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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

«Reacção feroz. Temem a dissidência»

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Uma punição cruel e desproporcional contra uma acção absolutamente simbólica. É assim que a CasaPound classifica a reacção da polícia à tentativa de içar a bandeira italiana na sede da representação da União Europeia. «Para todos os efeitos, é actualmente a sede de um exército de ocupação económica», afirma Gianluca Iannone, o líder da CasaPound.

O que é que aconteceu?
A detenção de Simone Di Stefano [vice-presidente da CasaPound] por «furto de bandeira» foi surreal. A manifestação era absolutamente pacífica. Mesmo assim, perante italianos desarmados, sem capacetes, sem bastões e sem bombas, foi lançada uma reacção violenta, furiosa e desproporcional. Uma repressão feroz como não se via há muito tempo e um «castigo» feroz contra quem se limitou a um executar um gesto totalmente simbólico. Não tenho visto episódios destes perante manifestações bem mais agressivas.

Já foram excomungados por Letta [primeiro-ministro italiano]. Qual é a sua justificação?
A nossa resposta é que a velha política tem medo de uma verdadeira dissidência, que não conseguem interceptar. Tinha razão o grande Pound quando dizia que os políticos são os empregados dos banqueiros...

Não esperavam ser classificados como um movimento anti-histórico?
Do ponto de vista social a Itália regrediu ao século XIX, e nós é que somos os anti-históricos? Além disso, esta ideia segundo a qual existe um caminho obrigatório que já está escrito e do qual não nos podemos desviar é supersticiosa, medieval, e como tal, anti-histórica. A verdade é que se pode imaginar uma economia complexa e em grande parte diferente da actual perspectiva desastrosa da globalização.

A vossa batalha é também contra o euro. Porquê?
A nossa batalha é contra qualquer moeda que não seja cunhada pelo Estado, seja a lira ou o euro. Nós somos contra o Banco Central Europeu, não necessariamente contra qualquer tipo de moeda única europeia.

Se saíssemos do euro, os preços dos produtos seriam mais baixos, mas perderíamos o guarda-chuva da moeda forte para adquirir matérias primas.
Para ser franco, acho que os italianos não se sentem sob a protecção de qualquer guarda-chuva.

Os vossos argumentos são os mesmos que os de Grillo. O que têm em comum com ele?
Grillo sepultou as suas ambições revolucionárias quando enviou para o Parlamento dezenas de nerds confusos e impreparados, que como primeira medida propuseram endurecer os crimes de opinião. Se quer realmente fazer alguma coisa, largue o computador e venha às ruas onde pode realmente sentir a raiva que as pessoas sentem. É verdade que tanto a CasaPound como Grillo dizem que quem é atirado à água deve começar a nadar, mas o problema é que os vários Letta e Alfanos sugerem que devemos esperar a ajuda da mão invisível do mercado.

Isso não é pescar no desespero?
Nós dizemos as mesmas coisas há mais de dez anos. Agora que os factos confirmam as nossas ideias somos acusados de oportunismo? Além disso, dar resposta ao desespero é exactamente uma das tarefas da política. Ou devemos talvez limitar-nos a olhar por nós mesmos, como aquele político grego que recentemente afirmou que "dar de comer ao povo não pode ser um dever do Estado"?

Se a Itália saísse do euro podia ser o caos.
Isso é um equívoco: nos caos económico já nós estamos! Já caímos no fundo, estamos a tocá-lo com as nossas próprias mãos. Agitar o espectro de um cenário pós-apocalíptico é inútil, dado que muitos italianos já não têm nada a perder. Dito isto, repito que a posição da CasaPound não é anti-euro, mas nós não combatemos um fetiche, combatemos um sistema criado para endividar os povos.

Que opinião tem relativamente aos "forquilhas" [revolta das forquilhas, movimento independente que envolve agricultores, camionistas, artesãos, pequenos comerciantes e estudantes, e que se propôs parar Itália durante cinco dias, de 9 a 13 de Dezembro, recorrendo a manifestações, concentrações, bloqueio de estradas e fecho de comércio]?
Trata-se de um movimento largamente espontâneo, que nasce de uma raiva genuína, e que portanto é ainda algo confuso. Houve no entanto a clareza de escolher como único símbolo a bandeira italiana. Para nós foi o suficiente para tomarmos partido por eles, sem símbolos, instrumentalizações ou infiltrações. As barricadas em torno da bandeira tricolor, fazemo-las há dez anos. Temos por isso o direito de nos sentirmos em casa, conquistámos esse direito no campo.

Que pensa da actual classe política?
É composta unicamente por inimigos do povo. Quanto à gestão da crise, simplesmente não existe. Foi confiada a aprendizes de feiticeiro da alta finança e a programas governamentais organizados pelos mesmos que criaram a crise. A nossa solução é simples: congelamento, pelo menos por um ano, dos encerramentos ordenados pela Equitalia [empresa pública que em Itália se encarrega da tributação de impostos], o congelamento da dívida externa e proteccionismo europeu para evitar que os trabalhadores italianos sofram a concorrência dos escravos chineses. Seria um bom ponto de partida.

Tradução de uma entrevista de Gianluca Iannone ao jornal «Il Tempo».

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Entrevista com Gianluca Iannone

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CasaPound, um nome que representa o mal supremo na sociedade italiana. Os proclamados herdeiros de Mussolini. Razão suficiente para investigar um pouco mais a fundo e mergulhar nas profundezas deste explosivo movimento de direita radical que já atingiu um imenso número de membros e uma grande influência, comparativamente a todos os outros movimentos do género. Sabendo que nesta área a investigação podia ser difícil, decidi pedir uma entrevista a Gianluca Iannone, fundador, actual Presidente da CasaPound Itália e vocalista dos ZetaZeroAlfa.

Salve Gianluca, obrigado por teres aceite a entrevista mesmo com este calor. Imagino que até tu te sentes numa frigideira gigante neste momento, tal como o resto da Europa. Vamos começar então, para termos mais tempo para saborear umas bebidas na praia. Então, como é que tudo começou com os ZetaZeroAlfa (ZZA)? Quais são as tuas raízes musicais?
Gianluca Iannone: Começámos a tocar no final dos anos 90, numa altura de mudança. Tanto política como na sociedade em geral. Na altura o mundo não estava poluído por telemóveis e a Internet era uma coisa apenas ao alcance de alguns. Nessa altura referias-te ao livro do George Orwell quando falavas do Big Brother... O nosso mundo não tinha estruturas, apenas o "Cutty Sark", que ainda hoje é o nosso bar. A grande maioria dos projectos nasceu lá. Parece que 1997 foi há um século, realmente o tempo passa pelo país a uma grande velocidade. Graças aos ZZA, os grupos, livrarias, locais de reunião multiplicaram-se e as pessoas voltaram a falar da política e do activismo com entusiasmo.

Em comparação com outros países, Itália tem uma grande tradição da chamada "Musica Alternativa". Lembro-me de ouvir coisas como os Amici del Vento dos anos 70, por exemplo, que tiveram uma grande influência em bandas do Neofolk italiano, como os IANVA, Egida Aurea ou Roma Amor (talvez não tanto ideologicamente, mas definitivamente na perspectiva musical). Estas bandas, tal como a maior parte da música italiana em geral, têm um tom muito inspirador, se é que me entendes. Gosto de chamar a isso a sonoridade Dolce Vita. Podes dizer-nos o que é para ti a sonoridade tipicamente italiana, a música que representa a alma italiana?
Boa pergunta. Honestamente, não acho que exista uma sonoridade italiana por excelência. No nosso país cada região tem instrumentos e sons associados à tradição cultural local. Mesmo assim, se analisarmos a sonoridade desde os Amici del Vento aos SottoFasciaSemplice, estamos a saltar de um estilo musical para outro, mas mesmo assim, se os ouvirmos, encontramos raízes comuns. Digamos que a sonoridade italiana tende a ser aventurosa, romântica e bélica. Quem conseguir combinar musicalmente estes atributos terá sucesso.

ZetaZeroAlfa e futebol! Duas coisas que combinam. Qual é o teu clube, Gianluca?
A minha ideia de futebol não corresponde à realidade. Uma equipa de jovens que representa a sua cidade, talvez com um ou dois bons jogadores estrangeiros, é algo impossível de encontrar hoje em dia. Além disso, acho que o dinheiro está a envenenar o futebol, já para não dizer que há cada vez mais repressão sobre os adeptos verdadeiros e apaixonados. No meu caso deixei de ir ao estádio, mas é óptimo ver que as bandeiras dos ZZA estão presentes numa série de estádios em Itália e na Europa. Os nossos rapazes estão por todo o lado! Os ZetaZeroAlfa são formados por cinco elementos, todos adeptos da AS Roma. Mas quando os ZZA estão em palco, tocamos para todas as pessoas, não por uma determinada equipa.

Claro que também tropecei na Cinghiamattanza, que para aqueles que não estão familiarizados é uma espécie de mosh, mas com os participantes a agitar os seus cintos, agarrados pela fivela. Como é que essa prática começou? Foi só uma ideia de alguns fãs malucos ou saiu da vossa cabeça?
Cinghiamattanza é uma versão extrema do Pogo. Foi uma ideia nossa. Achámos que seria divertido para nós e um choque para os fracos. Em tempos a juventude decidia o que vestir e o que estava na moda, se seria um mohawk ou uma Lambretta. Agora quem faz isso são as celebridades. Eles dizem aos miúdos que música ouvir, qual é a última moda e até como dançar. Em '69, quando a cena do mosh começou, os tipos eram vistos como loucos. É a mesma coisa com o pessoal da Cinghiamattanza, chocam as pessoas e nós achamos piada a isso.

Quando estava a preparar esta entrevista, li que uma vez tocaste com os ZZA numa prisão. Acho que isso é uma coisa impossível em qualquer outro país, ter uma banda da "nova direita" a tocar em frente de reclusos. Porque é que o panorama político italiano é mais aberto a coisas como a "terceira via"? Consegues explicar essa aceitação da sociedade italiana por ideias da "terceira via" ou da nova direita?
Apesar de não gostar dessas duas definições, em Itália há uma grande maioria que ainda está próxima do fascismo e do princípio do líder. Isto baseia-se no facto de o fascismo ter deixado as pessoas ingratas. Apesar da propaganda moderna não perder uma oportunidade de pintar esta grande revolução italiana como o mal absoluto, a verdade é que os calendários com a imagem de Mussolini vendem milhões nos quiosques. Além disso, os jornais continuam a explorar a figura do Duce. Isto demonstra que ainda há muita curiosidade e interesse sobre um período luminoso que muitos desejavam morto e enterrado. No caso dos ZZA, o concerto na prisão de Rebibbia foi um evento organizado por alguns reclusos como uma festa para as crianças nascidas na prisão. Foi um concerto muito duro, talvez o mais duro que já demos.

Outra coisa que reparei na minha pesquisa é que a CasaPound é uma realidade com algumas parecenças com a Guarda de Ferro de Codreanu. Isto porque vocês também têm muitos projectos sociais dentro da CasaPound. Por outro lado também têm a ética guerreira como referência. O espírito legionário está muito presente. Também consegues encontrar esta ligação entre a Guarda de Ferro romena e a CasaPound? Haverá mais coisas em comum?
Podemos ter algumas semelhanças a nível organizacional. No fundo, a CasaPound Itália (CPI) inspira-se em todas as formas comunitárias e revolucionários que sugiram no último século. Daqui a fazer um paralelismo com Codreanu, talvez seja exagerado. No fundo, a CPI é simplesmente a CPI. Única e inimitável.

O início da CasaPound está marcado pela ocupação de um edifício em Roma no final de 2003. Sou alemão e nos anos 70 tivemos vários casos semelhantes aqui em Hamburgo, ligados à área da extrema-esquerda. Agora, tal como naquela época, o objectivo é obter um espaço de habitação barato e parar o envelhecimento. Na minha opinião, a "direita" e a "esquerda" não irão muito longe com a sua política de vistas curtas. A CasaPound e outros partidos e organizações da "terceira via", assim como apoiantes da chamada quarta teoria política (Alexander Dugin, etc.), não fazem parte deste esquema. Será o século XXI a pôr fim aos partidos políticos clássicos como os conhecemos?  
A CPI começou como um ocupação mas não se esgotou nesse modelo de luta. O sistema corporativo do Estado não se combate unicamente dando casas a famílias italianas. Fizemos propostas para legislação com o objectivo de partir os tectos de vidro que protegem os especuladores imobiliários. Os partidos falharam com toda a sua mesquinhez. São apenas caixas vazias, usadas para encher com dinheiro, enquanto as pessoas normais passam por grandes dificuldades no quotidiano. Todos os partidos falharam pelo simples facto de que a democracia é um grande falhanço, está a implodir e a mostrar a sua verdadeira face, a face da corrupção diária, a face dos modelos errados que tentam exportar de forma forçada.

Falemos um pouco de estética. Na Itália há um passado ilustrado quando se fala de arte e política. O futurismo de F.P. Marinetti continua a ser a representação mais proeminente. O movimento identitário, por exemplo, mas até a CasaPound utiliza uma iconografia muito moderna e evita a típica estética skinhead e outras representações ultrapassadas para atrair uma grande quantidade de jovens. Achas que uma simbologia forte é algo que assusta a classe política dirigente? Se sim,  podes dizer aos nossos leitores o que é que os partidos medíocres actuais poderiam fazer neste campo, apenas em teoria, para obter mais sucesso?
A Itália teve os chamados "três F": fascismo, futurismo e fiumanesismo. Este último foi idealizado por D'Annunzio com a ocupação da cidade de Fiume no final da Primeira Guerra Mundial, em resposta à "vitória mutilada". Ler estas páginas de história, a "Carta del Carnaro", ler a história daqueles homens extraordinários, aventureiros, combatentes, visionários e gigantes perante os outros homens dessa época e todas as épocas, é uma inesgotável fonte de inspiração. O mesmo se pode dizer do Fascismo e do Futurismo. Porque estamos a falar de gigantes, de homens que caminharam por esta terra com elegância, de forma marcial e poética. Pessoas excepcionais. Um partido pode inspirar-se nisso, mas se não tiver gente com essa atitude, será apenas uma cópia de uma cópia de uma cópia. Não são precisos novos programas, são precisos homens novos. É aí que está a dificuldade.

Vocês têm também uma associação de estudantes ligada à CPI, o Blocco Studentesco. Podem dizer-nos o que faz o Blocco Studentesco pelos estudantes? Posso imaginar que será semelhante às fraternidades de estudantes alemãs, que dispensam quartos para os seus membros se estes precisarem de um sítio para ficar e esse tipo de coisas.
O Blocco Studentesco é a organização estudantil e universitária da CPI. É o movimento estudantil líder em Roma e arredores, com 11.000 votos em eleições internas das universidades. Tem também vários representantes académicos em diversas cidades. Organiza ainda concertos, festivais e competições desportivas, contribuem para fazer crescer a juventude desta nação de uma forma saudável. Tem algumas diferenças em relação às fraternidades alemãs, parece-me mais próximo do associativismo estudantil francês.

Qual é a tua opinião sobre a Síria e a sua guerra civil? Uma guerra pela liberdade do povo ou apenas mais um plano do imperialismo "democrático" para um mundo "melhor"?
Subitamente a Al-Qaeda, inimiga do mundo Ocidental, tornou-se uma organização de rebeldes democratas que combatem pela liberdade. Os "rebeldes" são afegãos, somali, chechenos, sauditas e por aí fora. E as forças armadas sírias, fiéis e Assad e verdadeiramente sírias como o povo que defendem, são os maus? A única nota positiva nesta tragédia é que a Síria pode tornar-se um novo Vietnam para os americanos. Talvez isto interrompa, pelo menos por enquanto, a exportação da democracia para o Médio Oriente.

Li recentemente um artigo de Ettore Ricci sobre o significado que a "juventude" tem para ele. Ele cita-te na frase "der Marmor, der den Sumpf besiegt" (o mármore contra o pântano), a propósito do que acontece quando vocês ocupam casas. Quero terminar esta entrevista com uma pergunta: como descreves, numa palavra, a tua missão auto-imposta que é a CasaPound?
Uma tirania!

Traduzido e adaptado de uma entrevista de Gianluca Iannone ao blogue alemão Bellum Musicae.

domingo, 27 de novembro de 2011

Manifestação da CasaPound em Nápoles

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A manifestação de ontem organizada pela CasaPound juntou mais de quatro mil pessoas em Nápoles.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Os homens livres escutam Radio Bandiera Nera

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A Radio Bandiera Nera (RBN), emissora digital da CasaPound, continua a sua actividade, convertida em referência europeia do squadrismo mediático não-conforme. Criada em Julho de 2007, a RBN emite a partir de quatro pontos de Itália e de diferentes países europeus. Pode ser escutada 24 horas, sete dias por semana, levando através da rede mensagens dissidentes e vanguardistas.
 
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