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domingo, 9 de maio de 2021

Dagmanda

 

Te sinto no perfume da flor

E também no cheiro do pobre

Que para você era nobre

Foi assim que me ensinou 

Sempre esteve ao lado

Do companheiro que sofre

Que privilégio enorme

Desfrutar do seu amor


Quem disse que partiu

Para não mais voltar?

Estás comigo aonde vou

Estou sempre a te encontrar

Quando olho para o céu

Em noite estrelada

Sinto a sua presença

Viva e iluminada!


Palavra tão pequenina

Que expressa grande verdade

No peito arde a saudade

Que define seu maior valor

Um legado enorme

Melhor herança deixou

Deus escolhe as mães

Para vestir o traje do amor


Suas doideiras em vida

Seguem trazendo alegria

Lembro de ti todo dia

Hoje o Dagmanda chegou

De tantas lições

Que deixou por sua passagem

Nessa breve romagem

Seguem duas que me marcou:


- Tenha um médico pra chamar de seu.

- Um passo pra trás valem 10 a frente.


Palavra tão pequenina

Que expressa grande verdade

No peito arde a saudade

Que define seu maior valor

Um legado enorme

Melhor herança deixou

Deus escolhe as mães

Para vestir o traje do amor



*(Dagmanda era o titulo que ela usava no email que me enviava diariamente, durante anos seguidos, sem falhar um dia sequer, contando as novidades do seu dia e querendo saber notícias nossas)

sábado, 6 de outubro de 2018

Sobre o casamento

Lá no final de 2015 eu recebi um convite. Vieram de meus primos Raina e Marquinho e de sua filha Amanda.

Amanda, que reside nos EUA, queria realizar a cerimônia de seu casamento no Brasil, e eles gostariam que eu fizesse os proclames.

A única certeza que tinham é que seria em Búzios, de frente para o mar.

Acredito que eles tenham sondado minha mãe primeiramente (pedido vindo de mãe é praticamente livre de recusas), pois vieram pisando em ovos, rodeando para não ir direto ao assunto, talvez pela ausência de cerimônia religiosa na religião que professo, o Espiritismo.

Eu fiquei tão feliz com o convite que na época escrevi um texto aqui, chamado "Buscar o sim". Vale a pena reler e relembrar. Confira!

Disse-lhes que quem estaria ali realizando a cerimônia seria o primo, e faria uma preleção universal sem nenhum rótulo religioso.. 

Recebi o abraço carinhoso dos primos por ter aceitado o convite, e as palavras afetuosas de minha mãe, por ter atendido o pedido deles.

E o tempo passou... e o tão sonhado dia chegou: 21 de abril de 2018.

* * *
Amanda conheceu Paul em Nova York, através de uma amiga em comum, Vanessa.

E Vanessa não poderia faltar nessa festa. E a cupido participou com a gente, realizando uma parte da cerimônia no idioma Inglês, para que os americanos presentes pudessem participar.

Paul é americano e estuda português. Entende e fala o idioma, sendo Saquarema uma de suas palavras favoritas.


Iniciei a fala dizendo que não era uma autoridade jurídica, tampouco autoridade religiosa, de modo que essa cerimônia não teria conotação civil nem religiosa. Seria a celebração da essência do casamento: um hino a vida, a união e ao amor.

Hoje vocês se unem para formar a célula base da sociedade: a família. E nesses dias de relações tão frágeis e instáveis, onde na primeira dificuldade o casamento se desfaz, vou usar da lembrança de três frases de nossos familiares queridos que foram ditas em momentos diversos de nossas vidas, que muito nos inspiram na união da família, e por consequência, na manutenção do casamento.


A primeira frase foi dita por minha mãe, Dag, no dia em que me casei. Ela me falou pessoalmente: "um casamento termina quando deixam de exister o amor e o respeito"

Logo, para se manter um casamento, respeito e amor são indispensáveis. Reguem sempre essas plantinhas. Se a gente não rega, a planta seca e morre. Não se dá de uma hora para outra, fiquem alertas aos sinais. O cuidado diário se faz necessário, e atentem para a rotina que corrói. Ame e repeitem-se como no dia em que se conheceram. Mantenham essas chamas acessas. Entenderam o recado?


A segunda frase Amanda, foi dita por seu avô, tio Ivan, no dia em que seu biso Laiz faleceu. Ele falou: "nós não vamos deixar a família morrer".

Quando casamos, é natural deixarmos o ninho dos pais e cuidarmos do novo lar. Mas não podemos jamais esquecer de onde viemos, dos nossos valores, de nossas origens, de nossa família. Visitem seus pais, seus familiares, mantenham contato e presença. Todos precisamos uns dos outros. E ser lembrado, traz um sentimento muito esquecido nesses dias: a gratidão. Sejamos gratos a nossos pais e a todos esforços que fizeram para nos tornar o que somos hoje.

Parabéns pela ideia de expor essa árvore da vida, ela nos diz que a família nunca vai morrer, e é por ai mesmo, esse é o caminho.

 





E a terceira frase foi dita por vovô Laiz, no dia em que minha primeira filha, Júlia, nasceu. Eu senti sua presença na maternidade, e ele falou: "o seu casamento começa hoje, pois ele só começa realmente com a chegada dos filhos".

Vocês já passaram por algumas pressões. Quando namoravam, pressionavam: quando vão ficar noivos? Ai vocês noivaram (e eu soube que Paul arrasou nesse pedido!), e a pressão mudou: quando vão se casar? Hoje vocês estão casando, e nova pressão se inicia: quando chegam os filhos?

Uma família sem filhos não se perpetua, a família termina com a morte. A frase de vovô faz sentido, pois os filhos são nossas heranças vivas. Vocês trazem as histórias de suas famílias, e essas histórias não podem terminar com vocês. Novos capítulos precisam ser escritos, e o mundo está precisando de boas histórias. Vovô Quinho é vovô de netos alheios, um excelente vovô garoto, e agora quer ter os seus netos também. Mãos a obra!! Mas podem curtir um pouquinho a vida a dois. A gente espera um pouco, não é família?!

Tudo muda com a chegada dos filhos, e tenham a certeza que essa mudança é para muito melhor!


A cerimônia ainda teve dois momentos emocionantes. Amanda é afilhada de Roberta (sua tia) e de Guilherme (seu tio), ambos falecidos. Eles se fizeram presentes na cerimônia, através da memória. Guilherme escrevia poesias, e Marcelinha (que é filha de Roberta e muito parecida com a mãe), declamou uma das poesias de Guilherme, homenageando a memória dos padrinhos de Amanda.


Antes da troca das alianças, os noivos surpreenderam fazendo seus votos com o coração, longe da tradicional decoreba do "te prometo ser fiel na saúde e doença,,,por todos os dias de minha vida". Amanda fez os votos em Inglês, e Paul em Português.




 Trocaram as alianças, deram o beijo de novela, e fomos para a festa mais animada dos últimos tempos.


 E lá de cima eu tenho certeza que ela estava feliz, aliás, todos os nossos queridos que não estavam mais fisicamente entre nós, se fizeram presente. Nas lembranças, e nos pequenos detalhes.


Aos meus amores, obrigado pelo convite e pela oportunidade de participar desse momento tão lindo e emocionante de nossas vidas. Que Deus siga abençoando seus dias. Sejam felizes, sempre! Amo vocês!


sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Um homem de consciência

Precisava retomar a escrita nesse espaço, e o mote veio através de uma mensagem de minha prima no Whatsapp.

Ela passava pelo dilema de largar um ótimo emprego, onde teria que dividir seu espaço e sua genialidade com uma pessoa sem caráter e princípios, e que foi contratada para coordenar a equipe.

E fez um golaço de placa. Disse: abandonei o emprego. Leiam Um homem de consciência, de Monteiro Lobato. 

E fim, não falou mais nada...

Não conhecia esse conto do 'Pestana', que está publicado no livro Cidades Mortas, e que transcrevo abaixo, extraído desse site.

Desnecessário legenda. Mas eu não poderia deixar de lhe dizer: "Amo viver com pessoas inteligentes".

* * *


Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.

Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos queriam: mudar-se para terra melhor.

Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o desaparecimento visível de sua Itaoca.

– Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons – agora só um, e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está se acabando…

João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.

– É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então eu arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.

Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada…

Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado – e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!

João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada, botou-as num burro, montou no seu cavalinho magro e partiu.

Antes de deixar a cidade, foi visto por um amigo madrugador.

– Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?

– Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.

– Mas como? Agora que você está delegado?

– Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus.

E sumiu.

(Monteiro Lobato, CIDADES MORTAS. 12a Edição. São Paulo,   Editora Brasiliense, 1965)


* * *

Com este conto, do autor preferido de minha mãe, deixo aqui minha homenagem por não mais ter seus comentários estampados a cada postagem desse blog. Hoje fazem exatos nove meses que mamãe partiu para ouvir ao vivo as histórias do seu autor favorito.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Sinais vitais


Há mais de um ano em coma...

Eis que o paciente responde aos estímulos, apresentando sinais vitais.

As estatísticas informam, existe vida! Há visitas!

Será que alguém responderia nos comentários?

Este é um post experimento. Sem divulgação alguma. Só pra testar os sinais vitais.

Se houver um comentário, é razão mais que suficiente para trazer vida para o blog!!

Respira garoto! Volta!

terça-feira, 1 de novembro de 2016

O autógrafo do poeta

Em um período de minha infância, morei no bairro da caixa d´água, na rua Gentil Viera de Moraes, de frente para a casa do poeta Leir Moraes, em Rio Bonito.

Seus filhos, Nando e Daniel, faziam parte da nossa turma. Era um tempo em que as crianças brincavam o dia inteiro na rua, e só voltavam para casa  para dormir, esgotadas.

Em uma noite qualquer daquele tempo, não lembro se brincávamos de polícia e ladrão, bandeirinha, taco, ou qualquer outra dessas que só quem teve infância sabe do que se trata, aconteceu uma revoada da molecada para a casa do poeta. Fui envolvido pelo arrastão, e corri junto deles sem saber o motivo daquela movimentação repentina.

Formou-se uma fila na entrada da sala, e pensava que o Leir iria distribuir alguma guloseima para a turma.

Perguntei a quem estava em minha frente qual seria o motivo da algazarra. Ao que ele responde que o candidato a prefeito estava presente na casa do poeta, e estávamos ali reunidos para pegar um autógrafo.

Ao chegar minha vez na fila de estar frente a frente com a celebridade, Alcebíades Moraes Filho, peguei um guardanapo na mesa e o entreguei ao candidato. Mantivemos um breve diálogo:

- O que você deseja?

- Um autógrafo.

Ele me olha desconfiado, em seguida olha para o poeta e diz:

- Mas o famoso aqui é ele, pega um autógrafo dele - e aponta para o Leir.

Eu acho graça daquela informação, respondo:

- Mas ele a gente vê todos os dias, quero o seu.

E ganhei um autógrafo de Bidinho.

* * *

Fiquei com esse episódio na memória. Perdi a chance de ter um autógrafo de Leir Moraes...eu que me sentia tão íntimo de sua casa.

Trinta anos se passaram, e em um dia em que caminhava pelo centro do Rio de Janeiro, passei por um banca de jornal que também vendia livros antigos, e deparei com um livro do Leir na vitrine da banca. Era o "Contos da casa apagada", e estava em bom estado de conservação.

Era daqueles dias de calor insuportável no centro da cidade, e eu só estava com cinco reais no bolso. Iria arriscar entrar na banca e perguntar o preço do livro. Se fosse mais do que possuia, compraria uma água para matar a sede.

Entro na banca, e pergunto ao jornaleiro, forçando uma depreciação do produto:

- Aquele livro amarelado ali fora, o da casa apagada, quanto está?



Ele faz um suspense, coloca o dedo na cabeça tentando lembrar que livro seria, sai da banca e vai em direção à vitrine, na lateral da mesma.

- Não leia esse livro a noite, pode ter insônia - sorri com o bom humor do comerciante.

Estava ansioso, esperava a informação sobre o preço...

- É seu por cinco reais. - Diz o jornaleiro.

Respiro aliviado... mas a sede era implacável.

Ao pagar o livro, explico-lhe minha estratégia, de comprar água se o preço do livro estivesse além das minhas posses na ocasião.

Ele recebe o dinheiro, me entrega o livro, e junto dele traz uma garrafa de água mineral, dizendo:

- Minha mãe me ensinou que nunca devemos negar água a ninguém. Outro dia você passa por aqui e paga a água.

Agradeci a gentileza, tomei um gole de água e abri o livro... e na primeira página estava uma dedicatória, assinada pelo poeta.

"Ao amigo Ely, um abraço do Leir", datada de 1992.

Pronto, consegui o autógrafo do poeta, negligenciado no passado.

* * *

Contei o fato acima - que não é peça de ficção - durante o Tributo a Leir Moraes, evento de resgate da memória do poeta, organizado pelo grupo "por amor a Rio Bonito", que ocorreu na residência do poeta no último dia 29 de outubro, não permitindo deixar passar em branco as comemorações referente ao dia do Poeta (4 de outubro, aniversário do Leir). Já que a lei não é cumprida pelo poder público, a sociedade civil faz a sua parte.

Ao final do encontro, tia Carminha - que ocupa atualmente a cadeira deixada por Leir Moraes na Academia Fluminense de Letras, cadeira esta que tem por patrono B. Lopes, outro ilustre poeta de Rio Bonito - uma das organizadoras do evento, com a delicadeza que lhe é peculiar, me pergunta:

- Ricardo, eu fiquei com uma curiosidade. Você voltou para pagar a água?

Rimos muito com a pergunta. E eu lhe respondi:

- Assim como a mãe do jornaleiro lhe ensinou a não negar água a ninguém, minha mãe ensinou que devemos ser honestos em todas as circunstâncias. Voltei sim. Dívida quitada.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Qual o tamanho do amor?

"Alguém já lhe perguntou:
O que é o amor?
E você já sabe responder?
Então responde ai que eu quero ver".

A canção acima é o refrão da música "O que é o amor", de Ricardo Ribeiro.
Como nessa semana o amor está no ar, vamos as suas mais variadas expressões.

* * *

Tia Rachel, num rompante de gratidão, faz sua "avant premiere" de "Deus me fez assim 2".

Quem não conhece, aqui tem como foi o primeiro livro.

Com sérias restrições orçamentárias na parte gráfica dessa vez (thanks Pezão), a tarde foi super agradável, com performance ao vivo, e agradecimentos emocionados, pura expressão do amor. Assim que lançarmos, divulgamos aqui, e teremos exemplares digitais.


* * *

Ontem, aniversário de meu tio Leandro, Ramon Botelho fez das mais lindas declarações de amor que já vi. Ramon, nós te amamos! E ao eterno Naninho, todo boato do mundo!

Ouvi risadas deliciosas, especialmente uma vindo do éter e dizendo: "cocota sim!". Amor que não tem fim.

* * *


Era hora de ir para a cama e o coelhinho se agarrou firme nas longas orelhas do coelho pai.
Depois de ter certeza de que o papai coelho estava ouvindo, o coelhinho disse: Adivinha o quanto eu te amo!
Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar. - Respondeu o coelho pai.
Tudo isto. - Disse o coelhinho, esticando os braços o mais que podia.
Só que o coelho pai tinha os braços mais compridos, e disse: E eu te amo tudo isto!
Hum,isso é um bocado, pensou o coelhinho.
Eu te amo toda a minha a altura. - Disse o coelhinho.
E eu te amo toda a minha altura. - Disse o coelho pai.
Puxa,isso é bem alto, pensou o coelhinho. Eu queria ter braços compridos assim.
Então o coelhinho teve uma boa ideia. Ele se virou de ponta-cabeça apoiando as patinhas na árvore, e gritou: Eu te amo até as pontas dos dedos dos meus pés, papai!
E eu te amo até as pontas dos dedos dos teus pés. - Disse o coelho pai balançando o filho no ar.
Eu te amo toda a altura do meu pulo! -  Riu o coelhinho saltando de um lado para outro.
E eu te amo toda a altura do meu pulo. - Riu também o coelho pai, e saltou tão alto que suas orelhas tocaram os galhos da árvore.
Isso é que é saltar! - Pensou o coelhinho. Bem que eu gostaria de pular assim.
Eu te amo toda a estradinha daqui até o rio. - Gritou o coelhinho.
Eu te amo até depois do rio, até as colinas. - Disse o coelho pai.
É uma bela distância, pensou o coelhinho. Mas, àquela altura já estava sonolento demais para continuar pensando.
Então, ele olhou para além das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite e concluiu: Nada podia ser maior que o céu.
Eu te amo até a lua! - Disse ele, e fechou os olhos.
Puxa, isso é longe - falou o papai coelho - longe mesmo!
O coelho pai deitou o coelhinho na sua caminha de folhas, inclinou-se e lhe deu um beijo de boa-noite.
Depois, deitou-se ao lado do filho e sussurrou sorrindo: Eu te amo até a lua... Ida e volta!
* * *
E você, já disputou alguma vez com seu filho quem gosta mais um do outro?
Geralmente as disputas são em torno de questões como quem joga futebol melhor, quem corre mais, quem vence mais etapas no vídeo game, quem coleciona mais troféus, etc.
A vida atarefada, o corre-corre, os inúmeros compromissos, por vezes nos afastam das coisas simples, como sentar na cama ao lado do filho e lhe contar uma história, enquanto o sono não vem.
Acariciar-lhe os cabelos, segurar suas mãozinhas, fazer-lhe companhia para que se sinta seguro.
Deitar-se, sem pressa, ao seu lado quando ele vai para a cama, falar-lhe das coisas boas, ouvir com ele uma melodia suave para espantar os medos que, tantas vezes, ele não confessa.
Falar-lhe do afeto que sentimos por ele, do quanto ele é importante em nossa vida. Dizer-lhe que um anjo bom vela seu sono e que Deus cuida de todos nós.
E se você pensa que isso não é importante, talvez tenha esquecido das muitas vezes que arranjou uma boa desculpa para se aconchegar ao lado do pai ou da mãe, nas noites de temporal...
* * *
Se, às vezes, é difícil se aproximar de um filho rebelde, considere que a sua rebeldia pode ser, simplesmente, um apelo desajeitado de alguém que precisa apenas de um colo seguro e um abraço de ternura.

Fonte: momento.com.br


* * *
E hoje é o niver dele, a referência de grandeza para minhas filhas...elas brincavam como o coelhinho, dizendo:

Te amo, tio Flávio com mãos para o alto,
Te amo, tio Flávio com mãos para o alto e de salto alto,
Te amo, tio Flávio na serra do sambê,
Te amo, tio Flávio no cristo redendor,
Te amo, tio Flávio na lua...

Tio Flávio, continue esse menino levado, que faz arte e inventa moda. Parabéns por mais um níver!



* * *

Meus pais completam uma maratona de amor hoje, 42 anos!! Muito exemplo de amor!

E o que é o amor? Já sabe responder? Então responde ai que eu quero ver.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Não dá pra segurar

E nem foi há tanto tempo assim, nem foi numa galáxia distante...

Falamos de música tem pouco tempo, lembra? Veja aqui.

Mudou algo de lá para cá? Ou continuamos desatentos nas letras das músicas?

Vamos tentar mais uma vez?

Uma música que eu adoro da banda IRA!, vida passageira, e que é desconhecida da maioria das pessoas.

Certamente todos já passaram por essa situação. E sempre que ouço essa canção, lembro de amigos especiais.

Então vamos lá:

- Ouça;
- Preste atenção na mensagem;
- Curta as lembranças;
- Se desejar, deixe algo registrado aqui;




PS: viu como músicas transmitem mensagens? Estejamos mais atentos.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O agradecimento do português

Pensou em algo d'além-mar?

Manoel ou Joaquim?

Quase isso...

Foi o António.


* * *


Provavelmente você não se lembra do que almoçou há um mês, no dia primeiro de novembro.

Mas certamente não esqueceu o nome do profissional que lhe alfabetizou, e de tantos outros professores fantásticos que passaram por sua vida. Sabe por quê?

Por que essa profissão é mágica! Semana passada recebi a mensagem abaixo de um desses professores. E eis a magia dessa profissão... O professor fica para sempre vinculado ao coração do seu aluno e vice-versa.

Por ocasião da conclusão de um trabalho na escola que dirige, ela enviou o vídeo abaixo para todos os profissionais que participaram do projeto.


Transcrevo o texto:

“Se me derem mais dois minutos, explico-vos o que eu quero dizer com a palavra agradeço. Há uns meses atrás estavas eu em Brasília a preparar a aula magna da Universidade de Brasília e vinha-me à cabeça que queria agradecer aos colegas brasileiros tudo o que me têm dado, e tem sido muito. E vinha-me à cabeça o Tratado sobre Gratidão de São Tomás de Aquino. Todos aqui saberão que o Tratado da Gratidão de São Tomás de Aquino tem três níveis de gratidão: um nível superficial, um nível intermédio e um nível mais profundo.

O nível superficial é o nível do reconhecimento, do reconhecimento intelectual, do nível cerebral, do nível cognitivo do reconhecimento. O segundo nível é o nível do agradecimento, do dar graças a alguém por aquilo que esse alguém fez por nós. E o terceiro nível mais profundo do agradecimento é o nível do vínculo, é o nível do sentirmos vinculados e comprometidos com essas pessoas.

E de repente descobri uma coisa na qual eu nunca tinha pensado, que em inglês ou em alemão se agradece no nível mais superficial da gratidão. Quando se diz “thank you” ou quando se diz “zu danken” estamos a agradecer no plano intelectual.

Que na maior parte das outras línguas europeias, quando se agradece, agradece-se no nível intermediário da gratidão. Quando se diz “merci” em francês, quer dizer dar uma mercê, dar uma graça. Eu dou-lhe uma mercê, estou-lhe grato, dou-lhe uma mercê por aquilo que me trouxe, por aquilo que me deu. Ou “gracias” em espanhol, ou “grazie” em italiano. Dou-lhe uma graça por aquilo que me deu e é nesse sentido que eu lhe agradeço, é nesse sentido que eu lhe estou grato.

E que só em português, que eu conheço, que eu saiba, é que se agradece com o terceiro nível, o terceiro nível, o nível mais profundo do tratado da gratidão. Nós dizemos “obrigado”. E obrigado quer dizer isso mesmo. Fico-vos obrigado. Fico obrigado perante vós. Fico vinculado perante vós. Fico-vos comprometido a um diálogo, agradecendo-vos o vosso convite, agradecendo-vos a vossa atenção. Fico obrigado, vinculado, a continuar este diálogo e a poder contribuir, na medida das minhas possibilidades, para os vossos projetos, para os vossos trabalhos, para as vossas reflexões, para o vosso diálogo. É esse diálogo que quero e é nesse preciso sentido que eu vos digo: muito obrigado”.

* * *

Não conhecia o tratado da gratidão de São Tomás de Aquino, e após o vídeo fiquei curioso em conhecê-lo. E, após sua leitura, como a desenrolar um novelo de lã, a lembrança de um outro texto saiu da memória.

A jornalista e escritora mineira Leila Ferreira, no seu livro "A arte de ser leve", conta sobre o problema do encolhimento do vocabulário da delicadeza, trazendo pensamentos do filósofo Renato Janine Ribeiro, sobre a estranha substituição do "obrigado" por "valeu".

"Dizer 'obrigado' significa que você se sente com obrigação em face da pessoa que lhe prestou um favor - isto é, ela fez algo que não tinha obrigação de fazer. Diante de uma dádiva, você afirma que se sente seu devedor e que procurará retribuir o presente - geralmente algo imaterial, sutil, como deixá-la passar à sua frente. Mas, quando você responde 'valeu', as coisas se invertem. Você diz ao outro que ele, o doador gratuito, cumpriu a obrigação, isto é, que o ato dele teve valor, mas nada mais além disso."

Esse livro da Leila foi das agradáveis surpresas literárias de 2015, dê uma chance a ela! Não vai se arrepender.

E se quiser conhecer o valor de um "muito obrigado", leia o interessante texto desse link.

E a todos vocês que passam semanalmente por aqui, deixando um pouco de si, levando um pouco de mim, e especialmente a Cristina, minha querida professora que foi inspiração desse texto, o meu "muito obrigado".


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Letra e música

Nesses dias de Rock in Rio, vamos falar um pouco de música.

Você costuma prestar atenção nas letras das músicas que canta?

Se sua resposta for não, não se preocupe, você faz parte da maioria da população.

A música também é uma forma de comunicação, e como tal, sempre existirá uma mensagem a ser transmitida entre um emissor (compositor/cantor) e um receptor (ouvinte). E por quê não prestamos atenção nisso?

Quando lemos um livro, e não conhecemos determinada palavra, costumamos consultar um dicionário (talvez google) para enriquecer nosso vocabulário.

Você se lembra da última vez que uma música lhe fez buscar um dicionário? Será que isso já aconteceu alguma vez? E será que não existem palavras que desconhecemos nas letras das músicas?

Pois bem, o convite dessa semana é para prestarmos mais atenção nas mensagens que nos chegam através da música. Sabermos efetivamente o que estamos cantando. Pode acreditar que você canta e gosta de muita música sem sequer saber o que ela está querendo te dizer (isso sem falar nas músicas em outros idiomas).

Para dar um exemplo, nessa semana ouvi uma música dos Titãs que não conhecia, e a mensagem da letra era muito especial, veja só.

* * *

Pela Paz (Titãs)

Você espera sempre mais
Você não se conforma
Você não se satisfaz
Todo mundo diz acreditar na paz

E você acredita ou não?
E então, o que você faz pela paz?
O que você faz pela paz?
O que você faz pela paz?

Todos são capazes da guerra
Mas ninguém luta por você
Você ainda está sozinho
Ninguém acredita em ninguém

E você acredita ou não?
E então, o que você faz pela paz?
O que você faz pela paz?
O que você faz pela paz?



Percebe o quão fantástico é o processo de dar vida a uma letra? Aí que entra a música.
Que tal ouví-la e sentir isso?

Enquanto ouvia no rádio a música dos Titãs, e refletindo na pergunta "O que você faz pela paz?", a resposta veio na lembrança de outra música, de Nando Cordel.


Paz pela Paz (Nando Cordel)

A paz do mundo
Começa em mim
Se eu tenho amor,
Com certeza sou feliz
Se eu faço o bem ao meu irmão,
Tenho a grandeza dentro do meu coração
Chegou a hora da gente construir a paz
Ninguém suporta mais o desamor

Paz pela paz - pelas crianças
Paz pela paz - pelas florestas
Paz pela paz - pela coragem de mudar.
Paz pela paz - pela justiça
Paz pela paz - a liberdade
Paz pela paz - pela beleza de te amar.

A paz do mundo
Começa em mim
Se eu tenho amor,
Com certeza sou feliz
Se eu faço o bem ao meu irmão,
Tenho a grandeza dentro do meu coração
Chegou a hora da gente construir a paz
Ninguém suporta mais o desamor

Paz pela paz - pro mundo novo
Paz pela paz - a esperança
Paz pela paz - pela coragem de mudar.
Paz pela paz - pela justiça
Paz pela paz - a liberdade
Paz pela paz - pela beleza de te amar.



* * *


Percebeu como a música é uma comunicação? Como é importante estarmos atentos? E principalmente, precisamos saber o que estamos cantando!

Veja só o que acontece quando não estamos atentos à mensagem que a música transmite:


"Trágico se não fosse cômico". Uma procissão ao som de "Ai se eu te pego".

* * *

Voltaremos ao tema em algumas semanas, vou dar um tempo para você ouvir músicas e prestar um pouco mais de atenção nas letras. Quem sabe até você não procure um dicionário?

Enquanto isso, pense em "O que você faz pela paz?"

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Paradoxo da Modernidade

"Usar meios digitais para declarar preferência ao analógico"


PS: Homenagem a pY que, como eu, ainda sente prazer em coisas analógicas, tais quais café feito em coador de pano.

Fonte: papelaria no centro do RJ, travessa do ouvidor.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Arruma você Sérgio

Se o gênio da lâmpada aparecesse, dando-lhe a possibilidade de fazer somente um único pedido, qual seria?

Ganhar uma bolada, parar de trabalhar, viver do rendimentos das aplicações e ainda fazer uma graça com o patrão. Ele, que era vitrinista de uma conhecida loja de roupas, trazia esse embalo na alma.

Chegou para trabalhar na sexta-feira, e o patrão lhe disse:

- Hoje você faz as vitrines do Barra Shopping e Plaza.

Ele pensa, esse cara só pode estar de sacanagem comigo, nunca estudou logística. Em plena sexta ele me fará andar a cidade toda! Deixa estar.

Terminado o trabalho na Barra, passou numa lotérica e fez a Mega Sena, que estava acumulada, e partiu de ônibus para Niterói. Após 4h de trânsito, chegou na loja e abraçou a gerente, que adorava. Foi logo esbravejando:

- Quer saber? Joguei na Mega Sena, vou ganhar, tenho certeza. Mas faço questão de vir trabalhar na segunda-feira. Quando ele chegar com aquele beiço murcho e aquela cara de bunda e falar: "Hoje você faz as vitrines da Ilha e do Centro", eu vou pegar as roupas e jogar na cara dele, e vou falar: Arruma você Sérgio!! E caíram na gargalhada na sequência.

Sem querer, ele havia criado um dos melhores e mais engraçados bordões que conheço, e volta e meia uso: "Arruma você Sérgio!"

Por falar nisso, a Mega Sena está acumulada! Jogou?

sexta-feira, 8 de março de 2013

O sorriso de Exupéry

Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós. - Antoine de Saint-Exupéry

Nessa semana, durante alguns e-mails que troquei com a Lana, num deles ela mandou uma citação de Exupéry. Achei aquilo muito legal. Muitos só associam Exupéry ao "pequeno príncipe". Mas a biografia dele, e os outros livros por ele escrito além da obra magistral citada acima, são também dignos de atenção.

Com a citação dela, busquei na memória coisas que já tinha lido sobre Exupéry. Compartilho dois dentre muitos desses textos:

* * *

Foi então que apareceu a raposa.

“Bom dia.” – Disse a raposa.

“Bom dia.” – Respondeu o principezinho com delicadeza. Mas, ao voltar-se não viu ninguém.

“Estou aqui.” – Disse a voz – “Debaixo da macieira…”

“Quem és tu?” – Disse o principezinho. – “És bem bonita…”.

“Sou uma raposa.”

“Anda, vem brincar comigo.” – Propôs-lhe o principezinho. –“Estou tão triste…”

“Não posso brincar contigo.” – Disse a raposa. – “Ainda ninguém me cativou.”

“Ah! Perdão.” – Disse o principezinho.

Mas, depois de ter refletido, acrescentou: – “Que significa cativar”?

“Tu não deves ser daqui.” – Disse a raposa. – “Que procuras?”

“Procuro os homens.” – Disse o principezinho. – “Que significa cativar”?

“Os homens” – disse a raposa – “têm espingardas e caçam. É uma maçada! Também criam galinhas. É o único interesse que lhes acho. Andas à procura de galinhas?”

“Não.” – Disse o principezinho. – “Ando à procura de amigos. Que significa cativar”?

“É uma coisa de que toda a gente se esqueceu.” – Disse a raposa. – “Significa criar laços…”

“Criar laços?”

“Isso mesmo.” – Disse a raposa. – “Para mim, não passas, por enquanto, de um rapazinho em tudo igual a cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu não precisas de mim. Para ti, não passo de uma raposa igual a cem mil raposas.

Mas, se me cativares, precisaremos um do outro. Serás para mim único no mundo. Serei única no mundo para ti…”

-“Começo a compreender.” – Disse o principezinho. – “Existe uma flor... creio que ela me cativou.”

“É possível.” – Disse a raposa. – “Vê-se de tudo à superfície da Terra…”

* * *

Foi durante a guerra civil na Espanha. Antoine de Saint-Exupéry, o autor de O pequeno príncipe, foi lutar ao lado dos espanhóis que preservavam a democracia.

Certa feita, caiu nas mãos dos adversários. Foi preso e condenado à morte.

Na noite que precedia a sua execução, conta ele que foi despido de todos os seus haveres e jogado em uma cela miserável.

O guarda era muito jovem. Mas era um jovem que, por certo, já assassinara a muitos. Parecia não ter sentimentos. O semblante era frio.

Vigilante, ali estava e tinha ordens para atirar para matar, em caso de fuga.

Exupéry tentou uma conversa com o guarda, altas horas da madrugada. Afinal, eram suas últimas horas na face da Terra. De início, foi inútil. Contudo, quando o guarda se voltou para ele, ele sorriu.

Era um sorriso que misturava pavor e ansiedade. Mas um sorriso. Sorriu e perguntou de forma tímida:

Você é pai?

A resposta foi dada com um movimento de cabeça, afirmativo.

Eu também, falou o prisioneiro. Só que há uma enorme diferença entre nós dois. Amanhã, a esta hora eu terei sido assassinado. Você voltará para casa e irá abraçar seu filho.

Meus filhos não têm culpa da minha imprevidência. E, no entanto, não mais os abraçarei no corpo físico. Quando o dia amanhecer, eu morrerei.

Na hora em que você for abraçar o seu filho, fale-lhe de amor. Diga a ele: "Amo você. Você é a razão da minha vida." Você é guarda. Você está ganhando dinheiro para manter a sua família, não é?

O guarda continuava parado, imóvel. Parecia um cadáver que respirava.

O prisioneiro concluiu: Então, leve a mensagem que eu não poderei dar ao meu filho.

As lágrimas jorraram dos olhos. Ele notou que o guarda também chorava. Parecia ter despertado do seu torpor. Não disse uma única palavra.

Tomou da chave mestra e abriu o cadeado externo. Com uma outra chave abriu a lingueta. Fez correr o metal enferrujado, abriu a porta da cela, deu-lhe um sinal.

O condenado à morte saiu apressado, depois correu, saindo da fortaleza.

O jovem soldado lhe apontou a direção das montanhas para que ele fugisse, deu-lhe as costas e voltou para dentro.

O carcereiro deu-lhe a vida e, com certeza, foi condenado por ter permitido que um prisioneiro fugisse.

Antoine de Saint-Exupéry retornou à França e escreveu uma página inesquecível: Uma vida, duas vidas, um sorriso.

Quando perguntaram ao escritor como ele conseguiu escapar do cárcere que o levaria a morte, St. Exupéry respondeu em alto e bom tom:

Minha vida foi salva por um sorriso

* * *
Nesse dia internacional das mulheres, minha homenagem a todas vocês que sabem cativar uma amizade, e manter sempre um sorriso no rosto. Especialmente a você Lana, que inspirou o post trazendo Exupéry para nossas reflexões.

Que possamos exercitar um pouco mais esses dois verbos: cativar e sorrir. E que tal reler "O Pequeno Príncipe" ?

criador e criatura

PS: textos retirados do site Momento Espírita.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Canção de ninar

Diga ai qual a canção de ninar lhe veio a cabeça ao ler o título do post? Busque no fundo do baú, e tente lembrar a canção que você era ninado por seus pais, ou a que você usava para ninar seus filhos.

Ontem, ouvindo na rádio uma entrevista de Adriana Partimpim sobre o lançamento do seu terceiro disco para crianças  intitulado "tlês", conheci a canção de ninar Acalanto. Esse terceiro disco parece ser bem legal, a ideia dela era fazer um disco com canções de ninar, e óbvio que ela não vai fazer turnê do disco, segundo ela mesma falou, pois iria colocar a plateia para dormir.

Acalanto foi criada por Dorival Caymi, e era usada para ninar Nana Caymi. Fico a imaginar aquele vozerão ninando alguém. Já aprendi acalanto para incluir no repertório.

Para ninar Laura, eu tenho uma canção matadora. É só eu começar que ela embarca, algo assim:

***
"Para dormir
feche o olhinho
é só fechar
que o soninho vem;

pisca e fecha
que o soninho vem
para dormir
pisca e fecha meu amor

é só piscar
que o soninho já chegou."

***

É engraçado, que quando ela está numa agitação danada, olhão aberto, e não quer dormir por nada, eu mando a canção acima e ela diz: essa agora não! Canta boi, a do sapo, beijinho...

Agora ela deu para responder a canção:

"É só piscar
que o soninho já chegou" (e ela diz, não chegou)

E vou repetindo, ela respondendo: tá chegando, tá chegando...agora chegou! E eu fico cantando e rindo.

A Júlia, eu não ninava tanto, por ser a primeira, de vidro, sabe como é? Mas mesmo assim, ainda rolava um: 

"Julinha, Julinha amor de mamãe
Julinha, Julinha amor de papai
É Julinha meu amor
é Julinha minha flor"

***

Para mim, ninar a criança no colo, é a maior demonstração de segurança, de confiança, da parte da criança. Alguém se entregar no aconchego do seu colo, embalar no sono, e você colocar no berço, beijar a testa, e dizer dorme com Deus e com seu anjinho, é das melhores coisas da vida.

Em tempo, a canção de ninar que recordo de minha mãe cantando para mim é mãezinha do céu.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O rasante da cegonha

No final de agosto, fiquei sabendo da novidade. Disse que minha boca é um túmulo. Na ocasião, mandei a mensagem abaixo para ela.

***


Nada chega por email
que houve Dona Valada?
nem um oi por telefone
por quê tá tão calada?
me revela o segredo
vou manter boca fechada

Tô zonza até agora
cansei de tanta cobrança
a idade vai chegando
vou perdendo a esperança
mas vou logo lhe dizer
em ti tenho confiança

Cospe logo a notícia
não me deixe curioso
tenho até dor de barriga
parece delicioso
sinto cheiro de desejo
de doce apetitoso

O desejo ainda não veio
uma hora vai chegar
a família vai crescer
não é de arrepiar?
a cegonha já desceu
um neném vamos ganhar


***


Quase um mês depois, 19 de setembro,  e a Ivana vai dar a notícia para seus pais da chegada do bebê, justamente no dia do aniversário do seu pai, é para matar o velho!!

Fui o segundo a saber
consegui manter segredo
fiquei de boca fechada
a língua coçando no dedo
faz tanto tempo que sei
e isso me mete medo

é chegado o dia
a trombeta vai soar
presentão de aniversário
o portuga vai ganhar
só espero que com a notícia
o velho não vá desmaiar

***

Tive de segurar a língua até hoje, pois tenho certeza que o pai da Ivana iria saber por aqui antes, leitor assíduo que é deste blog (tá certo, exagerei nessa!)

Engraçado que esse é daqueles segredos que ela conta para todo mundo, e pede para ninguém espalhar né? Parabéns Ivana, Fábio e Dodô!! Filhos são dádivas de Deus em nossas vidas.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Mote: caso de clonagem

Tanto dia pra nascer
e têm o mesmo natalino
como pode acontecer?
um paulista outro sulino
o primeiro caso raro
de gêmeos bivitelino

Dizem que ele parece
com o pai da moça loura
será qu´eles nasceram
como o cristo em manjedoura?
da roça os dois vieram
desde cedo na lavoura

Marayse e Claudio Dundes
deixo aqui a homenagem
pelo niver de vocês
o cordel como linguagem
pra dizer a todo mundo
cês são caso de clonagem

*Ilustração retirada daqui.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O canto da Sereia

E não é que o apelido que a Júlia lhe deu pegou! Marinês, a sereia que mora num Recife de coral, tem é histórias pra contar. Viajada como só ela, é sempre um prazer ouvir seus 'causos' pelo mundo afora.

Um dos que mais gosto se passou na maratona de Chicago, em 2010. A data era emblemática, foi escolhida a dedo. 10 de outubro de 2010. Convertendo em números, 10-10-10.


A Sereia, ao chegar em Chicago e ver o outdoor da prova, não conseguiu traduzir uma palavra que ali estava...pergunta então com seu sotaque arretado: "o que significa iô iô iô"? A risada foi geral...

E não é que estou sempre me lembrando disso! Semana passada, ao preencher um formulário com a data de nascimento da Laura, lembrei dela, pois escrevi 10-11-10, quase o iô iô iô. fiquei a rir sozinho e a atendente me achando um louco. Liguei para a Sereia para contar, e rimos muito.

Outro dia, ao visitar a casa de um amigo, me deparo com a caixa abaixo sobre um móvel...mais uma fez fiquei a rir sozinho.


E por fim, ao ouvir a música de abertura da novela Avenida Brasil, venha dançar kuduro oi oi oi, eu lembro que é iô iô iô ao contrário.

A sereia Marinês, com seu canto, tem conquistado as pessoas por onde ela passa. Ah se Odisseu ouvisse o canto da nossa Sereia...ele teria sucumbido.

Sereia, eu te adoro viu!!! "Sorry eu".