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domingo, 22 de setembro de 2013

COMUNICAÇÃO MENOS CUIDADA É ARMADILHA


Temos «visto e ouvisto» (expressão de Miguel Relvas, íntimo de Passos) o muito que se diz acerca da falta de competência e de isenção dos jornalistas. Mas não devemos acreditar cegamente em tudo o que se diz, embora não devamos recusar nada do que nos chega. «Sejemos realistas», como aconselha Passos Coelho.

Aliás, quem aprendeu os pormenores do processamento de informações não pode esquecer que cada indício ou notícia, independentemente da sua fonte, constitui uma peça do puzzle que representa o resultado final, a informação. Nenhum indício deve ser sobrevalorizado, porque o Puzzle não é apenas uma peça, mas nenhuma delas pode ser desprezado porque o trabalho final não fica completo sem qualquer das peças.

Consta num post que o PSD parece sentir-se encurralado e agora surge mais uma peça do puzzle a parecer reforçar tal hipótese. Trata-se da notícia Passos agradeceu aos candidatos que não têm «vergonha» de apoiar o Governo. O facto é que os agradecimentos ou as comendas e oe prémios são dirigidos a casos excepcionais e não à generalidade. Ora, se Passos agradeceu a estes, isso demonstra que ele tem dados que, para ele, são convincentes de que a maioria dos candidatos a autarcas do seu partido têm vergonha de dizer que apoiam o Governo. Estará correcto esse pensamento do PM? Não será apenas um exagerado sentimento de cerco e claustrofobia?

De qualquer forma, seria bom para o PM que, antes de falar em público, se esforçasse por usar de alguma inteligência e evitasse evidenciar os seus sentimentos mais secretos que podem comprometer o êxito que deseja obter na impressão das suas palavras nas mentes medianamente informadas dos eleitores.

Imagem de arquivo

domingo, 24 de abril de 2011

Justiça e político suspeito


Negócios ruinosos ou outras atitudes menos correctas da parte de políticos ou outros não devem ficar impunes. A igualdade perante a lei e a acção da Justiça deve ser considerada uma conquista do 25 de Abril. Mas, muitas vezes há fortes dúvidas ou até certezas sobre se esse direito dos cidadãos e dever dos responsáveis pela Justiça tenha permanecido vivo nas mentes portuguesas. Por vezes ficamos chocados com a imunidade e a impunidade de casos suspeitos. Ou será que todos os políticos, desde há 37 anos, terão sido uns santos, com comportamento impecável?

Por isso quem souber de fonte segura ou de fortes suspeitas sobre irregularidades tem o dever de transmitir a quem de direito, que depois terá a responsabilidade de investigar e dar o encaminhamento que a lei geral impõe. Qualquer indício, ruído, indicação, sinal, marca, vestígio, laivo, sintoma, memo podendo ser considerado sem importância, pode vir a ser muito útil para o investigador. É com esses pequenos sinais que se forma a informação segura e encontra a prova de uma irregularidade que pode ser lesiva dos interesses nacionais, da colectividade, do dinheiro público.

Vem esta reflexão a propósito da notícia acerca de Ex-autarca suspeito em negócio ruinoso em Oliveira de Azeméis. O caso está nas mãos da Justiça, devido a «queixas» e é de esperar que suceda actuação em conformidade. 

Imagem do Google

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Corrupção. A ponta do iceberg

Publicado em 25 de Janeiro de 2007 em Do Miradouro

Poucos minutos após as treze horas de hoje, 25, em frente aos Paços do Concelho de Lisboa, encontrava-se grande quantidade de carrinhas com antenas parabólicas e, mais próximo das portas da Câmara, havia várias máquinas de vídeo devidamente montadas em tripés, com os seus operadores atrás. Saltou-me ao espírito aquela velha frase de que «os jornalistas são como as moscas, quando lhes cheira a m..., são mais do que as mães».

Mas já não é apenas uma questão de cheiro, pois segundo as notícias, a porcaria já é bem visível e os principais visados já estão a abandonar o local (a cadeira) do crime. Parece que a corrupção, esse cancro da sociedade, aliado ao abuso do poder, e ambos proporcionados e apoiados por uma burocracia paralisante, constituem, talvez, o maior inimigo de um País em que a ética e o civismo primam pela ausência ou por um cinzentismo tímido e excepcional, com vergonha de se manifestar, sendo ultrapassados pela ganância de dinheiro e de sinais de opulência e ostentação.

Em quantas câmaras, em maior ou menor grau, haverá casos semelhantes aos detectados em Lisboa? A pergunta talvez devesse ser formulada adoptando um outro prisma: quantos autarcas estão inteiramente resguardados deste labéu? Quantos já foram indiciados e o processo morreu por «falta de provas» ou por prescrever ou por...?

Curiosamente, em simultâneo com estas notícias foi ontem abordado de passagem, na AR, a corrupção e a recusa das propostas de Cravinho para a luta contra o enriquecimento ilegítimo e a corrupção, por conterem «asneiras». Mas quem recusou e fala em «asneiras» estará a preparar legislação mais perfeita e eficaz para combater esses cancros sociais, para fazer face a esta emergência nacional, para criar, regras de transparência viáveis? Ou considera que a maior asneira é visar tais objectivos e o mais correcto será não tocar no assunto e deixar que tudo continue como dantes (quartel em Abrantes!)?

Isto traz à memória um julgamento de crime de tráfico de droga que foi anulado por as provas terem sido obtidas por meio de escutas consideradas ilegais. Mas o crime existiu e, dessa forma, ficou impune. Ironias da vida real. O que interessa não é o crime, nem as provas, mas apenas a forma como estas foram obtidas!!! Lembra a forma como as notícias são redigidas «foi autuado por ser detectado em contravenção» não por ter infringido a lei. O crime é ser detectado!