colaborasse com o Anastácia, mandou este vídeo onde prepara um "Cricri". O doce, feito de amendoim, foi confeccionado por ele e a gaúcha Leila (ou Leilinha, como ele diz) especialmente para a edição junina da Bicicletada - movimento dos ciclistas com o qual simpatizo muitíssimo (http://www.bicicletada.org). Ainda estamos em tempo de festas juninas, portanto, assista e descubra o segredo de um bom "cricri". Hum... delícia... Brigada, Lela e Leilinha!
30.6.08
A Di Cunto e a melhor coxinha do mundo
A Di Cunto também é "da hora" (legal, bacana, show de bola). Fica pertinho do Clube Atlético Juventus, onde, diz a lenda, Pelé teria feito um gol maravilhoso de bicicleta no tempo em que nem havia videoteipe. Mas isso é outro assunto. O lugar que faz a melhor coxinha do mundo -e ela não tem formato de coxinha, o que achei curioso - é uma padaria, confeitaria, rotisseria e restaurante, inaugurado em 1935. Leia mais sobre a história da Di Cunto em http://www.dicunto.com.br/) e não perca seus quitutes. Leia mais também sobre a história da Mooca (http://www.portaldamooca.com.br/), um bairro italiano tradicionalíssimo em São Paulo. "A Mooca é um estado de espírito. Esse estado de espírito que só os mooquenses natos conseguem entender, mas não explicar, vem da época em que ali havia tempo e espaço para as longas conversas nos portões. Quem nasce na Mooca dificilmente transfere-se para outro bairro e se o faz está sempre de volta às suas origens", diz o sítio "oficial" do bairro. Perto também fica o Museu do Imigrante, onde se pode brincar de visitar São Paulo antiga.
Ah, sim, a coxinha: sabe aquela história de "crocante por fora e macia por dentro"? É assim mesmo. E bota macia nisso. Sequinha, sequinha (no meu guardanapo não ficou um pingo de gordura, juro). Fui informada de que a receita leva leite. Também pude constatar que não tem tomate, qualquer molho ou excesso de condimentos. O interior é molinho, e o frango se mistura à coisa mole (coisa mole para recheio é uma boa expressão, né?). Enfim. Sensacional. Pequenina, básica, sem maiores invenções. Simples e deliciosa. Eu voto na coxinha da Di Cunto para melhor do mundo. E vamo que vamo.
15.5.08
Seu Gomes: desde 1935 dando de comer e beber a boêmios do Rio de Janeiro
A festa de 92 anos de Seu Gomes (que apaga as velas na foto lá em cima) foi tão sensacional quanto seu próprio balcão, o do Bar e Restaurante Urca, sobre o qual já falei aqui antes (a vista é simplesmente esta que aparece na última foto). Seu Gomes é um espetáculo, exatamente como seu restaurante-boteco também. Por isso, a festa, em pleno meio-dia de terça-feira, foi um sucesso, com direito a caricatura de Chico Caruso, que com seu vozerão também cantou... Caruso ("Te voglio bene assai..."). A música, aliás, não parou: forró, chorinho e até uma especial feita em homenagem ao aniversariante (a letra segue lá embaixo). Sem falar, é claro, no bacalhau com arroz de brócolis, nos bolinhos e pasteizinhos e na casquinha de siri comestível, o novo must do lugar. Mas o que mais interessa neste post não é nada disso, e sim a história deliciosa deste Gomes carioca: está no ramo dos botequins desde 1935 (!), sempre no Rio de Janeiro, e tem alimentado boêmios com petiscos deliciosos (meu preferido é o pastel de camarão) durante todos estes anos. Há 35 deles eferece aos seus frequentadores a vista que você vê na última foto (uma das que Fernanda Thedim, da Veja Rio, fez para mim. Valeu, gata!). Ele não merece um "Viva!"? Pois então, para o Seu Gomes tudo! É pique, é pique, é pique, viu, minha gente? Noventa e dois...
Agora, deixo vocês com as linhas de meu amigo Ivan Accioly, assessor de imprensa do Bar Urca.
Fala, Ivan!
"Até chegar, há 35 anos, ao bairro da Urca, Seu Gomes rodou a cidade. Foi dono do Botafogo Bar Sport Carioca, na Rua São Clemente, de 1936 a1939. De 39 a 1945, foi para o Mercado Municipal da Praça XV. Na sua busca pelas melhores oportunidades foi para a Praça da Bandeira, na Rua Barão de Iguatemi, onde um grande bar e restaurante abrigava sete mesas de sinuca. Manteve esse negócio por 17 anos, até 1962, quando cruzou novamente a cidade e voltou ao bairro do primeiro emprego: Ipanema. Lá comprou um bar na Rua Visconde de Pirajá 550. Em pouco tempo o ponto ficou conhecido como o Botequim do Gomes, famoso pela cerveja super gelada e os pasteizinhos. A explosão imobiliária fez Seu Gomes vender o ponto em 1972. No local foi erguido pelo empreendedor Sérgio Dourado o Shopping 550. Em busca de um lugar tranqüilo e bonito Seu Gomes encontrou na Urca o espaço que procurava.
Agora completa 35 anos no comando do Bar e Restaurante Urca, que gerenciou com sócios sem abandonar o objetivo de, como manda a tradição, botar os descendentes no negócio. Hoje, são três gerações de Armandos no trabalho diário, mas o comando permanece com o primeiro deles. Seu Gomes lidera 17 empregados fixos mais seis temporários, que são incorporados a cada fim de semana. Atento às oportunidades, há dez anos, já com 83, comandou a criação do restaurante na sobreloja do bar e proporcionou aos clientes uma alternativa ao tradicional atendimento com bebidas e petiscos que faz sucesso na mureta da Urca. Para o novo espaço, optou por um cardápio que tem os peixes como atração e faz a harmonia entre a cozinha brasileira e portuguesa."
8.5.07
A melhor empada do mundo
O Caranguejo é um boteco-restaurante de Copacabana, na esquina da Barata Ribeiro com Xavier da Silveira, em frente ao novíssimo metrô Cantagalo. Atrás do toldo que você vê na foto, há um balcão repleto de empadas de camarão sempre fresquinhas, porque a demanda é gigantesca. Encoste nele, em pé, peça logo duas de uma vez e um chopp. Uma pequena empada do Caranguejo cabe na palma da mão e desmancha na boca. Dentro, um camarão e uma azeitona preta pequenina, com caroço, óbvio. Não é possível descrever a sensação de prazer que se sente ao morder esta empada. É algo do outro mundo. Porque a empada do Caranguejo é a MELHOR do mundo. Desafio qualquer um a provar o contrário. Mas, por favor, não me falem de empada grande, cheia de massa e recheio de palmito, frango ou coisa que o valha (ou melhor, que não vale nada). Elas não têm valor, qualquer valor, nenhum valor.
Em homenagem ao Moacyr, ao Caranguejo e aos pequenos prazeres da vida, não vou postar receita de empada aqui. Seria desonesto, já que a melhor empada deste mundo e, quiçá, de outros, está prontinha para ser comida, ali, em Copacabana.
Pastel de queijo minas, tomate e alecrim
20.4.07
Dia de feira
1.2.07
O melhor croquete de carne do mundo
O melhor croquete de carne do mundo é este aí, o da Casa do Alemão, no Rio. Há filiais na Região Serrana, mas o recinto da foto fica na Baixada Fluminense, na Dutra. Para não ir tão longe, sugiro pedir uma porção no Armazém Carioca. Acompanha na foto um sanduíche de lingüiça que eu também tô para ver igual. Mas o assunto em questão aqui é o croquete, e o do Alemão é... indescritível. É quase como nascer de novo, ter um orgasmo, ver Deus. Sem palavras. A Casa do Alemão está para o croquete como o Caranguejo está para a empadinha. Mas isto é outra história...
Casa do Alemão
Rodovia Presidente Dutra, Km 6, Jardim Meriti.
(21) 2751-1294
Armazém Carioca
Nossa Senhora de Copacabana, 31-B, Leme. Esquina com a Princesa Isabel. Fica aberto até às 5 da matina, lugar de boemia, e tem chopp Devassa.
Pastel de bacalhau?
Bolinho de bacalhau aqui pode se chamar também pastel de bacalhau - mas é bolinho! Acho que os dos botecos cariocas são bem melhores... aqui eles são frios, quase gelados, eu diria. Não tem esta história de bolinho feito na hora. É frito de manhã e fica ali na vitrine até fechar a bodega. Ah, gordura é o que não falta também. O guardanapo sai escorrendo. E falo de cadeira porque já passei duas semanas rodando Portugal e comi pastéis de bacalhau em várias cidades. A impressão foi sempre a mesma. Claro que arrisquei outro hoje, não dá para vir a Portugal e não comê-los, afinal. Bom, também não dá para reclamar do tempero, este aí estava delicioso, cheio de salsinha, salgadinho na medida, pouca batata. O acompanhante na foto é um risole de vitela, muito comum por aqui também. Bom, muito bom, excelente.
18.1.07
Um chopp e uma azeitona, por favor
O sujeito chega no balcão do boteco e pede:
- Me vê um chopp e uma azeitona, por favor.
Eis que o garçom lança mão de um palito Gina, arrasta o vidro da vitrine de acepipes, espeta uma azeitona preta mergulhada no azeite e entrega pro cliente. Depois, tira o chopp bem tirado, saca uma bolacha e deposita no balcão.
- Obrigado.
O cliente limpa o caroço da azeitona em alguns segundos e atira o que sobrou dela na calçada. O garçom, gentil, pergunta:
- Mais uma?
O sujeito balança cabeça pra cima e pra baixo, mais um palito Gina, mais uma bolota preta. E põe fim ao chopp gelado.
- Quanto é?
- 4,50, um chopp, duas azeitonas.
Nunca presenciei este diálogo, mas um garçom da Adega Pérola, em Copacabana, me garantiu que acontece dia sim, dia não. Se o cliente reparar na vitrine de acepipes, talvez a mais variada (são mais de 70 opções!) e saborosa do Rio, vai ver um refratário cheio de azeitonas pretas no azeite com a seguinte plaquinha: "R$ 0,90 a unidade". A porção de 100 gramas sai por R$ 9,00. Se a vontade for irresistível, peça, mas eu não recomendo. Azeitona e arroz branco se come em casa, diria uma tia minha.
A Adega tem outras porções mais interessantes. Por exemplo, é um dos poucos botecos da Zona Sul do Rio (aliás, não conheço nenhum outro) onde se pode comer uma porção de ostras, seis por R$ 13,00, preço razoável. Para os mais roots, moela. Mas gosto mesmo é da lingüiça no vinho, surpreendente. E nas prateleiras, o bacalhau seco pendurado divide espaço com latas de leite moça, giletes e outros artigos de mercearia. Dizem que já foi muito frequentado por artistas da bossa nova e do tropicalismo. Eu mesma nunca vi nenhum lá, mas uma amiga encontrou a Bebel Gilberto e quase foi embora com ela.
Rua Siqueira Campos, 138 - tel. 2255-9425
De seg a sáb, das 10h às 24h
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