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terça-feira, 11 de julho de 2017

SERÁ QUE A RESERVA MORAL DA NAÇÃO ENFRAQUECEU?

Será que a reserva moral da Nação enfraqueceu?
(Publicado no semanário O DIABO em 170711)

A tragédia que afectou muitos portugueses do interior, principalmente da denominada «zona do pinhal», com os fogos florestais, deve ser motivo de boa reflexão. Foi um grande abalo, principalmente por terem sido criadas leis com medidas para os prevenir, mas que não foram concretizadas no terreno por não terem sido criadas condições adequadas. Com as alterações ocorridas nas técnicas agrícolas que tornaram menos utilizados os matos, a caruma e os ramos dos pinheiros, o que mantinha as florestas permanentemente limpas, os fogos tornaram-se mais frequentes e é incompreensível, perante tais evoluções, a decisão de extinguir a Guarda Florestal que teria um papel importante na supervisão do cumprimento das regras legisladas destinadas a evitar incêndios e, também como consequência, na mentalização das populações, autarquias e serviços inerentes à prevenção. E nada ficou com aptidão e missão para a substituir, nessas indispensáveis tarefas. A imposição das adequadas medidas preventivas reduziria a calamidade que, desde há vários anos, ameaça com gravidade crescente as vidas e os bens dos habitantes das áreas mais desprotegidas.

Mas, quase ao mesmo tempo desta tragédia, a Nação sofreu outro forte abalo, o da ineficácia das forças que em tempos foram denominadas «reserva moral da Nação». Por incúria, parece que continuada, mostraram que não são capazes de defender a Nação, pois nem sequer conseguem impedir que lhes furtem o armamento guardado em paióis que era suposto serem guardados de forma a torná-los invioláveis.

Quais as causas deste furto, como de outros já ocorridos nos seus quartéis e também na Polícia. Parece haver um enfraquecimento da disciplina, da dedicação ao cumprimento do dever, do sentido de responsabilidade, incutido na mente dos recrutas do serviço militar obrigatório (SMO). Mas este foi extinto como o foi a Guarda Fiscal. Parece doença endémica generalizada!

Desapareceu o culto da excelência e poucos procuram evidenciar-se pelos resultados excelentes das suas acções. Noutros tempos, não havia horário para, à tarde se sair das unidades, pois isso não dependia de relógio mas sim do «toque de ordem», quando a ordem de serviço já estava afixada nas vitrinas das subunidades. Não era muito utilizada a dureza da instrução porque essa era doseada por forma a dar importância à acção cívica, à disciplina, à actividade em trabalho de equipa com vista a objectivos e tudo isso orientado para o respeito pela Pátria, para a defesa do País e dos interesses colectivos. Era a procura da eficiência com vista à segurança das pessoas e dos materiais.

Há quem diga que os militares que se encontram de guarda aos quartéis, por receio de acidentes com arma de fogo, não têm condições para responder com a necessária rapidez a agressores violentos. E é preciso adequar as condições de actuação de sentinelas ao momento actual de ameaças de terrorismo e outros actos violentos. Há casos em que a reacção dos responsáveis pela segurança tem que ser imediata e adequada às circunstâncias. Portanto a instrução deve preparar o pessoal para reagir prontamente a situações críticas, sem perder a sensatez e o auto-domínio.

Resumindo, estes dois acontecimentos indesejáveis exigem dois tipos de decisões imediatas uma com efeito relativamente rápido e outra de resultados mais demorados mas sustentáveis no futuro. A primeira consiste em remediar os danos causados, com medidas adequadas. A outra traduz-se em analisar cuidadosa e rigorosamente as causas do sucedido e preparar medidas muito correctas e ponderadas para o futuro, a partir de agora, para colmatar os erros, omissões, falhas de organização, desleixos, irresponsabilidades, etc. que ocasionaram os acidentes. Assim se definirão lições de organização e procedimentos que evitem repetições de situações críticas.

Será bom que o sucedido no mês dos Santos populares seja bem aproveitado como lição e incentivo para serem realizados melhoramentos nas instituições públicas por forma a terem mais eficiência nos resultados a obter, a bem dos interesses nacionais. Façamos tudo para bem da Pátria, que é de todos nós mas que muitos ignoram e desprezam. Defendamos todos e cada um dos seus sectores, desde a floresta até à força moral dos defensores de Portugal, que devemos defender em todos os aspectos, quer físicos e materiais, quer cívicos e morais. Façamos tudo quanto pudermos para tonificar a reserva moral da Nação, para darmos ao mundo novos exemplos de bem-fazer, como diria Luís de Camões se ainda fosse vivo.

António João Soares
4-07-2017

terça-feira, 19 de março de 2013

Salvemos Portugal !!!


Transcrição da notícia que merece a maior atenção por parte dos portugueses, principalmente do Senhor Presidente da República:

Freitas apela a um "grande consenso nacional"
 Expresso. 22:31 Segunda feira, 18 de março de 2013 José Pedro Castanheira

Ao apresentar a biografia de Mário Soares, de Joaquim Vieira, o fundador do CDS exortou à união "de todos os democratas com preocupações sociais".

"A crise de Chipre pode deitar tudo a perder" na União Europeia, afirmou Freitas do Amaral durante a apresentação da biografia de Mário Soares, da autoria do jornalista Joaquim Vieira.

Extremamente crítico relativamente à actual governação portuguesa, o fundador do CDS apelou a um "grande consenso nacional" entre os dirigentes políticos. "Saibam colaborar de perto quando a Pátria assim o exigir" foi o apelo que deixou. E que concretizou: "Chegou o momento de todos os democratas com preocupações sociais se unirem".

As críticas do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros estenderam-se à União Europeia. Referiu-se aos "dirigentes incapazes", verberou as "políticas erradas" e denunciou os "novos nacionalismos". Criticou em particular os governos europeus que "querem impor a austeridade como única receita". A este propósito, citou o presidente norte-americano John Kennedy: "Se não formos capazes de apoiar os muitos que são pobres, não saberemos salvar os poucos que são ricos".

"Não tenhamos medo de agir enquanto é tempo"

O ex-presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas não teve dúvidas em afirmar que "não foi esta a Europa e idealizada por Jean Monnet". Recordou, a propósito, que o processo de construção europeia foi obra da conjugação dos partidos e governos democratas-cristãos e sociais-democratas, que se defrontaram com os votos contrários "dos conservadores, dos nacionalistas e de alguns liberais, a par dos comunistas e da extrema-esquerda". Por ironia do destino, quem está actualmente à frente da Europa "são os neo-conservadores, os novos nacionalistas e os neo-liberais.". Manifestando-se muito preocupado com as consequências das últimas medidas aplicadas em Chipre, Freitas do Amaral exortou: "Não tenhamos medo de agir enquanto é tempo".

As afirmações de Diogo Freitas do Amaral foram produzidas ao fim da tarde numa livraria da baixa de Lisboa, onde apresentou o livro "Mário Soares. Uma vida". Da autoria de Joaquim Vieira, é uma biografia com a chancela da editora "A Esfera dos Livros". Freitas do Amaral protagonizou a mais renhida das eleições presidenciais de que há memória em Portugal, tendo sido derrotado à segunda volta em 1986. O vencedor foi, precisamente, Mário Soares, a quem Freitas desejou um rápido restabelecimento. "Homens como ele fazem muita falta a Portugal", concluiu Freitas do Amaral.

Imagem de arquivo

domingo, 14 de março de 2010

Geração com menos de 40

Ao longo de mais de 40 meses de existência, este blogue tem abordado, por várias vezes, casos de sucesso de jovens em vários sectores da vida prática, aproveitando para estimular toda a juventude para a sua valorização pessoal, a aprendizagem da gestão dos recursos à sua disposição (a vida, o tempo, o saber, e algumas «ferramentas» e matérias primas) com vista à felicidade própria e ao desenvolvimento da sociedade, quer nacional quer global.

Costumo dizer que é lógico que um septuagenário não se sinta muito interessado em preservar e melhorar o ambiente, porque poucos anos poderá beneficiar de qualquer melhoria que venha a ser obtida. Mas, pelo contrário, um jovem tem todos os motivos para preparar o ambiente, as tecnologias, o relacionamento entre as pessoas, a justiça social, a gestão dos recursos próprios e nacionais, o desenvolvimento do País, porque isso irá condicionar toda a sua vida que espera venha durar muitos anos.

Por estas razões, não podia deixar de aqui focar a notícia «Sucessos da geração com menos de 40» que se refere à conferência "Portugal abaixo dos Quarenta - Sonhando uma história com futuro", organizada pelo Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV), da Companhia de Jesus, em Lisboa, e a que vão assistir mais de 700 pessoas.

Apesar de a iniciativa ser organizada pelos jesuítas, "não é uma conferência de religião nem sobre religião", mas de "partilha de experiências de vida" e reflexão. Será interessante a troca de experiências de jovens válidos com histórias de sucesso a estimular a iniciativa, a criatividade, o sentido de responsabilidade e a capacidade de decisão necessários para o sucesso.

Portugal tem muito a esperar dos seus jovens para a vida económica, para a função pública e para a política, onde são cada vez mais indispensáveis pessoas bem preparadas, motivadas, honestas, impolutas capazes de fazer renascer valores éticos e patrióticos há muito menosprezados.

Não podem nem devem esperar ser guiados pelas gerações mais antigas porque essas já mostraram os fracassos repetidos em que afundaram o País. Há que evitar a repetição de tantos erros graves. É preciso escolher novos caminhos seguros que se dirijam ao sucesso e à justiça social.

Imagem da Internet

sábado, 15 de agosto de 2009

«Stress» de Governante. 060404

«Stress» de Governante
(Publicada no Metro em 4 de Abril de 2006, p.8)

José Sócrates merece-nos respeito pelo cargo que desempenha e admiração pelo seu voluntarismo e pela determinação com que pretende reorganizar a estrutura administrativa do Estado. Se conseguir levar esta tarefa a bom porto e coordenar a sua concretização por forma a ficar estruturalmente bem instalada, reduzindo o peso da função pública e da burocracia ao mínimo indispensável e cortando as hipóteses de corrupção, ficará, sem dúvida, na história ao lado de poucos mas insignes portugueses.

É, no entanto preocupante o «stress» de governante que por vezes evidencia. Por exemplo, em 29 de Março, na AR, disse: «Na Maternidade de Elvas fazem-se 0,7 partos por dia. Muitos dias não há sequer partos...». Da primeira frase não surgem dúvidas. Mas o que é estranho é a necessidade que ele sentiu de dizer a segunda, pois mostra que, por momentos, se esqueceu de que 0,7 é um número estatístico que significa que em 100 dias houve 70 partos, e portanto... Ou será que ele pensa exageradamente mal da inteligência e dos conhecimentos de matemática dos deputados para quem falava e dos portugueses que o acompanhavam em directo pela TV? Esta segunda razão é grave e muitos portugueses jamais a esquecerão.

E o mais grave poderá ser que uma falta de concentração o tenha levado a falar como se pensasse que há dias em que não há partos e que em cada dia dos outros se realizam 0,7. Um amigo diz-me que o assunto não é para ironias e que o PM apenas quis tornar a sua ideia mais clara, ficando ao alcance dos muitos analfabetos funcionais e nem é uma manobra dilatória para encher tempo de antena, nem uma das «bolas de sabão» a que se referiu em jornal da mesma data V G Moura.

Oxalá o stress não o faça fracassar e possa consolidar a reforma administrativa de que Portugal tem necessidade para sair do pântano em que jaze há muitas décadas.