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14/12/2013

Sê protagonista da tua própria vida

É isto. Cada pessoa deve aspirar e contentar-se em ser protagonista na sua própria história. Cada vida, um filme. Há-os trágicos, de acção, romances, de suspense, com finais grandiosos, ou com finais que desapontam. Mas, em cada filme, cada vida. tentemos ser os protagonistas. Todos os males do mundo começaram por haver alguém a tentar roubar o lugar de outro. Por amor, por fama e reconhecimento, por riqueza, seja ela de que natureza for. É por tentarmos tornar o nosso papel e a nossa personagem noutra coisa que picamos o espaço uns dos outros.
Ando sem pachorra para as pessoas, mas não é um "sem pachorra" inerte e passivo; é um "sem pachorra" feito de ironias secas e tacadas cheias de requinte...  E gosto deste estado. Levo menos coisas para casa, rio mais do que antes só me causava irritação e revolta; os dias são mais leves assim e eu pasmo ante a maravilha que é observar o teatro de cada um... Noutro dia serei actriz principal. Hoje sou mais espectadora.

26/10/2013

Um post diferente sobre religião

Sou católica. Das praticantes. Embora não perceba fundamentalismos ou idas a pé a Fátima. Já me envolvi em discussões mais ou menos acesas contra quem, não contente com ser ateu, faz questão de tentar convencer os outros de que a Fé é estúpida. Não gosto disso. Eu não digo a um ateu "tás errado e eu tou certa", digo-lhe "eu acredito por isto; tu não tens a mesma experiência, é pena...". Já eles, dizem, e com maus modos, "estás errado, o teu Jesus é uma fraude, o teu Deus é um palhaço e o teu Papa é um chulo".
O meu amor deu-me um terço, comprado a uma senhora velhinha que os vende numa banquinha, julgo que no Dolce Vita do Dragão. As contas são pedrinhas brilhantes como pérolas e o que as une é uma renda finíssima. Vem num saquinho feito da mesma renda e é uma peça delicada que adorei receber e que anda sempre comigo, na mala. Não está benzido. Não preciso. O padre que mo benzeria e o coro de pessoas que andam sempre de volta dele desiludiram-me em grande escala nos últimos meses/anos. Como na política, também na religião um grupo minoritário impõe as suas ideias e lança simpatia e dons às mãos cheias aos que lhe podem dar algum benefício. Os restantes, não interessam, não importa agradar. Não se perdoa. Recusa-se catequese a uma menina que, por ser filha de pais separados e ir passar os fins de semana alternadamente com um deles, só pode frequentar a catequese semana sim-semana não, porque o pai vive noutra terra. E assim, a menina não precisa ir incomodar-se porque de qualquer forma não vai respeitar o limite de faltas estipulado.
Eu não quero um padre destes a benzer o terço dado pelo meu amor. Não quero um padre que diz aos fiéis, durante a homilia, em que candidato às Autárquicas devem votar. O meu terço vale mais do que isto, só por ter sido bordado por uma senhora velhinha e por ter sido comprado pelo meu amor e oferecido com amor.
Acredito no meu Deus, rezo ao meu Jesus, mas que eles estão muito mal representados nesta Terra, isso estão...

19/05/2013

Éééééé... não tenho dito nada... não tenho nada de que me queixar e para dizer de coisas bonitas vou acabar por escrever um post remeloso e lamechas à semelhança dos últimos...
Dá-me uma branca. Faço o login no blogger, vejo as novidades que o pessoal partilhou e atrevo-me até a abrir uma janela para escrever nova mensagem... mas fico a olhar para o quadrado em branco e nada me ocorre.
Deixei de olhar para dentro de mim. Sou menos introspectiva, menos racional. Mais reactiva e volátil. Sou o que me apetece, o que me parece melhor no momento, o que o meu desejo dita, e já não me defino pelas regras que sou.
Observo as pessoas. Observo porque já me sinto confortável no meio delas, já julgo compreender o seu andamento e as suas rotinas... e cada vez percebo menos. Não percebo como é que as pessoas funcionam, como se abstêm de dar um passo e estender uma mão para uns, e dão uma volta de milhas para fazer a vida negra a outros tantos... São estranhas, as pessoas. Não se lembram que o que deitamos ao mundo é o que recebemos. E que se espalhamos azedume, estamos a azedar o sítio onde vamos ter que passar os nossos dias...Tristes e irracionais, as pessoas.
Eu não. Eu estou apaixonada.

20/02/2013

I trust

Caminhamos num trilho estreito, sobre a borda do precipício, mas eu não temo. Há pedras e espinhos a bordejar o caminho mas eu agarro a tua mão com confiança e não duvido nem por um momento que a tua firmeza de carácter basta para me impedir de me desviar, quando cegamente me distraio e divago. Os espinhos não me arranham as roupas e as sombras que dançam não me devoram. E confio. Confio o meu equilíbrio e a minha segurança à tua sabedoria e valentia.
E corro alguns passos à tua frente, aventurando-me, sem sentir medo, porque vens logo atrás. E nunca fui assim. Nunca me senti assim. Mas não duvido de nada. E tranquilizo quem me quer bem e se preocupa, por me ver tão ousada. Poria as mãos no fogo por ti.
Não temo, não me preocupo, ainda que as nuvens se movam cinzentas e ameaçadoras, e o vento uive e as pessoas à minha volta rosnem por simples incapacidade de lidar ou tolerar o bem que acontece aos outros.

Because...

...and someone that hugs like that can't possibly harm me.

17/02/2013

Tenho dito.

(imagem retirada de http://filmgrab.wordpress.com/movies-a-z/, do filme American Beauty)
 
Estou a aprender. E vou caminhando aos poucos e vou-me aventurando. E tento enxotar convictamente aquela sirenezinha irritante de alarme que grita: "quando olhares para baixo, a vertigem vai-te paralizar". Mas eu não vou olhar. E, se olhar, não vou ter medo porque me vou lembrar que os passos que dei para chegar ali foram dados com segurança.
 
Não vou ser aquele cão. E quando hesitar, vou decidir, conscienciosamente, não dar tempo de antena à vozinha que guincha na minha cabeça e que gosta de pensar e repensar e dissecar tudo até ao infinito.
Ohhhhhh... tivesse eu um botaozinho que dissesse "Mute"!
Mas, como não tenho, é a minha vontade férrea que vai fazer a diferença.
E, na falta dela, a minha mãe que me empurra para fora de casa!

06/02/2013

tic-tac

 
Tic-tac, faz o relógio, tic-tac... e eu vou em pontas de pés, executando o meu bailado, tentando respeitar o ritmo... Tic-tac, tic-tac...
Sou sonhadora todos os dias. Nuns mais do que outros. Não exijo música. Basta o toque cadenciado das horas e eu vou saltitando e rodopiando, e bato palmas e rio sozinha. Tenho música nos ouvidos, música que me diz que tenho graça, que sou linda, que faço o tempo correr, que tudo o que vem de mim é maravilhoso... Então danço e tento não perder o equilíbrio. Não me aplaudam, não me distraiam nem me assustem nem me perturbem; cantem, só. Cantem baixinho a música que ouço, a que diz que tenho graça, que sou linda, que faço o tempo correr, que tudo o que vem de mim é maravilhoso. Cantem, que eu continuarei a dançar.

02/02/2013

Ainda os sonhos...

Esta noite, eu dei um abraço. Eu (quase) nunca dou abraços... Mas, esta noite, a ideia de um abraço surgiu, assim muito espontaneamente. Então levantei os braços e vi, pelo canto do olho, que os dele também se erguiam mas, no último momento, eu hesitei. Então fiquei parada, de braços no ar, sem o olhar nos olhos, a ponderar no propósito de tudo aquilo. Ele também não se mexeu, deve ter visto ou adivinhado a minha hesitação.
E, depois, sem a minha vontade o ditar, tão lentamente que nem percebi quando aconteceu, dei por mim abraçada a ele, como um polvo, a envolvê-lo. E, no momento em que seria normal desfazer o abraço, hesitei novamente, pois não via nenhuma razão para o fazer. Ainda não tinha acabado. Fiquei ali, alapada, a pensar mil e uma coisas, sobre tudo e sobre coisa nenhuma, enquanto o sol caía e o mundo girava... e eu ali à espera de um motivo para me separar dele.
 
Este foi um sonho bom...

19/01/2013

Imortais



A Imortalidade é uma ilusão, quase sempre. Uns poucos eleitos foram bafejados por ela mas a ignorância que grassa na nossa sociedade de culturas-gerais que sabem um pouco de tudo sem saberem nada de coisa nenhuma, até a esses ameaça.
Mas ele insiste que não é assim. Que basta partilhar uma música para que fiquemos imortalizados na memória um do outro. Uma música, é quanto basta... quanto mais tudo aquilo que já partilhámos...!
Não tenho ilusões a esse respeito. E comove-me tanto perceber que, embora escaldado, ele continua a mantê-las...
Será o meu pessimismo crónico, a minha mesquinhez embutida que me fazem ver as coisas desta forma? Uma forma efémera, frágil como vidros. Hoje somos tudo e todos os dias o meu primeiro pensamento vai para si... Mas, amanhã, a vida acontece, um azar acontece, a verdade acontece, e seremos repelidos um pelo outro à mesma velocidade com que fomos atraídos, mas em vez da inocência que nos trouxe, agora é algo corrosivo que nos leva...
E eu leio os seus livros, e ele ouve as minhas músicas, e eu acarinho o que é seu, e ele aceita e ri do que vai de mim, e eu vejo-me rodeada daquilo que é dele... Mas vejo sombras em tudo. Sombras que dizem "aproveita enquanto tens"... ao passo que ele anda encandeado por luzes que parecem gritar-lhe "constrói, porque será eterno".
Qual de nós andará mais equivocado?

10/01/2013

Às vezes...

...Às vezes eu pico. Eu doo.
Às vezes eu rosno e a seguir rio. Mas, às vezes, se não levam o meu rosnar a sério, eu mordo e arranho e rujo.
 
Não quero magoar. Não quero ferir. Eu aviso. Eu grito a minha imprevisibilidade e a minha exigência agressiva por espaço e controlo. Mas, às vezes, pensam que o faço por graça. Ou por desafio.
Não é uma coisa nem outra.
 
Hoje dei uma ferroada no meu amigo. Ele acusou o golpe. Eu senti-me miserável. Mas eu não vou pedir desculpa ou recuar. Que legitimidade tenho para o fazer se sei que, se me vir de novo na mesma situação, vou repetir o ataque?
 
Então, pico e afasto-me. E peço por tudo que a prudência o aconselhe a manter-se no mesmo sítio.
 

08/01/2013

Tão simples quanto isto:

Deixa que gostem de ti.
Deixa que a tua vontade de demonstrar que gostas dos outros dite as tuas acções.
E, assim, tudo vai ficar bem.
 

12/12/2012

The Words - As Palavras

Este é uma daqueles filmes extarordinariamente simples, tão leves e despretensiosos, que começamos a ver numa de "a ver o que sai daqui", e aos 6 minutos já estamos completamente agarrados...
Eu tenho muito a mania de falar na primeira pessoa do plural, porque acho (oh, doce egocentrismo) que toda a gente vai ter a mesma reacção e opinião que eu.



O filme é belíssimo. O trailler levanta uma pontinha do véu... mas só vendo. Só vendo, porque não há floreados, nem reviravoltas, nem cenas de suster a respiração...o filme vê-se enquanto se respira devagar... e se inspira o que se vê e o que se ouve da boca das personagens, lindas, todas!
 
Este filme cai-me no colo sem eu pedir... pela mão de um amigo. E eu vi-o, para passar tempo, mas fui apanhada desprevenida... E agora penso... penso no peso das palavras. No poder que passa pelos dedos de quem escreve. Como tecem uma teia (às vezes com o coração, outras vezes com a inteligência eloquente), uma teia que envolve os que lêem... Se só se passar os olhos pelas palavras, o feitiço não funciona. É preciso lê-las. Ler o que elas dizem e saber ir escolher entre os seus mil significados aquele que o escritor lhe quis imprimir.
 
As palavras têm peso. Os gestos têm peso. A mim pesam-me. Pesam-me no peito a ponto de me fazer dificil inalar o ar e aflitivo exalá-lo.
Tenho medo de palavras e gestos que possam vir das mãos do amigo, que sejam apresentados como dádivas, como um agradecimento pelo meu sorriso, que é sempre grande, como uma brincadeira, como um laço... Tenho medo que venham muitas coisas...e que eu não suporte o seu peso.

09/12/2012

Não é para perceber

Conhecem a história do cão?
O cão esfaimado fechado numa jaula e a quem colocam, do lado de fora, claro, um bifinho suculento... O cão desunha-se a tentar alcançá-lo, em vão. Está tão vidrado, tão obcecado com o bife quenem repara que alguém abriu a porta da jaula atrás dele e que, para alcançar o seu objectivo, só precisa de se distanciar, de olhar em volta, de perder a obcessão. Quando fizer isso, facilmente verá o caminho que o leva ao seu objectivo.
Eu tenho sido esse cão.
Desequilíbrio insano. E depois preparo-me para sair, como se para uma batalha ou um teste... e noto, surpreendida, que cada peça de roupa cuidada que coloco, me sinto mais "apta" e "aceitável". A cada camada de sombra que espalho nas pálpebras e cada linha firme traçada com o lápis sobre a linha das pestanas a minha máscara protectora ganha consistência.
Pareço-me com os outros, sou igual a eles e é assim, camuflada de acordo com o ambiente circundante que me apresento, mais vacilante do que aparento.
Fumar um cigarro no escuro faz-me mais arrojada do que nunca e bastou um baralho de cartas para me esquecer de mim.
Passei uma noite fora daquilo que sou. Como a Cinderela. Quando regressei a casa voltei a ser Gata Borralheira, mas tive sonhos bonitos.
De manhã, fui à missa sozinha. Uma velha amiga da minha mãe chamou-me para o lugar vago a seu lado e, vindo do nada (que teima tenho eu em buscar motivos para as coisas??) segurou a minha mão, sob pretexto de a aquecer, durante toda a homilia.
Isto são "coisas", para mim. Coisas fora do que eu sou. Às quais às vezes pareço ter alergia, outras vezes, terror... Outras vezes, sabem-me bem...

29/11/2012

Post que não foi

Eu vinha escrever... Mas não vou. Não vou fazer mais um post cansativo a tentar explicar os meus desvarios mais para minha própria compreensão do que para quem me lê...
Não vou dar tempo de antena a terrores artificiais e ansiedades fúteis de sítios que ainda não vi, de palavras que ainda não ouvi, de gente que não vejo... As pessoas de todos os dias metem-me medo; os cheiros são todos intoxicantes; as cores são todas estridentes; as paredes demasiado apertadas (ou demasiado frágeis, se o objectivo for proteger-me dentro delas); os espaldares das cadeiras, sufocantes; as palavras, plásticas; a minha respiração, ofegante; as minhas mãos geladas; a minha pulsação, desvairada. Ansiedade, pânico, claustrofobia são palavras muito feias mas demasiado leves e curtas para exprimir... E, enquanto tudo isto me passa pela cabeça, por uma ridicularice, só porque um gatilho foi pressionado, as pessoas continuam as suas conversas e interacções e movimentos...
Faltam-me as palavras e esta insanidade indizível, vinda sabe-se lá de onde, paira por aqui, dona do pedaço, mais por sugestão, porque já aconteceu antes, do que por alguma ameaça real e premente...
Quão avariada sou? E, por me ter dado conta disso, de que dou demasiado tempo de antena a esta treta, resolvi não escrever este post... Mas já que aqui estou, não resisto a partilhar um tesourinho do Facebook que, dadas as circunstâncias, parece ser sobre mim:

09/11/2012

Inimigos, são como flores

...cultivam-se. Com carinho e dedicação...
Ai, ter inimigos! Dá mais trabalho do que manter os amigos. Os amigos são gente boa, gente que está lá, apesar da distância ou do desinteresse. A amizade subsiste, durante anos, toda uma vida. E vive sempre que um dos amigos se lembra de uma história ou faz um telefonema só para perguntar "como vão as coisas" e "o que contas"... A inimizade é mais frágil. Ela tem que ser acalentada regularmente, caso contrário, murcha e morre. É logo substituída pelo ligeiro desdém ou a simples indiferença... Não. A inimizade precisa de cuidados constantes para não se desvirtuar nem esquecer motivos, injúrias, insultos despropositados, faltas de consideração ou mesquinhices obtusas. É uma troca constante, incessante e persistente de farpas, estocadas e coices. Silenciosa (entre sujeitos discretos e polidos) ou ruidosa (quando entre pessoas de temperamento mais aceso), a inimizade é, apesar de não parecer, uma relação frágil.
Ter inimigos é uma questão de higiene pessoal, li eu não sei onde... Nunca ouviremos verdades tão sinceras como da boca de um inimigo. Nem nunca nos sentiremos tão livres como quando estamos na sua presença. 
 
Atenção... Desengane-se quem já pensa por esta hora que andei a cultivar inimigos nos últimos dias. Nada disso, nada disso! Não tenho perfil, estofo ou vontade para isso... Mas há aquelas pequenices tão ridículas que nem merecem ser mencionadas que me fazem pensar, às vezes: "se algum dia a Anarquia tomar conta dos nossos destinos ou a Lei Marcial reinar sobre a Terra, tu, malando/a, és bem capaz de me vir infernizar... e, se não vieres, eu própria me encarregarei de te perseguir e aniquilar."

31/10/2012

Pessoas, Livros

(a imagem foi-me enviada por um amigo que sabe o quanto gosto de ler. Não sei onde a foi buscar...)
 
As pessoas são muito como os livros.
Escolhe criteriosamente aqueles que te rodeiam, porque sabes bem que existem no mundo mais do que aqueles que poderás ler em duas vidas, quanto mais numa. Por isso, não há tempo a perder com livros vazios.
Não sejas mesquinha ao ponto de pensar que só os livros que te interessam merecem existir. O livro certo para ti pode ser lixo para um milhão de outros, assim como o livro que mais desprezas pode ser exactamente a praia de outros tantos.
Avalia bem a capa. Ela costuma ser sugestiva. Mas não te surpreendas se o conteúdo não for exactamente a condizer. É inevitável a sensação de que foste enganada se o conteúdo for mais pobre, mas é maravilhosa a sensação de descobrir que uma capa que não vale nada esconde um conteúdo riquíssimo. Hás-de passar pelos dois sabores.
Há um livro certo para cada momento. E o facto de este te parecer intolerável agora, porque não vai bem com a tua disposição, não significa que amanhã, ou depois, não seja o livro perfeito para ti, aquele que mais precisas para te confortar.
Os livros são muito como as pessoas. Podem até ser sempre os mesmos, mas os teus olhos e a tua consciência irão fazer-te olhar para eles de forma diferente de cada vez...
Como as pessoas, podes tê-los à cabeceira, à mão, para todos os momentos. Ou podes pô-los numa estante, entre os outros, sujeito ao pó, até que o teu capricho guie a tua mão até ele e o retire do anonimato outra vez. O livro estará lá, as suas palavras serão as mesmas.
Serão? Há sempre a possibilidade de as encontrares comidas pelas traças, borradas por alguma humidade ou meio apagadas pelo pó e pelo tempo. Mas o livro está lá e basta uma ação tua para o abrir.
Os livros e as pessoas existem, independentemente de ti. Mas existem de uma maneira diferente quando te ligas a eles.

22/09/2012

É oficial: sou paranóica... daquelas mesmo loucas... tipo doentias...


Lembram-se da história do verme?

A partir daí, tudo fino... Até que hoje, ao chegar ao carro, tenho um pedaço de um talão do Continente (sem data nem informação de como o pagamento foi feito. Só a parte superior, incluindo o descritivo dos artigos) pendurado na porta, escrito na parte de trás, com um vernáculo um tudo-nada lisonjeiro...

Ponho a minha cara de má, olho para todos os lados, os lábios contraídos num trejeito de repugnância e vou à minha vida... Levo o bilhete comigo e o meu dia resume-me a:

  • analisar os dizeres com cuidado: letra de mulher. ("o porco tem uma cúmplice", pensei eu)
  • analisar descritivo dos artigos: uns IceTeas, água... tudo inofensivo... E um pacote de Aptamil1. Dei-me ao trabalho de ir à net ver o que era: leite para bebé até aos 6 meses
  • mando sms a um colega do trabalho que tem um bebé e que conhece a história do verme, caso se tenha lembrado de fazer uma brincadeira... só para excluir a hipótese... Excluída.
  • TELEFONO para o Continente e peço à menina que me atendeu que peça ao responsável financeiro para verificar se, com o nr do talão fornecido por mim, me poderiam dizer de quando era o dito e, melhor ainda, se tinha sido pago com cartão e qual o nome do titular
  • telefono mais tarde para saber a resposta da menina simpática: negativa. Mas, dizia ela, caso a situação se agrave, convém ter o talão para apresentar à GNR
  • volto a analisar o talão minuciosamente e chego à conclusão que pode perfeitamente ter sido encontrado pela pessoa que escreveu e, logo, ser irrelevante
  • vou para o ginásio mais cedo, para libertar o stress
  • dou uma volta maior com o carro, no regresso, para não o deixar estacionado no mesmo sítio mas à beira da estrada, num sítio mais exposto
  • passo o dia a imaginar que onde quer que vá há alguém a observar-me, que enquanto eu estou em casa me estão a espreitar à janela e (curiosamente, ao mesmo tempo) a vandalizar-me o carro
A esta hora, sim, é perto da meia-noite, a marota da mulher do colega a quem perguntei (aquele da hipótese excluída) vem desbroncar-se via facebook...
Feito o relato do meu dia passado a fazer de Horatio Caine alternado com maluquinha com a mania da perseguição, acho que a deixei chocada...
Nos próximos tempos ninguém vai querer brincar comigo.... =(

09/09/2012

Off to America...


Ontem vocês podem ter tido "mais uma noite de Sábado". Para mim, e sem querer soar muito dramática, foi a noite em que senti que enterrei a minha adolescência... Sim, já estou a meio caminho na casa dos vinte. Mas sim, tenho o síndrome do Peter Pan. E sim, tenho os meus ataques de ansiedade e agorafobias... Por tudo isto, vivi até ontem na ilusão de que a vida não é mais do que um prolongamento da nossa adolescência, aquela idade manhosa em que nos vamos apercebendo que o mundo não é cor-de-rosa, nem gira à nossa volta, mas ainda temos desculpa para fazer de conta que não nos apercebemos do facto...
Mas agora um do melhores amigos que alguma vez tive vai trabalhar para os States, uma amiga que tenho e conheço desde que tenho memória de ser quem sou vai para a Alemanha... juntam-se a tantos outros que, para mais ou menos longe, já foram. E os poucos que ficam só falam em desejos de fuga também.
Houve uma festa... uma festa de despedida, de "até já", onde recuei anos e me vi num ambiente já quase esquecido. Brindámos, sorridentes, mas tenho a certeza que não fui a única a sentir uma nuvenzinha pairar sobre o momento. Como se um capítulo se estivesse a encerrar... É certo que já não era um hábito reunirmo-nos naquele sítio, com todas aquelas pessoas... Mas era uma prática que estava em stand-by, havia a possibilidade, bastava querermos. Agora, não. Agora é um "até já" a tudo isso.
Cravei um cigarro ao meu amigo e vi evolar-se com o seu fumo a minha adolescência... O céu choveu, mas não chorou. Foi uma chuva abençoadora, e os trovões que se ouviam ao longe pareciam ser um desafio, um chamamento.
Depois separámo-nos e o dia de hoje amanheceu cinzentão e lúgubre, a condizer com a minha disposição...

14/08/2012

14 de Agosto... again.


E é isto. Tá tudo dito.
Oxalá encontre "as minhas pessoas". Oxalá consigamos concretizar o brinde que fizemos no ano passado. Oxalá chuvisque. 14 de Agosto debaixo de chuva seria novidade para mim e, desde que a música não parasse, eu juro que não arredaria pé...


Eu sou avariada, agorafóbica, egocêntrica, anti-social e essas coisas todas que já ouvi tantas vezes que, em vez de defeitos, até já me começam a soar bem... Mas o 14 de Agosto tem uma qualquer influência em mim... Como a lua. Uma lua que brilha só uma vez por ano. 

It's on, people!

08/08/2012

I feel sinful...

É Agosto.
"Agosto" é uma palavra complexa que encerra em si mil significados derivados de calor, excesso, gente e sabor.
Busca-se um pouco de sentido espiritual que justifique toda esta perdição nas paredes da Igreja, iluminadas e gloriosas, nas imagens de santos que colocamos em andores, a quem cantamos e rezamos.
As novenas.
Fui à novena.
Igreja cheia, fiquei de pé. O braço nu, encostei-o ao pilar de pedra, para descansar as pernas e, ao mesmo tempo, para me permitir sentir o frio que o granito emanava, enquanto eu ia exalando o calor, como me é habitual. Eu, xisto. O pilar granito.
Ao começar o Primeiro Mistério, sinto o restolhar de uma presença atrás de mim. Um atrasado. Quando o ouço começar a acompanhar a oração, a voz soou-me familiar. Olhei para trás para encontrar e cumprimentar o rosto que já sabia.
Sentia a respiração sincronizada com a minha. As orações são inocentes mas, se tivermos maldade em nós, vemos esse seu lado indecoroso. A t-shirt que me tapava os ombros, era folgada na zona do pescoço e eu só pensava "shame on you" de cada vez que mexia a cabeça porque, caso algum pensamento da natureza dos meus lhe tivesse atravessado a cabeça, aquele simples movimento poderia ser um rastilho.
Mais do que ouvir-lhe a voz, sentia-lhe o vibrato grave dentro da cabeça. E as respirações sincronizadas ainda...
Num gesto casual, passei as unhas no pescoço. E, só depois, me lembrei que a pele me fica com vergões avermelhados quando o faço. Imaginei que ele imaginava coisas acerca disso...
Quando a novena acabou, findo o ritual, virei-me para trás, já a respirarmos normalmente, cumprimentei-o decentemente, dois beijos na cara, conversa de circunstância e vim para casa... feeling dirty... 

31/07/2012

Eeeeeee... Qual é o melhor dia pra casar...outra vez?

Há um ano, isto.

Um ano volvido... Não passei parte do dia a cantarolar a música... Nem me lembrei muito dela... Mandei mensagem de aniversário ao "amigo que já não o era" e que continua a não o ser... Mensagem mais sã do que no ano passado, igualmente sincera... com uma indirectazinha assim muito pukanina e insignificante... Após levar o seu tempo a responder, a resposta, que eu esperava (tal como no ano passado) seca e indiferente, veio (tal como no ano passado) calorosa e reconfortante. Um "muito obrigado amiga B"... No ano passado fiquei meio sensibilizada... este ano, não fiquei de maneira nenhuma... o ar é que ficou mais respirável... =) 
E, só para que, tal como no ano passado, fique registado, a música no rádio era esta...




Coincidência gira, hem??