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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Visitas pós-parto

Resolvi fazer o chá-de-bebê. Tava bem desanimada quanto a isso, O problema, é que o dinheiro que tenho não dá pra comprar tudo o que falta do enxoval, mas talvez dê pra fazer um chá. Resolvi marcar pro dia 08/01. Estou correndo com os preparativos... espero que dê tempo!

Outro dia falei aqui que ia escrever aqui sobre visitas ao recém-nascido. Bom, tem gente que não liga, mas minha primeira experiência foi traumática. Recebi muita visita, que começram a chegar duas horas após o parto, quando eu desci para o apartamento e que se estenderam até uns 15 dias após o parto. Não me lembro de nenhum dia em que não recebi visita nesse período. Isso me cansou muito, vivia cansada, com sono, com as refeições e o sono atrasados e com dores nos pontos (meu quarto não tinha espaço pra receber as visitas, então, tinha que recebê-las na sala, sentada numa cadeira). As pessoas não se lembram que, após a chegada do bebê, seus horários são os horários dele. Você só dorme quando ele dorme, por exemplo. Passava a noite acordando de 3 em 3 horas para amamentar e, durante o dia, enquanto ele dormia, eu não podia dormir também, pois tinha que receber as visitas. Ou seja, passava praticamente 24h sem um sono decente. Parecia um zumbi. Mateus nasceu numa terça-feira e no sábado, 4 dias depois, contei 12 pessoas lá em casa, todos sentados na sala, eu sentada na cadeira da cozinha (não tinha mais espaço no sofá) e Mateus passando de mão em mão (isso devia doer o corpinho dele, ele quase não ficava no berço). Eu, como mãe boba e de primeira viagem, não falava nada com medo de magoar as visitas. Depois disso, jurei que nunca mais visitaria uma mãe com recém-nascido antes dos 15 primeiros dias.

Li um post num blog, sobre esse assunto, que adorei, fala justamente sobre isso, me lembrou um pouquinho do que passei e gostaria de compartilhar com vocês:

"Ufa, parei. Agora faz exatamente uma semana de quando sentei pela última vez nesta cadeira para escrever alguma coisa. Olhando para trás, fica a impressão de ter vivido um único e longo dia. A começar pelas visitas incessantes no hospital e a sensação de estar no palco do extinto programa ‘Porta da Esperança’, visto que a porta do quarto abria sempre nos piores momentos, trazendo a visita certa na hora errada e, em algumas ocasiões, a visita errada na hora errada.

É, no mínimo, de se estranhar este hábito estabelecido por nossa sociedade, de receberem visitas, mãe e filho, logo após o parto. Seria comparável a alguém que se submete a uma operação de apendicite e resolve dar uma festa no dia seguinte. Considerando que pouquíssimo antes o pequeno Vicente estava dentro de um útero, me pareceu um erro submete-lo à conversa animada dos parentes e amigos, aos flashes de câmeras fotográficas e àquela turma que insistia em pega-lo no colo.

E ainda tem gente que confunde visita a maternidade com ‘talk show’; sentam-se na poltroninha e ficam, horas à fio, entrevistando os pais, que mal tiverem chance de curtir o momento tão especial. Quando a nova família finalmente chega em casa o telefone não pára, toca de dez em dez minutos, porque, afinal, todos querem saber das novidades. Estou pensando em disponibilizar um boletim eletrônico, tipo aqueles do trânsito, para atender tanta demanda por informação:

9:14-Vicente permanece dormindo.
9:15- Idem.
9:16- Virou-se para o lado direito.

Acredito que nos últimos trinta dias devo ter dormido apenas umas quatro noites em casa e -como já se tornou habitual- para incrementar as emoções do fim de semana, na sexta-feira fiz uma viagem estilo ‘bate e volta’ pra Rosário, na Argentina. Resumindo bem a história, a volta para o Rio envolveu uma carona num Mustang cor de sangue 73 caindo aos pedaços e minha primeira vez num avião bimotor, daqueles que parecem dois ventiladores de repartição pública.

O teco-teco soava como um cortador de grama gigante e ganhava os céus devagar, enquanto a cabine se transformava em gelo, e eu só rezando para dar tudo certo e chegar a tempo da primeira vacina. Quanto às noites mal dormidas, o choro constante, as fraldas sujas, disso não posso reclamar, Vicente é um bebê maravilhoso. Por enquanto, dorme na hora certa, mama bastante e chora pouco, um anjo.

Gostaria de aproveitar o ensejo para agradecer as mais de 200 mensagens carinhosas que recebi através do post anterior. Vou guardar para quando Vicente puder entendê-las. Agradeço também às visitas e os telefonemas, afinal todos são pessoas queridas que nos querem muito bem. Mas, por favor, não liguem para comentar o texto, tá?
(Bruno Medina - músico da banda Los Hermanos e escritor nas horas vagas.)


Então é isso. Enquanto visitas, tenhamos bom senso. E enquanto mamães, deixemos de ser bobas e vamos falar quando as visitas nos incomodarem.
Volto logo pra falar do piripaque que tive esse final de semana. Beijos!