Competência resulta de teoria com experiência
(Public em O DIABO nº 2243 de 27-12-2019, pág 16, por AJS)
Há muitas pessoas com notável êxito sem terem uma formação académica inicial excepcional, porque o seu saber básico lhes despertou curiosidade pelo mundo em que procuraram os efeitos práticos das poucas e simples teorias que aprenderam, as quais aprofundaram, enriqueceram com novos dados e lhes proporcionaram uma postura perante a realidade que garantiu produtividade na sua acção.
No polo oposto, vemos indivíduos com formação académica precursora das modalidades que estão a querer caracterizar o nosso ensino, em que se menoriza o valor das provas, as passagens administrativas e tolerância quanto à preparação para exames, com plágios e outros golpes. Se não houver cuidado especial na limitação e controlo das facilidades dadas em cada grau de ensino, dentro de pouco tempo, teremos licenciados e mestres pouco melhores do que analfabetos camuflados. É certo que existem alguns tipos geniais que, apesar das facilidades, se dedicam à procura de saber com o máximo de dedicação. Mas serão poucos e o receio atrás referido materializa-se quando se quer que 60% dos jovens obtenham licenciatura. Com o facilitismo actual, isso pode resultar na caricatura expressa cinco linhas atrás.
Isto vem a talhe de foice com a notícia surgida em 27 de Novembro, que dizia que o Ministro do Ambiente substituiu o director-geral de Energia e Geologia, Mário Guedes, alegando que “dois ou três dias depois” de começar a trabalhar com ele “ficou evidente que ele não tinha competências” para aquela função. Parece uma decisão correcta, mas leva-nos a pensar na leviandade de quem nomeia pessoas para funções de alta responsabilidade, sem seguir um critério adequado para fazer a escolha entre os potenciais candidatos. “Quem nomeou este ‘director-geral’? Porque o nomeou? Porque o preferiu a outros com mais competências? Quantos haverá em condições semelhantes? E o que se tem passado nas nomeações de ministros, de secretários de Estado, etc etc? Oxalá este caso seja singular e todos os outros sejam nomeados pela sua muita competência. Talvez fosse oportuno aproveitar este escândalo, para exigir provas a todos os altos responsáveis por funções públicas, antes que as broncas ocorram com demasiada frequência. E quantos haverá agora a pedir exoneração antes que sejam vítimas de igual medida?”
Mas, pouco depois destas cogitações, surgiu outra notícia sobre uma nomeação deste mesmo governante que mostra que “não diz a bota com a perdigota”. Segundo o jornal ‘Observador’, o Ministro do Ambiente e Acção Climática nomeou para o seu gabinete um “técnico especialista”, Gonçalo Martins dos Santos, com apenas 24 anos acabados de fazer e somente dois meses de experiência profissional, tendo a nomeação já saído no ‘Diário da República’. Apresenta como “experiência” ter sido “analista fiscal” de uma empresa privada de “Setembro a Outubro de 2019”, isto é, apenas nos dois meses que antecederam imediatamente a nomeação. Uma fonte oficial do Ministério, tentando justificar a escolha, referiu que o imberbe “especialista” tinha “fiscalidade” como “área de formação”. Mas nem esta débil desculpa é consistente: o jovem Gonçalo, recém-licenciado em Direito, está ainda a meio do Mestrado em Direito Fiscal, o que apenas o qualifica como estudante. E vai receber 3.083,55 euros de ordenado bruto, acrescido de um “suplemento remuneratório de valor igual ao abonado aos adjuntos” do gabinete ministerial.
Na degradação social em que estamos a viver, o Estado e toda a função pública devem procurar dar preferência aos mais competentes, sérios e honestos que saibam utilizar o seu saber de forma prática obtendo a máxima produtividade. A competência deve ser premiada, compensada de forma o mais rigorosa possível.
É triste que surjam notícias de pessoas condecoradas pelo mais alto representante da Nação e que algum tempo depois sejam noticiadas como suspeitas ou arguidas por crimes ligados a desonestidade, e outras faltas de virtudes cívicas. O civismo, o respeito pelos outros e pelos interesses nacionais são valores a defender a todo o custo e definidores de valor moral e social. ■
quinta-feira, 26 de dezembro de 2019
COMPETÊNCIA RESULTA DE TEORIA COM EXPERIÊNCIA
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terça-feira, 11 de julho de 2017
SERÁ QUE A RESERVA MORAL DA NAÇÃO ENFRAQUECEU?
Será que a reserva moral da Nação enfraqueceu?
(Publicado no semanário O DIABO em 170711)
A tragédia que afectou muitos portugueses do interior, principalmente da denominada «zona do pinhal», com os fogos florestais, deve ser motivo de boa reflexão. Foi um grande abalo, principalmente por terem sido criadas leis com medidas para os prevenir, mas que não foram concretizadas no terreno por não terem sido criadas condições adequadas. Com as alterações ocorridas nas técnicas agrícolas que tornaram menos utilizados os matos, a caruma e os ramos dos pinheiros, o que mantinha as florestas permanentemente limpas, os fogos tornaram-se mais frequentes e é incompreensível, perante tais evoluções, a decisão de extinguir a Guarda Florestal que teria um papel importante na supervisão do cumprimento das regras legisladas destinadas a evitar incêndios e, também como consequência, na mentalização das populações, autarquias e serviços inerentes à prevenção. E nada ficou com aptidão e missão para a substituir, nessas indispensáveis tarefas. A imposição das adequadas medidas preventivas reduziria a calamidade que, desde há vários anos, ameaça com gravidade crescente as vidas e os bens dos habitantes das áreas mais desprotegidas.
Mas, quase ao mesmo tempo desta tragédia, a Nação sofreu outro forte abalo, o da ineficácia das forças que em tempos foram denominadas «reserva moral da Nação». Por incúria, parece que continuada, mostraram que não são capazes de defender a Nação, pois nem sequer conseguem impedir que lhes furtem o armamento guardado em paióis que era suposto serem guardados de forma a torná-los invioláveis.
Quais as causas deste furto, como de outros já ocorridos nos seus quartéis e também na Polícia. Parece haver um enfraquecimento da disciplina, da dedicação ao cumprimento do dever, do sentido de responsabilidade, incutido na mente dos recrutas do serviço militar obrigatório (SMO). Mas este foi extinto como o foi a Guarda Fiscal. Parece doença endémica generalizada!
Desapareceu o culto da excelência e poucos procuram evidenciar-se pelos resultados excelentes das suas acções. Noutros tempos, não havia horário para, à tarde se sair das unidades, pois isso não dependia de relógio mas sim do «toque de ordem», quando a ordem de serviço já estava afixada nas vitrinas das subunidades. Não era muito utilizada a dureza da instrução porque essa era doseada por forma a dar importância à acção cívica, à disciplina, à actividade em trabalho de equipa com vista a objectivos e tudo isso orientado para o respeito pela Pátria, para a defesa do País e dos interesses colectivos. Era a procura da eficiência com vista à segurança das pessoas e dos materiais.
Há quem diga que os militares que se encontram de guarda aos quartéis, por receio de acidentes com arma de fogo, não têm condições para responder com a necessária rapidez a agressores violentos. E é preciso adequar as condições de actuação de sentinelas ao momento actual de ameaças de terrorismo e outros actos violentos. Há casos em que a reacção dos responsáveis pela segurança tem que ser imediata e adequada às circunstâncias. Portanto a instrução deve preparar o pessoal para reagir prontamente a situações críticas, sem perder a sensatez e o auto-domínio.
Resumindo, estes dois acontecimentos indesejáveis exigem dois tipos de decisões imediatas uma com efeito relativamente rápido e outra de resultados mais demorados mas sustentáveis no futuro. A primeira consiste em remediar os danos causados, com medidas adequadas. A outra traduz-se em analisar cuidadosa e rigorosamente as causas do sucedido e preparar medidas muito correctas e ponderadas para o futuro, a partir de agora, para colmatar os erros, omissões, falhas de organização, desleixos, irresponsabilidades, etc. que ocasionaram os acidentes. Assim se definirão lições de organização e procedimentos que evitem repetições de situações críticas.
Será bom que o sucedido no mês dos Santos populares seja bem aproveitado como lição e incentivo para serem realizados melhoramentos nas instituições públicas por forma a terem mais eficiência nos resultados a obter, a bem dos interesses nacionais. Façamos tudo para bem da Pátria, que é de todos nós mas que muitos ignoram e desprezam. Defendamos todos e cada um dos seus sectores, desde a floresta até à força moral dos defensores de Portugal, que devemos defender em todos os aspectos, quer físicos e materiais, quer cívicos e morais. Façamos tudo quanto pudermos para tonificar a reserva moral da Nação, para darmos ao mundo novos exemplos de bem-fazer, como diria Luís de Camões se ainda fosse vivo.
António João Soares
4-07-2017
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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
O CURRÍCULO MERECE ATENÇÂO
Antes de dar um benefício ou emprego a uma pessoa deve ser obtida informação sobre o seu passado e a sua aptidão para a situação pretendida
Muitas vezes, depois de feitas nomeações para cargos de responsabilidade ou de serem concedidos apoios e regalias sem análise de currículo ou de dados anteriores, constata-se o grave inconveniente de não ter havido concurso público ou, no mínimo, conhecimento de antecedentes significativos. São diversos os casos de desconsolo e desilusão surgidos, à posteriori, devido a nomeações de amigos por cumplicidade ou conivência, por serem jotinhas do partido, por ter havido troca de favores, etc.
Deve ficar gravado na memória dos responsáveis políticos o caso de um jovem que chegou a Portugal com o estatuto de refugiado político, na companhia de outro, foi muito bem recebido em Portugal, «foi subsidiado pela Segurança Social, e recebia mensalmente 250 euros, o suficiente para pagar alojamento e alimentação». Ninguém, pelos vistos, averiguou, antes, quem era esse malandro que acabou por ser «detido pela Polícia Judiciária em Aveiro, onde residia, na sequência de uma megaoperação das autoridades francesas contra o terrorismo.» Essa megaoperação assentava em indícios fiáveis de que ele «seria o responsável por recolher dinheiro para a compra de armas» ao serviço do Daesh...
Também houve um diretor do SEF que foi considerado «brilhante», mas violou deveres profissionais para agradar ao Ministro da Administração Interna de quem era amigo e por quem tinha sido nomeado para o cargo. Esses atropelos à ética e às boas regras legais, tiveram lugar durante a célebre concessão dos vistos gold em que «terá facilitado e acelerado processos a amigos do então MAI, apenas para agradar ao governante e travar a extinção do SEF». A conclusão é da IGAI que entendeu que ele, «com a sua conduta, violou vários deveres profissionais e propôs a sua suspensão por 150 dias». Com ele foram acusados mais 16 arguidos, entre os quais estão outras figuras de topo do Estado, como o MAI anterior.
Quando se age com desprezo dos valores e competências dos outros para lhes atribuir funções, há que ter consciência dos inconvenientes em distribuir tachos aos «boys», aos amigos e aqueles a quem se devem favores, em vez de ocupar os lugares através de concursos públicos em que se salientem competência e experiência e se façam escolhas orientadas para os interesses nacionais e não de partidos ou de pessoas. O «boy» que vai para o tacho, além de raramente possuir capacidade para ajudar a tomar decisões correctas, tem tendência para agir com gratidão e apoiar todos os caprichos do seu protector, agindo como simples «yesman». É isso que chamam «politicamente correcto». Mas, com tais compadrios, lançam o País no «lamaçal» em vez de o tornarem mais rico para dar melhor qualidade de vida às pessoas. Esperemos que passe a ser dada mais atenção à ética e aos bons costumes a fim de se reabilitar a sociedade e gerar mais, prestígio e motivos de maior confiança e respeito.
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quarta-feira, 30 de novembro de 2016
EXEMPLO A SEGUIR POR GESTORES PÚBLICOS
Uma autarquia tomou uma decisão exemplar ao decidir criar um conselho de opinião, composto por especialistas e personalidades com ligação ao município, que terá natureza "consultiva" em relação a intervenções na área classificada como Património Mundial.
Tal procedimento deveria passar a ser praticado em todas a grandes decisões com incidência nos interesses nacionais, evitando-se medidas tomadas por «inspiração» de momento, por palpite ou por impressão com boa intenção, mas sem base numa análise correcta e rigorosa do problema e que, por isso, depois têm que ser anuladas, afectando a credibilidade da instituição em causa.
As decisões sobre assuntos importantes para o país ou autarquias devem ser tomadas de forma a que os interesses de Portugal, dos portugueses em geral, sejam colocados sempre acima de tudo. Para isso, elas devem se precedidas de análise cuidadosa, após ser colhida a opinião de pessoas bem conhecedoras do problema e que sejam independentes de partidos e de outros interesses de forma a não serem tentadas a pressionar a favor de empresas de construção civil, empresas locais com interesse dependente do espaço público ou da obra a realizar, de políticos partidários que pretendam defender interesses próprios ou de amigos, etc.
Ao alinhar estas palavras recordo o espírito que me levou a elaborar os textos «preparar a decisão», e «amar Portugal sem se submeter a um partido». Cada gestor de um qualquer sector público (incluindo autarquias e instituições nacionais) deve colocar em primeira prioridade os interesses nacionais e dedicar a cada assunto o máximo das suas capacidades de forma a merecer a frase do velho poeta «bendita a Pátria que tais filhos tem».
Uma semana depois de esboçar este texto, surgiu uma notícia que realça a necessidade de as pessoas serem seleccionadas para as funções, de acordo com competência e capacidade que dêem garantia de bom desempenho. O concurso público, bem efectuado, sem intenções reservadas, permite dar prioridade ao saber, à competência, à experiência, à dedicação ao interesse de Portugal e à capacidade e coragem para dizer não a interesses particulares nocivos ao interesse nacional.
Devem ser evitados casos como o que uma notícia referiu que «Diretor do SEF facilitou amigos do ministro para salvar cargo e Serviço», num negócio dos vistos gold, caso agora em julgamento. Isto vem provar que, em decisões de elevada importância nacional, há sempre inconvenientes em distribuir tachos aos «boys», aos amigos e aqueles a quem se devem favores, em vez de ocupar os lugares através do critério atrás defendido de forma a que as decisões dêem primeira prioridade aos interesses nacionais e não aos de partidos ou de pessoas. O «boy» que vai para o tacho, além de raramente possuir capacidade para ajudar a tomar decisões correctas, tem tendência para agir com gratidão e apoiar todos os caprichos do seu protector, tipo «yesman». É isso que chamam «politicamente correcto», salvando o seu cargo e o do protector. Mas, com tais compadrios, lançam o País no «lamaçal» em vez de o tornarem mais rico e dar melhor qualidade de vida às pessoas.
Em conclusão, os decisores devem ser apoiados por pessoas competentes e não por amigos cúmplices e coniventes.
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segunda-feira, 21 de março de 2016
PORTUGUÊS COM ÊXITO PUBLICAMENTE RECONHECIDO NO CANADÁ
Enquanto muita gente dá prioridade a insultos, calúnias e acusações ainda há quem RECONHEÇA O VALOR QUANDO EXISTE RIGOR INTELECTUAL, ESFORÇO PELA EXCELÊNCIA NA INVESTIGAÇÃO E PELO AVANÇO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO.
O professor português João Pedro Trovão, dedicando-se ao aperfeiçoamento da eficiência de novos veículos eléctricos, não obteve cá o necessário apoio financeiro e aproveitou uma oportunidade do Canadá, onde tem tido êxito nas investigações na Universidade de Sherbrooke, em que é professor, ao ponto de lhe ser concedido um financiamento do Governo Federal de 500 mil dólares (340 mil euros) para desenvolver os seus projectos.
E recebeu uma carta do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, em que reconhece o seu trabalho e a sua dedicação ao aumento do conhecimento científico.
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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
RESPONSABILIDADE DA MAIORIA GOVERNAMENTAL
Estas palavras, meditadas sem preconceitos de partidos, merecem atenção. Quem é sério não deve fugir às suas responsabilidades, não deve sacudir a água do capote, deve procurar soluções.E devia estudar os assuntos antes de decidir para não sacrificar os contribuintes.
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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
DUVIDA SOBRE A CAPACIDADE DOS GOVERNANTES
O Reitor da Universidade de Lisboa mostra-se céptico em relação à nossa classe política, conforme artigo de «notícias ao minuto»
O Sr Reitor foi cuidadoso e correcto ao utilizar o verbo duvidar. Mas o facto da incapacidade não surpreende. Basta olharmos para o critério de admissão às Jotas (Ver aqui), em que impera a ambição e o oportunismo de pessoas falhadas na avaliação escolar que procuram maneira fácil e vistosa de buscar garantia de futuro.
Depois a mentalidade nos partidos de competição para os votos por qualquer forma, a especulação, a ganância e apresentação de listas eleitorais com nomes que não foram devidamente apresentados aos eleitores o que leva estes a terem de escolher não pelo valor ético, moral, cultural, académico ou de experiência profissional, mas a optar pela lista cuja propaganda ou interesse pessoal mais o motiva. Só muito depois das eleições e casualmente se vão conhecendo os eleitos, como os casos de Duarte Lima, Isaltino, Carlos Peixoto, Ricardo Rodrigues, Jorge Barreto Xavier entre muitos outros.
As eleições, embora sejam o acto mais significativo da democracia, constitui uma farsa em que os eleitores não têm condições para escolher os cidadãos mais válidos, mas apenas os mais ambiciosos unidos entre si por obscuros laços de empatia, de conivências, cumplicidades e trocas de favores.
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segunda-feira, 9 de setembro de 2013
PORTUGAL GRATO AO MF GERMÂNICO
Segundo a notícia Schäuble ‘desmente’ Passos e diz que Portugal está a salvo de segundo resgate, os mercados, agitaram-se depois de Passos Coelho ter abordado o cenário de Portugal ter de pedir um segundo resgate em consequência de o Tribunal Constitucional ter chumbado a requalificação da Função Pública. Mas agora, os mercados acalmaram-se depois da declaração de Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão, defendendo que Portugal está a salvo de um segundo resgate.
Por vezes há quem, em termos diabólicos, receie que Portugal seja colónia da Alemanha mas, desta vez, verificou-se que o alemão foi melhor defensor dos interesses portugueses do que Passos e que remediou o mal que este gerou na posição da nossa dívida externa.
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sábado, 15 de junho de 2013
NUNO CRATO, O HOMEM ÉTICO
Transcrição de artigo:
Exames nacionais mantêm-se na segunda-feira, garante Nuno Crato
TSF. Publicado em 12-06-2013 às 23:03
Após uma reunião com sindicatos dos professores, o ministro da Educação explicou que desmarcar exames com novas greves a serem marcadas «abriria um grave precedente».
Os exames nacionais de português e latim vão realizar-se na segunda-feira, assegurou o ministro da Educação, após uma reunião com os sindicatos de professores.
«Com novas graves a serem marcadas, desmarcar exames nesta situação abriria um grave precedente, tal como já tivemos oportunidade de afirmar», explicou Nuno Crato.
Na opinião do titular da pasta da Educação, «não se deve permitir por um simples aviso de greve que os exames sejam recalendarizados com consequências para alunos, pais e professores».
Nuno Crato garantiu ainda que serão encontradas alternativas para a eventualidade de se manter a greve dos professores para os exames nacionais de segunda-feira.
«Se houver alunos que não consigam realizar os exames no dia 17 será naturalmente fornecido a esses estudantes uma outra oportunidade», assegurou.
O titular da pasta da Educação recordou ainda que há sempre exames alternativos à primeira ou segunda fase e que estes «são construídos da forma mais equitativa possível, de tal maneira que o facto de não se fazer o exame numa fase e se fazer na outra não prejudica os alunos».
Nuno Crato notou ainda «pouca abertura de alguns sindicatos» durante as negociações desta sexta-feira, mas a «abertura de outros a que estes problemas fossem discutidos e que se tentasse evitar uma escalada de greves».
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sábado, 25 de maio de 2013
DÉFICE ATÉ ABRIL PIORA 33%
A notícia «Execução. Défice até Abril piora 33% e chega a 2,5 mil milhões» é preocupante e traz à memória textos de comentários e de e-mails que a seguir se referem:
Ao terminar dois anos de «enorme sucesso» em que os mais «notáveis» governantes prometeram, asseguraram, garantiram, que nos iam tirar da crise, constata-se que ainda não parou a corrida para o INSUCESSO total, numa veloz espiral recessiva, com a austeridade e os cortes assumirem proporções cada vez mais gravosas. Quando pensávamos que tínhamos chegado ao fundo do buraco, verificámos que o fundo era fictício e que íamos descer mais, muito mais, sem esperança de a queda parar.
A fantasia ilusória de falar da época pós-troika, serviu para tentar iludir o Zé Povinho. Não existe uma ponta visível, real, de as coisas mudarem, de podermos confiai no Governo e recuperar a esperança em dias melhores.
É urgente que o Povo se organize e imponha a sua vontade democrática (Democracia significa poder do povo). Não se pode adiar a desparasitação do regime.
Num post vi o desabafo «Farto-me de rezar para que eles (políticos incompetentes e sem coragem) desapareçam para sempre!». Esta frase traduz o desejo de uma muito grande maioria dos eleitores. Mas, que me desculpe o PR, isto não se vai resolver com rezas à Senhora de Fátima ou a S. Jorge. Mas também o regime não tem capacidade de se regenerar sem pressões vindas da população, directamente e de forma «convincente». A corrupção e o desejo de enriquecimento ilícito, inibem os actuais políticos (seja qual for o partido no Poder) de resolver os grandes males do Estado. Falta-lhes coragem para enfrentar os privilégios daqueles que têm no dinheiro público a sua «galinha dos ovos de ouro».
A conclusão é de que os eleitores devem deixar de votar às cegas em listas de que não conhecem bem os que estão nelas inscritos, mas apenas quando deles tenham um conhecimento completo dos seus interesses inconfessados.
Depois, há que fazer uma operação de desratização e de desparasitação que liberte o Estado de todos os que se servem dele descaradamente, em vez de procurarem servir os cidadãos, que não devem deixar de ser os verdadeiros detentores da soberania, como é próprio da democracia.
Mas quem faz tal operação de higienização? É urgente que apareça um salvador da Pátria.
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sexta-feira, 24 de maio de 2013
PAULO MORAIS. A CORRUPÇÃO E O MEDO
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quinta-feira, 23 de maio de 2013
ELITES IGNORAM A CRISE QUE ALIMENTAM
Transcrição de artigo seguida de NOTA:
A crise e as elites
Correio da Manhã. 22-05-2013. Por: Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto
O discurso dominante sobre a crise penaliza o povo que viveu acima das suas posses.
Ora, tanto o discurso como a crise foram criados pelas elites que atravessam os partidos e todos os outros poderes, formais ou informais, que se entretêm em Conselhos de Estado inócuos, opacos, sem o respeito social devido às instituições e às pessoas que realmente trabalham contra a crise.
Com estas elites – muito parecidas com as que viviam confortáveis no domínio filipino –, Portugal não enfrenta nem o presente nem o pós-troika. Têm uma visão tutelar sobre o povo que julgam conhecer mas, na verdade, estão a léguas do País, da rua e das soluções necessárias à modernização da economia.
NOTA: As elites lusitanas não cessam de mostrar a sua alta competência, como no caso do deputado que apelidou a geração dos seus pais, tios e avós de «peste grisalha» e um outro, candidato a autarca, que usa de xenofobia e racismo contra os que não são adeptos do seu clube de futebol e os trata de «magrebinos». Mesmo que aleguem distracção ou brincadeira, dão uma triste ideia daquilo que são e prestam muito mau exemplo a uma Nação que pode encontrar na união a sua força para vencer a crise.
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quarta-feira, 15 de maio de 2013
PR DEPOSITA ESPERANÇA NUM MILAGRE
Vejamos as notícias:
Avaliação da troika foi "inspiração da nossa Senhora de Fátima"
Cavaco invoca São Jorge para pedir melhores dias
Já há quem se interrogue se a próxima reunião do Conselho de Estado terá lugar em Fátima ou num Santuário de S. Jorge.
Entretanto, na espera atenta de sinais de milagre, surge a notícia:
Cavaco diz que Portugal precisa de "boas notícias"
E que dizem a isto os elementos do Governo mais responsáveis pala gestão da vida colectiva dos portugueses, em quem já nem o PR parece depositar confiança e esperança?
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domingo, 24 de março de 2013
Não podemos ter fé nos «sábios»
Transcrição seguida de NOTA:
FMI reconhece que aumento do desemprego foi pior que o esperado
Expresso. 17:40 Domingo, 24 de março de 2013. MÁRIO CRUZ/LUSA
O chefe da missão do FMI para Portugal admite que o aumento do desemprego foi "muito pior" que o esperado, e diz que a única forma duradoura de recuperar emprego é acabar o ajustamento o mais rápido possível.
Em entrevista à agência Lusa, Abebe Selassie, explica ainda que uma das grandes motivações da revisão das metas do défice para este ano, para 2014 e para 2015 - que na prática acaba por resultar em mais um ano para reduzir o défice para menos de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) - se deve em grande parte à necessidade de evitar colocar mais pressão sobre o emprego.
"O resultado do desemprego é muito infeliz, é mesmo muito pior que o esperado. É exactamente devido a isto que as metas do défice estão a ser revistas, devido à preocupação de tentar evitar mais pressões sobre o emprego", afirmou numa entrevista por telefone a partir da sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.
NOTA: Mais uma vez não podemos acreditar nos técnicos seja qual for o carimbo de sábios que usem. E, para mal dos portugueses, os governantes têm acreditado na Troika como se fosse uma instituição celestial accionada por Deuses do Olimpo.
Mas é fácil compreendermos que os «sábios» da troika não conhecessem as estruturas nacionais, nem tivessem sensibilidade para os problemas dos portugueses. Mas não é desculpável que os governantes sofressem de tal ignorância e aceitassem cegamente as sugestões dos da troika. Os nossos «sábios» erraram como o «sábio» Gaspar já admitiu, deviam prever, adivinhar que os cortes brutais a que chamaram austeridade que foi usada abusivamente de forma obsessiva e depois reforçada, iria reduzir o poder de compra, secar a economia, levar empresas a encerrar com o consequente desemprego e a redução de impostos como o IVA, o IRC, etc. etc. Aplica-se aqui a frase de Luís Marques Mendes em que refere « brincadeira de mau gosto e exercício de imaturidade»
Será muita ingenuidade esperar que o Governo consiga corrigir o rumo da governação, mas também não há razões para esperar o milagre de vir um Governo mais eficaz, tal é a já bem demonstrada má qualidade da matéria prima.
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Pinceladas no retrato da classe política
Um e-mail recebido há pouco trazia um texto de José Morais da Silva, do qual retiro a seguinte ideia:
O caso dos convites da RTP para renovar o naipe de comentadores, a pessoas com grande “credibilidade” para falar de assuntos de Estado é mais um episódio a juntar à vergonhosa guerra por causa dos mandatos às Presidências das Câmaras, às medidas de austeridade excessiva, às medidas decididas entre a UE e Chipre, etc.
Isto fez dar mais atenção ao que disse Luís Amado numa entrevista à TSF:
«A decisão das taxas sobre depósitos bancários de Chipre foi um erro e prova a irresponsabilidade com que a negociação de Chipre foi fechada durante aquela noite atribulada de sexta para sábado no Conselho Europeu, que pôs em causa princípios de legalidade do ponto de vista do funcionamento da União. Os processos negociais, a partir de uma certa hora da noite resolvem-se pelo cansaço, a abstenção e a saída de muitos intervenientes. Foi uma decisão precipitada.»
Mas também o Conselheiro de Estado Luís Marques Mendes deu mais uma pincelada no retrato da classe política om as seguintes frases:
«Há ministros próximos do primeiro-ministro que andaram esta semana a dizer quase a meio mundo que se a decisão do Tribunal Constitucional for um chumbo do Orçamento pesado que o primeiro-ministro se vai demitir, ou se deve demitir, que o Governo não tem condições e, que portanto, vai embora». E acrescentou que espera «que isto seja uma brincadeira de mau gosto ou mais um exercício de imaturidade que caracteriza muito este Governo».
«Há uns crânios no Governo que assim não vão a lado nenhum. Convinha que de uma vez por todas pensassem um bocadinho, que pensassem menos em politiquice e dessem mais esperança».
Isto mostra, como diz Morais da Silva que a classe política está finalmente a tirar a máscara e a provar aquilo que nós já sabíamos que eles são!. Mas mostra também que a substituição do Governo ou a sua simples remodelação, não iria adiantar muito porque teríamos mais do mesmo em virtude de a matéria prima ser da mesma origem.
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sábado, 23 de março de 2013
Mudar de rumo é urgente
O cronista Fernando Santos, com graça e perspicácia, escreve que «governantes e governados adoram o entretenimento recíproco. Há problemas? Basta um prato de lentilhas e os acordes de uma canção do bandido, em voz professoral desmemoriada, para trocar o essencial pelo acessório, esvaziar angústias e alijar responsabilidades.
Uns atrás dos outros, somam-se os casos da superficialidade e da retórica fácil. Adorável.»
Notícias como Desempregados aumentam 14,1% em fevereiro em relação a 2012, e como Despesa com subsídios de desemprego sobe 21% até fevereiro passam despercebidas devido ao esmagamento que a comunicação social realiza com as banalidades que distraem os portugas.
Mas surgem frases plenas de significado e a merecer a melhor atenção. Eis algumas:
"O país vive à beira de uma rutura social", sem que o primeiro-ministro seja capaz de reconhecer que a sua estratégia falhou.
"Durante os 21 meses de governação, o primeiro-ministro pediu aos portugueses pesados sacrifícios e em troca comprometeu-se a ter um défice orçamental de 4,5% e uma dívida pública de 113% da riqueza nacional. Terminou 2012 e o défice não foi de 6,6% e a dívida superior a 122%. A execução orçamental, hoje revelada já quase à noitinha, demonstra que o Governo não está a fazer a consolidação orçamental".
"Se os resultados são maus, as consequências são dramáticas", com um milhão de desempregados no final do ano, meio milhão dos quais sem apoio social e 40% dos jovens sem trabalho.
"Este primeiro-ministro merece continuar em funções? É este o primeiro-ministro que o país precisa? Num momento de tantas dificuldades, precisamos de um outro primeiro-ministro que mobilize, que inspire, que coloque horizontes, que dê sentido aos sacrifícios e saiba conciliar o rigor e a disciplina orçamental, mas dando prioridade aquilo que é o principal problema dos portugueses: o combate ao desemprego"
Passos Coelho devia reconhecer que a sua estratégia falhou, de ter a humildade de pedir desculpa aos portugueses e de ter a capacidade para mudar de rumo".
O primeiro-ministro "aplica uma receita que não cumpre nenhum objetivo, que aumenta o desemprego, baixa a economia, insiste em mais austeridade e não aceita nenhuma proposta, que esbanja a oportunidade de um diálogo político sério e construtivo com o principal partido da oposição e que reduz aos mínimos o diálogo social"
Mas estas palavras trazem um carimbo que lhes retira isenção e lhes adiciona o sinal de uma intenção, pois são do líder da oposição, Seguro que pretende justificar a prometida moção de censura.
A esta posição de Seguro, o cronista Manuel Tavares alerta para que só pode convencer os eleitores uma censura com programa e que «a maioria de descrentes também não acredita que haja remédios eficazes no almofariz da oposição»
O cansaço de ver desrespeitadas as promessas eleitorais, sempre irreais com fantasias utópicas faz prever que a abstenção e o voto em branco serão o destaque da próxima ida às urnas.
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terça-feira, 19 de março de 2013
Eurogrupo desnorteado
Perante as notícias de Chipre, Eduardo Catroga, antigo ministro das Finanças, teve o seguinte desabafo à agência Lusa:
"A nave do Eurogrupo vai louca. É a primeira reacção que tenho. Atacar a confiança no sistema bancário quando precisamente toda a filosofia das medidas tomadas a nível da União Europeia foi criar condições de fortalecimento do sistema bancário e criação de condições de confiança dos depositantes, esta medida é incrível. Está ao arrepio daquilo que tem sido a filosofia da União Europeia".
Vem ao encontro daquilo que disse o professor Diogo Freitas do Amaral. É realmente necessário, imperioso, agir enquanto é tempo, para não prolongar a agonia e, se possível, para a evitar.
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Salvemos Portugal !!!
Transcrição da notícia que merece a maior atenção por parte dos portugueses, principalmente do Senhor Presidente da República:
Freitas apela a um "grande consenso nacional"
Expresso. 22:31 Segunda feira, 18 de março de 2013 José Pedro Castanheira
Ao apresentar a biografia de Mário Soares, de Joaquim Vieira, o fundador do CDS exortou à união "de todos os democratas com preocupações sociais".
"A crise de Chipre pode deitar tudo a perder" na União Europeia, afirmou Freitas do Amaral durante a apresentação da biografia de Mário Soares, da autoria do jornalista Joaquim Vieira.
Extremamente crítico relativamente à actual governação portuguesa, o fundador do CDS apelou a um "grande consenso nacional" entre os dirigentes políticos. "Saibam colaborar de perto quando a Pátria assim o exigir" foi o apelo que deixou. E que concretizou: "Chegou o momento de todos os democratas com preocupações sociais se unirem".
As críticas do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros estenderam-se à União Europeia. Referiu-se aos "dirigentes incapazes", verberou as "políticas erradas" e denunciou os "novos nacionalismos". Criticou em particular os governos europeus que "querem impor a austeridade como única receita". A este propósito, citou o presidente norte-americano John Kennedy: "Se não formos capazes de apoiar os muitos que são pobres, não saberemos salvar os poucos que são ricos".
"Não tenhamos medo de agir enquanto é tempo"
O ex-presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas não teve dúvidas em afirmar que "não foi esta a Europa e idealizada por Jean Monnet". Recordou, a propósito, que o processo de construção europeia foi obra da conjugação dos partidos e governos democratas-cristãos e sociais-democratas, que se defrontaram com os votos contrários "dos conservadores, dos nacionalistas e de alguns liberais, a par dos comunistas e da extrema-esquerda". Por ironia do destino, quem está actualmente à frente da Europa "são os neo-conservadores, os novos nacionalistas e os neo-liberais.". Manifestando-se muito preocupado com as consequências das últimas medidas aplicadas em Chipre, Freitas do Amaral exortou: "Não tenhamos medo de agir enquanto é tempo".
As afirmações de Diogo Freitas do Amaral foram produzidas ao fim da tarde numa livraria da baixa de Lisboa, onde apresentou o livro "Mário Soares. Uma vida". Da autoria de Joaquim Vieira, é uma biografia com a chancela da editora "A Esfera dos Livros". Freitas do Amaral protagonizou a mais renhida das eleições presidenciais de que há memória em Portugal, tendo sido derrotado à segunda volta em 1986. O vencedor foi, precisamente, Mário Soares, a quem Freitas desejou um rápido restabelecimento. "Homens como ele fazem muita falta a Portugal", concluiu Freitas do Amaral.
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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
O imobilismo na política nacional
Transcrição de artigo:
O imobilismo
Sol. 21 de Janeiro, 2013por José António Saraiva jas@sol.pt
Defendo há muito tempo que Portugal precisa de um ‘choque vital’. E esse choque vital passa pela redução drástica da despesa do Estado, de modo a libertar dinheiro para a economia.
O Estado gasta muito dinheiro de forma não reprodutiva, e isso tem contribuído para asfixiar o crescimento económico.
Sucede que só um partido está hoje empenhado nesse objectivo: o PSD.
Porque, desde a sua fundação por Francisco Sá Carneiro, é um partido de matriz liberal (e não social-democrata, como muitas vezes erradamente se diz), com ligações à classe empresarial e com vocação empreendedora.
Todos os outros partidos não querem a mudança.
Uns por razões ideológicas, outros por razões oportunistas.
Os partidos de esquerda, que durante muitos anos foram progressistas, estão hoje numa posição defensiva, pois o seu papel é defenderem com unhas e dentes as ‘conquistas dos trabalhadores’, obtidas depois do 25 de Abril e nos anos de vacas gordas.
É esta essencialmente a posição do PCP, mas também a do BE.
O caso do PS é diferente.
O PS é um partido do funcionalismo público e da pequena burguesia urbana, e a sua matriz é estruturalmente conservadora.
Não é um partido de grandes mudanças.
António Guterres e sobretudo José Sócrates tentaram transformar um pouco essa vocação, apontando num sentido mais liberal, mas não tiveram grande sucesso.
E a passagem do PS para a oposição levou-o a adoptar uma atitude de resistência activa às reformas, criando problemas por tudo e por nada, e acabando por não se distinguir muito do PCP e do BE.
Resta o CDS. O CDS tem uma posição diversa da da esquerda, até porque está no Governo, mas – não nos esqueçamos – é um partido ideologicamente conservador.
Não está vocacionado para fazer reformas.
É por isso que, perante a obrigatoriedade imposta pela troika de mudar muita coisa, os centristas se mostram de dia para dia mais incomodados.
Paulo Portas tornou-se um verdadeiro contorcionista, colando-se hoje ao Presidente da República, demarcando-se amanhã do ministro das Finanças mas não querendo romper com ele, sendo forçado a ter uma atitude em S. Bento, outra no Caldas e outra ainda na rua.
A divulgação do relatório do FMI sobre a reforma do Estado veio pôr a nu o conservadorismo ou a falta de coragem da esmagadora maioria do país.
A quase totalidade das forças políticas e sociais, e das figuras públicas, reagiu como se o relatório tivesse peçonha.
‘Não me associem a isso!’ – foi a reacção quase generalizada.
Ninguém quis ficar ligado àquelas propostas.
Apenas uma pessoa, Carlos Moedas, teve a coragem de dizer que o relatório estava «bem feito» e merecia ser discutido.
As outras pessoas e instituições demarcaram-se dele ou atacaram Moedas, numa tentativa de desviarem as atenções e não discutirem a questão de fundo.
Disse-se que o relatório era «precipitado», que vinha «tarde de mais», que tinha «números desactualizados», sempre com o mesmo objectivo: fugir à discussão sobre a reforma do Estado.
Acontece que, por muito que se fuja ao tema, o problema está lá.
E o problema é este: o Estado não pode continuar a gastar o que gasta.
Pensemos apenas no seguinte: o défice público, por força dos compromissos com a troika, tem de continuar a baixar; ora, não podendo os impostos subir mais (e não havendo muito mais ‘anéis’, como a EDP ou a ANA, para vender), resta-nos reduzir a despesa.
Não há como fugir daqui.
Mas a única força política que hoje assume esta necessidade é o PSD.
Todas as outras fogem com o rabo à seringa – não só a tomar medidas, mas mesmo a discutir as medidas.
Como fazer então?
Acho que não vai ser possível fazer nada – e que esta questão pode muito bem levar ao fim do Governo.
Vamos cair num impasse: por um lado há que reformar o Estado, mas por outro há uma grande maioria contra essa reforma.
Registe-se:
O PCP está contra.
O BE está contra.
A CGTP está contra.
O PS está contra.
A UGT, quando as medidas apertarem, estará contra.
O CDS vai tentar empatar.
E, last but not least, uma boa parte do PSD também está contra. Não falo apenas de Manuela Ferreira Leite ou António Capucho – falo de todos os candidatos do PSD às autarquias que, com medo de perderem as eleições, vão estar na primeira linha das críticas ao Governo (veja-se o lamentável ataque de Carlos Carreiras a Carlos Moedas).
Ora, como será possível reformar o Estado com uma esmagadora maioria do país contra?
A reforma do Estado não irá pois fazer-se – e esse fracasso (e correspondente pressão política e financeira) poderá provocar a queda do Executivo.
No meio disto, só não percebo o contentamento de muitas pessoas de esquerda.
Elas não entendem que, se o Governo cair, a esquerda ficará com a batata a escaldar nas mãos (uma batata ainda mais quente do que hoje, pois os mercados voltarão a ‘atacar- nos’)?
Se o Governo cair, o que fará a esquerda?
Aumentará ainda mais os impostos?
Reduzirá brutalmente os encargos do Estado, fazendo aquilo que hoje nem quer discutir?
Não fará uma coisa nem outra e correrá com a troika daqui para fora?
E a seguir, quando os cofres se esvaziarem, dirá que a situação deixada pela direita era tão má, tão má, tão má, que não é possível pagar aos funcionários públicos?
Este quadro de terror não é tão longínquo quanto se pensa.
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sábado, 1 de dezembro de 2012
Austeridade lesa direitos fundamentais
O conteúdo do artigo, do Jornal de Notícias de ontem, que se reproduz é de tal forma importante que não se presta a transcrever apenas algumas frases. Merece ser meditado nas suas diversas focagens.
"Discutir o Estado social é fácil porque atinge pessoas sem voz"
Jornal de Notícias. 30-11-2012
O conselheiro de Estado Bagão Félix criticou, esta sexta-feira, a discussão política do Estado social, considerando-a "estúpida" e "fácil" por atingir "pessoas que não têm possibilidade de erguer a sua voz", como os idosos, os desempregados ou os doentes.
"O Estado social discute-se porque é a parte do Estado que tem mais a ver com as pessoas que são velhas, reformadas, desempregadas, estão doentes, estão sós, têm incapacidades, pessoas que não têm voz, não têm 'lobbies', não abrem telejornais, não têm escritórios de advogados, não têm banqueiros", disse Bagão Félix, na abertura de uma conferência sobre a crise promovida, esta sexta-feira, em Lisboa, pela Fundação Liga.
Para Bagão Félix, a vulnerabilidade destas pessoas é que faz com que seja "relativamente fácil" discutir esta reforma, que na sua opinião está a ser conduzida de uma forma "estúpida" porque é colocada como se fosse uma questão de estar a favor ou contra essa reforma do Estado social, quando "infelizmente o filme não é a preto e branco", mas tem coloridos.
"Custa-me ver a discussão sobre a sustentabilidade do Estado social, quando não vejo ser discutida a sustentabilidade das outras funções do Estado", afirmou, salientando que não se assiste a discussões sobre a sustentabilidade das infraestruturas do Estado ou das Forças Armadas.
Bagão Félix criticou ainda o uso do princípio da subsidiariedade em Portugal, para dizer que é "constantemente pervertido": "Temos uma sociedade muito condicionada e subsidiada junto do Estado e isso reduz a nossa capacidade de autonomia, de prevenção, de conseguirmos resolver os problemas por nós próprios, sem sempre nos socorrermos do Estado".
"Deixámos de ter estadistas"
O consultor do Banco Mundial Artur Baptista da Silva criticou a austeridade que se vive na economia europeia, defendendo que, no contexto político e social que vivemos, a austeridade significa "perversidade e violência abusiva" e falta de respeito pelos direitos fundamentais das sociedades, ao impor regras que privam a liberdade de escolha e cidadania.
A redução "drástica" da qualidade dos políticos europeus nos últimos 50 anos é a razão, segundo o consultor.
"Deixámos de ter estadistas e passamos a ter homens que vivem à custa do Estado e que se projetam nas sociedades à custa das falácias e das promessas que depois acabam por não ser capazes de cumprir e que eles próprios, à partida, sabiam que não se podiam cumprir. E deixam-se ficar reféns do poder económico", defendeu Artur Baptista da Silva.
Para o consultor, nenhuma crise mundial pode ser apelidada de crise económica, porque "é sempre" uma crise política. "São sempre os políticos que se deixam aprisionar pelos interesses económicos, e se põem ao seu serviço, em vez de se porem ao serviço das populações que os elegeram", frisou.
Na sua opinião, o capitalismo económico, "que criava empregos", deu lugar ao atual capitalismo financeiro, que destrói empregos. "E porque se faz isto?", questionou, respondendo que a criação de emprego e a rentabilização dos capitais através da economia "demora tempo e tem risco" e a globalização trouxe a ideia de que estar muito tempo no mesmo sítio não compensa porque esse sítio acaba por estar empobrecido e é preciso ir para os outros sítios que ainda não estão tão pobres. "A deslocalização tem sempre esse objetivo", concluiu o consultor.
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