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sexta-feira, 15 de março de 2019

O PORTUGAL QUE QUEREMOS

O Portugal que queremos
(Publicado no DIABO nº 2202 de 15-03-2019)

Constou-me que o chefe do grupo parlamentar do PSD disse que “nunca o Portugal que temos esteve tão distante do Portugal que queremos”. A intenção parece ter sido uma crítica ao actual Governo, mas nada esclarece os portugueses, nem os leva a meditar naquilo que devem querer para o futuro de Portugal, nem traduz o que o seu partido deseja para melhorar o País. É mais uma palavra vã como a maior parte daquelas que qualquer político atira para denegrir o rival e para criar ilusões nos cidadãos eleitores. Mas também pode ser interpretado como uma involuntária confissão da omissão do grupo parlamentar que chefia por não ter analisado a situação do País, os factores que lhe condicionam o desenvolvimento, as potencialidades das riquezas naturais, económicas e da população e, a partir de tal análise, ter definido objectivos a atingir, isto é, concretizar aquilo que queremos para um melhor futuro de Portugal.

E, encontrando-nos em vésperas de eleições, a definição de tais objectivos constitui uma obrigação lógica de cada partido a fim de criar, nos eleitores, esperança e alguma garantia de decidirem votar em consciência naquele que lhes pareça ser o melhor candidato ao seu voto. Recordo o artigo “Como aproveitar a passagem pela oposição”, publicado aqui em 20 de Setembro de 2016, em que procurei sugerir a um partido que se encontra na oposição que deve utilizar essa fase da sua existência como um estágio para o governo que deseja vir a desempenhar. Com esse ponto de vista, não convém limitar-se a criticar e infernizar o Governo em funções, mas sim a fazer críticas construtivas e demonstrar claramente as suas capacidades para fazer melhor e desenvolver o País e criar melhor qualidade de vida para as pessoas. É certo que tem o perigo de o Governo utilizar essas ideias e beneficiar a sua imagem. Mas, mesmo assim, o autor da ideia pode demonstrar que esta é sua e com isso ostentar a sua capacidade superior.

E, pensando de tal forma, a frase em questão leva-me a expor algumas interrogações. Que Portugal queremos? Será que todos querem o mesmo? Há algum estudo estratégico que defina o Portugal desejado pela maioria dos Portugueses? Quais os objectivos nacionais propostos pelos partidos que vão candidatar-se nas eleições que se avizinham? E que garantias nos dão de atingir tais objectivos se tiverem votos para isso? Temos vivido ao som de promessas maravilhosas que servem para nos embalar na sonolência permissiva e apática, da tolerância pacóvia e de que nunca chegámos a ver a concretização.

O autor da frase desempenha funções que justificam o pedido de que esclareça sobre o seu conceito correcto e pormenorizado do “Portugal que quer”. Quais as suas propostas sobre a Saúde, o SNS, a ADSE, o IASFA, etc, sobre a Justiça, os juízes, o tempo da resolução dos processos, o combate à corrupção, à violência em geral e, em particular, à doméstica, etc., sobre o Ensino, a preparação dos futuros cidadãos, a ética, o respeito pelos interesses nacionais, a preparação dos agentes da economia de amanhã, para fazer crescer a economia nacional, para aumentar a exportação, para reduzir a dívida, etc. etc.? O autor da frase, vazia de sugestão para solucionar a situação, pode ser considerado grande culpado da situação que acusa, por não apresentar estratégias alternativas de forma clara em todas as fases e os graus ou níveis em que devem ser concretizadas.

Se todos temos o dever de colaborar, dentro das respectivas possibilidades, para o “bem da Nação”, esse dever constitui uma imposição para todos os partidos, pelo menos os que estão representados no Parlamento que vigia e fiscaliza a actuação do poder executivo. E aí há lugar para propostas e outros actos de apoio, de reparo e de sugestão para fazer face a problemas nacionais. ■

António João Soares
09-03-2019

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terça-feira, 14 de abril de 2015

PORTUGAL E AS SUAS POTENCIALIDADES


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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

PORTUGAL NÃO É A GRÉCIA !!!


A notícia que cita a afirmação de Nuno Melo, eurodeputado centrista, «Felizmente,Portugal não é a Grécia de Syriza» sugere algumas reflexões, como as seguintes:

Como eurodeputado e como centrista, ele está politicamente correcto ou. melhor, partidariamente correcto, e fala apenas dos algarismos aprovados pela coligação de que o seu partido faz parte.

Porém, de qualquer acontecimento, devemos fazer uma análise isenta, imparcial e cuidadosa para dele retiramos pontos a servir de exemplo e outros a evitar.

Neste caso, os portugueses devem tirar a lição de que não é racional votar sempre no mesmo partido, só porque da primeira vez concordámos com o seu líder. Esse matrimónio eterno não é adequado ao voto que deve ir contribuir para um futuro melhor do Pais. Nisso, os gregos despertaram e enfrentaram o risco de quebrar a rotina sonolenta e afastar-se de quem os vinha explorando. Uma mudança acarreta sempre algumas dificuldades de adaptação a novas soluções, mas mas é assim que se progride e se cresce.

Além desta, há várias outras lições a aprender, como a da negociação da dívida e a de evitar o exagero das privatizações que contribui para um futuro paupérrimo. Se a solução fosse privatizar, o que poderiam fazer, no futuro, os governantes que não dispusessem de qualquer património para vender. Nisto, os governantes gregos preferem vender os carros de luxo, em uso pelos detentores do poder que escolhem aproximar-se do estilo económico de José Mujica, Presidente do Uruguai, o que está no lado oposto à ostentação dos portugueses.

Imagem de aqrquivo

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quarta-feira, 29 de maio de 2013

PALÁCIOS E SOLARES DE PORTUGAL

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segunda-feira, 29 de abril de 2013

PIB DA IRLANDA SUPERA O DE PORTUGAL


Transcrição de notícia:

PIB: Irlanda supera Portugal
SOL. 29 de Abril, 2013. por Luís Gonçalves

PIB nominal irlandês vai ser pela primeira vez superior ao português este ano. Dublin cresce com consumo e investimento.

Depois de ter estado sempre atrás em termos de dimensão da economia, a Irlanda vai ultrapassar Portugal pela primeira vez este ano, em virtude do seu crescimento e aproveitando a forte recessão que atinge Portugal.

Segundo os documentos da troika sobre a 9ª avaliação a Dublin, publicados esta semana, o Produto Interno Bruto (PIB) nominal irlandês irá atingir, este ano, 166,7 mil milhões de euros e subir até 180 mil milhões, em 2015. Para Portugal, a troika estimou um PIB nominal de 166,8 mil milhões este ano, mas este valor aplicava-se a uma recessão de 1%. Mas, até meados de Maio a troika vai apresentar novos dados e a incorporação da contracção do PIBde 2,3% prevista para 2013 irá, com certeza, baixar o valor do PIB nominal português. Até 2015, a economia portuguesa apenas conseguirá atingir um PIB de 175 mil milhões de euros.

As duas economias estão igualmente em contra-ciclo. Entre 2011 e 2013, a economia irlandesa irá crescer 3,2%, enquanto Portugal irá contrair quase 7%. E a Irlanda está a crescer assente no consumo privado e no investimento, diz a troika.

Imagem de arquivo

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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Portugal para alemães conhecerem

Aq

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domingo, 1 de julho de 2012

Portugal visto pela TVE



Tem imagens simplesmente fantásticas, esplendorosas e magníficas. Deixam-nos plenos de orgulho por termos um país tão bonito.
O documentário tem 56 minutos e começa no Algarve.
Segue para o Norte, Alentejo, Centro e Lisboa (os minutos por localidades estão mais em baixo). Acho que nunca vi um trabalho tão bom na nossa televisão.
Ponte Lima 9,00 / Douro 13 / Porto 15 / Alentejo 22 / Évora 22,41 / Marvão 25,57 /Castelo Vide 26,55 / Costa Alentejo 28 / Alcácer 29 / Aveiro 30 / Viseu 33 / Museu Grão Vasco 34 / Coimbra 35,50 / Termas Monfortinho 40,47 / Monsanto 41,57 / Penha Garcia 42,45 / Batalha 44,26 / Sintra 46 / Torre Belém 48,16 / Pastéis Belém 53,15 / Bº Alto 53,58 / Cabo Roca 56, 07
If you have time, please have a look this clip video, about all Portugal.
HAVE FUN...and...Nice Trip...

NOTA: Publica-se, neste momento, em homenagem à vitória da Espanha no campeonato europeu de futebol!!!

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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Portugal não é o lixo da Moody's

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sábado, 7 de maio de 2011

Portugal informa os finlandeses

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quinta-feira, 17 de março de 2011

Crise ou salvação política ???

Depois de tantas falhas, erros, enganos, fantasias, com recuos ou sem eles, parece que a crise política irá ter um epílogo. Oxalá os tempos mais próximos sejam melhores. Cá estaremos para observar.

O actual PM com a sua habitual vitimização não pode ocultar do povo mais atento que a causa da actual crise foi apenas sua, não apenas pelos antecedentes de há mais de um ano, mas principalmente, pelo erro crasso de ter tomado decisões muito graves que, apesar de exigirem a aprovação do PSD, não ter havido o cuidado de serem preparadas em contacto com a direcção deste a fim de evitar a sua discordância total e aparentemente irredutível.

Esta atitude autocrática de autoritarismo e arrogância, desajustada numa democracia, por um governo que não tem garantido o apoio de maioria parlamentar, mais parece própria de uma ditadura, Kadafiana. Foi uma agressão violenta contra os interesses nacionais, a juntar a muitas atitudes anteriores que desprezaram a função de bem governar um País com os seus cerca de dez milhões de habitantes. A falta de noção das realidades nacionais, mais uma vez, foi bem notória.

Neste momento o PR não poderá fazer muito, já que não mostrou, em várias oportunidade, ter coragem semelhante à de Jorge Sampaio quando demitiu Santana Lopes.

Oxalá os tempos que se seguem sejam de maior patriotismo, sensatez e mais voltado para as realidades do rectângulo que gostaríamos voltasse a ser um «jardim á beira-mar plantado»

Imagem da Net

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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Virtudes portuguesas segundo ex-embaixador britânico

É com muito prazer que publico este texto que me tem chegado pela mão de vários amigos. Nem tudo é mau cá pelo rectângulo.

Coisas que nunca deverão mudar em Portugal
Artigo do Embaixador da GB ao deixar Portugal: Expresso 18 Dez 2010

Portugueses: 2010 tem sido um ano difícil para muitos; incerteza, mudanças, ansiedade sobre o futuro. O espírito do momento é de pessimismo, não de alegria. Mas o ânimo certo para entrar na época natalícia deve ser diferente. Por isso permitam-me, em vésperas da minha partida pela segunda vez deste pequeno jardim, eleger dez coisas que espero bem que nunca mudem em Portugal.
Embaixador da Grã Bretanha

1. A ligação intergeracional. Portugal é um país em que os jovens e os velhos conversam - normalmente dentro do contexto familiar. O estatuto de avô é altíssimo na sociedade portuguesa - e ainda bem. Os portugueses respeitam a primeira e a terceira idade, para benefício de todos.

2. O lugar central da comida na vida diária. O almoço conta - não uma sandes comida com pressa e mal digerida, mas uma sopa, um prato quente etc, tudo comido à mesa e em companhia. Também aqui se reforça uma ligação com a família.

3. A variedade da paisagem. Não conheço outro pais onde seja possível ver tanta coisa num dia só, desde a imponência do rio Douro até à beleza das planícies do Alentejo, passando pelos planaltos e pela serra da Beira Interior.

4. A tolerância. Nunca vivi num país que aceita tão bem os estrangeiros. Não é por acaso que Portugal é considerado um dos países mais abertos aos emigrantes pelo estudo internacional MIPEX.

5. O café e os cafés. Os lugares são simples, acolhedores e agradáveis; a bebida é um pequeno prazer diário, especialmente quando acompanhado por um pastel de nata quente.

6. A inocência. É difícil descrever esta ideia em poucas palavras sem parecer paternalista; mas vi no meu primeiro fim de semana em Portugal, numa festa popular em Vila Real, adolescentes a dançar danças tradicionais com uma alegria e abertura que têm, na sua raiz, uma certa inocência.

7. Um profundo espírito de independência. Olhando para o mapa ibérico parece estranho que Portugal continue a ser um país independente. Mas é e não é por acaso. No fundo de cada português há um espírito profundamente autónomo e independentista.

8. As mulheres. O Adido de Defesa na Embaixada há quinze anos deu-me um conselho precioso: "Jovem, se quiser uma coisa para ser mesmo bem feita neste país, dê a tarefa a uma mulher". Concordei tanto que me casei com uma portuguesa.

9. A curiosidade sobre, e o conhecimento, do mundo. A influência de "lá" é evidente cá, na comida, nas artes, nos nomes. Portugal é um pais ligado, e que quer continuar ligado, aos outros continentes do mundo.

10. Que o dinheiro não é a coisa mais importante no mundo. As coisas boas de Portugal não são caras. Antes pelo contrário: não há nada melhor do que sair da praia ao fim da tarde e comer um peixe grelhado, acompanhado por um simples copo de vinho.

Então, terminaremos a contemplação do país não com miséria, mas com brindes e abraços. Feliz Natal.

Imagem do Google

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terça-feira, 27 de julho de 2010

Portugal na Península Ibérica


Transcrito do PÚBLICO

O barista não é nada estúpido!!!

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segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Portugal...nem dos pequeninos...

Vivo num país onde as crianças são maltratadas e perseguidas e aqueles que supostamente as tutelam são os seus maiores carrascos...

Vivo num país em que é preciso pagar-se um preço muito elevado para se poder trabalhar...para no fim se ser despedido...

Vivo num país em que o dinheiro dos meus impostos me é roubado para ser usado em indemnizações a corruptos, pedófilos, casas de "chuto", donativos a outros corruptos de outros países...

Vivo num país onde ser formador (pai, professor, educador, polícia...) é sinónimo de ser inimigo e é uma actividade de alto risco.

Vivo num país em que a lei apenas é utilizada para perseguir os dignos, os que defendem os seus princípios e convicções; já que ela é feita por e para ditadores sem escrúpulos.

Vivo num país de ignorantes, mentecaptos, clones, déspotas e totalitaristas, que só deixarão de se reproduzir e começarão a aniquilar-se, quando as políticas por si geradas, extinguirem a matéria-prima humana, que é obrigada a sustentá-los.

Vivo num país, que não é um país, assemelha-se mais a uma "Faixa de Gaza", onde estamos espartilhados entre o mar poluído da descrença e o deserto inóspito da vigarice.

Vivo num país em que acordar todos os dias é um pesadelo...

Mas é aqui que vivo e tenho vergonha de partir e dizer que sou portuguesa, pois olhar-me-ão com desconfiança...não há nada mais triste que ser visto como um exemplar dessa espécie oriunda da cauda da civilização, que é catalogada internacionalmente como aquele país de Terceiro Mundo que ficou encalhado na Europa e onde predominam as aves de rapina...
Tenho dito!

posted by DIGNIDADE in http://www.dignidadesempre.blogspot.com/

NOTA: Porquê esta transcrição: Porque, embora pareça pessimista, duro e cruel, mostra-nos clara e corajosamente alguns aspectos significativos da realidade portuguesa. São precisas muitas vozes como esta a apontar o que vai mal neste nosso rectângulo de cuja defesa todos somos responsáveis. Portugal é obra de todos e de cada cidadão.

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quarta-feira, 18 de julho de 2007

Retrato do Portugal de hoje

«Teremos ainda Portugal?»
(um artigo de D. António Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro)

"O título tem um tom provocatório, mas eu vou justificar. Não digo que esteja para breve o nosso fim de país independente e livre. Mas, pelo andar da carruagem, traduzido em factos e sintomas, a doença é grave e pode levar a uma morte evitável. Aliás, já por aí não falta gente a lamentar a restauração de 1640 e a dizer que é um erro teimarmos numa península ibérica dividida. De igual modo, falar-se de identidade nacional e de valores tradicionais faz rir intelectuais da última hora e políticos de ocasião. O espaço nacional parece tornar-se mais lugar de interesses, que de ideais e compromissos.

Há notícias publicadas a que devemos prestar atenção. Por exemplo: um terço das empresas portuguesas já é pertença de estrangeiros; 60% dos casais do país têm apenas um filho; vão fechar mais cerca de mil escolas ou de mil e trezentas, como dizem outras fontes; nas provas de língua portuguesa dos alunos do básico, os erros de ortografia não contam; o ensino da história pouco interessa, porque o importante é olhar para a frente e não perder tempo com o passado; a natalidade continua a descer e, por este andar, depressa baterá no fundo; não há nem apoios nem estímulos do Estado para quem quer gerar novas vidas, mas não faltam para quem quiser matar vidas já geradas; a família consistente está de passagem e filhos e pais idosos já não são preocupação a ter em conta, porque mais interessa o sucesso profissional; normas e critérios para fazer novas leis têm de vir da Europa caduca, porque dela vem a luz; a emigração continua, porque a vida cá dentro para quem trabalha é cada vez mais difícil; os que estão fora negam-se a mandar divisas, por não acreditarem na segurança das mesmas; os investigadores mais jovens e de mérito reconhecido saem do país e não reentram, porque não vêem futuro aqui; a classe média vai desaparecer, dizem os técnicos da economia e da sociologia, uma vez que o inevitável é haver só ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres; os políticos ocupam-se e divertem-se com coisas de somenos; e já se diz, à boca cheia, que o tempo dos partidos passou, porque, devido às suas contradições, ninguém os toma a sério; a participação cívica do povo é cada vez mais reduzida e mais se manifesta em formas de protesto, porque os seus procuradores oficiais se arvoram, com frequência, em seus donos e donos do país e fazedores de verdades dúbias; programa-se um açaime dourado para os meios de comunicação social; isolam-se as pessoas corajosas e livres, entra-se numa linguagem duvidosa, surgem mais clubes de influência, antecipam-se medidas de satisfação e de benefício pessoal…

Não é assim, porventura, que se acelera a morte do país, quer por asfixia consciente, quer por limitação de horizontes de vida? É verdade que muitos destes problemas e de outros existentes podem dispor de várias leituras a cruzar-se na sua apreciação e solução. Mais uma razão para não serem lidos e equacionados apenas por alguns iluminados, mas que se sujeitem ao diálogo das razões e dos sentimentos, porque tudo isto conta na sua apreciação e procura de resposta.

Há muitos cidadãos normais, famílias normais, jovens normais. Muita gente viva e não contaminada por este ambiente pouco favorável à esperança. Mas terão todos ainda força para resistir e contrariar um processo doentio, de que não se vê remédio nem controle? Preocupa-me ver gente válida, mas desiludida, a cruzar os braços; povo simples a fechar a boca, quando se lhe dá por favor o que lhe pertence por justiça; jovens à deriva e alienados por interesses e emoções de momento, que lhes cortam as asas de um futuro desejável; o anedótico dos cafés e das tertúlias vazias, a sobrepor-se ao tempo da reflexão e da partilha, necessário e urgente, para salvar o essencial e romper caminhos novos indispensáveis. Se o difícil cede o lugar ao impossível e os braços caem, só ficam favorecidos aqueles a quem interessa um povo alienado ao qual basta pão e futebol…

Mas não é o compromisso de todos e a esperança activa que dão alma a um povo?"

D. António Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro

NOTA: Este texto merece ser bem ponderado por todos os portugueses, numa data em que surgem tantas vozes mais ou menos indignadas com a profecia de José Saramago de uma eventual integração de Portugal na Ibéria ou na Hispânia. Nós portugueses conscientes, devemos meditar qual o futuro que queremos preparar para os nossos descendentes.

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sábado, 9 de junho de 2007

O Portugal de agora. E o de amanhã?

Transcreve-se este texto que é um fiel retrato do Portugal de hoje, de todos os motivos de preocupação quanto ao futuro. A pergunta do título fica sem resposta. Esta depende de todos nós e dos políticos que elegermos para conduzirem a nau a bom porto.

Teremos ainda Portugal por muito tempo?
D. António Marcelino Bispo de Aveiro
In Correio do Vouga

O título tem um tom provocatório, mas eu vou justificar. Não digo que esteja para breve o nosso fim de país independente e livre. Mas, pelo andar da carruagem, traduzido em factos e sintomas, a doença é grave e pode levar a uma morte evitável. Aliás, já por aí não falta gente a lamentar a restauração de 1640 e a dizer que é um erro teimarmos numa península ibérica dividida. De igual modo, falar-se de identidade nacional e de valores tradicionais faz rir intelectuais da última hora e políticos de ocasião. O espaço nacional parece tornar-se mais lugar de interesses, que de ideais e compromissos.

Há notícias publicadas a que devemos prestar atenção. Por exemplo:
um terço das empresas portuguesas já é pertença de estrangeiros;
60% dos casais do país têm apenas um filho;
vão fechar mais cerca de mil escolas ou de mil e trezentas, como dizem outras fontes;
nas provas de língua portuguesa dos alunos do básico, os erros de ortografia não contam;
o ensino da história pouco interessa, porque o importante é olhar para a frente e não perder tempo com o passado;
a natalidade continua a descer e, por este andar, depressa baterá no fundo;
não há nem apoios nem estímulos do Estado para quem quer gerar novas vidas, mas não faltam para quem quiser matar vidas já geradas;
a família consistente está de passagem e filhos e pais idosos já não são preocupação a ter em conta, porque mais interessa o sucesso profissional;
normas e critérios para fazer novas leis têm de vir da Europa caduca, porque dela vem a luz;
a emigração continua, porque a vida cá dentro para quem trabalha é cada vez mais difícil;
os que estão fora negam-se a mandar divisas, por não acreditarem na segurança das mesmas; os investigadores mais jovens e de mérito reconhecido saem do país e não reentram, porque não vêem futuro aqui;
a classe média vai desaparecer, dizem os técnicos da economia e da sociologia, uma vez que o inevitável é haver só ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres;
os políticos ocupam-se e divertem-se com coisas de somenos;
e já se diz, à boca cheia, que o tempo dos partidos passou, porque, devido às suas contradições, ninguém os toma a sério;
a participação cívica do povo é cada vez mais reduzida e mais se manifesta em formas de protesto, porque os seus procuradores oficiais se arvoram, com frequência, em seus donos e donos do país e fazedores de verdades dúbias;
programa-se um açaime dourado para os meios de comunicação social;
isolam-se as pessoas corajosas e livres, entra-se numa linguagem duvidosa, surgem mais clubes de influência, antecipam-se medidas de satisfação e de benefício pessoal…
Não é assim, porventura, que se acelera a morte do país, quer por asfixia consciente, quer por limitação de horizontes de vida?

É verdade que muitos destes problemas e de outros existentes, podem dispor de várias leituras a cruzar-se na sua apreciação e solução. Mais uma razão para não serem lidos e equacionados apenas por alguns iluminados, mas que se sujeitem ao diálogo das razões e dos sentimentos, porque tudo isto conta na sua apreciação e procura de resposta.

Há muitos cidadãos normais, famílias normais, jovens normais. Muita gente viva e não contaminada por este ambiente pouco favorável à esperança. Mas terão todos ainda força para resistir e contrariar um processo doentio, de que não se vê remédio nem controle?

Preocupa-me ver gente válida, mas desiludida, a cruzar os braços; povo simples a fechar a boca, quando se lhe dá por favor o que lhes pertence por justiça; jovens à deriva e alienados por interesses e emoções de momento, que lhes cortam as asas de um futuro desejável; o anedótico dos cafés e das tertúlias vazias, a sobrepor-se ao tempo da reflexão e da partilha, necessário e urgente, para salvar o essencial e romper caminhos novos indispensáveis. Se o difícil cede o lugar ao impossível e os braços caiem, só ficam favorecidos aqueles a quem interessa um povo alienado ao qual basta pão e futebol…

Mas não é o compromisso de todos e a esperança activa que dão alma a um povo?

D. António Marcelino, Bispo de Aveiro

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