Nasceu como um espaço de opinião, informação e divulgação de tudo aquilo que vivia ou sobrevivia nas proximidades do Ginjal e do Tejo, mas foi alargando os horizontes...
quinta-feira, novembro 13, 2025
A Incrível Almadense e a história de Almada
domingo, outubro 05, 2025
O Cinco de Outubro e a Incrível Almadense
Mesmo durante a ditadura fascista, a Incrível aproveitava as suas sessões solenes, que normalmente se realizavam no dia da República, devido à proximidade da sua fundação (um de Outubro de 1848) com a deste evento, que ofereceu novos valores à sociedade portuguesa, minimizando as mordomias de todos aqueles que pensavam mesmo ter "sangue azul" nas veias.
Normalmente, estas sessões acabavam com vivas à República e à democracia, depois dos discursos vivos e denunciadores do regime de então. Passados quase cem anos, ainda se recordam os discursos do prof. Simões Raposo, grande figura do republicanismo que adorava a Incrível, da mesma forma que era adorado e respeitado por todos os verdadeiros Incríveis.
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
sábado, outubro 04, 2025
Finalmente, o "Largo Fernando Barão"...
Felizmente a busca por uma outra artéria não cessou e foi encontrado outro "Largo dos Bombeiros Voluntários" (deste vez podiam ser todos, embora aquele lugar pertencesse em tempos idos aos "heróis" de Almada...), ao lado do Largo Luís de Camões, onde ficam os Paços do Concelho e começa a Rua Capitão Leitão.
E se pensarmos bem, também está por ali, uma boa parte da história de Fernando Barão, um dos grandes associativistas almadenses do século XX.
E ontem, a meio da tarde, foi descerrada a placa, "Largo Fernando Barão", para contentamento dos familiares mais próximos e de todos os amigos, que não quiseram perder mais uma oportunidade de homenagear, o nosso "Barão de Cacilhas".
(Fotografias de Luís Eme - Almada)
quinta-feira, setembro 25, 2025
Almada: uma cidade que perdeu qualidade de vida e identidade (dois)
Em vez de aproveitar (e respeitar) esta marca almadense, o Munícipio preferiu apostar na transformação de Almada numa "cidade satélite" de Lisboa, provavelmente por ter uma presidente demasiado cosmopolita para governar uma terra, que sempre se orgulhou da sua história e do seu passado de resistência e unidade popular.
Isso explica-se pelo fecho de museus (Museu da Música Filarmónica, do CIAV - Centro de Interpretação de Almada Velha e Museu Naval) e também pelo apoio cada vez mais residual ao Movimento Associativo, o que tem provocado o fechar de portas de várias colectividades, desportivas e recreativas, no Concelho.
Mas há mais exemplos. Um Concelho que possui quatro bandas filarmónicas centenárias, activas, merecia que estas fossem mais acarinhadas e apoiadas, não só pelo seu historial, mas também por terem nas suas escolas de música largas dezenas de jovens. Em vez de se dar espaço para estas bandas locais (assim como os vários grupos corais e de música popular...) se exibirem nas ruas e nos vários palcos da Cidade, aposta-se nos cantores nacionais, tanto nas festividades dos Santos Populares como de Natal.
Posso também falar da diminuição de apoios à edição de obras literárias da história local, onde nem mesmo Romeu Correia é acarinhado como merecia, com a autarquia a "esquecer" os compromissos assumidos para a reedição das suas obras mais emblemáticas.
Foi assim, durante os últimos oito anos...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
segunda-feira, agosto 04, 2025
O Cais do Ginjal voltou a ser devolvido aos amantes do Tejo
Foi bom regressar ao Ginjal...
(Fotografias de Luís Eme - Ginjal)
quarta-feira, julho 16, 2025
Não sei se Almada continua a ser a "Capital do Teatro" (mas com toda a certeza que é uma das...)
É ele que mantém viva a chama do "Festival de Almada", que já vai na sua 42 edição (sem se assustar com a redução de apoios...).
(Fotografia de Luis Eme - Almada)
domingo, maio 25, 2025
Uma Exposição de Abril Extraordinária
Esta mostra de fotografia está patente num dos espaços das instalações do "Arco Ribeirinho do Sul" (ao lado da Escola Profissional da Lisnave...) e não no interior da Lisnave.
É uma exposição a não perder, por todos aqueles que se identificam e gostam de Abril. E está à nossa espera até ao dia 24 de Agosto...
(Fotografias de Luís Eme - Margueira)
sábado, maio 10, 2025
"Diferentes de Todas as Outras"
Não fui à inauguração, no fim da tarde de quinta feira. E fiz bem.
Foi muito melhor visitar o Convento dos Capuchos na sexta feira de manhã e ter todo aquele espaço só para mim (pode parecer egoísta, mas adoro visitar exposições das quais sou o único visitante...) e ver se esta mostra de arte era mesmo: "Diferentes de Todas as Outras" (o título estranha-se mais depois "entranha-se"...).
Embora esperasse uma exposição maior, com mais obras, gostei sobretudo da homenagem que é feita ao grande Manuel Cargaleiro (o principal responsável pelas exposições de artes plásticas que se realizaram no Convento dos Capuchos entre 1955 e 1961), que por questões políticas, não teve o tratamento que merecia em Almada, nos tempos da governação da CDU (isso explica que não exista um único espaço museológico no Concelho onde sempre viveu e sim no Seixal e em Castelo Branco...).
(Fotografias de Luís Eme - Monte de Caparica)
Nota: texto publicado inicialmente no "Largo da Memória".
quarta-feira, abril 30, 2025
Homenagem a Mário Araújo
Quem já privou com o Mário, sabe o quanto ele preza a solidariedade, a igualdade e a fraternidade. Está sempre disponível para os outros, imbuído num espírito colectivo cada vez mais raro, que pede meças a este tempo estranho, onde o "eu" quer ser quem mais ordena.
domingo, abril 27, 2025
A Incrível continua a fazer a diferença em Almada
Apesar de não sermos muitos, todos os que participámos na "Tertúlia de Abril", que se realizou ontem na sede social da "Catedral do Associativismo Almadense", saímos de lá mais ricos, porque surge sempre algo de novo nos testemunhos da Gente de Abril que viveu intensamente o antes e o depois da Revolução.
Voltei a ter dificuldades em moderar, porque as palavras ditas eram demasiado importantes para serem "cortadas" a meio. Sabia que qualquer um dos convidados, poderia estar a tarde toda a contar os episódios que viveu, como agente activo ou como simples observador.
E é por isso que foi um prazer imenso passar a tarde de ontem na companhia de Mário Araújo, Joaquim Judas, Luísa Ramos, José Manuel Maia, António Matos, e também, de uma plateia interessada pela história recente do nosso país, na nossa Incrível.
quinta-feira, abril 24, 2025
Tertúlia de Abril na Incrível
Nestas conversas, com e em Abril, há sempre alguma coisa de novo que fica, sobre a história do nosso país, da nossa cidade e das nossas gentes...
Se puderem apareçam.
sexta-feira, fevereiro 28, 2025
Festa das Artes da SCALA: 30 edições, 264 artistas, 2200 obras
Embora não esteja isenta de interrogações e até de exclamações, tem algo único, quase impensável nos nossos dias: a continuidade dessa coisa utópica que é a "democracia" no mundo das Artes, onde, a realidade dos dias - quase todos os dias -, passa o tempo a dizer que não há espaço para todos.
Talvez a Festa das Artes da SCALA tenha alguma ficção, daquela que se gosta de misturar com a realidade...
quinta-feira, fevereiro 27, 2025
O Ginjal no filme os "Verdes Anos"...
Claro que a visita ao saudoso "Floresta do Ginjal", teve uma nota crítica, dita pela personagem interpretada por Paulo Renato. Este sentou-se viu a lista e depois ensaiou uma "saída à francesa".
Já na porta virada para o Ginjal, disse que o restaurante (sem dizer o seu nome...) "era bom para ver as vistas e para enganar estrangeiros", acabando por ir almoçar um pouco mais à frente ou logo ao lado, à "Tasca do Pescador", dos Bagueiras, onde havia sempre peixe e marisco fresco, a preços mais convidativos...
(Fotogramas do filme "Verdes Anos")
terça-feira, fevereiro 11, 2025
«Há um olhar sobre o passado em Almada. Mas, e o presente, onde é que está?»
Quando se percebe com alguma nitidez, que Almada está muito pior do que era, há dez anos. Basta andar pelas ruas e perceber que nunca existiram tantos buracos nas estradas, tanto lixo à vista de todos, e zonas verdes completamente descuidadas.
Mas posso continuar: a realização de obras públicas de melhoramento são uma desgraça, nunca são cumpridos os prazos (há diferenças superiores a seis meses e até um ano) e sente-se muitas vezes que se gastou "dinheiro para nada", ou seja, ficou tudo, mais ou menos igual.
Mas onde noto mais diferenças é na oferta cultural. É muito menor. Isso também acontece por que se tentou, com êxito, asfixiar o associativismo local (há dezenas de colectividades que fecharam portas nesta última década, por falta de apoio...).
Lá estou eu a deixar a "caneta" escrever sozinha...
O que que queria dizer, é muito simples. Faz-me confusão que o vereador António Matos, eleito pela CDU, faça excelentes retrospectivas do passado, do trabalho meritório que o seu partido realizou em Almada e nunca fale do presente.
E tem tanta coisa para criticar!
Daí a pergunta que dá título a estas minhas palavras: «Há um olhar sobre o passado em Almada. Mas, e o presente, onde é que está?»
Até parece que está tudo bem em Almada, pelo menos para a CDU...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
sábado, janeiro 18, 2025
A desagregação de freguesias que não chegou a Almada (nem às Caldas da Rainha)...
O mesmo se passou em relação às Caldas da Rainha, onde até existe uma união entre uma freguesia urbana unida a duas rurais (Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório)... e irá continuar a existir. Aqui é que se deve sentir o "abandono autárquico"...
Mesmo assim, estou satisfeito, pelas mais de cem freguesias que voltam a caminhar, apenas com os seus pés. Sei que se trata de uma reposição justa e uma forma de servir melhor as suas populações.
Sei do que falo. Assisti às mudanças de um concelho com o de Almada, que passou de onze para cinco freguesias. O que foi mais notório foi a "desresponsabilização" dos autarcas, com a velha desculpa, de que lhe era impossível estar em todo o lado ao mesmo tempo. Isso fez, entre outras coisas, que cada vez apoiassem menos as colectividades recreativas, culturais e desportivas, tal como outras instituições que serviam os almadenses. Neste caso particular, diziam sempre que não havia dinheiro para tudo...
Por se tratar de um Concelho onde há um grande envelhecimento da população (especialmente nos centros urbanos mais antigos, como são os casos de Almada, Cacilhas, Cova da Piedade ou Trafaria), a anterior divisão de freguesias permitia uma maior proximidade junto das populações. Infelizmente, esta ligação foi desaparecendo com o tempo, assim como a própria identidade dos lugares, quase sempre com uma história muito própria, e bastante rica, como são os casos de Cova da Piedade, Trafaria ou Cacilhas.
Se acho natural que as freguesias do Feijó e Laranjeiro, assim como a Charneca e Sobreda de Caparica, devem permanecer unidas, acho que pelo menos a Cova da Piedade, o Pragal e a Trafaria, deviam ser freguesias autónomas.
Todos tínhamos a ganhar, especialmente os habitantes destes pequenos centros urbanos.
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Nota: Este texto foi publicado primeiro no "Largo da Memória".
quinta-feira, janeiro 09, 2025
quinta-feira, janeiro 02, 2025
Uma Almada que se quer e deseja diferente
Depois de este espaço ter sido "pichado" e usado como "reservatório de lixo", durante meses a fio, sem que alguém dos vários poderes locais, se preocupasse seriamente com o assunto, foi limpo e fez-se finalmente justiça a um espaço de homenagem a um grande republicano (quando ainda era proibido sê-lo...), nascido em Cacilhas.
Continuamos a acreditar que a melhor forma de combater os "selvagens" que não sabem respeitar o espaço público, que é de todos, é mantê-lo em bom estado de conservação, de forma a que esta gente vá percebendo, que é uma beleza poder usufruir das coisas em perfeitas condições, e não sujas ou destruídas...
É uma boa forma de começar o ano, com uma imagem simbólica, de quem gostava de ver uma Almada mais limpa e mais bonita (mesmo sabendo que, por ser ano de eleições, muita coisa irá mudar para melhor, para fazer esquecer os anos de desleixo das autarquias socialistas do Concelho...).
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)
quarta-feira, outubro 30, 2024
Vagabundear pelo Ginjal (porta a porta)...
Não sei ao certo, há quanto tempo me perco pelo Ginjal.
Há uns 35 anos, no mínimo. Foi a minha amizade com Romeu Correia que me "acordou" para a beleza e história desta "Margem Sul", que tanto pode começar em Cacilhas como no Barreiro.
A minha margem deste Sul, deste além Tejo, sempre começou em Cacilhas (o tempo que vivi perto do Barreiro não conta para nada nestas vivências...). Provavelmente o Rio deve-me ter convidado a caminhar ao longo do Cais do Ginjal, logo nas minhas primeiras vezes que fiquei a ver o cacilheiro partir para a Capital (às vezes perdemos a barca por segundos e temos de esperar pela próxima, o que pode demorar entre quinze a trinta minutos...).
Mesmo que no início fosse para "matar tempo", foi assim que fui descobrindo, pouco a pouco, o Ginjal. O que existiu por ali, antes deste antigo espaço de restaurantes famosos e de várias indústrias, se ter tornado no conjunto de ruínas que hoje conhecemos, entre Cacilhas e o "Ponto Final" (sim, é ali rente ao restaurante que acaba o Ginjal e começa a Fonte da Pipa...), colorido, graças aos "grafiteiros" e pixeteiros".
As descobertas com mais conteúdo histórico, aconteciam sobretudo nas conversas que tinha com os companheiros da memorável "Tertúlia do Repuxo", que durante mais de duas décadas, foi um espaço privilegiado de amizade e de conhecimento.
Tertúlia que também contou nos últimos anos, com a presença de Luís Bayó Veiga, que se prepara para lançar no próximo sábado o livro, "O Ginjal, Porta a Porta - Referências e Memórias". Sei que ele também "bebeu" muita informação nas nossas conversas sobre história local à mesa do café.
Felizmente o Luís não se ficou apenas pelas conversas e quis ir mais longe, quis viajar no tempo e saber que Ginjal era, o que existia há cem anos (para não recuar mais no tempo, coisa que ele faz nesta obra, com um rigor assinalável). E o resultado é um belo livro, que nos satisfaz todas as curiosidades, porta a porta, contando a história das gentes e dos lugares, que estão por detrás de cada "número de polícia"...
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)
segunda-feira, outubro 28, 2024
"O Ginjal, Porta a Porta (Referências e Memórias)" de Luís Bayó Veiga
Isso acontece por duas ou três razões, para lá da amizade com o autor. Uma delas é este blogue chamar-se "Casario do Ginjal"...
domingo, outubro 13, 2024
Uma Bela Surpresa para Todos os Familiares e Amigos de Fernando Barão
O Vereador deu a todos a excelente notícia, que iria ser atribuído, brevemente, o nome de "Largo Fernando Barão", ao espaço que ainda continua a ser conhecido, popularmente, pelo "Largo da Bomba", onde em temos idos existiu uma bomba de água que abastecia os locais deste bem precioso. Ou seja o Largo junto ao Centro de Turismo de Almada, que foi durante quase todo o século XX, o quartel dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas.
Este lugar tem ainda outra particularidade, foi o lugar de "namoro à janela" de Fernando Barão com a jovem e bonita Isabel, que viria a ser a esposa e companheira da uma longa vida. Foi ainda a propósito deste namoro que o Fernando ganhou a alcunha do "Vai à Bomba"...
Em suma, uma escolha muito feliz do Município, que muito honra os familiares e amigos mais próximos do nosso "Barão de Cacilhas".
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)