Preparar o futuro
(Publicado em O DIABO nº 2198 de 22-02-2019, pág 16)
Há muitos indícios de que Portugal vive, há demasiado tempo, numa pasmaceira ou pântano, sem sinais de projecto que conduza a uma reforma estrutural que eleve o país a um desenvolvimento e crescimento adequado a melhor qualidade de vida das pessoas e crescimento da economia com resultados melhor distribuídos com justiça social, por forma a criar uma justificada credibilidade de governos e partidos inspiradores de maior confiança dos cidadãos em quem os governa. É frequente ouvir-se falar da conveniência de comparar as obras realizadas e as decisões tomadas para bem dos portugueses nos últimos 44 anos com as do período de igual duração anterior ao 25 de Abril, apesar do esforço de guerra no Ultramar.
E são referidos novos hospitais, tribunais, quartéis para militares e para GNR, Polícia, bombeiros, escolas, aeroportos, etc. E na situação financeira havia uma reserva de barras de ouro de valor histórico, e agora há uma dívida que sobrecarregará várias gerações.
A falta de sentido de Estado e de preparação para encarar o futuro com correcta definição de objectivos a atingir e escolha de boas estratégias, geral e sectoriais, para os alcançar, conduziu a um “deixa andar e depois se verá”, com o resultado que Guterres definiu como “pântano” e utilizou como pretexto para deixar o Governo que chefiava. Depois veio Durão Barroso, que não detectou forma de brilhar à frente do Governo e aproveitou a oportunidade de ir ocupar alto cargo na União Europeia, sendo substituído por Pedro Santana Lopes, que tentou iniciar a descentralização do poder executivo, com uma decisão imponderada e ridícula de deslocar uma Secretaria de Estado para Portalegre. Esta decisão foi recordada com a recente e esquisita promessa de mudar o INFARMED para o Porto, o que deu despesas para pagar pareceres a amigos coniventes, mas que, mesmo assim, foi esquecida. Santana Lopes acabou por ser demitido pelo PR, que mostrou não ser contemporizador nem recear tomar decisões. Depois veio Sócrates, que se deixou pressionar por construtores, deixando-se levar a construir auto-estradas, algumas sem necessidade e até paralelas a outras já existentes, e a criar uma alternativa ao Aeroporto de Lisboa, na OTA, apesar de a orografia não ser nada adequada a tal obra, mas para isso tinha o apoio de amigos que, entretanto, compraram terrenos para serem expropriados por alto preço ou para serem urbanizados, com bons lucros. Também a auto-estrada para o Algarve teve três alternativas, não por razões correctas mas devidas a pressões de políticos que tinham comprado terrenos que, nessas hipóteses, dariam grandes lucros na expropriação. Custou conseguir que a escolha fosse a mais lógica.
Quanto aos anos mais recentes, não é preciso fazer esforço de memória porque as pessoas não esqueceram com facilidade, e a prometida reforma estrutural está em todas as cabecinhas pensadoras, tal como a ausência de decisões para bem da nação, a insatisfação generalizada que tem gerado
greves, com graves prejuízos para utentes de serviços públicos, como universidades, escolas, jardins de infância, hospitais e centros de saúde, transportes rodoviários e ferroviários, finanças, serviços da segurança social ou de estrangeiros e fronteiras, etc.
Está a ser necessário, com urgência, alguém com dedicação a Portugal, competência e coragem para ordenar o estudo de uma reforma estrutural abrangente, com uma estratégia bem definida para atingir finalidades coerentes com os interesses nacionais. Essa estratégia geral deve ser decidida e depois
preparadas as estratégias sectoriais, por forma a haver uma coerência e convergência de todos os sectores para serem obtidos resultados em perfeita harmonia entre si e sem necessidade de paragens e recuos que são sempre custosos, pelo menos no factor tempo que constitui o tesouro mais precioso
por ser irrecuperável. ■
António João Soares
15-02-2019
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
PREPARAR O FUTURO
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A. João Soares
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terça-feira, 11 de setembro de 2018
ACÇÕES INDISPENSÁVEIS E INADIÁVEIS
Acções indispensáveis e inadiáveis
(Publicada no Semanário O DIABO em 11 de Setembro de 12018)
Em vez da propaganda onírica que idiotiza o povo e lhe cria, quando despertar para as realidades, vontade de defender os interesses colectivos e agir de forma violenta contra quem o enganou, será conveniente informar lealmente e incitar à convergência em direcção ao desenvolvimento nacional de que todos beneficiem.
A propaganda e a oferta de ilusões irreais, fantasistas, não melhora a situação de idosos e reformados; não aumenta o rendimento médio das famílias, que se tem afastado negativamente da média europeia; não melhora o desenvolvimento económico; não evita que se caia numa crise semelhante às que estão a massacrar as populações venezuelanas ou sul-africanas. Porque será que a economia tem estagnado há vinte anos? Porque será que nos últimos 44 anos não se construiu nada que se pareça com o que aconteceu nos 44 anos anteriores ao 25 de Abril – escolas primárias em quase todas as aldeias, liceus, palácios da Justiça, hospitais, quartéis para as Forças Armadas e para as Forças e Segurança, etc. – e não se criou dívida pública, antes pelo contrário, foi deixada uma reserva volumosa?
Sem análises profundas e sérias dos factores que levaram à estagnação da economia e da sociedade nacional, e sem serem definidos objectivos de crescimento e elaborados os consequentes planos estratégicos para os atingir, de nada vale a propaganda nem as “verdades politicamente correctas”.
Antes pelo contrário, pois, quando o povo despertar da sonolência induzida pelas fantasias com que é sedado e se consciencializar das realidades, acabará por reagir de forma espontânea, descoordenada, o que pode ter resultados dramáticos principalmente contra os que considera culpados do seu mal-estar. Entretanto, os jovens, isto é, a geração melhor preparada, emigrará em massa, o que representará uma grave perda nacional, por tornar mais difícil a recuperação da economia que é indispensável para o desenvolvimento global do País, principalmente nos sectores mais significativos.
A análise cuidadosa e honesta, sem preconceitos, dos erros ocorridos na vida nacional nas décadas mais recentes, com a intenção de não voltarem a acontecer e de deles serem tiradas as melhores lições para os evitar, desenvolvendo estratégias eficientes de desenvolvimento e recuperação, é uma medida sensata para construir um futuro liberto do pântano actual.
Em democracia, as decisões devem se tomadas com o povo e em seu nome, que é mandante dos agentes do poder político que devem considerar-se seus servidores. O povo, sendo informado com verdade, de forma clara, com frontalidade e sem fantasias oníricas, dará a sua colaboração, se lhe forem criadas condições que o levem a compreender e a ter confiança nos seus mandatários.
Destas considerações ressalta a necessidade de definir tarefas indispensáveis e inadiáveis para preparar o futuro imediato e, depois, o prolongar persistentemente com a necessária adaptação aos condicionalismos que forem surgindo, sempre de forma sensata e inteligente.
Devem ser evitadas saídas infelizes como as do PM e do MAI relativamente aos incêndios de Monchique: «será a excepção que confirma a regra do sucesso», o fogo de Monchique não é como «a vela de um bolo de aniversário (que) todos apagamos com um sopro», «(...) Notável (...) Notável (...) Notável (...)» «notável» a actuação da Protecção Civil em Monchique)…
A propaganda deve evitar cedências a pretensos “intelectuais” que vestem a capa de fascistas leninistas estalinistas que se esforçam por seguir uma táctica já posta de lado pela Rússia, a China, Cuba e alguns estados do leste europeu, a qual está a causar sofrimentos dramáticos na Venezuela e na África do Sul.
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
SABER DECIDIR É INDISPENSÁVEL
Saber decidir é indispensável
(Publicado no semanário O DIABO em 12 de Dezembro de 2017)
Nas semanas mais recentes a comunicação social, usou persistentemente criticas a decisões que foram classificadas com adjectivos pouco agradáveis. Os termos menos duros foram de decisões que não foram «maduramente ponderadas e devidamente preparadas», que foram «tomadas sem debate ou sequer conhecimento prévio» e «condenadas à risota geral», de as posições terem sido tomadas em corrida sem preparação e um pouco em cima da hora», alguém afirmou que não consegue «identificar nenhuma razão válida que justifique» aquilo que define como o que «parece uma decisão irreflectida e mesmo irresponsável», juntou-se o alegre destrambelhamento a sublime incompetência», ignora-se «o que deve ser coesão nacional e o interesse estratégico para o país», «esquecendo o superior interesse de Portugal», «perante as eleições autárquicas, acharam necessário criar ilusões junto de um eleitorado igualmente tacanho e provinciano», esquecem que «os funcionários não são escravos do governo, «iludem as grandes questões nacionais, evitando o seu debate sério e consequente, adiando as decisões com sério prejuízos para o interesse nacional», «a ausência do debate estratégico interno obriga a andar a reboque dos acontecimentos», etc.
Isto magoa-me porque pretendo cumprir o dever de cidadão e dar a colaboração que me é possível para Bem de Portugal. É certo que ninguém é obrigado a ler os meus alertas e ainda menos em a aplicá-los, na vida corrente.
Mas recordo que no artigo publicado no Semanário O DIABO de 27 de Setembro de 2016, com o título «Preparar a decisão», apresentava uma metodologia que, como outras semelhantes, permite preparar decisões oportunas e eficientes para resolver qualquer problema do mais simples ao mais complexo. Usando o sistema indicado tem-se em vista a obtenção do resultado final e que se for concretizado será o mais adequado ao real interesse nacional. A preparação do futuro não pode deixar de ser uma preocupação persistente, permanente.
Basicamente, qualquer pessoa antes de agir deve colocar-se as interrogações O quê? Como? e para quê? Isto é, deve definir, com clareza e de forma que ninguém tenha dúvidas, o objectivo ou resultado pretendido. Deve descrever com rigor o ponto de partida, isto é, a situação vigente, com análise de todos os factores que devam ser considerados com influência na modalidade a seguir. Depois devem listar-se as diversas formas de solução possível a fim de, após judiciosa análise, ser escolhida a mais favorável.
Após ser tomada a decisão pela entidade responsável, há que organizar os recursos necessários à acção, elaborar o planeamento e programar as tarefas, com o máximo pormenor possível a fim de contribuir para a obtenção do sucesso.
Depois de iniciada a acção é indispensável uma supervisão, um controlo rigoroso e eficaz do qual pode resultar a necessidade de ajustamentos, para cuja decisão deve ser utilizada a metodologia atrás referida, por forma a não se perder a directriz que conduz à finalidade inicialmente pretendida e a ser obtido o resultado desejado.
A propósito de boas decisões, recordo as que foram tomadas por Jawaharial Nehru com apoio do pandita Mahatma Gandhi, após a independência da Índia, que eram decisões estratégicas, com olhos no futuro, com bom senso e grande inteligência que visavam objectivos que foram alcançados ao longo de boas práticas coerentes e persistentes, durante anos
Para obter mais pormenores sobre a metodologia referida deve ser lido o artigo publicado em O DIABO e, se não for fácil encontrar o jornal, poderá ser visto no blog onde foi postado após a publicação PREPARAR A DECISÃO
http://domirante.blogspot.pt/2016/09/preparar-decisao.html
António João Soares
5 de Dezembro de 2017
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quarta-feira, 29 de março de 2017
UMA DECISÃO DEVE SER PRECEDIDA POR ANÁLISE E COMPARAÇÃO DAS SOLUÇÔES POSSÌVEIS
As paragens e os recuos a que Trump já foi obrigado, durante pouco tempo de funções realçam a conveniência de, antes e ser tomada uma decisão, dever ser analisado o tema, e todos os factores que o condicionam a fim de serem formuladas várias soluções possíveis compará-las e escolher a melhor. É assunto já aqui abordado diversas vezes.
A experiência mostra que é mais aconselhável prevenir um erro do que, depois de ele ocorrer, ter de o remediar.
Recentemente, após a fuga de três presos da prisão de alta segurança de Caxias, a Inspecção decidiu investigar, em perda de tempo, talvez apenas para arranjar uma punição para os guardas de serviço com base num eventual descuido de vigilância. Mas o que é provável é ter havido falta de medidas preventivas activas funcionais, de eficiência controlada, com sentido de responsabilidade, que impedissem fugas bem sucedidas. Hoje, com os meios eléctricos e electrónicos de vigilância e controlo, é estranho um tal fracasso. Talvez a Inspecção devesse, previamente, ter controlado, os procedimentos do pessoal e os equipamentos, com visitas aleatórias, para ter a garantia de que tudo estava a funcionar correctamente, sem agora ter necessidade de remediar erros ocorridos.
Caso que também coloca o problema da deficiente prevenção e da ausência de cuidado em obter garantia de que os encarregados de guardar as 57 pistolas da PSP desaparecidas eram merecedores de toda a confiança. Tantas armas não podem ter desaparecido num só dia e, desde a falta da primeira, a fuga devia ter sido estancada antes de atingir quantidade tão significativa. Pois, certamente, o desaparecimento não foi em conjunto, mas por pequenas quantidades de cada vez.
Errar é humano e as facilidades são atractivas para quem tem exagerada e desajustada fé em milagres. «Deixa estar assim e pode ser que não aconteça nada» é uma regra a abandonar por quem tem sentido de responsabilidade.
Também nos fogos florestais, apenas se pensa neles no aspecto combativo, depois de ateados, porque isso convém aos que beneficiam dessa atitude, bombeiros, fornecedores de equipamentos, helicópteros, produtos ignífugos, etc. Mas, está a findar o momento anual apropriado em que se deve pensar em medidas eficazes destinadas a reduzir os fogos ao mínimo, evitando os vultosos prejuízos para os proprietários que, anualmente, vêm os seus haveres consumidos pelas chamas. Mas infelizmente, com a falta de gente capaz de planear a prevenção, iremos assistir, com o coração angustiado, dentro de poucos meses, a mais umas semanas de catástrofe. Porém, essa languidez de costumes não é pecado apenas dos portugueses. Ao mais alto nível da vida mundial acontece o mesmo, em muitos aspectos. Por exemplo, perante o drama dos refugiados, fala-se em dar-lhes abrigo e outros apoios, mas não se conhece intenção de criar formas de evitar os conflitos internos e externos que lhes dão origem. Em vez de se procurar manter a paz e a harmonia social, actua-se militarmente, com armas mais poderosas arremessadas por canhões e aviões que agravam o problema, com enormes destruições de património (por vezes com grande interesse histórico e artístico), perdas de vidas inocentes e produção de feridos que, se escaparem à morte, podem ficar deficientes e incapazes. Porquê isto? Porque os fabricantes de armamento pretendem aumentar as suas fortunas com guerras que quase «impõem» aos grupos terroristas e aos Estados com apetência para alimentar a ambição e a vaidade dos seus dirigentes.
Os governantes esquecem, ou não querem ver, que a violência combatida pela violência conduz a uma espiral imparável e gera ódio e desejos de vingança, que se prolongam durante várias gerações, e os resultados disso lesam os direitos da Humanidade. Actualmente, são bem visíveis os incalculáveis inconvenientes da invasão do Iraque, em 20 de Março de 2003, por ela ter sido decidida ao contrário da metodologia da preparação das decisões aqui referida no texto publicado em 27 de Setembro de 2016.
Como o Mundo seria melhor, e as pessoas mais felizes, se os detentores de altos cargos tivessem apurado sentido de responsabilidade, competência, respeito pelos direitos humanos, sensatez e vontade de prevenir situações de acidente e de violência e dominassem as suas próprias tentações de vaidade e ambição!!!. Não deve esquecer-se a atitude da Malásia e a segui o Japão ao tentar convencer a Coreia do Norte a dialogar para atenuar a ira da Coreia do Norte. No mesmo tema também se evidenciou a China e a Rússia a tentar serenar os espíritos, no sentido proposto pela Malásia.
Notícia muito recente diz que embora, no nosso País, já estejam identificados há 10 anos infraestruturas com risco de atentado, apenas há três anos se iniciou a validação dos respectivos planos de segurança. Mas, embora já tenham sido aprovados cerca de 50 relativos a infraestruturas críticas, ainda há 30 por validar, do total de cerca de 150 «pontos sensíveis» identificados pelos técnicos de segurança. O processo está a andar demasiado devagar, pelos vistos, sem uma real sensibilidade para a necessidade de «prevenir». É bom ser como o velhinho pensador, mas sem se deixar pear pela indecisão.
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segunda-feira, 9 de novembro de 2015
PS E AS TOMADAS DE DECISÃO
Das negociações conduzidas pelo PS para formar Governo ressaltou o factor muito significativo da abertura da discussão dos problemas, analisados por pessoas diversas em saber e opinião, por forma a não ser negligenciada nenhuma das suas facetas. Foi uma óptima aplicação da metodologia referida em «PENSAR ANTES DE DECIDIR» que era baseada no conceituado e muito melhorado ao longo dos tempos método militar do «estudo de situação». Nenhuma decisão deve ser tomada sem uma tal preparação e, mesmo assim, quando entra em concretização, podem surgir imprevistos que exigem correcções rápidas usando o mesmo método para conseguir o objectivo pretendido.
Agora, se tal governo vier a ser realidade, PORTUGAL deixa de ficar dependente de decisões «irrevogáveis» ou feitas por inspiração arrogante do estilo «eu quero, posso e mando» e por teimosia «custe o que custar».
Em tal governo, cada decisão precisando da aprovação dos parceiros, terá, portanto na base um conhecimento de vários pontos de vista e análise de vantagens e inconvenientes em comparação com qualquer outra solução alternativa. Haverá assim, ao contrário de palpites arrogantes, uma racionalidade de concentração de esforços e de reunião de recursos de saber e experiência, como ficou bem visível aqui.
Oxalá os protocolos dos acordos assinados pelos parceiros resultem em pleno para bem de PORTUGAL, a fim de não haver zig-zag, nem erros de legislação de que resultará custos em tempo e dinheiro, perda de confiança e pressões estranhas que prejudiquem os portugueses. Uma sugestão que ressalta é que, tendo este início de discussão aberta e plural dos problemas nacionais, nunca deixem de procurar um permanente consenso para que os portugueses possamos ver o nosso País crescer, aumentar a credibilidade perante o estrangeiro e melhorar a própria qualidade de vida, com mais solidariedade, mais justiça social, menos desemprego, menos necessidade de emigrar, menos burocracia, menos gorduras na máquina do Estado, sem corrupção e sem despesas exageradas com mordomias, luxos, ostentação, etc.
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
GOVERNAR É DECIDIR E DECIDIR É PENSAR
É preocupante que alguns governantes, políticos e comentadores submetam a sua argumentação, teimosamente, a citações de ideólogos que, sendo pensadores respeitáveis e a quem o mundo muito deve, ao fim e ao cabo, emitiam opiniões válidas sintonizados para a sua época. Trata-se de indicação do azimute a seguir para chegar a uma finalidade, mas que não dispensa de ajustes pontuais adequados aos obstáculos encontrados no itinerário.
É vulgar ouvir-se que «cada caso é seu caso» e uma solução pode resultar numa situação, mas raramente pode obter o mesmo êxito em caso parecido mas diferente em pormenores que parecem diminutos.
Por isso, há que analisar cuidadosamente os problemas e os seus diferentes factores, a fim de os equacionar com realismo e obter a melhor solução possível, como se diz em «pensar antes de decidir» . Só assim se obterá o melhor resultado possível com vista a melhorar a qualidade de vida dos cidadãos amanhã, num futuro mais ou menos distante.
Não há ideologias milagrosas, nem soluções imutáveis e permanentemente válidas. A confirmar estas palavras, merece ponderação a afirmação de um deputado, «Já não sou um liberal. O Estado tem de ter força», que mudou de opinião perante as realidades com se tem defrontado.
Um ministro não pode estudar com a necessária profundidade cada assunto que tem de decidir e, por isso, dispõe de assessores que devem se nomeados pela sua preparação e capacidade para serem colaboradores válidos e não apenas por compadrio como refere um artigo do Público do início do ano corrente que se intitula «Estudo mostra que boys ajudam a controlar administração pública».
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sexta-feira, 29 de novembro de 2013
EMENDAS NO OE PARA AS UNIVERSIDADES
Os reitores das universidades notam «espírito de cooperação» em reunião com Passos Coelho. Este «mostrou abertura para, no início de 2014, repor os valores que os reitores entendem ter sido cortados em excesso.»
O facto de as decisões serem tomadas sem base em estudos correctos com a colaboração dos mais interessados, e sem serem analisados todos os factores do problema com vista a evitar resultados indesejados, conduz a posteriores remendos com os respectivos inconvenientes para os serviços e para a imagem de imponderação que recai sobre os decisores. A táctica de avanços e recuos, de erros e tentativas, de avanços e recuos, sem ESTRATÉGIA bem definida, não honra nem prestigia líderes e dirigentes.
É, pois, fundamental pensar antes de decidir, como se sugeriu no post de 4 de Dezembro de 2008. Depois de tomadas as decisões, poderão ser feitos pequenos ajustamentos pontuais, de acordo com o controlo da sua aplicação, mas devem reduzir-se ao mínimo indispensável, se os estudos que conduziram à decisão foram efectuados com competência e honestidade.
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segunda-feira, 11 de novembro de 2013
NUNO CRATO CONFESSA OMISSÃO
Quando era criança, aprendi que os pecados podem ser por pensamentos, acções ou omissões e agora deparo com o ministro Nuno Crato, depois de quase dois anos e meio de Governo, a confessar que ainda há muito a melhorar nas escolas portuguesas.
E que melhoramentos fez durante todo este tempo, mais de metade do mandato? Já houve tempo suficiente para analisar a situação, fazer o diagnóstico e aplicar a terapia para, no fim da primeira metade do mandato, começar a colher os louros das medidas tomadas. Isto evidencia que realmente o País precisa de muita coisa a melhorar, a reformar, mas não parece que tais tarefas estejam ao alcance dos actuais governantes. Pelo menos, depois de muito entrados na segunda parte do mandato, o Governo ainda continua à espera que um milagre resolva os problemas do País.
E ainda há quem repita que a culpa é do governo anterior!!! Afinal, para que serviu a austeridade que empobreceu grande parte da Nação? Ressalta assim outra notícia de título “O governo magoa a população e sente-se orgulhoso”
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quinta-feira, 25 de abril de 2013
ELES SABEM MAS NÃO QUEREM ?
É bem conhecida a expressão «Querer é poder». Ela encerra a relação sequencial entre a informação, o querer, o poder, a acção e os resultados.
Do conjunto dos discursos lidos hoje na AR em comemoração do 39ª aniversário do 25 de Abril, verifica-se existir um conhecimento perfeito dos maus e dos bons caminhos para conseguir os mais altos interesses nacionais. Dessa forma, o poder executivo tem ao seu alcance todo o saber necessário para decidir, de modo a evitar as más soluções, de resultados indesejados, e poder optar pelas melhores. Parece ser veleidade desnecessária dos comentadores fazer sugestões ao Governo com intenção de o estimular a observar os diversos factores implicados nas decisões necessárias para o crescimento e desenvolvimento de Portugal e para a melhoria do Bem-Estar dos cidadãos.
Mas se, apesar de poderem dispor de todo o saber, como se compreende que não queiram, pois se quisessem podiam, segundo o velho refrão? Será que não querem ou são obrigados a não assumir que querem? Haverá, como por vezes se ouve e lê, poderes não democráticos, ocultos, misteriosos, não confessados que condicionam e dominam o Poder executivo? Será verdade que as guerras em que os EUA se metem são instigadas pelos industriais de armamento, como insinuou Dwight D. Eisenhower? Terá fundamento ou será aleivosia o dito de que os governantes agem em função da vontade de quem por trás da cortina lhes puxa os cordelinhos e os impede de desempenhar, cabal e responsavelmente, aquilo que deles se espera?
Será esta a explicação do fenómeno aparente de eles saberem mas não quererem?
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terça-feira, 9 de abril de 2013
GOVERNAR COMO CONDUZIR AUTOMÓVEL
Por considerar dever dar mais destaque ao texto de um comentário, transcrevo-o para aqui com pequenos retoques:
A serenidade, ao contrário da exaltação descontrolada constitui um valor a manter e a rendibilizar para a reflexão, a inovação e a produtividade no melhor sentido e para os melhores efeitos.
Mas da reflexão não deve resultar uma IDEIA FIXA, dogmática. Com efeito, não há verdades absolutas senão em mentes débeis de cruéis ditadores autoritários e dominadores pelos piores métodos. Tudo é relativo e tudo está sujeito a incontáveis factores, em permanente evolução, que exigem rever a acção em cada momento, adaptando-a a alterações ambientais, circunstanciais. Viver ou governar constitui uma actuação do género da condução automóvel em que o volante da direcção não pode ser desprezado um só momento, a fim de fazer face, com eficácia, às condições da estrada e a tudo o que nela se passa ou pode vir a passar-se.
A impreparação, a incapacidade e a vaidade de governantes cria-lhes a errada noção do poder e da infalibilidade e teimam obsessivamente num capricho que impõem ao povo «custe o que custar», não reconhecem os seus erros e falhas e «prometem continuar» em vez de procurar mudar para a rota mais apropriada para atingir os objectivos mais favoráveis aos 80 por cento da população, aquela que está por eles condenada a viver na pior miséria e a morrer de fome, de carência de cuidados de saúde, de deficiente educação, de insegurança ou por suicídio.
O povo, com o poder que lhe é concedido teoricamente pela DEMOCRACIA, devia gritar mas infelizmente está exangue, sem coragem nem força para manifestar a sua indignação, e deixa-se iludir por promessas, que não passam de palavras bonitas.
Mas a vacuidade cerebral está ligada à ostentação e ao palavreado oco, e aparecem jovens acriançados, sem uma sólida preparação, a tentarem convencer que são SENHORES ÚNICOS DA VERDADE e que prometem colocar de lado a PESTE GRISALHA!!!. Outros puxam por um dos poucos livros que folhearam e citam frases de sábio do século passado a querer mostrar competência e idoneidade e tentam impor ideias que foram aplicáveis noutros tempos mas que não são minimamente ajustadas à sociedade actual, com características muito diferentes e mais complexas. Não conseguem perceber que as realidades são outras, não conhecem o mundo real e as condições em que vive grande parte da população que, por isso, martirizam de forma desumana. Parecem marionetes submissas aos cordelinhos manipulados por alguns senhores do poder financeiro que fazem parte dos 20 por cento favorecidos pelo regime. E mesmo estes vivem iludidos, porque se destroem os 80 por cento que produzem e consomem, ficam sem alimento e sem quem os sirva e sem fonte do enriquecimento a que estão habituados.
Muitos dos que têm funções directivas e de gestão, com pessoas, de carne e osso sob a sua responsabilidade não sabem aplicar nas suas tarefas o exemplo do automobilista que nunca fixa o volante, para não se expor a um grave acidente nos segundos mais próximos. A propósito, O presidente do ACP atribui a quantidade de acidentes rodoviários à péssima preparação dos condutores. Isso também merece ser meditado de forma abrangente à formação geral dos portugueses.
E o pior mal da humanidade é que, pelo mundo, predominam nos governos e ekm funções de alta responsabilidade pessoas de tal estirpe, que não pensam nos interesses das pessoas mas apenas nos seus próprios e nos do seu clã e se orientam por vãs vaidades, como se vê na Coreia do Norte, na Síria e em vários países da Europa que, há muito tempo, deixou de ser o modelo e a mola real da civilização ocidental e exemplo para o Mundo.
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domingo, 17 de fevereiro de 2013
Decisões mal preparadas obrigam a recuos
Todos os dias vemos exemplos crassos de erros desprestigiantes. Hoje deparei com a notícia Ministério recua em várias questões do Ensino Especial, o que nunca pensei que acontecesse num pelouro de que é responsável professor de boa reputação.
É muito estranha a incapacidade e imprudência de os ministros tomarem decisões antes de as prepararem devidamente com a consulta dos interessados, directamente ou através dos seus representantes. Andamos a perder tempo, recursos, energias e prestígio, com estas tácticas de tentativas e erros, avanços e recuos. Deviam ler a metodologia descrita em Pensar antes de decidir para saberem bem preparar as decisões e evitarem tão escandalosa sucessão de avanços e recuos.
Imitando um professor que ouvi em 1971 no Curso Superior de Management do INII, em Lisboa, tenho procurado ser um «optimista preocupado», mas hoje a preocupação é tanta que já não tenho a certeza de conseguir ser minimamente optimista. Não é fácil encontrar um pequeno iceberg neste mar de poluição em que à tona de água só vemos incapacidades inexplicáveis, onde possamos apreciar exemplos de dignidade, com busca da perfeição, da excelência e competência.
Como está a ser frequente ouvir que existe o perigo de a crise vir a ser solucionada na rua, não com cantigas mas com violência, fico preocupado, pois, em tais «soluções», os estragos recairão sobre inocentes, enquanto os reais culpados sairão ilesos e passar-se-ão para Paris, Cabo Verde ou outro paraíso. Por isso, seria desejável que se recorresse a uma solução doméstica antes de ser tarde demais, mas os governantes não querem molestar os seus boys e os seus futuros patrões nos habituais «asilos» de velhos ex-políticos. No post anterior há várias sugestões que merecem ser ponderadas, a fim de levar Portugal para a frente sem «tentativas e erros» nem «avanços e recuos» nem, por outro lado, a arrogância do estilo «custe o que custar» em soluções por capricho de bruxaria. Convém pensar cuidadosamente e de forma abrangente antes de decidir, a fim de ser escolhida a melhor solução para cada problema por mais pequeno que pareça..
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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Presidente cauteloso !!!
Transcrição de artigo de opinião, seguida de NOTA:
Um Presidente que não conta
Diário de Notícias. 23-12-2012. por PEDRO MARQUES LOPES
É um tempo para pararmos um pouco, olharmos à nossa volta e reflectirmos sobre aquilo que fizemos, aquilo que deixámos de fazer, aquilo que não devíamos ter feito, aquilo que podíamos ter feito melhor", afirmou Cavaco Silva durante a sessão de apresentação de cumprimentos natalícios por parte do Governo.
Não é de crer que o homem que nunca se engana e raramente tem dúvidas tenha, por uma vez, resolvido anunciar uma introspecção. De alguém que continua a tentar fazer-nos de parvos e diz que as suas palavras sobre as suas pensões foram mal interpretadas quando todos as ouvimos claramente, não podemos esperar grandes actos de contrição.
Por estas e outras não faltou gente a interpretar aquela frase como um recado ao Governo e não como uma espécie de mea culpa. No fundo, uma troca de recados: o primeiro-ministro mandou um recado a Cavaco Silva quando falou - de forma ignorante e imprudente pondo em causa a solidariedade entre gerações, essencial ao equilíbrio da comunidade - sobre "pessoas" que não descontaram o suficiente para ter as reformas de que hoje desfrutam e o Presidente da República tratou de mandar outro recado incentivando Passos Coelho a reflectir. Digamos que estamos bem entregues quando, num momento como o que passamos, Presidente e primeiro-ministro se divertem a mandar recados um ao outro.
É provável que a santíssima trindade composta por Passos, Gaspar e Relvas, essa entidade una e indivisível, não tenha consciência do mal que está a fazer ao País e da catástrofe que está a semear. O Presidente da República também ainda não percebeu que está a ser conivente por acções ou omissões da dita trindade, e que os cidadãos entendem que ele é parte integrante da equipa que está a destruir a classe média, a condenar gente, sobretudo de meia-idade (que não mais vai conseguir arranjar emprego) à miséria e a fazer regredir social e economicamente o País muitas dezenas de anos.
Não, não foram apenas as suas infelicíssimas declarações sobre as suas pensões, não foi aquele inominável discurso em que ofendeu tudo e todos aquando da sua vitória eleitoral, não foi o episódio das escutas (que em qualquer país civilizado teria levado à demissão do Governo ou do Presidente da República) que faz com que Cavaco Silva seja o Presidente da República mais impopular da história da democracia. Não é em vão que sondagem após sondagem Cavaco Silva reúna mais opiniões desfavoráveis que Seguro, Paulo Portas ou até do duo dinâmico Martins/Semedo - só mesmo Passos Coelho é mais impopular que ele. Nada disto surpreende: além de o sentirem colaborar com o Governo, os portugueses não conseguem perceber a sua importância. Cavaco Silva conseguiu tornar o cargo de Presidente da República irrelevante.
O Presidente renunciou ao seu papel de provedor do povo quando não fala dos problemas, das angústias, dos verdadeiros dramas dos seus representados e gasta o tempo com recados que apenas servem para que mais tarde venha com o seu habitual e fútil "eu tinha avisado" que nada acrescenta e apenas lembra a sua inutilidade . Não cumpriu o seu juramento de "defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa" quando deixou que um grupo de deputados fizesse o que ele devia ter feito mandando o orçamento de 2012 para o Tribunal Constitucional. Não pediu a fiscalização preventiva do Orçamento para 2013 quando, segundo todos os constitucionalistas, todos os observadores independentes e até do próprio partido do Governo, este tem várias normas inconstitucionais e apenas 7,6% dos portugueses acham que ele o deve promulgar.
Ouviu-se, aliás, muito o argumento de que o Presidente não iria enviar a lei para o Tribunal Constitucional para fiscalização preventiva por existir o risco de não haver orçamento nas primeiras semanas de 2013. Cavaco Silva pode invocar todas as razões para não o ter feito menos essa. O Presidente não jurou cumprir e fazer cumprir um qualquer orçamento, jurou sim fazer cumprir a Constituição. Mais, se as dúvidas são muito fortes não faz sentido que não requeira a fiscalização deixando assim que muito provavelmente entrem em vigor leis inconstitucionais.
Quando, lá para Março, toda a gente perceber a catástrofe orçamental, o Governo entrar em colapso, os tribunais, departamentos do Estado e sociedade civil mergulharem numa crise sem precedentes vamos ter um Presidente descredibilizado, impopular, barricado em Belém e em que ninguém confia. Nem os partidos, nem a comunidade em geral. E logo quando mais precisávamos dum Presidente da República.
NOTA: É pena que o cronista não tenha referido a comprovada discrição, precaução, prudência, segurança, cuidado para evitar errar, recorrendo a «tabus» e, mesmo, a pedaços de pão-de-ló. Consegue levar tais cuidados virtuosos ao ponto de parecer hesitação ou dificuldade em decidir e, entretanto, o problema resolve-se e deixa de ser oportuno ou necessário arriscar. Homem prudente que não se mete em aventuras…
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terça-feira, 9 de outubro de 2012
Ministério da Educação recua
Segundo notícia do Público, Ministério da Educação recua na questão dos exames do 12.º ano, o que não melhora a imagem do Governo, num momento de crise nacional em que a confiança nos governantes está muito em baixo. Mas, já que errou, é louvável que corrija o rumo.
Porém evitaria ter de recuar se tivesse preparado bem a decisão, dialogando com quem estaria interessado no assunto e que depois o fez recuar. Devia ter utilizado um método de preparação da decisão do género do preconizado em Pensar antes de decidir.
E a precipitação de decidir sem a devida ponderação conduz à interrogação para que lhe servem todos os seus assessores e especialistas, que tão caros ficam aos contribuintes e que não evitam ter de fazer recuos???
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sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Democracia e Diálogo são parceiros Inseparáveis
Sem democracia é difícil e inútil haver «diálogo» por falta de confiança mútua, lealdade e abertura, Por seu lado se o diálogo estiver ausente não é coerente falar-se de democracia.
Com democracia e diálogo é possível preparar as decisões, fáceis ou difíceis, para os pequenos ou grandes investimentos, empreendimentos e acções sociais. Deve sempre usar-se uma metodologia adequada para pensar antes de decidir.
Esta ideia foi criticada alegando que no Governo de Guterres era dada toda a prioridade ao diálogo mas que raramente era concluído e concretizado, traduzindo-se em medidas concretas. O diálogo com a finalidade de preparação da decisão, não deve ser bloqueado por demasiadas hesitações ou por avançar por decisões parcelares e opções mal analisadas. A quantidade de hipóteses de solução deve ser reduzida, sucessivamente, até ser escolhida a melhor, após comparações entre todas, tendo em atenção a finalidade e aprioridade dos factores.
A decisão deve ser expressa de forma correcta, isto é, clara precisa e concisa. Deve conter a finalidade que se pretende atingir, as tarefas a desenvolver, quem é responsável por cada tarefa e o início das diversas fases, a fim de haver perfeita interacção entre todas as partes envolvidas e as maiores sinergias.
Iniciada a acção deve ser controlada a realização de todos os actos necessários, para atingir o objectivo pretendido com a máxima eficácia e economia recursos, incluindo o tempo. Em consequência do controlo, resultam, frequentes decisões adicionais, ou por deficiência de planeamento ou por resultados imprevistos ou alterações dos factores condicionantes. Na prática não há planeamentos do género custe o que custar. Pelo contrário, o objectivo, a finalidade só pode ser alterado, excepcionalmente, pelo escalão superior que o estabeleceu.
Felizmente, parece que chegámos ao ponto de as principais forças políticas nacionais se mostrarem decididas a um diálogo útil com vista a procurar as melhores soluções para os problemas que preocupam todos os portugueses. E talvez já pudéssemos ter chegado a esse entendimento democrático se não houvesse o esquecimento de que em diálogo tem que haver cedências de parte a parte, e se não houvesse quem tenha a tendência para teimar na sua ideia e querer levá-la para a frente «custe o que custar». Oxalá a promessa de diálogo seja bem interpretada e posta em prática para que todas as energias do País se conjuguem para o melhor objectivo a bem de Portugal.
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quarta-feira, 25 de julho de 2012
Decidir por palpite é incorrecto
Infelizmente, muitas vezes, os governantes parecem mais propensos a decidir por palpite ou teimosia arrogante do que a seguir um método de boa preparação da decisão. Exemplos disso aparecem com mais frequência do que a desejada, e sabe-se por «alterações» ou «recuos», sempre desprestigiantes e com custos que deviam ter sido evitados. Um dos custos, em crise é tempo, que não é recuperável.
Agora, o Ministério da Educação viu-se na necessidade de alargado até 31 de Julho o prazo para candidaturas de professores contratados, depois de as normas iniciais para concurso terem lançado professores contratados "no desespero" e de os Sindicatos da FNE e da Fenprof alertarem professores contratados para “confusão” no concurso.
Ou será que passou a ser moda os governantes estarem a lixar-se para os cidadãos que dependem das suas tutelas?
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terça-feira, 19 de junho de 2012
Em crise o tempo é recurso precioso
Com efeito, os «técnicos» ou «sábios» europeus, em vez de não perder tempo para preparar as «reformas estruturais» adequadas à luta contra a crise, parece terem ficado sentados à espera daquilo que vier a acontecer. E depois, logo se verá!!! E, o que mais custa, é estes tipos que se desmazelam nos cuidados para a defesa das populações, vivem à custa dos impostos pagos por estas.
Pensem bem nas soluções necessárias e depois de lançarem «bocas» para criarem esperança e confiança, sintam-se escravos delas e cumpram a vossa palavra. Para isso, não falem de reformas estruturais, de medidas de crescimento e de criação de emprego, antes de estarem dispostos à sua implementação, isto é, não falem apenas para alimentar o narcisismo balofo.
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domingo, 17 de junho de 2012
A prioridade é resolver os problemas
Há políticos cientes da necessidade desta prioridade, como se vê no artigo São tempos para respondermos aos problemas, não para jogos partidários nas palavras de António José Seguro que se transcrevem:
“Estes são tempos para nós respondermos aos problemas dos portugueses, não são tempos para jogos partidários. Particularmente num fim-de-semana tão complexo e com tantas incógnitas”.
“Isto são tempos em que os portugueses exigem aos políticos responsabilidade e resposta para os problemas concretos”
Mas, senhores políticos, não bastam palavras pias, pois daquilo que precisamos são medidas práticas baseadas em estudos sérios que conduzam a reformas que eliminem as causas de crises ou o agravamento destas quando são de origem externa, que façam aumentar a confiança dos investidores para que a economia cresça e dê emprego, que estruturem o ensino para ter utilidade prática, com a curiosidade que estimule a aprendizagem permanente e com o raciocínio que facilite equacionar as situações advenientes e encontrar as melhores soluções.
A vida prática não pode ser regida por dogmas nem por boas regras de há 10 anos, porque a evolução é rápida e é preciso actualizar procedimentos e esquemas de raciocínio para poder agir com eficácia em qualquer situação.
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sexta-feira, 1 de junho de 2012
Gaspar cai na real ???
Parece ir longe o tempo em que Gaspar abusava repetidamente dos verbos «garantir» e «assegurar», como aqui foi várias vezes referido. Pessoa medianamente atenta veria que não havia lugar para tais garantias, antes pelo contrário, as dúvidas eram muitas e as competências não se apresentavam á altura das necessidades para encarar a realidade e encontrar soluções adequadas. Tratava-se apenas de arrogância de governante caloiro vítima de exagerada autoestima e demasiado confiante nos livros por que aprendeu. Esquecia que tais livros fioram publicados há alguns anos e assentavam em factos muito anteriores, o que pouco ajudava a decifrar situações actuais de um mundo muito diferente do de ontem. Mais do que regras desactualizadas, são necessários métodos de análise e de preparação das decisões, sem nunca esquecer que governar é defender o bem-estar e a felicidade das pessoas, dos portugueses, principalmente os mais modestos agentes da economia.
Mas, agora, já admite que andava nas nuvens e que a redução da dívida é tarefa para "muitos anos" e que, em vez de medidas avulso e desconexas,
"Portugal terá de concretizar uma trajetória sustentada de redução de dívida pública durante muitos anos". Tal afirmação não foi surpresa, só sendo de estranhar que demorasse quase um ano a surgir, depois de insistir nos números que desencadearam a tragédia nacional de reduzir o poder de compra das classes mais desfavorecidas, com consequente quebra na facturação do comércio, encerramento de firmas comerciais e industriais, desemprego, com menos impostos recebidos e mais subsídios de desemprego a pagar. Enfim, uma austeridade que, por ser mal preparada e decidida, em vez de curar, agravou a patologia.
As notícias faziam esperar do ministro a sua descida ao terreno prático, pois, por exemplo, o défice orçamental terá ficado nos 7,4% no 1º trimestre quando havia o compromisso (garanto que… asseguro que…) de ser de 4,5%. E o fisco enganou-se nas contas e receita de IRS pode não ser tão boa. Um esforço indispensável deve ser orientado para evitar erros e para prepara com muito rigor qualquer decisão, mesmo que pareça trivial, seguindo o método de pensar antes de decidir.
E para melhorar a eficiência da acção governativa, nem é preciso espreitar o que pensam os «sábios» estrangeiros, pois temos cá quem (Teodora Cardoso) tenha ideias práticas, como estas «é preciso um programa claro, não bastam listas de medidas, isso não vale a pena fazer, mas uma lógica de medidas que tem de ser acompanhada pela prestação de contas. O Governo tem de empenhar-se na explicação das medidas que toma em matéria de finanças públicas e de política económica.»
«É preciso tornar muito claro que nós não estamos a tentar unicamente corrigir algumas coisas para depois voltar ao passado mas estamos efectivamente a propor-nos mudar de vida». «Portugal tem de «pensar pela própria cabeça e ir além do que nos mandam».
Esperemos que Gaspar assente bem os pés na realidade e, a partir daí, utilize uma boa metodologia de preparação de decisões, não para voltarmos ao «statu quo ante» mas para reorganizarmos o País de forma mais adequada a maior justiça social e ao crescimento da riqueza nacional.
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sexta-feira, 18 de maio de 2012
Estaremos num pais de orates ???
Parece que estamos a viver em ambiente de grave irracionalidade.
A notícia Barreiro: passe anual dos transportes para idosos passa de dois euros para 20 a 24 euros deixa-nos preocupados acerca do «estudo sério» em que possa ter sido baseada a decisão de criar o cartão de dois euros anuais. É possível que não tenha qualquer justificação válida a não ser o capricho «generoso» do autarca para ganhar votos ou para mostrar solidariedade em qualquer manifestação de apoio aos idosos. Dois euros não devem sufientes para cobrir as despesas inerentes à criação e à renovação do cartão. E como não haverá critério defensável para justificar a criação e a manutenção de tal situação, surge agora a ideia de passar o cartão de 2 para 20 ou 24 euros, um aumento de dez vezes mais, o que é chocante para muitos daqueles que vão ter de suportar o pagamento.
Terá agora havido estudo assente em análise cuidada ou será o novo valor também resultado de um capricho? Não passará de mais uma decisão «porque sim»? Haverá sensatez, racionalidade, lógica, neste aumento?
Nada se pode estranhar dado que a nível governamental também aparecem decisões carentes de racionalidade.
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Racionalidade é indispensável
O título da notícia de que se transcreve o início exige meditação e, nesse sentido, acrescenta-se uma NOTA.
Reformas educativas. Política dominante tem sido “mudar porque sim”
Ionline. Por Kátia Catulo, publicado em 18 Maio 2012 - 03:10
Num momento em que o Ministério da Educação prepara mais reformas, especialistas avisam que as decisões políticas por tradição não são avaliadas nem suportadas por estudos.
Na educação, as reformas têm de ser lentas e precisam de tempo para amadurecer. Parece quase um lugar-comum, mas não é isso que acontece em Portugal, avisa a especialista em ciências da educação Helena Peralta. Bastará recuar no tempo para concluir que nas últimas seis décadas o país atravessou três reformas curriculares e ainda duas reorganizações dos currículos do ensino básico e secundário. Muitas mudanças com consequências que ninguém conhece, já que “os efeitos nunca foram avaliados”, conta a investigadora do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. (…)
Para ler até ao fim faça clic aqui.
NOTA:
Seria desejável que o critério conducente a esta decisão, como a todas, não fosse o indicado no título da notícia mas, sim, resultante de um estudo segundo o método indicado em Pensar antes de decidir.
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