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quarta-feira, outubro 24, 2018

A Ingratidão é o Pão Nosso de Cada Dia do Associativismo...

No associativismo a simplicidade e o sentido colectivo, por vezes são entendidos como defeitos. Poderia dar dezenas de exemplos. Mas apenas falo de dois amigos (o Carlos e o Diamantino), com quem tenho realizado muito trabalho associativo, e nunca foram homenageados como mereciam.

O mais grave é me lembrei disso porque um deles está com problemas de saúde (que espero que se resolvam com brevidade...) e o outro está com quase noventa anos...

O mais caricato é o que normalmente acontece. Ao longo de mais de vinte anos de prática de associativismo, reparo que muitas vezes são os próprios homenageados que se metem a jeito (alguns até quase que exigem...), para que se realizem as ditas festas.

E é por isso que, cada vez tenho menos dúvidas de que a simplicidade e humildade, são quase defeitos neste nosso país, cada vez mais cheio de "pavões", que a única coisa que fazem de válido é encher o peito de ar e dizer umas "larachas", para quem os ouve...

(Fotografia de Luís Eme)

quarta-feira, janeiro 17, 2018

Alexandre Castanheira (1928 - 2018)

Alexandre Castanheira deixou-nos há poucas horas, aos noventa anos de idade.

Escritor, poeta, professor, resistente e associativista, foi uma das grandes figuras da cultura almadense do século XX. 

Sei que a amizade não se agradece, mas também não se esconde. É por isso que digo que foi um prazer muito grande conviver (e aprender tantas coisas...) com este excelente companheiro e amigo das "ruas da cultura" da nossa Cidade de Abril.

Em sua homenagem vou deixar aqui um dos poemas que lhe dediquei:

O Outono do Adeus
  
As árvores despiam-se
As folhas despediam-se

Tu estavas diferente,
Já não conseguias
Enganar o coração.
Muita coisa mudara
Com e sem distanciação

A tua vida soprava ao vento,
Sonhos, poemas e ilusões

No fundo de ti
O Partido deixara de estar
Acima da família

A tua filha, a tua companheira
Simbolizavam, cada vez mais,
A tua Liberdade

Querias sair da clandestinidade
Querias ser cidadão
A tempo inteiro
Em qualquer cidade...


Nota: Escrevi este poema quando ele fez 85 anos, a pensar na sua partida para o exílio em Paris, depois de ter dedicado 15 anos da sua vida à luta antifascista, na clandestinidade, ao serviço do PCP e da Liberdade...

(Fotografia de Fernando Viana - da última vez que estivemos juntos, num evento cultural, o colóquio, "A Incrível na História da Resistência em Almada", realizado a 6 de Maio de 2017, no Salão de Festas da nossa Incrível... Como se percebe estamos todos a ouvi-lo, embevecidos, eu o Carlos e o Alfredo, tal como a plateia...)

quinta-feira, outubro 12, 2017

Outubro e Novembro são Ainda Mais do Romeu...


Os meses de Outubro e de Novembro prometem ser inesquecíveis, com actividades de homenagem ao grande escritor de Almada, Romeu Correia, que completa 100 anos no próximo dia 17 de Novembro, para todos os gostos.

Haverá exposições, tertúlias, passeios, conversas, e pelo menos um lançamento de um livro em sua homenagem (o meu...).

(Composição gráfica de Luís Eme)

domingo, junho 22, 2014

Os "Jardins Habitados" do Albino Moura


Recebi o convite para a exposição "Jardins Habitados", de Albino Moura, que será inaugurada no próximo dia 24 de Junho, às 18.30 horas, na galeria do Torrão Nascente, na Cordoaria Nacional, quase em Belém.

Infelizmente não vou poder estar na inauguração, mas como a exposição estará lá até meados de Agosto, espero ter a oportunidade de passar por lá, sobretudo porque gosto do trabalho artístico do Albino, um dos grandes pintores almadenses, que festeja o seu percurso de 65 anos no mundo das artes plásticas.

quinta-feira, abril 18, 2013

À Descoberta de Manuel Tiago


No próximo sábado, dia 20 de Abril, às 16 horas, vou falar sobre o escritor Manuel Tiago, pseudónimo literário (na ficção) de Álvaro Cunhal, em mais uma palestra literária, organizada pela SCALA no Espaço Doces da Mimi (rua da Liberdade, nº 20 A).

Além de partir "À Descoberta de Manuel Tiago", também falarei deste grande resistente e homem da cultura, que tive a oportunidade de conhecer em Março de 1993, quando o entrevistei para o "Record, no ano em que se comemora o centenário do seu nascimento.

terça-feira, dezembro 11, 2012

Ainda os Filmes...


Talvez o cinema seja a arte que mais se aproxima da nossa vida, de todas as que pudemos desfrutar. Em comparação com a literatura, tem a a vantagem de nos oferecer as suas histórias em movimento e com personagens de carne e osso.

No sábado à noite, por um mero acaso, descobri que estava a ser exibido na RTP Memória, o "Dom Roberto", que tem como protagonistas, Raul Solnado e Glicinia Quartin.

Acabei por ficar preso ao ecran e vi o filme até ao fim. Embora não se tratasse de uma grande realização, tinha alma, os dois protagonistas conseguiam exprimir toda aquela vida de pobreza, de quem não tinha emprego e era forçado a viver numa casa abandonada, quase destruída. 

Apesar de toda aquela miséria, há por ali muita esperança e sonho, não fizesse Solnado o papel de um manuseador de "robertos" das ruas lisboetas. Esperança que também era alimentada pela solidariedade da vizinhança (Ainda hoje é assim, é mais fácil um pobre dar o pouco que tem, que os que têm quase tudo. Estes são bons é a praticar a caridadezinha, de preferência com uma câmara de imagens por perto...).

É um filme que tem o perfume do neo-realismo italiano, possuindo um conteúdo muito político, pelo menos para a época, em plena ditadura salazarista.

Estive a ler mais alguns pormenores do filme e fiquei a saber que foi estreado no ano em que nasci (1962) e que no ano seguinte foi seleccionado para o "Festival de Cannes", onde recebeu uma menção especial do júri do Melhor Filme para a Juventude. O seu realizador, Ernesto de Sousa, não só foi impedido de se deslocar a França pela PIDE, como acabou por ser perseguido e preso pela polícia política.

domingo, setembro 25, 2011

Um Domingo Bonito, Pouco Outonal


Agora tenho quase sempre companhia para passear ao longo do rio.


Mesmo quando digo que vou andar muito, a minha filha não desiste de me fazer companhia e lá vamos nós, de mão dada, do centro da Cidade, à Boca do Vento, para depois descermos para o Olho de Boi, onde "desaguamos" na margem sul do rio, continuando a caminhada ao longo do Ginjal, a caminho de Cacilhas...

E hoje estava um domingo bonito, pouco Outonal, com muitos pescadores espalhados pelos lugares que julgam ter mais "peixe"...

quinta-feira, março 05, 2009

Lugares Especiais de Almada

Disseram-me que muitas vezes dou uma ideia errada de Almada, focando apenas os seus aspectos negativos.

Devem ser sintomas do meu olhar critico, ainda muito agarrado ao jornalismo...
Foram ainda mais longe, pediram-me um "post" sobre um lugar de sonho desta Banda.
Pensei e descobri vários lugares, assim, mas o mais deslumbrante, por ficar num local altaneiro, com uma das melhores vistas para o Tejo, com o perfume da cultura, com a beleza dos jardins, é a Casa da Cerca...

sábado, outubro 25, 2008

A Arte de Picasso

Já tenho ouvido muita "estupidez" sobre o génio e a arte de Picasso.

Há mesmo que pense (por desconhecimento, claro, a ignorância sempre foi muito atrevida...) que Picasso não sabia desenhar de uma forma proposional, apenas fazia construções de cubismo...
Foi por essa razão que escolhi o seu óleo, "A Vida", datado de 1903, quando tinha apenas 22 anos, uma das obras da sua fase azul, iniciada após a morte por amor do amigo Casagemas...

sábado, outubro 18, 2008

O Nosso Mundo Pouco Perfeito

As histórias de discriminações têm sempre várias versões e bastantes coitadinhos.

Podia começar pela cor, onde já assisti a bastantes episódios em que sempre que a vida não corre ao jeito de um fulano castanho, amarelo ou azul, este grita de imediato, «racistas!», tantas vezes, injustamente...
Mas não, prefiro abordar a sexualidade e o mundo complexo das artes, onde se passam coisas do arco da velha.
Como todos nós sabemos, uma boa parte dos homossexuais adoram falar de discriminação. Esquecem-se é da sua postura nos "mundos" onde estão em maioria...
É por isso que refiro aqui a caminhada de um amigo actor, que para ser aceite nos palcos, teve de fingir que era "bicha", que era um deles...
Só se salvou dos assédios diários, por afirmar que era monogâmico, que tinha um namorado com quem vivia e era feliz...
Ainda hoje a maior parte dos colegas não sabem qual é a sua verdadeira opção sexual...
Pois é, este mundo está demasiado longe de ser um lugar perfeito...
O óleo é de André Lhote.


quinta-feira, outubro 16, 2008

Um Alvo a Abater

Sinceramente, não sabia que Carlos Queirós tinha tantos inimigos, nem que bastava uma derrota e dois empates, para lhe atirarem a toalha para o relvado...
Claro que estou farto de saber que há por muitos jornalistas e cronistas que não gostam de ninguém, nem mesmo do seu próprio umbigo.
Assim como sabia que era um risco enorme para qualquer treinador português, treinar esta selecção, depois da era "milagrosa" de Scolari, e então se começasse a qualificação com alguns precalços, como está a acontecer, ainda seria mais difícil...
Gosto de Queirós porque é uma treinador sério. Sei que ele não tem dotes de milagreiro, não vai encher o país de bandeiras, nem tão pouco andar com dentes de alho no bolso, para satisfazer o povo da bola...
Talvez seja disso que esta gente (e até alguns jogadores..) gosta. Talvez seja melhor contratar futuramente outro treinador de fora, que fale com os santinhos e com as estrelas...

Carlos Queirós cometeu erros, comete-se sempre, especialmente quando não se ganha... também faltou sorte, mas sobretudo inteligência.
Ontem à noite percebi algumas coisas. Por muito que isso nos custe, não cabem na equipa tantos artistas de circo, Cristiano Ronaldo, Nani e Quaresma juntos, é fantasia a mais e colectivismo a menos...
Claro que são eles que num lance de génio podem decidir o jogo, mas ontem em Braga não houve genialidade, só estupidez...

terça-feira, agosto 19, 2008

Um Dia Para Esquecer...

Às vezes acontece, os atletas mais fortes e mais seguros, são traídos pela sorte e pelo risco inerente às próprias competições...

Foi o que aconteceu com Naide Gomes. Pode-se dizer muita coisa agora, mas ela e o seu treinador estudam sempre a melhor maneira de ultrapassar as qualificações. Desta vez não deu. E se há alguém triste, é ela...

Gustavo Lima, também não conseguiu chegar às medalhas, foi o "primeiro dos últimos" (4º lugar) e provavelmente irá abandonar a modalidade, cansado dos muitos anos de alta competição, onde a desigualdade de tratamentos e de apoios é uma evidência que muitos não querem, nem lhes apetece ver...

segunda-feira, junho 30, 2008

E Viva Espanha!

Não foi por nos terem vingado, ao derrotarem a Alemanha, que fiquei feliz, por ver a Espanha sagrar-se campeã europeia. Foi sim, por serem a selecção que jogou melhor futebol durante o europeu (só a Holanda conseguiu rivalizar com os espanhóis...).

Continuo a pensar que o futebol não é essa coisa científica, que alguns "palradores" espalham pela televisão, é sim um desporto de muita intuição, e sobretudo de inteligência técnica, onde devia estar na primeira linha o aproveitamento exaustivo das características e do talento dos jogadores.
Não tenho dúvidas que se Scolari fosse um treinador inteligente tinha explorado um sistema de jogo próximo do de Aragonés, com a bola jogada rente à relva, com trocas de passes da defesa ao ataque, até ao remate à baliza, sem os habituais balões, que vão direito aos guarda-redes ou aos defesas adversários, quase sempre gigantes.
Claro que o treino deste sistema dá mais trabalho que treinar o "mata-mata"...
A selecção espanhola provou que os jogadores não se medem aos palmos, até os seus dois centrais, Puyol e Marchena, eram de estatura mediana, e nunca causaram grandes calafrios a Casillas...
Na final de ontem, os "gigantes" alemães, foram metidos no bolso. No período mais quente do jogo, ainda tentaram inventar, e até influenciar o árbitro, mas Inesta, Xavi, Torres e companhia, só queriam ser campeões europeus de futebol e não de confusões...
É muito importante percebermos no decorrer dos jogos, que os jogadores jogam nas posições onde dão mais rendimento. Coisa que nunca sucedeu com Cristiano Ronaldo, o caso mais gritante de sub-rendimento da nossa selecção, sistematicamente "asfixiado" e "preso" pelo sistema de jogo, extremamente conservador, de Scolari.
Por tudo isto, e pelo amor ao bom futebol, viva Espanha!

terça-feira, março 18, 2008

A Minha Primeira Viagem à Margem Sul

As primeiras imagens que guardo na memória, do Tejo e de Cacilhas, são dos anos sessenta, pouco tempo depois da inauguração da Ponte Salazar.

Devia ter quatro, cinco anos. Lembro-me de poucas coisas. A mais agradável é a viagem de cacilheiro, que devia furar as águas e fazer aquela espuma branca que encanta qualquer criança. Lembro-me especialmente, por estar sentado ao colo do meu pai, colado a uma das janelas, com frisos de madeira, envernizados, tal como os bancos, a olhar as águas do Rio mais lindo do mundo...
Mas a "excursão" familiar não se ficou por aqui, também fomos visitar o Cristo Rei. Fez-me alguma confusão ver os barcos no rio, muito pequenos. Da nova ponte, quase não me recordo de nada. Claro que devia ser possível contar os carros que passavam pelo tabuleiro, até porque a portagem nessa época era um "luxo"...
Nesta altura estava longe de imaginar que duas décadas depois, iria escolher Cacilhas para viver...
E pensar que nunca te agradeci, Pai, por me teres trazido à Margem Sul...