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quinta-feira, 16 de julho de 2020

RESPEITO, HARMONIA E COLABORAÇÃO

Respeito, harmonia e colaboração
(Public em O DIABO nº 2272 de 17-07-2020, pág 16, por António João Soares)


A pandemia, com o confinamento, o desconfinamento e a evolução, merece reflexão sobre a complexidade do actual ser humano e a análise das suas diferenças dos ditos “irracionais” quanto à sua racionalidade. Há dias vi texto com aspecto de anedota que transcrevia uma conversa entre um pai e filho que pertencia a um grupo de extremistas que pretendiam destruir tudo. O pai, depois de algumas explicações, disse que tinha deixado o trabalho, destruído a fábrica e ia vender a casa e ir para sem abrigo. A reacção do filho, de trinta anos, foi de condenação, porque depois não tinha onde viver, nem o carro nem as suas mordomias; e de que iria viver? Os inconvenientes de não trabalhar e viver à larga à custa de outros, como se fosse jotinha!

O ser humano foi habituado a ter que ganhar o sustento de cada dia e a poupar para o amanhã e para fazer face a dificuldades imprevistas. E havia homens que conseguiram deixar nome e fortuna à custa do seu esforço permanente obtendo experiência, progressivamente enriquecida, com o seu dia-a-dia. A base era a família, por vezes carente, mas moralmente bem formada e educadora; o ensino, mais recentemente, com o bom efeito da moral e ética que era difundida nas escolas, na Mocidade Portuguesa, no escutismo e, principalmente, com os bons exemplos das pessoas de bom comportamento. O prémio disto era a fácil obtenção do desejado emprego, o bom trabalho e o êxito na vida.

Agora, a rapaziada quer noitadas e farras e viu-se o agravamento da pandemia após o desconfinamento e o esquecimento de cuidados de higiene, de distanciamentos sociais e de outras medidas preventivas. Não há sentido de responsabilidades nem a consciência de que a vantagem de não adoecer não é apenas da própria saúde mas também da saúde de familiares, amigos e pessoas com quem se contacta. Tive conhecimento de um nonagenário que escreveu uma carta ao director do seu lar por lhe serem exigidas regras cautelares, impedindo as saídas para visitar amigos e familiares e condicionando a recepção de visitas. Argumentava que isso era um ataque aos seus direitos, liberdades e garantias, constantes da Constituição. Apesar da sua sabedoria, esquecia-se de que, se fosse infectado, o mal não seria apenas dele mas ele seria um foco lesivo da saúde dos seus companheiros. Tal como os animais selvagens que se deslocam em manadas ou as aves que fazem as suas deslocações sazonais com disciplina e com espírito de ajuda para os que tenham de desistir por questão de saúde e que ficam acompanhados até falecer.

Como terminaram os apoios institucionais atrás referidos, há que suprir a sua falta por uma forma de instruir toda a população para obter espírito de responsabilidade perante a sociedade, respeitando toda a Natureza que nos cerca, desde os vegetais, os animais até às pessoas, por forma a todos vivermos com segurança, harmonia, em boas condições. Não podemos pensar apenas na nossa própria vida, porque só poderemos vencer a luta pela vida, juntos, com cada um a fazer o máximo que puder, para se atingir um objectivo comum, seguindo um rumo ou comportamento adequado, em colaboração e com harmonia.

Essa conjugação de esforços não é fácil, no estado em que se encontra a nossa sociedade, pelo que há que dinamizar grandes esforços para tal. Só com boa formação ética e pensando nos outros se evitam os incêndios que estão a alastrar pelo país, se evitam os atentados à segurança, os contágios do Covid-19, as violências, os roubos, etc.

As precauções evitariam acidentes rodoviários e outros, evitariam a corrupção, as fugas de capital para os paraísos fiscais, o excesso de despesas públicas para benefício de impreparados e incompetentes, etc. O respeito pelas pessoas constitui um valor social importante e insubstituível. ■


quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

OPOSIÇÃO DEVE MOSTRAR VALOR E AMOR A PORTUGAL


Continuo a afirmar a minha independência em relação a partidos e a colocar acima de tudo os interesses de Portugal, pelo que elogio o que me parece positivo e critico construtivamente aquilo que devia ter sido melhor. Por isso, não sou troca-tintas, depois de muito ter criticado Passos, vir dizer agora que acho bem que tenha acalmado os seus correlegionários mais exaltados e exagerados oposicionistas. Qualquer bom português deseja que o Governo «resolva os problemas mais relevantes» e contribua no seu dia-a-dia para que esse objectivo seja alcançado com eficiência, para bem da qualidade de vida dos portugueses. Quando atribuo esse dever a todos os portugueses, incluo, logicamente, os dos partidos da oposição que devem evidenciar valor para tomar decisões importantes e grande amor a Portugal, para bem dos portugueses. Se Passos exagera na sua autopropaganda, é sensato nos conselhos que dá a Marco António, a Montenegro e a outros vivaços, pois «É ALTURA DE DEIXAR GOVERNAR». http://observador.pt/2015/12/24/mensagem-natal-passos-coelho-altura-deixar-governar/ Sobre o desempenho do papel da oposição já publiquei uma reflexão em «OPOSIÇÃO PRETENDE SER GOVERNO» http://joaobarbeita.blogspot.pt/2015/10/oposicao-pretende-ser-governo.html

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

OPOSIÇÃO PRETENDE SER GOVERNO



Estar na oposição deve ser considerado como preparação para ser GOVERNO, quer na obtenção de treino para adquirir capacidades, quer na difusão pelos cidadãos em geral da competência adquirida e consolidada.

Como fazer para atingir tais objectivos? Evitar fazer críticas demolidoras sistemáticas e enveredar pela crítica positiva, construtiva para obter os melhores efeitos perante os cidadãos, Perante qualquer deficiência do governo, explicar o erro cometido e indicar alternativas mais benéficas para o País e para os cidadãos. Perante algo que precisa de mudança ou de ajustamentos, por vezes apontados pelos sindicatos ou até em cartas aos jornais ou opiniões individuais expressas em conversas, fazer propostas ou projectos na AR ou torná-los públicos por qualquer forma. Pode, de momento, nada resolver, mas será material que, ficando em arquivos ou da AR ou dos jornais, pode mais tarde ser aproveitado, por exemplo em campanha eleitoral, para lembrar aos eleitores que o País estaria melhor se não tivesse havido os erros do Governo e se tivesse sido seguido o que foi proposta pela oposição. E se essas propostas tiverem sido aprovadas pelo Parlamento, será oportuno relembrar que o benefício delas resultante foi devido ao autor da ideia, citando o que consta no arquivo respectivo.

Desta forma, ser oposição não é lavar roupa suja com intriguices e maledicências, mas sim uma preparação metódica e sistemática para vir a ser governo. E a ajuda para que o Governo tome medidas adequadas aos diversos assuntos, pode beneficiar quem a prestou.

Se assim for feito, não estou com receio daquilo que vier a ocorrer nos próximos tempos, seja qual for a cor do Governo, porque não haverá desperdícios de energias em «guerras do alecrim e da manjerona», mas sim uma convergência de esforços devidamente identificados para se fazer mais e melhor para o engrandecimento de PORTUGAL e para a consequente melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

terça-feira, 9 de abril de 2013

GOVERNO NÃO QUER COLABORAÇÃO !!!


O Governo pretende apenas aplausos às suas teimosias do «custe o que custar» fazendo recordar o slogan «orgulhosamente sós» de tempos idos.

Não tem falta de colaboração, quer da oposição quer de comentadores quer manifestações populares mais ou menos numerosas, em que ao lado das críticas construtivas aparece a afirmação do descontentamento e da indignação, mas também sugestões de medidas adequadas à melhoria do bem-estar das pessoas e do crescimento da economia.

Mas a essas sugestões e conselhos, o Governo gaba-se de estar na melhor rota e afirma, garante, assegura, que vai continuar sem se submeter aos protestos de manifestações de indignação, nem outras pressões, nem às sugestões da oposição.

Repare-se nas propostas de comentadores e homens sabedores e experientes da própria área dos partidos da coligação, algumas delas referidas neste blogue. Está tudo dito. Estão listadas todas as alternativas, mas o Governo só quer aplausos e recusa as colaborações patrióticas, bem intencionadas que lhe chegam gratuitamente sem ter que pagar aos gabinetes dos seus amigos para onde tem fluído caudalosamente o dinheiro público que agora faz falta.

Têm sido aqui citados artigos de Luís Marques Mendes, de Paulo Morais e muitos outros que, se fossem apreciados com a devida atenção, pelos decisores do Governo, nos estudos que deveriam preceder as suas tomadas de posição, o País não estaria, certamente, no actual estado crítico. Mas como é que os «sábios» do Governo poderiam tirar disso as conclusões mais úteis se, nem sequer, se dão ao trabalho de observar a Constituição da República e obedecer aos seus ditames?

Por isso é caricato que uma entidade da cúpula do partido maioritário aparecesse na TV a atacar a oposição com palavras agressivas, mas balofas e despropositadas, em vez de aproveitar esse tempo de antena para mostrar aos portugueses algum trabalho útil feito nos passados 21 meses, isto no caso de algo ter sido feito de positivo para evitar a espiral recessiva que tem sido dolorosamente sentida no corpo e na alma pela maior parte da população.

É pena que o Governo não queira seriamente a colaboração dos portugueses em geral e das instituições oficialmente formalizadas.

Imagem de arquivo

domingo, 4 de dezembro de 2011

Susto com o fantasma de Américo Tomaz

Pareceu-me ter ouvido no rádio do carro em que me deslocava que o PM não tem medo de greves e de súbito saltou-me à memória a voz de Américo Tomaz «Estamos orgulhosamente sós a lutar contra os irreversíveis ventos da história». E os ventos eram de tal forma irreversíveis que acabaram por nos arrastar e, depois, ter sido perdido o «Ultramar».

O povo, na sua vetusta sabedoria diz que «a união faz a força» e as grandes reformas devem ser feitas com as pessoas nelas implicadas e não contra essas pessoas e, se a decisão for correctamente preparada, não será difícil explicar e atrair as vontades de todos os que serão afectados pelas medidas da mudança. Depois, todos unidos por um ideal comum que a todos beneficiará, será mais fácil atingir o objectivo escolhido.

Mas, infelizmente, a tal voz nada tem do fantasma do passado, pois é real e está bem traduzida na frase «O primeiro-ministro garantiu não ter «medo de greves» e prometeu «travar todas as batalhas» para alterar uma lei laboral que actualmente apenas gera «desemprego e precariedade»».

Recordo também que as reformas prometidas por Sócrates no início do seu primeiro Governo, e que eram bem-vindas para modernizar o País através da estrutura administrativa, foram todas goradas por terem sido iniciadas com a confrontação com as pessoas que as teriam de levar a cabo, os professores, os juízes, e, na Saúde, os médicos, os enfermeiros e os farmacêuticos, em vez de procurar beneficiar da sua colaboração activa e entusiástica.

As reformas não podem ser aventuras por capricho ou inspiração onírica, porque devem ser sistemas bem eficazes que possam manter-se sem alterações profundas durante largos períodos. Para tal, devem ser bem preparadas com as opiniões e sugestões de um leque muito alargado de pessoas e seguir uma metodologia semelhante à explicada em Pensar antes de decidir;. Parece ser uma ideia correcta que só se defende aquilo que se ama e só se ama aquilo que se conhece e se compreende.

Imagem de arquivo

domingo, 16 de agosto de 2009

Colaboração ou inveja. 060711

(Publicada no Destak em 11 de Julho de 2006, p. 15)

Quem estiver atento às notícias sabe que Bill Gates, o fundador da Microsoft e homem mais rico do Mundo, vai abandonar a sua empresa para se dedicar exclusivamente à gestão da fundação que tem o seu nome e de sua mulher Melinda, com fins de combate à doença e de apoio à educação, sendo a mais importante do Mundo, com um orçamento superior ao da Organização Mundial da Saúde. Numa sociedade em que a riqueza se deve mais ao mérito do que à herança, o segundo homem mais rico do mundo, Warren Buffet, em vez de deixar toda a fortuna aos filhos, doou a maior parte da sua fortuna a esta fundação, a qual, desta forma, passa a dispor de fundos que são superiores ao triplo do orçamento anual da ONU.

Para um português, este acto de Warren parece irreal. Em Portugal não seria possível existir um milionário que, em vez de criar uma fundação que perpetuasse o seu nome, doasse a outra já existente, sem disso se vangloriar, uma verba astronómica com o fim generoso de ajudar os pobres, tendo apenas como satisfação saber que a verba será bem administrada por pessoa honesta e competente. Em Portugal, o grande Luís de Camões, um sábio que provou conhecer profundamente a índole dos seus compatriotas, decidiu, conscientemente, terminar os Lusíadas, tratado sobre a raça lusitana, colocando como última palavra no último verso da estrofe 156 do canto décimo «enveja». Cá nos nossos sítios, em vez da colaboração, da entreajuda para grandes causas, há ambição, desejo de protagonismo, vaidade, competição, e outros factores que enformam o conceito de inveja. Estas palavras não são maledicência, bastando olhar para as centenas de minúsculas (comparadas com a de Bill Gates) fundações existentes no País para ver que as pessoas pretenderam mais a sua visibilidade e a obtenção de benefícios fiscais do que uma finalidade de benemerência eficaz, a qual só seria obtida pela dimensão, como reconheceu Warren.

O grande Camões, como era de esperar, tinha razão, o que recentemente se viu com as críticas a Scolari, o Filipão, porque não levou a selecção a campeã e ficar «apenas» em 4º lugar, como se nos últimos 40 anos tivéssemos ficado melhor classificados! Lá diz o ditado: «Nunca o invejoso medrou nem quem ao pé dele morou».