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04/10/2011

"Meia-noite em Paris"



Antes de mais nada: três vivas para o Owen Wilson que é um tipo extraordinário, admirável, com uma figura super amável, uma carreira muito coerente e constante... e pronto. Gosto do gajo. Até do nariz...
Owen, ma good fellow: "Hip-hip-hip...hurrey" para ti!







Agora acerca do filme... É maravilhoso! Adorável... muito tocante, profundo e comovente, ao contrário do que o título do filme possa sugerir.
Não sei criticar filmes tão fluentemente como o faço com os livros, mas este tocou-me imenso e poderia revê-lo uma e outra vez porque tenho a certeza que encontraria sempre algo de novo: algum pormenor, uma frase, uma lição, um detalhe deliciosamente insignificante que enche de riqueza este filme tão simples e belo, mas de uma simplicidade e beleza enganadoras, cheias de carga simbólica.
Como lado negativo, que não o é verdadeiramente, está o facto de exigir uma certa "bagagem cultural", nomeadamente no que diz respeito a pintores e escritores dos anos 20. Adolescentes como a minha mana, que nunca ouviram falar em Hemingway, Cole Porter, T.S. Eliot ou Dalí, vão passar o filme sem entender peva... Portantos, o meu humilde conselho é: dêem uma ensaboadela na vossa cultura dos anos 20 porque vai ajudar a desfrutar muito mais do filme.
E é um belo filme! Um tesourinho, deveras!

23/02/2011

"A Virgem das Amêndoas", de Marina Fiorato

Este livrinho de título vulgarérrimo (é, num é?), cuja leitura me foi oferecida meio do pé para a mão, acabou por ser uma leitura deliciosa... É a história enternecedora de uma viúva, na Lombardia do sec. XVI, cujo marido foi morto na guerra e que, para conseguir sustentar e manter a sua casa, concorda em posar como modelo para uns frescos da Virgem, Mãe de Jesus, a serem pintados por Bernardino Luini, discípulo do grande Da Vinci. Do amor que nasce entre os dois, resultam a mais brilhante obra do artista e o famoso licor Amaretto, criado por ela com as amêdoas da sua propriedade, inspirando-se no sabor amargo-doce do seu amor conturbado...
Isto para simplificar muito, porque a história é revestida de pormenores, presságios e desenvolvimentos surpreendentes que, em vez de nos caírem à frente, chocando-nos, vão espreitando de mansinho, fazendo-se adivinhar, de modo a que ficamos com uma sensação maravilhosa de "já estava mesmo a ver que isto ia acontecer! sou um génio!". Cada capítulo tem um título sugestivo que resume o que vai acontecer e nos acicata ainda mais a curiosidade... Gosto disso. Dá uma ideia de que a história está bem organizada.
Mistura lindamente a realidade da existência de algumas das personagens e das obras por elas criadas, com uma trama e detalhes ficcionais de uma subtileza suprema! Arte e pintura, inquisição, nobreza/pobreza, amor/amizade, instinto/consciência, são as marcas decisivas. As personagens são de uma nobreza de espírito inspiradora e há um sem-fim de simbolismos e paralelismos que, espero não estar a ser injusta, só uma mulher poderia criar.
É uma linda história. Leve, muito leve, mas cheia de lindas imagens!

27/12/2009

Frase solta

"Beijar-te-ei até de manhã, porque gosto da tua cara. Não me digas que não, beijar-te-ei até de manhã."
Vi esta frase não sei quando, dita por não sei quem, em não sei que filme americano... Se não decorei nenhuma destas informações, foi porque nenhuma delas me dizia nada ou pareceu importante. Mas nunca mais me esqueci destas palavras... Não consigo sequer recordar a cena... Tenho apenas a vaga ideia de que era a preto e branco ou numa cor meio esbatida, própria daqueles filmes mais antigos... Mas nem disto tenho a certeza.
Certo, certo, é que ele diz "beijar-te-ei até de manhã, porque gosto da tua cara. Não me digas que não, beijar-te-ei até de manhã."
Aaaaaiii.... É lindo....

01/12/2009

Um post erudito...

Afinal, o que é arte? Ou, por outra, quem é capaz, ou competente para dizer o que é ou não arte?
Hoje tive uma pequena conversa em torno deste tópico com a Gi, no trabalho... E tudo começou comigo a perguntar porque é que um quadro, a meu ver horroroso, é considerado um ícone e uma das melhores obras do século tal...? Afinal o que faz de algo uma obra de arte? Há quadros absolutamente ridículos e desprovidos de beleza ou génio que são considerados obras de arte... Mas, quem decide isso? A mim, certos considerados grandes quadros não dizem absolutamente nada. Uma criança com um pincel na mão poderia ter feito algo muito semelhante...
Ela respondeu frouxamente que tem a ver com o contexto, com o sentimento que nos desperta...
Senti-me mal, como se estivesse a destruir uma convicção e uma crença dela... Mas afinal, penso eu, para apreciarmos uma obra de arte, não precisamos conhecer o seu contexto ou o seu artista. A obra vale por si. Pelo que nos transmite. Pela beleza. Porque a arte é, por definição bela. E, assim, tudo é arte, porque todas as coisas vão despertar um qualquer sentimento ou sensação ou ideia a alguém. Tudo é arte, afinal.

10/10/2009

Restos

É uma música dos Toranja que, na opinião de muitos, pode não ser "brilhante", mas que me deixa arrepiada de cada vez que a ouço...
A escultura é "Cupido e Psique". É transcendental... Podia ficar horas a olhar para ela.

Tanto uma como outra são despojamento e entrega. Rendição e transparência.
Quando me sinto como a música, a escultura é como desejo que alguem me apanhasse...