Quanto mais perigo maior precaução
(Public em O DIABO n.º 2277 de 21-08-2020. Pág 16. Por António João Soares)
Em situações de grande perigo ou risco deve usar-se a mais eficaz prevenção, com medidas adequadas e aplicadas de forma metódica sem distração, sem falhas, em permanência. Há diversos ditados populares que vêm da antiguidade e que continuam a ser muito bons conselheiros. Infelizmente, tais regras nem sempre são devidamente respeitadas e os resultados por vezes são catastróficos, como se viu nas duas explosões ocorridas na tarde de 4 de Agosto num armazém do porto de Beirute, Líbano, de que resultou um grande abalo na cidade e cuja notícia impressionou todo o mundo ao ponto de poucas horas depois terem chegado socorros de vários países e tendo o Papa Francisco e instituições internacionais apelado a uma ajuda ao Líbano para superar a grave crise que enfrenta, após as explosões que causaram mais de centena e meia de mortos e milhares de feridos.
As explosões ocorreram num armazém onde estavam armazenadas cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio (explosivo) confiscado e guardado desde há cerca de seis anos, sem devidas precauções de segurança.
O desmazelo na prevenção de acidentes, infelizmente, está generalizado. Em 11-09-1985, ocorreu um choque frontal de comboios na linha da Beira Alta, ocasionando cerca de 150 mortos e 170 feridos. Não basta haver material moderno e eficaz de detecção de perigo, de sinalização, etc. se não for utilizado com o necessário cuidado pelos seus utilizadores e se estes não tiverem sentido de responsabilidade e não forem supervisionados com a devida frequência a fim de não esquecerem as normas estabelecidas. Se em Beirute não foi praticado o necessário cuidado com o material armazenado, incluindo a sua remoção, no acidente de Alcafache, houve irresponsabilidade e inconsciência dos funcionários das duas estações vizinhas em que era possível a passagem dos dois comboios em sentidos opostos, e combinarem fazer esperar um dos comboios até ter disponível o troço de via até à estação seguinte.
Infelizmente, desde os executantes locais até aos mais altos responsáveis hierárquicos, não se preocupam com tais pormenores esperando o milagre de que não haja falhas. Mas elas ocorrem inesperadamente, como o roubo de material de guerra no paiol de Tancos, como no recente descarrilamento do comboio alfa pendular, perto de Soure, na sua viagem para o Norte, devido a choque com uma viatura de manutenção da linha que além dos prejuízos materiais, causou dois mortos (ocupantes da viatura), seis feridos graves e 19 feridos ligeiros.
Anedoticamente, o ministro das Infraestruturas reagiu dizendo que “É evidente que os portugueses podem continuar a confiar nos comboios. Nós temos um sistema de sinalização, uma infraestrutura e material circulante do mais avançado que há no mundo. O sistema ferroviário em Portugal é seguro. Não temos nenhuma indicação de que seja inseguro. A segurança é a primeira das primeiras preocupações de qualquer uma das empresas que trabalha na ferrovia, neste caso a IP e a CP”.
Mas, mesmo que fosse verdade a qualidade da infraestrutura e do material circulante, isso não basta para que os portugueses possam confiar na segurança dos comboios, porque a utilização das máquinas, a forma como forem usadas e as circunstâncias ambientais são factores que devem ser tidos em consideração, sem distracção, nem leviandade. Perante grandes perigos a precaução deve ser tida em muita consideração, sem esperar milagres.
É certo que a segurança exige equipamentos adequados mas é fundamental o cuidado permanente dos seus utilizadores e a supervisão e fiscalização dos seus superiores que devem garantir o bom estado de manutenção das máquinas e a sua correcta utilização a cada momento, sem falhas nem abusos nem facilitismos. O cuidado nunca é demasiado. ■
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
QUANTO MAIS PERIGO MAIOR PRECAUÇÃO
terça-feira, 5 de fevereiro de 2019
POLÍCIA, SEGURANÇA E HARMONIA SOCIAL
Polícia, segurança e harmonia social
(Publicado no Semanário DIABO em 5 de Fevereiro de 2019)
A canção que ataca o “polícia racista” já é antiga, mas agora, com apoio de “patriotas” do BE, tornou-se estrondosamente ruidosa, com palcos nos subúrbios mais ou menos afastados da capital e mais ou menos dominados pela esquerda. Está a chegar ao ponto de o agente da autoridade de segurança pública, ao presenciar um delito lesivo da segurança e da boa ordem pública, ter que observar o malandro a quem devia ser aconselhada serenidade, porque se ele tiver cor escura, é melhor fingir que não o vê, cruzar os braços e deixar o “imune” totalmente impune e intocável a fim de não incorrer no risco de ser considerado racista, fascista, nazista, tudo menos comunista.
E, mesmo que, estando imóvel e seja alvo de pedradas arrancadas da calçada e que, ao seu lado, um outro agente esteja a sangrar por ter sido atingido na cara por uma dessas pedras, a Comunicação Social, vocacionada para o politicamente correcto, leva-o ao conhecimento público como um terrível facínora e racista. E os do Poder logo falam de inquérito e a Justiça condena-o, ao mesmo tempo que manda em liberdade um dos malandros que se tenha deixado deter.
E quando se chegar a tal estado de inoperância dos agentes, para não serem acusados e condenados por racismo e abuso de autoridade, com que podem contar os contribuintes como garantia da sua segurança pessoal e dos seus haveres? Nesse ponto, para que servem as forças policiais e a Justiça?
Mas, afinal, que papel atribuem ao polícia? Será que em vez de levar o malandro a tribunal, deve deixar-se apedrejar, insultar, etc, por ele? Ou só pode exercer a sua autoridade em pessoas brancas, para não ser acusado de racismo? Ou será tais tipos são, como os deputados, imunes e impunes? Há estrangeiros que não devem permanecer em Portugal, para não serem infectos no meio do nosso povo. Haja sentido de Estado nas decisões dos governantes.
Precisamos de uma polícia consciente dos seus deveres para com a sociedade e, para isso, os comandantes da PSP devem mostrar coragem perante os seus homens e perante os portugueses a fim continuarmos a dispor de profissionais bem preparados e com sentido do dever para garantir a indispensável segurança e merecer a confiança e o respeito na autoridade policial.
A Polícia não pode estar condenada a manter-se de braços cruzados ou a dar protecção e segurança a malfeitores e condenados. Deve ser apreciada pela administração pública, sempre que agir para segurança do povo e dos seus bens. Os apóstolos, PR e PM recomendam-lhe serenidade (!!!) que é uma linda pregação, que não tem sido explicada nem aplicada para defesa dos interesses nacionais e da boa qualidade de vida dos portugueses. Em vez de conselhos práticos e bem ponderados ligados a acções exemplares, dizem palavras vãs sem exemplos práticos. E a serenidade não deve apenas ser exigida à polícia mas, principalmente, à generalidade da população em que há energúmenos que não respeitam os direitos das pessoas nem a lei nem os agentes da autoridade que se arriscam a grandes sacrifícios para apoio da harmonia e paz social em benefício de todos. O futuro de Portugal precisa de acções racionais, correctas e coerentes e não de palavras e intenções falaciosas e sem aplicação prática. A melhor propaganda do valor dos partidos deve assentar em acções em benefício da generalidade dos portugueses e elogios dos bons resultados.
Será bom que a comunicação social e pessoas eleitas e pagas pelo povo, em posições de responsabilidade, deixem de vir a público, sem qualquer pudor nem sensatez, deixar a mensagem aos delinquentes de que não têm que cumprir as leis do País, nem respeitar as autoridades mandatadas pelo Estado para as fazer cumprir. Sem mudança de comportamentos iremos tentar sobreviver em anarquia! ■
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A. João Soares
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terça-feira, 27 de dezembro de 2016
PREOCUPAÇÕES COM SEGURANÇA
(Foi publicado em O DIABO de 27 de Dezembro de 2016)
No mundo actual, em que as situações de perigo para as vidas e para o património se têm multiplicado persistentemente ao ponto de, em muitos pontos do globo, quase não haver esperança de dar um passo com segurança, a prevenção toma uma importância e uma prioridade fundamental.
Em França, após os atentados de 2015, em Paris, foi decretado o estado de emergência a fim de procurar evitar novos casos semelhantes. Mesmo assim, os receios não desapareceram e o limite dessa medida preventiva foi repetidamente alargado ao ponto de, há dias, os deputados aprovarem, a quinta extensão desse estado de emergência, até 15 de julho, ou seja, até depois das eleições presidenciais e legislativas, em cujas campanhas eleitorais há situações perigosas para tal tipo de atentados.
Estas precauções, embora sejam desagradáveis e algo traumatizantes para a generalidade das pessoas, dão oportunidade à intensificação da conveniente cooperação das forças e serviços de segurança e de informação e à criação de uma Unidade de tratamento de dados por elas coligidos e recebidos da população se esta tiver sido devidamente mentalizada para a importância da sua participação neste interesse nacional. A denúncia de um facto estranho pode ser o ponto de partida para uma investigação que faça abortar um golpe em planeamento com potenciais consequência de grande gravidade.
E como isso não ocorre com aviso prévio, essa Unidade de Prevenção não deve atenuar o seu esforço, para benefício dos cidadãos, dos serviços e do património nacional e particular.
Porém, no nosso país, só «cinco meses depois de ter sido criada, uma nova Unidade de Coordenação Antiterrorista» teve há dias «a sua primeira reunião dos chefes máximos das polícias para discutir... o seu funcionamento». É preciso ter uma doentia fé em milagres para descurar o acompanhamento e a análise dos complexos factores deste grave problema.
Como se explica que apenas cinco meses depois de aprovada em Conselho de Ministros a nova Unidade de Coordenação Antiterrorista que previa uma estrutura permanente com representantes das secretas e das polícias, só agora se fala na realização da primeira reunião para que os chefes máximos dos serviços de informações e das forças e serviços de segurança discutam a sua "organização e funcionamento".
É lógico que o trabalho de organizar uma estrutura eficiente num problema tão complexo exige muita ponderação e discussão para procurar a melhor solução mas, pelos vistos, só agora é iniciada a fase de discussão conjunta, o que leva a crer que se passarão muitos mais meses até se conseguir um funcionamento com alguma eficácia no cumprimento desta missão de grande interesse nacional e também de cooperação positiva e eficiente com a estrutura europeia com a qual deve trabalhar em equipa.
Já este trabalho estava esboçado quando chegaram notícias de, na Turquia, ter sido assassinado o embaixador da Rússia e havido tiros junto da Embaixada Americana. Na Jordânia houve atentado contra polícias e turistas, na Suíça houve tiros num centro de oração muçulmana e, na capital da Alemanha, um camião fez um atentado semelhante ao de Nice contra um mercado de Natal, causando 12 mortos e 48 feridos.
O Presidente da Rússia ordenou o reforço das medidas de segurança dentro e fora do país. A Humanidade está perante um perigo difuso mas extremamente grave e as precauções devem ser levadas muito a sério.
A João Soares
Em 20 de Dezembro de 2016
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quinta-feira, 14 de novembro de 2013
PAPA FRANCISCO CORRE PERIGO
A notícia Papa Francisco na mira da máfia calabresa, diz procurador italiano, conforma aquilo que já tinha sido alertado quanto a reacções contra a limpeza planeada para a Igreja e o apelo a preocupações humanas em conformidade com os princípios morais e sociais do início do catolicismo.
Agora, perante esta ameaça a um Homem que mostra interesse em que os estadistas e os poderosos sejam mais humanos e generosos em relação às pessoas, devemos estar atentos à forma como as grandes potências reagem a esta notícia. Será que os EUA utilizarão os seus meios poderosos para enfrentar a situação? Não serão necessários «drones» nem porta-aviões, nem mísseis atómicos, mas ficarão mal na fotografia se nada fizerem para garantir a segurança deste exemplo de dignidade e de amor ao próximo. E a Rússia, a China, a Alemanha, etc. que atitude tomarão?
Ou será que os detentores do Poder vêm neste defensor da excelência do comportamento humano e social um inimigo por estar oposto ao autoritarismo, à ganância, à exploração, à corrupção, aos jogos de interesses materialistas? Vai ser altura de vermos onde estão os HOMENS BONS que merecem estar à frente dos Estados e dos interesses humanos mundiais.
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quinta-feira, 17 de outubro de 2013
PORQUÊ, MARIA LUÍS ???
Transcrição de artigo de opinião de Miguel Alexandre Ganhão, com igual título, seguida de NOTA:
Maria Luís podia dar mais? Se não quis, foi infeliz.
Mas que podia fazer Maria Luís? Podia subir os salários? Baixar os impostos? Não era essa a directriz. A troika definiu a matriz. Ignorou a vontade de Maria Luís.
Este é o nosso fado e a nossa cicatriz... contra isto nada pode fazer Maria Luís.
Mas com menos ordenado e mais cortes nas reformas está quase a partir-se o verniz. E quando tal acontecer, o que resta a Maria Luís?
Não estamos propriamente a falar de uma aprendiz, estamos a falar de uma ministra que está convencida daquilo que diz. Uma verdadeira imperatriz, atirada para a frente das depauperadas Finanças de um pobre país. É o primeiro orçamento de Maria Luís... um exercício difícil, cheio de incertezas e que ainda tem de passar pelo crivo do juiz.... se passar... é por um triz, mas será de grande alívio para Maria Luís.
É aguentar, como diz o banqueiro do BPI. Aguentar até que apareça uma nova força motriz que traga alguma esperança a este país.
É a tua sina, Maria Luís. Tens de resolver este problema de raiz. Mas olha para aqueles que hoje castigas, porque amanhã podes ser tu a infeliz.
NOTA: Este texto é uma interessante reflexão, com aspectos poéticos, e um claro e útil alerta, para os perigos que podem advir da indignação do povo. A rima do texto pode sugerir que os políticos e, em consequência, Portugal pode vir a ficar numa RIMA.
De acordo com este alerta veio também a público um outro acerca da sensação de mal-estar no pessoal das Forças de Segurança, que não deve ser desprezada pela tutela. «Quem te avisa teu amigo é».
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sábado, 28 de setembro de 2013
O PODER NÃO CRESCE ESPONTANEAMENTE
Há poucos anos, surgiram notícias de teorias proféticas com previsões de que em 2030 o poder mundial estaria nas mãos dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e South Africa), países emergentes que iriam destronar os EUA. Hoje, há dúvidas acerca da evolução que está a ter a África do Sul, com a economia a ser dominada pela China, assim como o seu relacionamento com os países africanos do hemisfério Sul. Por outro lado o Brasil está numa rampa descendente que não recuperará com os jogos olímpicos ou outras competições desportivas. Também a Índia não tem conseguido anular a desvantagem que lhe advém da desigualdade social e de áreas de pobreza muito aguda, apesar da exemplaridade da sua tecnologia informática, sem equivalente no resto do mundo.
Cada país deve governar-se à custa dos seus recursos e os EUA, não querendo perder a supremacia internacional, que têm conseguido à custa do seu «complexo industrial militar» continuam a desenvolver a sua influência no mundo, de braço armado.
Na próxima segunda-feira o Secretário da Defesa dos EUA viaja para Seul e Tóquio para reforçar alianças militares. Chuck Hagel, inicia, a visita à Coreia do Sul e ao Japão, durante a qual medirá a consistência das relações com os dois parceiros chave na estratégia do Pentágono na região da Ásia-Pacífico. Isto será uma demonstração do compromisso existente e da importância que Washington atribui à sua relação com a Coreia do Sul.
Para uma grande potência é importante poder dispor de um forte Poder Militar, embora, cada vez mais se procure valorizar a diplomacia do diálogo e da negociação para evitar a guerra. Quando há relativamente poucos meses se agudizou a hostilidade entre as duas Coreias, verificou-se o confronto das duas estratégias - das armas e da diplomacia. Os EUA enviaram porta-aviões e outros meios militares para fazerem manobras dissuasoras com os militares da Coreia do Sul, enquanto a China enviou um embaixador à Coreia do Norte , outro á do Sul e outro aos EUA a fim de serenar os ânimos e evitar a eclosão de mais um conflito armado.
A existência de Forças Armadas poderosas pode constituir uma ameaça de retaliação que ajude as negociações, mas há que ter pulso muito forte para evitar o seu emprego desnecessário e desproporcional, gerador de tragédias humanas como acontece desde há mais de 10 anos no Iraque.
Oxalá a viagem do secretário da Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, traga benefícios para a população do Extremo Oriente, cpm qualidade de vida em paz e segurança, como preconiza a carta das Nações Unidas.
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CS DA ONU «MERECE FINALMENTE O SEU NOME»
Apesar de se manter a mania de resolver os conflitos internacionais, e mesmo internos, pelo uso de armas, cada vez mais potentes e destruidoras, houve estadias com elevados dotes de humanidade que procuraram a resolução dos conflitos através de diálogo e negociação, por forma a evitar os efeitos catastróficos e dramáticos de uma guerra.
Com essa ideia, após a I Guerra Mundial, em 28 de Junho de 1919, foi criada a Sociedade das Nações ou Liga das Nações que, por não ter conseguido evitar a II Guerra Mundial, foi extinta em 20 de Abril de 1946, depois de a Organização das Nações Unidas ter entrado em vigorem 24 de Outubro de 1945, após a ratificação da «Carta das Nações Unidas».
Além do Conselho de Segurança com a tarefa de «Manutenção da paz e da segurança», a ONU dispõe de organismos dedicados aos «Direitos humanos e assistência humanitária» e ao «Desenvolvimento social e económico». De todos os organismos, o que tem sido alvo de maiores reparos é o CS cuja menor eficiência é vulgarmente atribuída ao facto de nele terem assento 5 membro permanentes com direito a veto.
Recordam-se estes breves tópicos para compreender a notícia que diz: «O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, defendeu, esta sexta-feira, que o Conselho de Segurança da ONU "merece finalmente o seu nome", depois da adopção de uma resolução que força Damasco a destruir o seu arsenal químico.»
E digo mais: até que enfim alguém qualificado afirma isto no lugar próprio, pois têm aqui sido publicados alguns alertas sobre a necessidade de a ONU, pelo seu Conselho de Segurança, prestar mais atenção à «manutenção da paz e da segurança». Eis alguns títulos:
- Inoperância do CS da Onu
- ONU observa a Síria da bancada
- ONU sem estratégia de acção
- ONU perde credibilidade...
- ONU. Qual o seu papel nas Coreias?
- Portugal no Conselho de Segurança
- ONU Paz e Justiça Social global
- Justiça Social ou vida privada?
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sábado, 15 de junho de 2013
SEM RAZÃO PARA ESPERANÇA NO FUTURO PRÓXIMO
Segundo notícia de hoje, neste ano de 2013, desapareceram 1100 empregos por dia até Março. «Considerando os dados até Março, ontem avançados pelo Eurostat, Portugal já conta com 21 meses consecutivos de destruição de emprego».
E, apesar desta miséria nacional, o PM está orgulhoso do seu trabalho e ameaça candidatar-se a novo mandato. Veja os seguintes artigos linkados, Se não tiver tempo para ler tudo, veja ao menos, os títulos das notícias.
Passos Coelho: “Tenho muito orgulho no trabalho que estou a fazer”
Passos quer dar a cara em 2015
ELEIÇÕES DE 2015 SÃO OBJETIVO PARA PASSOS
Embora não evidencie capacidade minimamente credível para esclarecer os cidadãos e para lhes captar o voto em próxima oportunidade, diz com sobranceira arrogância que não tem medo de eleições nem dos portugueses], mas como, normalmente, apenas diz que não tem medo quem está tolhido e condicionado por ele, vejamos e comparemos as notícias seguintes:
Passos Coelho não tem medo de eleições nem dos portugueses
Passos sem medo dos portugueses e do seu julgamento
Segurança reforçada à chegada de Passos Coelho à Amadora
Governo precisou de protecção da polícia espanhola no 10 de Junho
10 de Junho. Polícia espanhola garantiu segurança de Passos e Cavaco
E, como Passos atende mais aos alertas do exterior do que aos desabafos e manifestações dos seus concidadãos e eleitores, o FMI faz-lhe o favor de o alertar para perda de apoio político e social ao programa de ajustamento.
Perante isto, se o seu partido não o substituir na liderança, resta-nos a angústia de recear o pior para o seu partido nas próximas eleições em que, segundo promete, quer impor a sua presença.
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quarta-feira, 24 de abril de 2013
LEIS PARA TRAVAR A VIOLÊNCIA
Numa conversa entre vários amigos, um criticou os nossos Governos por exagerarem a entrega a pessoas da área do Direito de lugares de responsabilidade para a reorganização e reestruturação, em que deve ser indispensável capacidade de prever e de planear para o futuro, e alegava que a formação dessas pessoas as vocaciona para raciocinar em função de outrora, em termos desactualizados.
Um dos presentes, juiz jubilado, returcou mas sem grande efeito nos presentes, pois o primeiro continuou o seu raciocínio dizendo que o forte dos advogados e juízes é a interpretação das leis para delas tirar as conclusões mais adequadas ao caso em análise. Ora as leis foram criadas num passado mais ou menos distante e surgiram para fazer face a sequências de ocorrências anteriores que tornavam necessário um processamento que as desmotivasse. Por isso os agentes do Direito vivem com atenção focada no passado e não estão preparados para antever e edificar o futuro.
Este aspecto do problema leva a pensar que o actual agravamento da violência contra pessoas, isoladas ou em grandes grupos, exige que sejam criadas adequadas medidas normativas para evitar o flagelo e para reprimir eficazmente os casos que surjam. Não devemos continuar a assistir, impávidos, à sucessão de crimes como os dos dias mais recentes, em Boston, na cidade de Seatle, num bar nos EUA, em escola da Holanda, na Rússia, na embaixada francesa na Líbia, ou a actos como os que estavam na mira do grupo desarticulado no Canadá.
Impõe-se que seja, desde já, iniciada a elaboração de um sistema legislativo, policial e judicial, para terminar com esta epidemia de violência que, sem medidas adequadas, irá criar profundas cicatrizes na humanidade.
O problema é global, mas isso não impede que os Estados iniciem, desde já, a sua participação num trabalho de grande abrangência. E isso pode trazer prémio para os autores, pois não é raro, que leis supranacionais sejam conhecidas pelo nome do seu autor. Quem tem consciência deste problema e capacidade para ajudar na sua resolução, se nada fizer, é moralmente cúmplice e conivente pela continuação da desgraça.
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quarta-feira, 17 de abril de 2013
PARANÓIA DE SEGURANÇA É NECESSÁRIA
Perante os acidentes e os incidentes, há que aprender a prevenir, porque segundo o velho ditado, «vale mais prevenir do que remediar».
Acerca das explosões durante a maratona de Boston, a cientista política Vanessa Neumann refere várias hipóteses a analisar pelos investigadores e, como viveu na Grã-Bretanha, conheceu a experiência ali obtida, a partir do tempo em que os britânicos enfrentaram uma longa série de atentados dos terroristas irlandeses, que os levou a aprender a conviver com isso e a adoptarem medidas rígidas de segurança. Por exemplo, ninguém deixa um pacote ou mochila na rua e, quando isso acontece, todos chamam imediatamente a polícia. É uma paranóia necessária, que os americanos (e a humanidade em geral) terão que adoptar.
Infelizmente, existe uma preocupante ausência de cuidados de segurança e de prevenção, que estão na causa de acidentes frequentes em todos os sectores, na estrada, no trabalho e em casa. Há que eliminar as leviandades traduzidas no pensamento perigoso «não há-de ser nada e, se for, depois se verá».
Atenção: «vale mais prevenir do que remediar».
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domingo, 10 de março de 2013
Conceito Estratégico
O código do vídeo tem qualquer deficiência que não possibilita a reprodução aqui. Tem muito interesse. E, para o abrir no original, faça clic no nome do entrevistado.
Entrevista a Luís Fontoura que foi o universitário e político a quem o governo pediu para coordenar uma comissão para a revisão do Conceito Estratégico da Defesa Nacional. Na véspera da versão final do documento ser discutida na Assembleia da República, Luís Fontoura afirma à Antena1 que o conceito deve ser só um: a sobrevivência de Portugal.
A revisão do Conceito Estratégico da Defesa Nacional foi trazida para a ribalta com a polémica criada à volta da especialização das polícias. Porém, Luís Fontoura considera que há outras questões mais importantes para discutir, como por exemplo a falta de comunicação entre polícias devido ao uso de diferentes empresas de rede de telemóvel. A coesão nacional é um dos temas caros a este professor universitário e político.
Nesta entrevista conduzida pelo jornalista Ilídio Trindade, Luís Fontoura revela que o executivo não lhe fez chegar a versão final do documento que vai ser discutido no Parlamento, daí que não tenha conhecimento do texto que chegou às mãos dos deputados.
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sexta-feira, 14 de setembro de 2012
A defesa não conduz à vitória
A frase do título é muito conhecida no futebol, hoje tanto em voga para desviar as conversas dos problemas essenciais da sociedade. Também as antigas fortificações de fronteira, de que á bom exemplo a Grande Muralha da China, não foram suficientemente eficientes para evitar invasões e muito menos para levar à vitória. Também as couraças e as blindagens, se foram tornando, sucessivamente, ineficazes e sofreram reforços, mas o poder atacante foi sempre decisivo e vencedor. O ataque é a melhor defesa.
Esta reflexão vem a propósito da notícia de que a segurança do primeiro-ministro e de alguns ministros foi reforçada, o que leva a concluir que os serviços responsáveis estão conscientes do agravamento do descontentamento e da indignação da população, e pretendem garantir, a todo o custo, a salvaguarda das entidades que devem defender. Estão movidos pela determinação de cumprir com zelo e eficácia a sua missão.
Mas a defesa nunca é totalmente eficiente, como mostrou o assassinato de Indira Gandhi, por dois guardas pessoais de um grupo étnico que estava descontente com o governo, o de John Kennedy, o de Olof Palm, o de Anuar al Sadat por atiradores de uma unidade de elite durante um desfile militar em cerimónia oficial, etc.
E, não sendo a segurança física absolutamente eficaz contra o descontentamento e a indignação, deve ser orientado o esforço para prevenção, através da boa aplicação da democracia, actuando lealmente a favor do bem estar do povo, da justiça social, da redução do fosso entre os mais ricos e os mais pobres, com clareza e transparência, explicando de forma compreensível quais as soluções possíveis para cada problema e a razão porque se optou por uma e não pelas outras. Claro que isto coloca de lado as soluções oníricas inspiradas por momentos «geniais» que depois são teimosamente impostas, «custe o que custar». Esse ataque frontal, bem estudado com intenções patrióticas, é que leva à vitória e é a melhor defesa contra todos os perigos.
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quarta-feira, 9 de maio de 2012
Sociedade exige ordem, disciplina, respeito
Nos tempos que correm, há muitos acidentes nas estradas, no trabalho em casa e até mos processos de governação que conduzem a crises graves mas, apesar dos sofrimentos de que se tem conhecimento, cada um não toma precauções nem melhora a sua actuação porque está convencido de que as desgraças apenas acontecem aos outros. Há que olhar atentamente para o que ocorre fora de nossa casa e reflectir nos cuidados a ter para evitar azares.
Agora chega a notícia Ataque à sede do Governo na Líbia causa um morto e quatro feridos que nos mostra que nem tudo o que luz é oiro. A mudança é vantajosa quando se destina a aplicar uma solução devidamente estudada e ponderada para atingir um objectivo bem definido. De outra forma, «mudar por mudar é vã tentativa de disfarçar o vazio íntimo».
Semelhante a esta notícia, têm surgido outras como Ataque a manifestação faz 20 mortos no Cairo, Confrontos no centro do Cairo causam mais de 300 feridos e Dois mortos em confrontos entre polícias e manifestantes na cidade egípcia de Suez.
Estes casos, tal como muitos outros, mostram que a multidão se compraz em destruir, mas não tem projectos para edificar algo de melhor na vazio criado. E as leis da física mostram que o vácuo é autofágico, não pode sustentar-se e aceita ser ocupado por qualquer coisa que apareça. E nestes casos sociais, a necessidade de ordem, de respeito, de disciplina pode gerar uma autoridade que imponha um sistema demasiado duro, a ditadura, que depois, devido às imperfeições humanas, se transforme num regime vitalício cerceador da iniciativa individual e inibidor do crescimento e da felicidade das pessoas.
A lição que deveria ser retirada destes casos devia resultar em estilos de governação que tivessem sempre em vista o aumento de melhorar as condições de vida das pessoas e de desenvolver a mais perfeita justiça social, em respeito pelos outros. Cada um deve ser estimulado a desenvolver a noção do dever sagrado de respeitar os direitos dos outros que são o limite para os seus próprios direitos.
Dessa forma, se evitariam as reacções armadas, extremamente violentas que apenas destroem mas nada edificam de valioso em substituição das demolições praticadas.
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quarta-feira, 27 de julho de 2011
Segurança de informação na AR
É lógico que na AR haja matérias classificadas que não devem ser divulgadas extemporaneamente para não gerarem pressões e consequente tráfico de influências do interesse de poderes económicos e financeiros que dificultem o eficiente estudo dos problemas a decidir com sentido de Estado. Nas fases iniciais de estudo de elevada relevância, a forma como é efectuada a análise da informação convém ser reservada apenas aos elaboradores do estudo e àqueles que nele colaborem.
Por isso é lógico que haja investigação às fugas de informação classificada e que dela resulte condenação dos infractores. Mas a notícia Parlamento vai ter investigação própria às fugas de informação suscita as interrogações ainda não havia tal investigação? A Justiça não poderia fazer isso? Não se estará a criar mais um «job for the boys»?
Quando foi criada a ASAE, houve a intenção de simplificar e tornar mais eficientes as tarefas que estavam a cargo de três instituições que pouco faziam e cada uma atribuía as responsabilidades às outras duas, dizendo que era atribuição de uma delas. Com tal reestruturação, simplificou-se e criou-se eficiência. Agora, se for criada uma nova instituição para fazer o que as existentes poderiam fazer, parece estar a ir-se no sentido contrário, que é errado quanto a eficiência e a custos.
Parece que, tal como na engorda da administração da CGD, estamos perante uma activa intenção de arranjar mais «jobs» onde encabidar os amigos, como se se tratasse de uma agência de emprego para amigos. Assim, não se reduzem as despesas públicas e não se sai da crise sem aumentar o asfixiamento dos cidadãos, com mais impostos.
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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Segurança e precaução devem merecer mais cuidados
Ontem, depois de almoço, em Vouzela, dois homens, de 56 e 59 anos, deslocavam-se, num trator, para a propriedade agrícola de um deles quando tiveram um acidente. Iam num caminho estreito, o trator terá resvalado e depois capotou", e quando os bombeiros chegaram ao local encontraram as duas vítimas próximas da viatura, com aspecto de terem sido esmagadas pela máquina num dos seus tombos.
Talvez tenha sido uma fatalidade imprevista, ou talvez fosse resultado de imprudência, de falta de cuidado. Já neste espaço foi referi várias vezes que é imperioso, desde as escolas, convencer as pessoas que o rigor e a perfeição na execução das tarefas deve começar por uma boa preparação e precaução com respeito pela saúde e vida dos próprios e de terceiros. Citam-se agora, por exemplo, os artigos Incúria em vez de segurança e Segurança votada ao desprezo. Nas consequências de muitos acidentes com prejuízos para terceiros, se os custos são transferidos para as seguradoras, os autores do acidente devem ser penalizados pela negligência que possa ter estado nas causas. Não devemos ficar indiferentes à quantidade de mortes que bem podiam ter sido evitadas.
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sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Explosão e incêndio em S. Francisco
É de lamentar os danos pessoais e materiais e a quantidade de pessoas lesadas por esta catástrofe.
Infelizmente, nos tempos mais recentes tem havido demasiados acidentes de graves consequências, o que coloca em evidência que a humanidade tem-se degradado nos aspectos humanos, de sensatez e lucidez, não acompanhando em precaução e sentido de segurança e de responsabilidade, os avanços tecnológicos que tem vindo a utilizar. Em vez de se ajustar aos riscos que a tecnologia acarreta e tomar as medidas de prevenção e segurança mais adequadas, acabou por se desmazelar a permitir que aconteçam acidentes de gravidade inusitada.
Esta degradação persistente foi abordada no post Segurança votada ao desprezo publicado há pouco mais de duas semanas. Hoje o homem parece estar mais desumano e desleixado do que no tempo do paleolítico, apesar de as tecnologias o colocarem num patamar materialmente mais elevado.
A vida não se resume ao dinheiro, ao consumismo, à ostentação, à arrogância, ao facilitismo, ao deixa andar. Há valores que têm que ser restaurados com urgência.
Podem ser visots textos e imagens aqui, aqui e aqui.
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Segurança votada ao desprezo
Um dos aspectos diariamente observados da degradação do civismo, dos valores éticos, com desrespeito pela vida própria de dos outros, é notório no desprezo a que é votada a segurança, a prevenção. O perigo, o risco, deve ser assumido em função do seu grau e da necessidade que a ele obriga, mas esta regra é desconhecida nos comportamentos quotidianos.
Nota-se falta de segurança nos cuidados de manutenção das máquinas e na sua operação, o que justifica a maior parte dos acidentes aéreos, rodoviários, no trabalho, no laser, em casa, na rua, na estrada, etc.
Existe uma mentalidade doentia de desleixo em relação à segurança, uma convicção quase mística de que os acidentes só acontecem aos outros. «Seja o que Deus quiser». Aceitam-se riscos desnecessários que muitas vezes resultam em acidentes graves como o de há dias na A25.
Como se justifica o desleixo de, em Matosinhos, estarem as Bocas-de-incêndio em Brito Capelo secas há cinco anos? Porque é que a autarquia deixou permanecer essa situação durante tanto tempo? Qual foi o papel dos funcionários municipais, dos bombeiros, da população? Que pressão fizeram para o problema ser resolvido? Quais os meios que não utilizaram e podiam ter utilizado para obrigar à defesa pública contra incêndios urbanos?
O título da notícia Homens sofrem mais acidentes laborais, talvez seja devido a mentalidades erradamente viris, que levam a correr mais perigo e a arriscarem-se estupidamente para mostrar valentia.
Há que criar nas pessoas, desde tenra idade, o respeito pela vida, própria e dos outros e a preocupação de não corrrer riscos que não sejam controlados. Mesmo com tais cuidados acontecem azares, mas deixemos os acidentes apenas a eles, e evitemo-los tanto quanto possível. É uma questão de civismo. As famílias e as escolas têm nisso um papel importante.
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sábado, 17 de julho de 2010
Inconsciência, insegurança, risco desnecessário
Da notícia de Rui Moreira no JN de hoje, À mercê dos suicidas transcreve-se o seguinte trecho:
«Felizmente, ainda não conseguiram estragar a praia algarvia. Gosto particularmente da praia do Barranco das Canas, ou do Alemão, como toda a gente lhe chama, a dois passos do Vau, e que, nesta altura, só se enche aos domingos. Mas, até esse prazer último, o de estar numa praia que resiste à destruição da paisagem algarvia, parece estar em risco. Tudo porque, como se sabe, as arribas vão dando de si por razões naturais e tem havido derrocadas, como sempre aconteceu e esta semana se repetiu, exactamente na praia do Alemão. É claro que não faltam os avisos e sinais de perigo, nas falésias e na entrada de cada praia, onde há fotografias aéreas em que as zonas de risco estão bem assinaladas. Mas, como se sabe, não há medida de prevenção que converta os portugueses ao bom senso. Depois dessa pequena e inócua derrocada, que fez as delícias da Comunicação Social e dos mirones, numa zona que a Polícia Marítima se apressou a vedar com fitas plásticas, tudo voltou ao "normal", com inúmeras famílias a protegerem-se do sol encostadas às arribas. Confesso que não consigo ter pena da estupidez humana, principalmente quando ela se mistura com a irresponsabilidade e com a falta de civismo.
«O que me preocupa é que, um dia destes, uma vulgar derrocada vai estropiar um desses suicidas, ou lapidar um dos seus inocentes rebentos e, quando isso acontecer, entre gritos e protestos, o nosso Estado Providência vai tomar conta do assunto. Quando essa hora soar e essas praias forem interditadas, se os ambientalistas conseguirem impedir que as arribas sejam demolidas ou emparedadas, terá chegado a minha hora de me resignar a dizer adeus ao Algarve, e optar pelo Caribe…»
NOTA: Existe na população o desrespeito inconsciente pelo perigo, expondo-se a riscos desnecessários e, por vezes fatais, nas praias, nas piscinas, nas estradas, nas cozinhas, no lazer, nos momentos mais vulgares da vida. Falta uma cultura da segurança, da prevenção, pois como diz um ditado muito antigo, «vale mais prevenir do que remediar».
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segunda-feira, 21 de junho de 2010
Insegurança Interna
Duas notícias fazem reflectir nas condições em que se encontra a segurança de pessoas e bens e a forma pouco eficiente como as autoridades têm agido nesse campo.
Frequentemente, surgem vozes a prever que o povo ver-se-á progressivamente levado a fazer justiça pelas próprias mãos.
Na região de Penacova um incendiário foi apanhado e agredido pela população tendo que receber tratamento no hospital. Deslocava-se pela estrada e com um isqueiro ia ateando pequenos focos de incêndio. Sabe-se que em todas as épocas estivais, dos muitos incendiários detidos, poucos são condenados de forma a não reincidirem.
Outra notícia fala da iniciativa tomada pela Câmara de Setúbal de contratar reformados, entre os 50 e os 80 anos para como patrulheiros assegurarem mais segurança na cidade.
Isto demonstra uma sensação real e geral de que o MAI e o MJ não possuem a eficiência suficiente para as missões que deles são esperadas e a população e autarquias estão a deitar mão a soluções alternativas que apresentam graves inconvenientes. Tais formas de garantir a necessária segurança para viver e trabalhar sem preocupações especiais, são certamente descoordenadas, podendo agir com excessos e arbitrariedades que originem, das partes contrárias, reacções desproporcionadas e muito desagradáveis para a Ordem Pública em geral.
Neste espaço têm sido publicados vários posts referindo este tema, de entre os quais se retiraram os seguintes links, alinhados por ordem cronológica:
- O MAI responde ou pergunta pela segurança interna?
- Privatizar a ordem pública???
- Bela Vista exige ponderação
- Que dizem a isto o PM. o MAI e o MJ???
- Governo responde à insegurança?
- Justiça, segurança, insuficiente
- Como vai a Justiça e a ordem pública?
- O estado da Segurança Interna do Estado
- A Justiça do Estado ou o estado da justiça?
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Etiquetas: segurança
domingo, 9 de maio de 2010
Justiça à Portuguesa!!!
Mas, depois dessa primeira impressão, um pouco utópica e idealista, cai-se na realidade. Com efeito, anulando aquele julgamento e pondo em liberdade os assaltantes pertencentes ao «Gangue dos CTT», cria-se um precedente que permite ilibar o autor do «furto directo» dos gravadores ou da «acção directa» como ele afirmou. Mas ele, na posição privilegiada em que se encontra com imunidades e impunidades já tradicionalmente confirmadas, nem precisava que os rapazes com atracção pelos CTT fossem colocados em posição de continuar a exercer a sua actividade predilecta.
Eis o artigo atrás referido
Relação anula julgamento e liberta assaltantes
Jornal de Notícias 08 de Maio de 2010. Por José Vinha e Nuno Miguel Maia
Dois homens acusados por assaltos a vários de balcões dos CTT, julgados no Tribunal de Paredes e condenados a onze e a cinco anos e meio de prisão efectiva, foram ontem à tarde postos em liberdade.
O Tribunal da Relação do Porto mandou anular o julgamento, dando provimento ao recurso do advogado de um dos arguidos. O caricato é que depois de amanhã, os dois acusados regressam ao juiz para aplicação de novas medidas de coacção. Só que, agora, em liberdade e sem as excepcionais medidas de segurança para evitar a fuga dos arguidos.
Fernando Ribeiro, 37 anos, foi condenado a 11 anos por sete crimes de roubo agravado e um de falsificação de documentos; e Sandro Dias, 27 anos, foi condenado a cinco anos e seis meses de prisão efectiva por três crimes de roubo e um de falsificação. Faziam parte do chamado "Gangue dos CTT."
Este caso implicou a presença de um tribunal de júri, o primeiro de vários julgamentos sobre 19 assaltos a balcões dos CTT e a supermercados na zona do Vale do Sousa, entre Dezembro de 2007 e Junho de 2008.
Em Dezembro passado, o Tribunal de Paredes considerou provado que Fernando Ribeiro cometeu sete assaltos a estações de correios e a um supermercado no concelho de Paredes; e que Sandro Dias praticou três roubos.
Ao longo do julgamento de Paredes, Fernando Moura, advogado de Fernando Ribeiro, mostrou-se pouco confiante na legalidade como foi detido o seu constituinte e avisou que iria recorrer, desde logo, por considerar que a prova não tinha sido bem produzia, até porque as gravações não eram audíveis com clareza.
Mas o que mais inquietou, quer inspectores da Polícia Judiciária, quer o advogado Fernando Moura, foi o facto de o Ministério Público de Paredes ter "espalhado" o processo por várias comarcas que, na opinião do causídico, "deveria ter sido todo reunido num único processo e julgado em Paredes". E se o objectivo do MP era manter o máximo de tempo possível os arguidos em prisão preventiva a distribuição de processos teve, pelos vistos, efeito contrário.
Os dois homens foram detidos em Junho do ano passado, no dia que terão assaltado os CTT de Rebordosa e o Minipreço de Meixomil. Há ainda cinco julgamentos a aguardar a marcação em Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras.
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