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terça-feira, 1 de outubro de 2013

"NÃO SE DEIXEM EXCLUIR" - (Conselho do Papa Francisco aos jovens e idosos) - Elen de Moraes Kochman - publicado no jornal "Tribuna Portuguesa" da CA



“Não se deixem excluir”                             

Elen de Moraes Kochman


Não que eu não quisesse escrever sobre o Papa Francisco e sua vinda ao Brasil, porém a sua viagem já tinha sido tão noticiada e comentada mundo afora que o que eu falasse, além de repetitivo, seria desinteressante. Entretanto, as mensagens que nos deixou, em suas falas e exemplos, são como fogo constantemente alimentado por brasas assopradas pelos cotidianos acontecimentos – que nos aquece a alma – como se estivéssemos atravessando um rigoroso inverno. E estamos! Não pela estação que chega ao fim e anuncia a primavera aqui no hemisfério sul, mas, sobretudo, pelo frio – e o cinzento – que veste a nossa esperança, nos dias que seguem. 

Tempos difíceis quando a confiança na justiça dos homens sofre abalo devastador, momento em que seis Ministros, dos onze que compõem o Supremo Tribunal Federal, votam a favor de um novo julgamento para políticos corruptos que eles próprios já tinham condenado. Se há brechas na lei para que tais condenados ganhem tempo ou, pior, se livrem da cadeia, cabia aos Ministros rejeitá-las. O povo se sente enganado: um pobre ladrão de galinhas vai logo para a cadeia. Por que o privilégio para os corruptos? Porque têm dinheiro para pagar bons advogados. Dinheiro da nação, isto é, nosso, que trabalhamos 150 dias por ano, só para pagar impostos. 

Sentimo-nos impotentes diante do que nos aguarda o futuro. Só nos resta manter o foco nas próximas eleições de 2014, para que os eleitores, vítimas dos seus próprios erros anteriores – e aqueles que trocam seus votos por dentaduras, cestas básicas e outras coisas mais – aprendam a escolher políticos melhores. Dizem que somos um país jovem, que estamos engatinhando e aprendendo, que um dia chegaremos “lá”. Desculpas somente, porque conhecemos países bem mais velhos cometendo, ainda, os mesmos erros nossos.   

Em meio ao surto de raiva e impotência, pelos erros praticados por nossos dirigentes, algumas vezes, também, me pego rindo das trapalhadas por eles cometidas. São tão irritantes que se tornam hilárias! Para não citar todas, falo sobre as que mais causaram polêmica: a contratação dos médicos estrangeiros, dispensando prova de revalidação do diploma e o contrato dos profissionais cubanos, fechado entre Brasil e Cuba, que estabelece que os médicos recebam casa, comida e entre 20 e 40% de remuneração, sendo a diferença repassada para o governo de Fidel Castro. Não entendo de leis e não li os termos do contrato, porém em nosso país é proibido o trabalho escravo e tal contrato parece caracterizar esse tipo de trabalho.  
   
Mesmo contra o clamor dos nossos médicos e do povo, a Presidente Dilma fez questão de manter sua decisão. Fácil dizer que nossos médicos não querem trabalhar no interior do país, o difícil é reconhecer que eles não têm as mínimas condições de trabalho nesses lugares, por falta de infraestrutura e investimentos. 

Mas, quer saber? Grande parte do povo brasileiro é motivo de orgulho e de exemplo. Quando as obras dos estádios para a copa de futebol de 2014 foram iniciadas, reclamamos do dinheiro que seria gasto (e do superfaturamento), valor que poderia ser investido em educação, saúde, segurança e não nos deram ouvido. Diziam que o povo só se importa com samba, carnaval e futebol – nisso apostaram - e que com o tempo tudo estaria esquecido. Provamos ao mundo que não somos idiotas e nem tão sem noção como julgaram nossos governantes, muitos brasileiros e parte do planeta: na inauguração do primeiro estádio, em Brasília, o Presidente da FIFA e a Presidente do Brasil ganharam uma vaia fenomenal, enquanto o povo nas ruas protestava e nas ruas permaneceu até o final da Copa das confederações, o que deve ter sido a causa de a Presidente Dilma não ter comparecido ao encerramento da Copa, talvez com receio de outras vaias. 

Essa turbulência coincidiu com a visita do Papa e recearam por seu bem estar, já que ele exigia usar carro aberto em suas andanças pelo Brasil. E a prova de fogo foi seu motorista errar o caminho, quando da sua chegada ao Rio de Janeiro, meter-se pelo centro da cidade, em meio ao engarrafamento, no final do expediente de trabalho. O povo cercou seu carro, queria tocá-lo, mas ao sair do meio da multidão, o Papa não tinha sequer um arranhão nas mãos. Provamos que somos pacíficos, educados e sabemos respeitar quem se dá ao respeito.

Ao fechar este artigo, vem-me à lembrança uma das recomendações do Sumo Pontífice, e a compartilho com os leitores do Tribuna Portuguesa: “Os jovens têm de sair para lutar pelos seus valores (...) e os anciãos abram a boca para passar os seus ensinamentos", conclamou. "Saibam que neste momento vocês, jovens, e os anciãos, estão condenados ao mesmo destino. Não se deixem excluir." 


domingo, 28 de julho de 2013

Missa do envio - Homilia do Papa Francisco - Santa Missa pela XXVIII Jornada Mundial da Juventude - Rio de Janeiro, Domingo, 28 de julho de 2013





Venerados e amados Irmãos no episcopado e no sacerdócio,


Queridos jovens!

«Ide e fazei discípulos entre todas as nações».
Com estas palavras, Jesus se dirige a cada um de vocês, dizendo: «Foi bom participar nesta Jornada Mundial da Juventude, vivenciar a fé junto com jovens vindos dos quatro cantos da terra, mas agora você deve ir e transmitir esta experiência aos demais». Jesus lhe chama a ser um discípulo em missão!

Hoje, à luz da Palavra de Deus que acabamos de ouvir, o que nos diz o Senhor? Três palavras: Ide, sem medo, para servir.

1. Ide.
Durante estes dias, aqui no Rio, vocês puderam fazer a bela experiência de encontrar Jesus e de encontrá-lo juntos, sentindo a alegria da fé. Mas a experiência deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde. A fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história (cf. Rm 10,9).

Mas, atenção! Jesus não disse: se vocês quiserem, se tiverem tempo, mas: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações». Partilhar a experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o Evangelho é o mandato que o Senhor confia a toda a Igreja, também a você. É uma ordem sim; mas não nasce da vontade de domínio ou de poder, nasce da força do amor, do fato que Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e nos deu não somente um pouco de Si, mas se deu por inteiro, deu a sua vida para nos salvar e mostrar o amor e a misericórdia de Deus. Jesus não nos trata como escravos, mas como homens livres, amigos, como irmãos; e não somente nos envia, mas nos acompanha, está sempre junto de nós nesta missão de amor.

Para onde Jesus nos manda? Não há fronteiras, não há limites: envia-nos para todas as pessoas. O Evangelho é para todos, e não apenas para alguns. Não é apenas para aqueles que parecem a nós mais próximos, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pessoas. Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor.

De forma especial, queria que este mandato de Cristo -”Ide” – ressoasse em vocês, jovens da Igreja na América Latina, comprometidos com a Missão Continental promovida pelos Bispos. O Brasil, a América Latina, o mundo precisa de Cristo! Paulo exclama: «Ai de mim se eu não pregar o evangelho!» (1Co 9,16). Este Continente recebeu o anúncio do Evangelho, que marcou o seu caminho e produziu muito fruto. Agora este anúncio é confiado também a vocês, para que ressoe com uma força renovada. A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes caracterizam! Um grande apóstolo do Brasil, o Bem-aventurado José de Anchieta, partiu em missão quando tinha apenas dezenove anos! Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido!

2. Sem medo.
Alguém poderia pensar: «Eu não tenho nenhuma preparação especial, como é que posso ir e anunciar o Evangelho»? Querido amigo, esse seu temor não é muito diferente do sentimento que teve Jeremias, um jovem como vocês, quando foi chamado por Deus para ser profeta. Acabamos de escutar as suas palavras: «Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo». Deus responde a vocês com as mesmas palavras dirigidas a Jeremias: «Não tenhas medo… pois estou contigo para defender-te» (Jr 1,8). Deus está conosco!
«Não tenham medo!» Quando vamos anunciar Cristo, Ele mesmo vai à nossa frente e nos guia. Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus prometeu: «Eu estou com vocês todos os dias» (Mt 28,20). E isto é verdade também para nós! Jesus não nos deixa sozinhos, nunca lhes deixa sozinhos! Sempre acompanha a vocês!

Além disso, Jesus não disse: «Vai», mas «Ide»: somos enviados em grupo. Queridos jovens, sintam a companhia de toda a Igreja e também a comunhão dos Santos nesta missão. Quando enfrentamos juntos os desafios, então somos fortes, descobrimos recursos que não sabíamos que tínhamos. Jesus não chamou os Apóstolos para viver isolados, chamou-lhes para que formassem um grupo, uma comunidade. Queria dar uma palavra também a vocês, queridos sacerdotes, que concelebram comigo esta Eucaristia: vocês vieram acompanhando os seus jovens, e é uma coisa bela partilhar esta experiência de fé! Mas esta é uma etapa do caminho. Continuem acompanhando os jovens com generosidade e alegria, ajudem-lhes a se comprometer ativamente na Igreja; que eles nunca se sintam sozinhos!

3. A última palavra: para servir.
No início do salmo proclamado, escutamos estas palavras: «Cantai ao Senhor Deus um canto novo» (Sl 95, 1). Qual é este canto novo? Não são palavras, nem uma melodia, mas é o canto da nossa vida, é deixar que a nossa vida se identifique com a vida de Jesus, é ter os seus sentimentos, os seus pensamentos, as suas ações. E a vida de Jesus é uma vida para os demais. É uma vida de serviço.

São Paulo, na leitura que ouvimos há pouco, dizia: «Eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível» (1 Cor 9, 19). Para anunciar Jesus, Paulo fez-se «escravo de todos». Evangelizar significa testemunhar pessoalmente o amor de Deus, significa superar os nossos egoísmos, significa servir, inclinando-nos para lavar os pés dos nossos irmãos, tal como fez Jesus.

Ide, sem medo, para servir.
Seguindo estas três palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe alegria. Queridos jovens, regressando às suas casas, não tenham medo de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu Evangelho. Na primeira leitura, quando Deus envia o profeta Jeremias, lhe dá o poder de «extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar» (Jr 1,10). E assim é também para vocês. Levar o Evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio; para construir um mundo novo. Jesus Cristo conta com vocês! A Igreja conta com vocês! O Papa conta com vocês! Que Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, lhes acompanhe sempre com a sua ternura: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações».

Amém.
 
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