"Somethings in the rain" - playlist da série

Mostrando postagens com marcador elen de moraes kochman. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador elen de moraes kochman. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 17 de setembro de 2019

O TEMPO E O TRIBUNA PORTUGUESA - pelos seus 40 anos - Elen de Moraes Kochman




O tempo e o Tribuna Portuguesa

Elen de Moraes Kochman


O tempo se faz poesia à medida que os anos avançam e vamos imprimindo nossas marcas, expondo narrativas, enfrentando problemas, aceitando derrotas, vibrando com as vitórias, enfim, plantando nossas memórias, enquanto vivemos o presente, com olhos de esperança voltados para o amanhã. Assim é o Tribuna Portuguesa, um “jovem” de apenas 40 anos, que já fez a travessia de diferentes caminhos, enfrentou tempestades sem sucumbir, mas sabiamente, por entender que nuvens são passageiras, segue confiante, obstinadamente, traçando - e batendo - metas, em busca da realização dos seus propósitos e projetos.

Se o objetivo de um jornal é informar, o Tribuna vai muito além, porquanto se faz presente, de corpo e alma, em quase todos os mais importantes eventos da Comunidade Portuguesa, na Califórnia - e não só – imprimindo em textos e fotos, grande parte da história da Comunidade, uma relíquia de valor inestimável, guardada em seu acervo, para a posteridade, quando as futuras gerações poderão pesquisar sobre a vida dos seus antepassados. E só a equipe que o torna possível, que cede voz e visibilidade a essa história, sabe como o tempo se mostra curto, veloz, para que o jornal chegue, quinzenalmente, aos lares dos seus assinantes.

O que me encanta e apaixona no Tribuna Portuguesa é a diversidade dos assuntos, abordados sem preconceitos, em matérias distintas, sem cercear a liberdade de expressão dos seus colaboradores, atendendo aos mais diferentes gostos e leitores. O apoio que dá à Cultura, de um modo geral – e em particular às festas típicas, aos Cantadores, Poetas, etc. – é o ponto alto do Jornal, que o torna necessário, bonito, leve e atraente.

Talvez, a maioria dos leitores que possui a oportunidade de tê-lo em mãos, sentir sua textura, o cheiro do papel e da tinta, poder montar seu próprio arquivo de memórias, não tenha noção de como é frustrante, para quem mora em outros países, não participar do mesmo privilégio. Bem verdade que o Tribuna, um jornal moderno, de braços dados e antenado com o progresso e a era digital, também está online para quem quiser acessá-lo, de qualquer lugar do planeta e mais, totalmente grátis, quando tantos outros já cobram para disponibilizar seus conteúdos. Sou grata, e muito, por ter a opção de lê-lo na internet, embora confesse que ainda sou uma dessas pessoas que prefere manusear as folhas do que lê. Talvez eu seja saudosista, mas como disse, iniciando este texto, o tempo se faz poesia enquanto avança e nos dá mais manias e passado do que futuro.

Ao Tribuna Portuguesa, pelo seu aniversário, minhas felicitações e votos de vida longa, com saúde financeira e sucessos sempre crescentes. À toda equipe, aos seus Diretores Srs. Miguel e Roberto Ávila e ao seu Publisher, o caro Sr. José Ávila, que cuidam do jornal com tanto desvelo, meus parabéns pelo excelente trabalho, que estendo aos seus colaboradores.

E para todos os leitores, daqui do meu Brasil envio o meu abraço e os meus agradecimentos, porque é por todas as Senhoras e Senhores que o assinam e leem, que o Tribuna Portuguesa festeja os seus bem-vividos 40 anos.
elendemoraes.rj@gmail.com




sábado, 16 de maio de 2015

AUSÊNCIA - Elen de Moraes K e VINICIUS DE MORAES







Ausência

Rio de janeiro , 1935
Vinicius de Moraes



Eu deixarei que morra em mim
o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa 
de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença 
é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto 
e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser
tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim 
como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho 
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne 
como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... Tu irás 
e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos 
e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, 
Porque eu fui o grande íntimo da noite,
Porque eu encostei minha face na face da noite 
e ouvi a tua fala amorosa,
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa 
suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência 
do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros 
nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém
porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, 
do vento, do céu, das aves, das estrelas,
Serão a tua voz presente, 
a tua voz ausente, 
a tua voz serenizada.



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

PINGO D'ÁGUA - Elen de Moraes Kochman



Pingo d’água que respinga na vidraça,
Sinuosamente, a escorrer para o chão,
Traz-me tantas recordações... e ameaça

Maltratar, uma vez mais, meu coração.
Desnortea-lo, num fibrilar de desgosto,
Pelo amor que me vem sempre em contramão.

A lembrança do encontro pressuposto
Aumenta a melancolia... O sofrimento
Dá nitidez às expressões do meu rosto.

(Fragmentos  de 10 tercetos)

terça-feira, 23 de abril de 2013

LÁBIOS QUE NÃO BEIJEI - Elen de Moraes Kochman- JURA SECRETA (Fagner)





"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"
(Fernando Pessoa) 



 Lábios que não beijei



Elen de Moraes Kochman



Teus beijos, que o sabor nunca provei,
Teu corpo, que jamais acariciei,
Hoje, povoam minha fantasia.
Tudo que não tenho... o que mais queria!
Utópico prazer... fora da lei.

Falar-te do meu amor... nunca ousei.
Tão belos sonhos que não realizei!
Tanto te quis dizer quanto sentia

Falta dos teus lábios que não beijei...

São minha alucinação - de hoje em dia -
As tuas mãos em mim - doce agonia! –
A arrepiar meus pelos... Mas bem sei
Que essa emoção eu jamais sentirei...
Cismarei em teus braços, à porfia,

E em teus beijos que nunca provarei!




terça-feira, 29 de janeiro de 2013

INTOLERÂNCIA - Elen de Moraes Kochman










INTOLERÂNCIA

Elen de Moraes





Através da história vemos que a intolerância sempre existiu na esfera das relações entre os seres humanos, baseada em sentimentos, culturas e crenças religiosas. Talvez, tenha nascido com o homem.

Segundo Paulo Rouanet ela é “uma atitude de ódio sistemático e de agressividade irracional com relação a indivíduos e grupos específicos, à sua maneira de ser, ao seu estilo de vida e às suas crenças e convicções”.

Os intolerantes têm total dificuldade em concordar com idéias e o modo de agir que não coadunem com os seus, porque a dificuldade de auto aceitar-se como diferente, segundo alguns psicólogos, cria dificuldade de também aceitar o outro em sua diferença.

Só nos conscientizamos do quanto a intolerância é maléfica quando a ultima gota do “cálice” o faz transbordar e, ao entornar, os resíduos que estavam assentados vêm à tona, manchando tudo à sua volta.

Deve-se tolerar a intolerância?

É certo – e ainda bem - que há leis que protegem a liberdade de expressão, o direito de pertencer a esta ou aquela sociedade, a um clube, a uma determinada religião, a ter diferentes idéias políticas, etc., e nenhum direito deve ser cerceado, como também limites não devem ser impostos à liberdade.

No entanto, como saber onde o elo deve ser rompido para que se respeite o limite do outro? É possível tolerar ataques à religião e aos bons costumes? É possível tolerar a livre expressão de cunho racista e preconceituoso? Aceitar o escárnio ao que é sagrado para alguns, mesmo que não o seja para outros? É possível ser indulgente com os ataques sistemáticos contra a moral de um povo? É possível tolerar zombaria e menosprezo contra uma raça ou toda uma nação?

Devemos ter em mente que também para a tolerância há limites!

Sem entrar no mérito da questão e sem tomar partido, os últimos acontecimentos que envolveram a atriz brasileira Maitê Proença e os portugueses, por causa de um vídeo gravado por ela em Portugal, há dois anos e que só agora veio à baila por ter sido passado num canal fechado de TV, acirraram os ânimos entre portugueses e brasileiros.

Os lusitanos, magoados, dizem não aceitar que ela tenha feito zombaria com sua terra e seus costumes e que tenha cuspido ao lado de uma fonte, situada num local sagrado e histórico para eles. Fizeram um abaixo-assinado pedindo ao governo que a considerasse pessoa não grata a Portugal e que lá jamais ela possa voltar. Se foi adiante não sei informar.

 Por seu lado, a atriz reclama que só quis fazer piadas com um vídeo caseiro e que os portugueses que se irritaram não têm senso de humor e que por ela ser neta de portugueses não iria querer ofendê-los, etc., mas acabou vindo a público pedir desculpas. Porém, as mesmas não foram aceitas e exacerbaram mais os ânimos: os portugueses alegam que “a emenda foi pior que o soneto”, pois que no vídeo onde a atriz se desculpa,  mostra-se irônica e ainda acrescenta que falta aos portugueses um pouco mais de humor.

E aí acontece a intolerância:
Do lado dos portugueses, a grande maioria que deixou comentários nos sites de jornais, revistas e dos vídeos, ao invés de direcionarem sua raiva contra a atriz e seu ato inconseqüente e deselegante, voltaram-se contra todas as mulheres brasileiras, o povo em geral, contra o Presidente e até denegrindo o nome do Brasil.

Do lado dos brasileiros, a velha cantilena de querer o ouro e as pedras preciosas de volta, de acusar os portugueses de terem implantado a escravidão, de terem trazido os negros da África e hoje em dia chamar o povo brasileiro de “macacos”, pela cor da pele.

E a troca de desaforos continua entre os intransigentes de ambos os lados. Agora foi esse o motivo. Daqui a pouco surge outro.

Temos que dar um basta no preconceito e acabar com a intolerância  de se dizer que todo índio é indolente, que todo negro é bandido, que todo português é burro frontal e mal educado, que toda brasileira é puta, que todo Frances não toma banho, que todo sul-americano é ladrão, que todo árabe é terrorista, que todo americano é racista, que todo italiano é mafioso, que todo alemão é nazista e por aí afora.

Finalmente, o preconceito e a intransigência não são privilégios de um só povo. Normalmente se baseiam na ignorância e, tal como a sabedoria, não tem nacionalidade.


                                                     

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

VOZ: Elen de Moraes Kochman - Elegia do adeus

Outras postagens

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Rio de Janeiro - Br

Rio de Janeiro - Br
Aterro do Flamengo - ressaca

Amanhecer no Rio de Janeiro

Amanhecer no Rio de Janeiro

Amanhecer no Rio de Janeiro

Amanhecer no Rio de Janeiro

Nevoeiro sobre a Tijuca

Nevoeiro sobre a Tijuca
Rio de Janeiro

Tempestade sobre a Tijuca

Tempestade sobre a Tijuca
R< - Br

Eu me perco em teu olhar...

Eu me perco em teu olhar...