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domingo, setembro 05, 2021

A "Perseguição Política" do PS em Almada (1)


Não foi por o PS se julgar o "partido mais democrata português", que achei que uma mudança política em Almada, depois de mais de 40 anos de governação comunista no Concelho, poderia ser útil para todos.

Pensava especialmente nos comunistas, que ao longo de quatro décadas de governação foram-se esquecendo do que era "democracia" e pior ainda, da "igualdade e justiça social", presente em todos os seus discursos. A rede de influências que foi sendo montada ao longo dos anos, não só alimentava o "clientelismo" como favorecia (de uma forma cada vez mais "descarada"...) quem tinha "cartão de militante".

Foi por essas razões que estava longe de esperar que o PS nos seus dois primeiros anos de mandato, usasse e abusasse da "perseguição política", com substituições em cargos de chefia (mesmo intermédios, sem peso político...), olhando apenas para o perfil político, ignorando o perfil profissional (houve muitos funcionários competentes substituídos, apenas pela suspeita de serem "comunistas"...) das pessoas.

O mais grave disto tudo, é que muitos dos substitutos vieram de Lisboa, sem terem qualquer contacto ou conhecimento com a realidade local (nem grande vontade de se integrarem ou conhecerem a história recente do Concelho...). O seu "cartão de visita" era pertencerem ao PS (os famosos "boys").

E tal como a presidente, o seu principal objectivo era transformar Almada numa "cidade satélite" de Lisboa (foi afirmado em várias entrevistas pela Edil...).

Claro que não se transforma uma Cidade com identidade própria, numa cópia de outra cidade, pelo menos em quatro anos. A única coisa que se consegue é ir descaracterizando-a, roubando-lhe a sua maior riqueza, a identidade e o orgulho em se ser almadense, devido à sua história e cultura local.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sábado, março 06, 2021

"A Casa da Amizade" e os Meus Amigos Comunistas de Almada em Festa


Hoje é um dia de festa para o PCP e para todos os comunistas. É por isso que presto aqui a minha homenagem a todos os meus amigos comunistas, almadenses, que sempre me trataram como "um deles" (apesar da minhas "heterodoxias"...).

Infelizmente a pandemia cancelou os nossos almoços na "Casa da Amizade", no Pragal, onde o convívio e o companheirismo eram o mais importante destas jornadas, onde além da boa comida e bebida, não faltava a alegria e a animação com música, poesia e anedotas.

Nesta fotografia é possível ver o Xico e o Orlando a declamarem "O Mar", como só eles sabem...

(Fotografia de Luís Eme - Pragal)


terça-feira, junho 30, 2020

As Mentiras e as Meias-Verdades de um Presidente de Junta

O presidente da União de Juntas da Charneca de Caparica e da Sobreda teve uma intervenção na última Assembleia Municipal, em que não só deturpou a história do Movimento Associativo, como teceu uma série de mentiras e meias-verdades sobre as Colectividades e os Associativistas Almadenses. 

Nós já sabíamos que havia a ideia nas hostes socialistas de que todo o movimento associativo de Almada era comunista. Agora tivemos a confirmação, através da intervenção de um seu militante e dirigente local.

Só que todas as generalizações são perigosas. E neste caso também são ofensivas, pois pelo conhecimento que temos (que é muito maior que o do senhor Pedro Matias...), como historiador e sobretudo como dirigente, não temos dúvidas de mais de 60 % das colectividades do Concelho são dirigidas por pessoas - cujo voluntarismo e sentido ético e democrático, devem ser sempre realçados - que não têm qualquer vínculo à CDU.

Pelo que, quando ele afirma:

«Eu nasci em Almada e conheço muito bem o Movimento Associativo em Almada, melhor que o vereador António Matos, muito melhor. Todos sabemos que a última trincheira da CDU é o Movimento Associativo. Foi capturado por alguns dirigentes da CDU actualmente, que manipulam todas as colectividades e alguns sócios, numa estratégia de conseguir passar a ideia negativa, e errada, daquilo que é o investimento do Município.»

Está a falsear a realidade e a branquear a actuação do Município, que não só não apoia - ou apoia pouco -, como ainda tem pedido a restituição de apoios monetários dados pela gestão anterior a várias colectividades (por este investimento ter sido canalizado para outras áreas).

E depois dirigiu-se ao Presidente da Assembleia Municipal:

«O 25 de Abril ainda não chegou ao Movimento Associativo. As direcções das centenárias sabe onde são feitas? São feitas dentro da sede do PCP. Esta é a verdade. E todos sabem disso! Isto é público! Isto é público!»

É mais uma mentira descarada! Fui vice-presidente cultural da Incrível Almadense - a Colectividade Rainha de Almada - durante dois mandatos (entre 2011 e 2014) e tanto eu como o presidente da direcção e a maioria dos meus companheiros de direcção, não tínhamos qualquer ligação ao Partido Comunista. E a direcção foi feita por nós, sócios da Incrível, na Incrível. E o mesmo se passa com a generalidade das Colectividades do Concelho.

Antes tinha aproveitado o seu  tempo de antena para insultar a inteligência da generalidade dos almadenses, com um falso retrato de Almada:

«Senhora Presidente, Almada é uma cidade-mártir, como Berlim, como Praga. Sabe porquê? Tivemos 48 anos de fascismo, uma ditadura feroz que não nos deixava crescer e a seguir 41 anos de comunismo. 89 anos de tirania! A senhora é a primeira Presidente da Câmara que trouxe a liberdade a esta Terra.»

Almada é sem qualquer dúvida uma Cidade de Abril e uma Cidade de Liberdade (e já o era antes de 1974, no seio das suas Colectividades e continuou a ser até hoje...).

Onde ele conseguiu dizer alguma verdade (com várias mentiras pelo meio...), foi quando falou do papel do vereador António Matos durante a sua passagem de 27 anos pelos pelouros da Cultura, Desporto e Associativismo do Município. O "miserabilismo" crescente do Associativismo Almadense deve-se a vários erros, de quem pensou mais em controlar que, em libertar e ajudar a crescer, sem promover  as condições necessárias para que se fizesse a transição para os novos tempos que se avizinhavam, com apoios concretos ao seu desenvolvimento, sem se limitar a distribuir "esmolas" pelas Colectividades.

Mas uma meia-verdade, misturada com tantas mentiras ditas, é muito pouco, para quem exerce um cargo com estas responsabilidades...

(Fotografia de Luís Eme - Cova da Piedade)

sábado, outubro 27, 2018

Quando a Democracia Fica Doente...


Em entrevista dada à "Gazeta das Caldas" (edição de 19 de Outubro) Luís Patacho, líder local do PS e da oposição disse algo sobre as Caldas da Rainha, que se poderia perfeitamente encaixar no poder local de Almada, antes das últimas eleições:

«Em Ciência Política, quando uma força política está mais de 20 anos consecutivos a gerir, seja um país, seja uma câmara municipal, seja uma região autónoma, já não se considera tecnicamente uma Democracia. Chama-se a isso um regime híbrido. Porquê? Porque o próprio sistema não é capaz de se regenerar, de criar alternância e portanto a Democracia estará como um doente.»

Concordo com as palavras de Luís Patacho. E mesmo estando próximo do PCP (ideologicamente...), sabia que era bom para a democracia e para Almada, que a CDU perdesse as últimas eleições. Mais de 40 anos de poder, acabam por provocar uma grande incapacidade de se olhar à volta e de se fazer  autocrítica...  Além de clientelismo, compadrio, etc.

Não acredito que Almada ganhe algo de substancial com a coligação do PS e do PSD (pelo contrário...).  Acredito sim, que a CDU, quando voltar ao poder, irá ter uma  postura diferente, vai voltar a olhar para os almadenses.

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, abril 18, 2013

À Descoberta de Manuel Tiago


No próximo sábado, dia 20 de Abril, às 16 horas, vou falar sobre o escritor Manuel Tiago, pseudónimo literário (na ficção) de Álvaro Cunhal, em mais uma palestra literária, organizada pela SCALA no Espaço Doces da Mimi (rua da Liberdade, nº 20 A).

Além de partir "À Descoberta de Manuel Tiago", também falarei deste grande resistente e homem da cultura, que tive a oportunidade de conhecer em Março de 1993, quando o entrevistei para o "Record, no ano em que se comemora o centenário do seu nascimento.

sábado, novembro 08, 2008

Edmundo Pedro em Almada

Conheci Edmundo Pedro em Almada, no lançamento do meu livro, "Almada e a Resistência Antifascista", na qual constava a biografia do pai, Gabriel Pedro, um nome grande na luta contra a ditadura salazarista.
Depois deste primeiro encontro encontrámos-nos várias vezes, inclusive na sua casa, onde me contou pormenorizadamente as suas muitas lutas, desde o 18 de Janeiro de 1934, a passagem de quase dez anos pelo Tarrafal, ao 25 de Abril de 1974. Falou-me com grande admiração e orgulho de Bento Gonçalves, secretário geral do PCP nos anos trinta e quarenta, e claro, de seu Pai.
Embora não tenha presente a data certa, penso que foi durante o centenário do nascimento de Bento Gonçalves, que a Cooperativa Piedense organizou um colóquio em sua homenagem. Fui convidado e estive presente, assim como Edmundo Pedro, que até levou a maquete de uma das máquinas criadas por Bento Gonçalves, revelando a sua enorme capacidade e inovação técnica.
Infelizmente fiquei com más recordações desta sessão. Não gostei logo da maneira como foi feita a abertura da sessão, em que o escritor Modesto Navarro, em vez de falar em nome da Cooperativa, falou em nome do PCP, para todos os camaradas presentes, como se estivéssemos num encontro partidário e não numa sessão pública de homenagem a um grande lutador antifascista, que também era comunista.
O pior ainda estava para vir. Edmundo Pedro pediu a palavra, para falar de Bento Gonçalves, até por ser, de todos os presentes, o único que teve o privilégio de conviver e trabalhar com ele, diariamente, quer no Arsenal da Marinha, quer no Tarrafal, onde Bento Gonçalves viria a falecer.
Pouco agradados com esta "intromissão", os elementos da mesa não descansaram enquanto não lhe cortaram a palavra, deixando-o a meio da sua intervenção.
Completamente indignado com esta actuação do PCP, assim que Dias Lourenço começou a falar, levantei-me e sai porta fora...
Embora continue a ter muitos amigos comunistas e me sinta em tantas coisas, marxista, continuo a ter muitas dificuldades em compreender a postura do PCP na história recente, demonstrando pretender ter a exclusividade da luta antifascista em Portugal, durante o salazarismo e marcelismo, coisa que não é possível, por muitas tentativas que faça, porque a história é feita com todas as pessoas que lutaram pela liberdade, independentemente do seu credo político...