29.1.11

Toró brincando com o iPad: adora!


Entre maçãs e conselhos














Como já contei aqui, este ano, pela primeira vez, fiz uma viagem de trabalho sem levar notebook. Fui à CES com dois tablets (o iPad e o Samsung Galaxy), mais um teclado Apple Bluetooth, para ver se a vida sem computador tradicional é viável quando há textos e prazos a serem cumpridos.

Por que levei os dois tablets? Porque queria tirar a prova do meu relacionamento com eles, que aqui no Rio funciona de forma distinta: o iPad é o companheiro doméstico, ao passo que o Galaxy vai para a rua e não me larga (ou vice-versa). De modo geral, o que percebo é o seguinte: uso o Galaxy para registrar as coisas, e o iPad para ler. No meio de campo, o Evernote, indispensável.

Em Las Vegas, minha reação automática foi levar o Galaxy na bolsa ao invés do iPad (o peso e o tamanho fazem diferença) mas, por causa da quantidade de gente e da confusão geral, quando eu precisava fazer anotações rápidas recorria mesmo ao bom e velho bloquinho. O Galaxy era útil na sala de imprensa, para passar a limpo as anotações, conferir horários e acessar websites de companhias que me interessavam.

À noite, no hotel, o iPad entrava em cena como processador de texto, fazendo uma dupla dinâmica com o tecladinho da Apple. Consegui escrever a coluna que vocês leram aqui na semana da CES, mas ficou óbvio, para mim, que o iPad ainda não substitui um notebook, nem mesmo com teclado à parte, porque não dispensa algumas operações em touchscreen. Misturar comandos no teclado e na tela é um atraso de vida.

Agora sou a feliz proprietária de um Mac Book Air de 11”. É o meu primeiro computador da Apple e, claro, estou sofrendo com as diferenças de ambiente; mas não resisti ao seu charme, tamanho e leveza. Também, reconheço, a familiaridade com o iPhone e com o iPad me fez ter maior simpatia pela marca. Ainda não li estudos a respeito disso, mas desconfio que o marketshare de computadores da Apple deve ter aumentado desde o lançamento do iPhone, usado indistintamente pelas turmas do Mac e do PC.

Se a minha impressão estiver correta, não deixa de ser curiosa a idéia de que a Apple, que durante anos manteve uma fatia de mercado mais ou menos estável com suas máquinas, esteja em vias de conquistar um público crescente a partir do lançamento de um celular, produto aparentemente inocente e dissociado do universo dos notebooks e desktops.

O mundo Apple cresce a cada CES – para a próxima edição do evento, em 2012, os cinco mil metros quadrados do espaço iLounge, primordialmente dedicados à família de gadgets da Grande Maçã, foram vendidos a exibidores no tempo record de duas horas -- e ainda sobrou muita gente chorando do lado de fora pedindo para entrar. Pudera não: o iLounge foi um dos pontos mais interessantes da CES.

* * *

Por falar em Apple, e respondendo a uma dúvida freqüente entre os leitores. Os carregadores do iPad e do resto da família são iguais por fora, mas diferentes em poder. O do iPad tem 10 watts, o do iPhone (e do iPod) tem 5 watts: não é perigoso misturá-los? Pode-se viajar levando apenas um deles para alimentar diferentes aparelhos?

Perigo nenhum: cada aparelho usa a energia que consegue absorver. Essa diferença de watts existe para acelerar o tempo de carregamento do iPad, lento demais com um carregador de 5 watts. Portanto, se você quiser viajar com seu iPad e seu iPhone mas optar por levar um só carregador, leve o do iPad.

* * *

Dica de site para pais, professores e crianças: o www.internetresponsavel.com.br, desenvolvido pela GVT, empresa de banda larga, em parceria com o CDI, nosso velho conhecido. O site é simpático e extremamente útil, ensinando o uso responsável da internet e de equipamentos, alertando para armadilhas e dando sugestões muitas vezes simples, mas nem sempre óbvias para quem tem crianças e internet sob o mesmo teto.

Uma das novidades do site é um joguinho, “Edu e o uso consciente da internet”, em que o nosso herói, ajudado por super-agentes que aparecem aos poucos, precisa descobrir e solucionar situações de risco online contra um relógio que marca o tempo para a solução da tarefa.

Edu e o Cãopanheiro percorrem diferentes ambientes entre casa, lanhouse e escola e, no caminho, encontram situações complicadas, de pirataria a cyberbullying. Os superagentes entram em cena para ajudá-los a resolver os problemas, dando conselhos em relação a cada um deles.

A dupla GVT e CDI vem lançando há três anos cartilhas muito bonitinhas com o mesmo propósito educativo. Taí um bom serviço prestado à garotada e, sobretudo, a seus pais por vezes bem intencionados, mas nem sempre equipados com as respostas e os conselhos necessários.


(O Globo, Economia, 29.1.2011)

Os meninos começam a se entender


28.1.11

Notícias da Serra

Escreve a dra. Sabina Veras:

Relato de nossa visita aos abrigos de animais e da entrega das doações:

Tudo começou na última quinta-feira, 20/jan. Acordei muito incomodada por não estar fazendo nada pelos que sofreram com a catástrofe da chuva na região serrana do RJ. Por ser veterinária e por saber que os animais também foram vitimados por esta tragédia, decidi tentar ajudar por aí. Liguei para outros amigos veterinários e montei um grupo para subir a serra e ser voluntário no abrigo de animais.Escrevi um e-mail pedindo por doações e enviei para os meus contatos.

No dia seguinte, eu, um amigo e duas veterinárias fomos ao abrigo de cães de Teresópolis. Levamos algumas doações e passamos o dia ajudando. Eram mais de 400 cães e outros continuavam chegando. Difícil manter tudo limpo e organizado - mas o pessoal estava se esforçando. Fiquei surpresa em ver a enorme quantidade de doação que já tinha chegado - nada material faltava no abrigo. Faltava um espaço mais adequado, faltava arrumar novos lares para todos aqueles animais, faltava um pouco de chefia e organização - mas não faltava doação. Foi bonito ver o dono reencontrando o seu labrador perdido na noite da enchente, todos felizes, choro. Triste ver alguns animais doentes - em especial uma mestiça de poodle que sofreu um traumatismo em coluna e que tinha perdido a movimentação dos membros posteriores e ainda sentia bastante dor. Bonito ver tantos tentando ajudar. Triste ver tanto animal perdido.

Tinha deixado o celular em casa. Na volta uma surpresa; muitas ligações de pessoas querendo doar. Meu e-mail, não sei bem como (marido diz: Internet é assim mesmo, tá achando que é brincadeira!?), tinha sido publicado no blog da Cora Ronai e a divulgação foi enorme. Mas não foram somente os seguidores da Cora Ronai que doaram - amigos, família, clientes, vizinhos - todos foram muito receptivos ao meu apelo. Muitíssimo obrigada a todos!!!

O próximo passo foi tentar identificar outros abrigos de animais que pudessem estar com necessidades maiores que o de Teresópolis, já visitado. Localizamos, então, o abrigo de São José do Vale do Rio Preto, região muito acometida pela chuva - cenário daquelas imagens chocantes do resgate de uma mulher com seus três cachorros. Ela sobreviveu, os animais foram levados pela correnteza.

As doações foram chegando ao longo do final de semana e já na segunda-feira conseguimos lotar uma pick-up de donativos que seguiu direto para o abrigo de São José. Continuamos recebendo doações ao longo da semana e ontem, quinta-feira, subimos eu, um amigo e duas veterinárias para lá, levando dois carros repletos de donativos - incluindo uma carga especial solicitada pelas veterinárias responsáveis pelo local e comprada com o dinheiro arrecadado das doações: vacinas para todos os animais do abrigo e alguns medicamentos de custo mais elevado. Sobraram, ainda, oito sacos grandes de ração, que estão subindo hoje para o abrigo de Teresópolis no carro de um veterinário amigo.

Para chegar a São José, passamos por áreas muito acometidas e vimos a destruição de perto - a chuva levou tudo o que tinha próximo ao rio... casas pela metade, barreiras, carros retorcidos... cenário de guerra...

O abrigo de animais de São José foi criado e está sendo mantido pelo esforço de duas veterinárias locais, Dra. Renata e Dra. Giselle, e dos voluntários que aparecem diariamente. Ontem estavam com pouco mais de 40 cães e 10 gatos - mas o trabalho de resgate continua e novos animais vão chegando. Por ser menor que o de Teresópolis, está sendo possível oferecer um cuidado mais individualizado a cada animal resgatado e o esquema está funcionando bem. A maioria está bem de saúde, alguns estão feridos e com miíase (bicheira) - mas já em tratamento e bem melhores. Cada animal de lá tem sua história, todo animal de lá busca um novo lar. Claro que não resistimos e voltamos trazendo duas queridas adoções! Eu peguei uma linda gatinha branca para presentear minha mãe e a Ana Claudia uma cadela filhote amarela para presentear a filha.

Hoje eu entro de férias e saio de viagem no início da próxima semana. Já estava planejado antes de tudo isso. Retorno 14/fev. Aos que quiserem continuar contribuindo, favor fazer contato diretamente com os abrigos:


São José do Vale do Rio Preto: http://sosanimaisdesaojose.blogspot.com/ (dêem uma olhada neste blog - sempre que possível elas atualizam com as histórias dos animais e do dia-a-dia do abrigo - disseram que vão postar fotos nossas lá).

Soube que o abrigo de Nova Friburgo também tem necessidade: http://www.combina.org.br/

O abrigo de Teresópolis pede doação de material para a construção de canis: tubo galvanizado industrial 3/4, tela ondulada, 1/2 de polegada de fio10, alambrado Gerdal 1.57, trinco com tramela...

O abrigo de São José precisa de Frontline spray.
Todos os abrigos precisam de voluntários, pessoas para adotar os animais e gente para resgate com carro que entre nas áreas atingidas.

Muito obrigada a todos, beijos,

Sabina

27.1.11

Toró, o resgatinho




A minha idéia não era adotar ninguém; era só dar uma olhada na feirinha de cães e gatos resgatados das enchentes, para ver o encontro entre bichos carentes e bípedes de bom coração, sempre um lindo momento. Além disso, uma feirinha de animais que teve divulgação nos jornais e na televisão podia até dar uma crônica, quem sabe?

De modo que, no sábado, combinei com a Bia e com o Sérgio de irmos no dia seguinte ao Parcão.  Os dois passaram aqui em casa, e lá fomos nós, basicamente atravessar a rua.

-- Você está pensando em adotar alguém? – perguntou a Bia, no caminho.

-- Não, só quero olhar, mesmo. Ainda sinto muito a falta da Pipoca, que também foi um abalo na vidinha dos gatos. Eles estão reestruturando a hierarquia familiar, e acho que se entrar alguém agora são capazes de ficar muito tensos.

-- Ahã, -- disse a Bia, e não consegui perceber se ela estava concordando comigo ou zombando de mim.

* * *

A feirinha estava bombando.  Havia uma multidão, dezenas de pessoas fotografando e sendo fotografadas, muita gente entrando com doações e saindo com bichos nos braços na maior alegria, autêntico clima de festa. 

Os cães, em geral, estavam contentes com a atenção e com os carinhos recebidos. Já a meia dúzia de gatos que restava estava em estado de choque. Gatos detestam ficar em gaiolas, não simpatizam com cachorros e odeiam multidões; imaginem o triplo estresse!

No meio da confusão toda, porém, um frajolinha permanecia calmo e alerta, entretido com um prato de ração. Olhei para ele, chamei, e ele me olhou de volta com um olhar castanho e inteligente. Pedi ao Tony, que cuidava das gaiolas, para me deixar pegá-lo um pouco. Ele veio para o colo sem criar caso, e ronronou quando fiz carinho.

Amor à primeira vista acontece.

A Roseli me emprestou uma caixa de transporte, e levei o gatinho.

-- Eu sabia que isso ia acontecer, -- disse a Bia, e tenho a impressão de que estava feliz.

-- Ele podia ter um nome que fizesse referência às suas origens, -- sugeriu o Sérgio.

No caminho entre a feirinha e a nossa casa fomos pensando em várias alternativas, mas nenhuma funcionava bem. Assim que entramos, me veio o estalo:

-- Toró!

-- Ótimo nome! – disseram a Bia e o Sérgio, em uníssono.

* * *

Quando nos viram chegar com ele, os membros mais velhos da Famiglia me lançaram aquele olhar entre o desdém e a impaciência de quem diz “Ah não, vai começar tudo de novo!”; os mais novinhos, que nunca viram gato estranho na casa, reagiram mal. Tiziu ficou melancólico e amargurado, no fundo do poço; Matilda, furibunda, escondeu-se num grande tubo de brinquedo, e recusou-se a pôr o focinho de fora. Quando tentei uma festinha, fez “fuuuuuu!” para a minha mão, que estava com o cheiro do renegado.

* * *

Apresentei o novo membro da Famiglia no blog, e muita gente escreveu que o Toró ganhou na mega-sena felina; já eu penso o contrário, penso que, mais uma vez, tirei um bilhete premiado. Nunca dou sorte com loterias de verdade mas, em compensação, sou escolhida pelos melhores gatos do mundo. Ainda é cedo para que se saiba exatamente quem é o Toró, mas já dá para adiantar que é um gatinho singularmente bem-humorado e carinhoso.


Depois da visita do Allecx, ele foi liberado do banheiro e, imediatamente, sentiu-se em casa. Não saiu desconfiado pelos cantos, cheirando tudo, como seria normal; veio direto para o meu colo. Ainda fica meio aflito quando me perde de vista, mas pisa o chão como se fosse dele. E é.

* * *

Escrevo na terça à noite. Lucas e Keaton já não ligam muito para a presença do Toró. Tutu está escondida desde que ele chegou, mas como detesta gatos, essa reação era esperada; Lolinha já se aproxima, nem que seja para riscar fósforos; e Tiziu e Matilda continuam mais ou menos no mesmo estado de espírito.

Isso passa.

* * *

E, como o ano é novo e a vida também, voltei para a academia. Sou daquelas pessoas que, como diz o Riq Freire, subsidiam a malhação alheia: pago as mensalidades pontualmente... e nunca apareço. Agora, em vez de ir para uma academia grande, resolvi ir para uma miúda, chamada NB Fit, escondida ao lado de uma Body Tech.

-- E aí, está gostando? – perguntou a Kati, autora da descoberta.

Bom, “gostar” não é exatamente o verbo que eu usaria em relação a uma academia, mas estou me acostumando e, sobretudo, aprecio o esforço de todos em tentar me pôr nos trilhos, da recepcionista, que telefona para lembrar que tenho encontro marcado com os meus músculos, aos professores, que tentam tornar o encontro possível.

Pois ontem faltou Net em Ipanema, e em vez de fazer esteira assistindo ao Discovery, usei o iPhone. Passei quase dez minutos escutando músicas soltas, mas nenhuma me motivava a ir em frente, porque elas acabavam e eu tinha que continuar. Resolvi então escolher o repertório pela duração. Achei o Concerto para Piano e Orquestra № 5, de Beethoven, o “Imperador”, que não ouvia há séculos, e que na gravação que carrego comigo tem 20m29 no primeiro movimento, 8m04 no segundo e 10m18 no terceiro. Foi tiro e queda. Eu não me lembrava mais de como é maravilhoso esse concerto e, empolgada, fui aumentando a velocidade da esteira.

-- Então Beethoven compunha como um deus e você quer andar nesse passo de tartaruga? Maurizio Pollini dá um show desses e você vai ficar aí se arrastando? Vamos, vamos!

Está provado: a música é realmente a consolação dos aflitos. 


(O Globo, Segundo Caderno, 27.1.2011)

24.1.11

Toró e Lucas começam a se entender

Toró e a Famiglia Gatto


No sábado à noite combinei com a Bia e com o Sérgio irmos à feirinha de adoção aqui em frente de casa. A idéia geral não era adotar ninguém; era só dar uma olhada para ver como estavam indo as coisas. Afinal, nesse momento, felizmente, o que não faltam são adotantes. 

Como imaginavamos, a feirinha estava bombando. Cheguei a ver duas senhoras discutindo por causa de um simpático viralata -- uma já estava preenchendo o formulário, ao passo que a outra dizia que tinha uma senha para aquele exato quadrúpede. A Bia, que torcia por um cachorro preto mais velhinho, entrou na história e tentou convencê-las de que ali, sim, estava um animal e tanto... 

Enfim, muita gente, muita gente do bem, muitas doações de todo o tipo.

Quando chegamos já havia poucos gatos, talvez meia-dúzia. E havia um, particularmente, que me chamou a atenção, porque conseguia se manter calmo no meio da bagunça, sem estar apático. Além disso, tinha a cara mais lindinha.

Foi amor à primeira vista.

Falei com a Roseli, pedi uma caixa de transporte emprestada e dez minutos depois ele estava confortavelmente instalado no banheiro de visitas, com água, comida, pipicat e uma caixa de papelão daquelas que eles tanto gostam; mais tarde, a Monca e a Heliana passaram aqui para conhecê-lo, e deram-lhe um banho muito bem dado.

Antes disso, ainda, o Sérgio, a Bia e eu concordamos que ele devia ter um nome que remetesse às suas origens. Passamos em revista todos os nomes dos bairros devastados, mas nenhum caiu bem. Até que pensei em Toró, e pronto: o nome pegou de primeira.

E como reagiu a Famiglia? Bom, os velhinhos Keaton, Tutu e Lucas, depois de cheirarem metodicamente a caixa e o espaço percorrido pelo novo hóspede, me olharam de banda, como quem diz "Te conheço!", e me deram um gelo durante a tarde; mas os mais novinhos, particularmente Tiziu e Matilda, ficaram de fato estarrecidos com a minha traição. Matilda faz Fuuuu! para a minha mão se ouso fazer carinho nela logo depois de pegar no Toró, e o Tiziu está com o ar mais amargurado do mundo.

Vai passar.

O Toró ficará um ou dois dias dormindo no banheiro, para evitar uma rebelião doméstica. E amanhã o Allecx vem vê-lo, para conferir que gato bacana veio nos fazer companhia.

22.1.11

Redes solidárias






Acompanhar a onda de solidariedade que se formou em torno da tragédia da Região Serrana nas mídias sociais tem sido simplesmente emocionante; não há outra palavra. De todos os cantos, a todas as horas do dia ou da noite, notícias sobre parentes e amigos são transmitidas, pedidos de doações e de caminhões e carros grandes para levá-las às áreas atingidas são feitos (e respondidos), encontros de caravanas e de voluntários são convocados, informações sobre os itens mais necessários são transmitidas.

Não tenho dúvidas de que a população responderia da mesma forma sem o uso dessas ferramentas, mas ao mesmo tempo tenho certeza de que a ajuda não poderia ser tão rápida e eficiente sem o Twitter, o Facebook e o Orkut. Até o Flickr cumpriu seu papel, com incontáveis galerias de imagens da destruição e do trabalho dos voluntários.

O papel das redes não deve acabar aí. Acho que elas terão importância crucial ao longo dos próximos meses, desempenhando tarefa tão ou mais importante quanto a que desempenham agora: cobrar das autoridades responsáveis a reconstrução das cidades e o indispensável cuidado com seus habitantes.

* * *

Os animais que se perderam de suas famílias humanas, quando não as perderam de todo, foram muito beneficiados com a agilidade da rede. Normalmente esquecidos nas grandes campanhas que pedem auxílio para vítimas, ganharam espaço nas mídias sociais, onde há lugar para todos. Agora mesmo, no meu blog, está postado o apelo de uma veterinária que sobe amanhã e na próxima quinta para a serra e pede toda a sorte de materiais (http://bit.ly/fDRpku); há alguns dias, postei um cartazinho colhido no Facebook com os dados de três ONGs da máxima confiança, para quem quiser fazer doações em dinheiro (http://bit.ly/eetPia). Isso seria quase impensável na era pré Web 2.0, quando o espaço que havia na mídia convencional era dedicado, compreensivelmente, à prioridade humana.

* * *

Não é a primeira vez que se vê o uso das redes sociais em campanhas para amenizar o sofrimento das vítimas de grandes tragédias. O mesmo aconteceu na época da Tsunami, do terremoto do Haiti e nas enchentes do ano passado. Mas, dessa vez, seja por causa das dimensões da tragédia, seja por estarmos tão perto, a internet provou lindamente o seu valor, e deu a quem a freqüenta o orgulho de pertencer a uma espécie que não vale nada, que destrói o planeta e desrespeita a natureza – mas que, no fundo, tem bom coração e sabe se condoer com a sorte dos seus semelhantes.

* * *

A foto desta coluna não tem nada a ver com o assunto. Ela é só um preview do que tenho feito com um novo brinquedo, a Canon S95, de que falarei brevemente.

* * *

H
á tempos eu me perguntava por que pendrives de 128Mb ou 256Mb ainda são fabricados. Tive a resposta na CES, onde as empresas mais antenadas com o momento da tecnologia distribuíam seus press-kits nesses pendrives. Faz todo o sentido, nessa época em que nem todo subnotebook ou netbook tem drive de CD ou de DVD, mas todos têm entrada USB. O curioso é que acaba acontecendo uma gradação de status entre os press-kits, mais ou menos como acontecia no tempo em que o pessoal caprichava nas pastas de papelão e no papel cuchê: os mais vistosos vêm em formatos diferentes (o da Verizon numa ficha de poker, por exemplo, o da Sony-Ericsson uma pulseirinha) e têm espaço de sobra (tipicamente 1Gb) para serem “reciclados” para outras funções. É uma idéia inteligente. CDs e DVDs acabam no lixo, ao passo que os pendrives continuam pelos bolsos e bolsas da moçada por meses a fio, lembrando a empresa pelo logotipo.  



(O Globo, Economia, 22.1.2011)

Enquanto isso, de madrugada...


21.1.11

Duas gatinhas adormecidas

Posted by Picasa

Enquanto isso, na terrinha...

Achei muito comovente a mensagem:

O Município de Aljezur determina dia de luto municipal em solidariedade com o povo brasileiro!


O Município de Aljezur associa-se à iniciativa sugerida pela Associação Nacional de Municípios Portugueses, que determina o dia 21 de Janeiro (Sexta-feira) como dia de luto municipal, concretizado através do hastear da bandeira municipal a meia adriça.


Expressamos assim de forma efectiva e profunda, a solidariedade para com todos os nossos irmãos brasileiros, sobretudo os mais afectados.


Profundamente chocados com as imagens de horror da destruição indizível; incrédulos perante a realidade, brutal, que a todos nos afecta; vergados pela mágoa de tantos mortos e tamanhas perdas materiais, queremos assim enfatizar, agora na adversidade, este nosso sentimento de comunhão ditado pelos afectos que nos unem enquanto povos irmãos.



Mais um recado da turma dos resgates


Haverá uma grande feira de adoção montada especialmente para os animais resgatados na Região Serrana.

A maioria, filhotes e gatinhos.

Vamos tentar trazer os pequeninos também.

Os maiores não virão por falta de transporte; neste momento, ainda estamos priorizando os resgates.


Dia 22.01.2011
Bicho Bacana
R Paula freitas 61 - Copacabana - RJ
a partir das 9.00h


Dia 23.01.2011
Parcão da Lagoa - Próximo ao Corte do Cantagalo - RJ
a partir das 10.00h