Metereologia 24 h

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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

A Glória da Tragédia

 Acho que desde o incêndio do chiado em 1988 que Lisboa não tinha tido uma catástrofe tão chocante e tão marcante. 

LISBOA, Chiado, 25 de Agosto de 1988


Só sinto tristeza. 

              LISBOA, Calçada da Glória, 3 de Setembro de 2025




No incêndio de 1988 os riscos e danos foram imensuráveis mas materiais. Vidas, só uma pessoa e um bombeiro, infelizmente, morreram. Ontem, num simples instante, a vida de 16 foi ceifada e muitos outros ficaram feridos. Mas podia ter sido MUITO PIOR. Tivesse o ocorrido acontecido quando os dois se cruzam acima, a gravidade traria dos dois para baixo sem freios, a alta velocidade. Sem a existência da curva o eletrico de cima teria embatido no de baixo e a força da colisão teria arrastado os dois volumes que pesam toneladas para o meio da avenida da liberdade. Matando muitos mais.

RIP a todos. 
Os mortos já estão com o senhor, na sua paz. 

Aos sobreviventes, desejo que recuperem sem grandes problemas ou traumas. Mas isto foi traumático até para quem não estava no local. Isto é chocante.  


(Foram decretados 3 dias de luto)


terça-feira, 10 de maio de 2022

Visitar o Japão

 Alguém conhece quem tenha vivido no Japão?

É um país que me atrai desde menina. Queria visitá-lo por inteiro. Quero conhecer a cultura e os costumes. Mas não entendo nada de japonês. Este tipo de país merece ser conhecido de uma forma apropriada. Não basta fazer "turismo". Talvez seja preciso viver nele por uns tempos. Ou fazer férias com alguém que viva lá e que possa te apresentar nesse curto tempo a sociedade, cultura, os hábitos, costumes e história

Não me atrai tanto o corriqueiro nas grandes cidades. Metros, comboios, filas de gente a precisar entrar... isso existe em todo o lado. Embora sinta atracção por tudo o que seja tecnologia e inovação! Quero conhecer também as aldeias, os campos a natureza. O "Sol vermelho" do Japão. Kioto, Nagazaki, Hiroshima... lugares que gostaria de visitar. 

Alguém por aí tem o privilégio de ter no seu círculo de amizades alguém a viver no Japão? 

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

116 12

 Cento e desasseis fotografias e dolze videos.

É esta a contagem da primeira tarde de passeio em Lisboa.



Haja espaço de armazenamento para tanta coisa!

Como é que voces solucionam este problema?


Adenda: mais 9 fotos e 3 vídeos =125 fotos e 15 vídeos

terça-feira, 1 de maio de 2018

Olá. Posso ajudar?


O meu trabalho consiste em informar turistas sobre viagens, transportes, pontos de turismo, hoteis, etc.

Muitas vezes alguém apressado aproxima-se e antes de parar já está a «arrancar» e a querer a resposta à pergunta que lançou ao ar. São os apressados. Os que percebem que têm de estar em algum lugar depressa e se vêm com pouco tempo. Uns correm que nem baratas tontas de um lado para o outro. Ao avistá-los, ofereço ajuda mas estão com demasiada pressa e por isso fingim não ouvir e seguem caminho. Julgam que disponibilizar tempo para me ouvir é... perda de tempo. 

Mas sabem o que descobri?
Ganha-se tempo. Na realidade, pode-se até ganhar bastante tempo se se parar para pedir informações. Basta aguardar apenas cinco segundos que podem fazer a diferença. Dar cinco segundos, meio minuto, para que a informação possa ser emitida e assimilada não é perder tempo. É recuperá-lo. 

Na pressa o que vejo são pessoas que, mesmo recebendo direcções exatas, vão enfiar-se nos lugares errados. Mas as que considero piores são aquelas pessoas a quem perguntas se podes ajudar e elas ficam paradas a fingir que não te ouviram. 

Ignoram-te. Isso para mim é de tão má educação.

Por vezes não volto a oferecer. E vejo-as ali, a tentar descobrir por elas mesmas para onde se devem dirigir, quando, em três segundos, já o saberiam e já estavam a meio caminho. Diria que em 90% desses casos, passados uns 5 a 10 minutos todos regressam mais perdidos, a querer ser orientados. As mais inteligentes perdem esse tempo e seguem contentes e agradecidas, conscientes que já economizaram uns bons minutos de stress e de pesquisa. Até caminham mais tranquilamente, porque sabem para onde vão. Os que não sabem, caminham apressadamente, hesitantemente, sempre com a cabeça levantada e o pescoço em todas as direcções, em busca de informações visuais, sinais, nomes, setas...

E perdem tempo. Os apressados interpretam muita informação mal. Agora que o verão está cada vez mais à porta, já dá para notar as consequências. Ao invés de pessoas geralmente sempre bem dispostas, já aparecem com frequência os viajantes irritados, mal dispostos e mal educados. Mais uma vez, aqueles que não se precaveram, não sairam de casa antecipadamente para fazer uma viagem, para comprar um bilhete, e chegam cheios de pressa e a refilar com todos que, naquele preciso dia, "meteram-se" no seu caminho.


Hoje atendi uma mulher que chegou já a avançar, sem parar e a refilar. A duvidar das indicações que lhe dei a respeito do local onde tinha de se dirigir. Então ofereci-me para a conduzir até lá. Pelo caminho conversei um pouco, tentando que descontraísse. Estava atrasada por culpa dela mas, claro, responsabilizou todas as outras pessoas menos a si mesma. Vai que a conduzo até um determinado sítio e  aí mesmo já tenho outra pessoa a querer apresentar-me uma questão. Ao perceber isso, a mulher a quem não tinha obrigação nenhuma de conduzir até o local, respondeu à outra, após esta dizer que pretendia colocar-me uma questão.

-"Boa sorte".

Como quem diz que não a ajudei de todo. Ora a lata! Da próxima vez leva com o tipo de atendimento que os meus colegas fazem: seco, repetem o comando e no máximo apontam na direcção a seguir. Há pessoas que não sabem ser gratas ou reconhecer gestos de ajuda que não está na minha obrigação oferecer. Confundem-me com a pessoa que trabalha para certas companhias e por isso julgam que as sei informar sobre procedimentos específicos dessas companhias. Ora, não é por limpar um restaurante que sei dizer como é que na cozinha cozem os ovos! 

Hoje, por ter pouco movimento em certas alturas, prestei-me a esses favores. E, pela primeira vez, fui ajudar umas pessoas a fazer uma operação naquelas máquinas automáticas. Nunca tinha usado uma mas, como trabalho nas proximidades, pensam que sei tudo e tenho obrigação de saber.

Ontem um casal teimou comigo que a direcçao que lhes dei não estava certa e exigiam falar com outra pessoa que "soubesse". Ainda por cima tinham cortado a vez a outra pessoa que chegou primeiro com uma pergunta. Respondi-lhes porque era uma resposta direta e podiam seguir caminho. Mas o agradecimento veio em forma de desconfiança e ameaça. O cliente que chegou primeiro foi simpático e nao se chateou. Pedi-lhe desculpas e os outros, já que não estavam satisfeitos com as minhas direcções, ficaram ali recusando-se mexer-se do lugar, porque estavam "cansados de correr de um lado para o outro" e queriam alguém que "soubesse" onde ficava um certo hotel.

Pois respondi-lhes que ia ver. Acabei de atender o cliente e segui pelo caminho que lhes indiquei. Direta ao hotel, apenas a 20 metros de distância. Quando dei por mim vinham atrás, certamente já a perceber o erro cometido. Quando se cruzaram comigo, lá disseram:

-"Ah, é aqui. Lembravamos que era uma zona assim e não a vimos. Obrigado".

Fizeram figuras de ursos, como se costuma dizer.

Gradualmente este tipo de pessoas está a aumentar...

Mas entre elas, resta-me as genuinamente simpáticas e as que irradiam um contentamento genuino cada vez que são ajudadas e sentem que as suas preocupações deixaram de existir.

E essas, são muitas.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Um vlogue para seguir?

Foi por acaso que, surfando pelo youtube fui parar ao vlog destes dois britânicos, actualmente a viver em Mortágua, Portugal. Pais de uma menina, antes da mudança para terras lusas viveram quatro anos na Tailândia. Têm um vlogue e canais por tudo o que é free media, são vegetarianos, donos de uma cadela que adoram e postam vídeos diários (ou quase) no youtube, mostrando o dia-a-dia.


Para quem tiver curiosidade - não só pela história mas também pelo formato em si. Deixo aqui o início (ainda não estão a viver em Portugal) e um outro, já neste país. A bebé deles nasceu e está a crescer em Portugal, o seu crescimento está a ser assistido pelos médicos e é todo um processo de ajustamento e de vida que, por vezes, dá curiosidade em ver. 



Por mim, adoraria ser turista em Portugal. Já o disse antes e agora repito-o: para conhecer os melhores cantinhos da minha cidade, tem de ser como turista!

No fundo, somos todos turistas...

terça-feira, 25 de abril de 2017

Quando percebemos que somos mais pobres do que pensávamos


Então, ando a ver locais para visitar em Londres.
Pesquisa aqui e ali... tentar perceber o que agrada mais, o que vale mais a pena.

Encontrei um edifício com vista panorâmica que tem também hotel. Já esperava, claro, um preço altérrimo para o meu bolsinho. Mas ainda assim quis espreitar. Quanto cobrariam por UMA NOITE num dos seus quartos? Pois descobri que serei sempre «miseravelmente pobre» diante de alguns luxos existentes apenas para uma pequena minoria. Uma estada de uma noite numa das suas suites, o mais barato que consegui ver, foi de 500 Libras.


Alguém quer emprestar-me algum??

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Um passeio turístico no elétrico 28...


Com as mãos acabadas de enfiar nos bolsos das calças, ele perguntou ao outro:
-"Então, já valeu a pena?"

O outro, que desdobra o casaco que transportava seguro nos braços, não responde. Os dois se afastam e o elétrico retoma a marcha. No interior o motorista acena com uma carteira no ar, perguntando de quem é. Uma estrangeira francesa, que entrou uma paragem antes com um homem e uma criança com trisomia 21, acusa-se. Pega na carteira, abre-a e percebe de imediato: está vazia de dinheiro.


No interior do eléctrico 28 os tugas não demoram a reagir. 
-"Eu vi-os! Eu vi-os! Já vieram para roubar!!"

-"Tiram o dinheiro e depois jogam fora. Eles agora não querem documentos nem nada, só dinheiro e deitam a carteira fora".
-"Já vinham atrás dela! Isto não tem jeito! É preciso ter cuidado"
-"Também trazia a mala atrás, não sabe que tem de ser à frente?"
-"Isto revolta-me! Revolta-me mais do que se acontecesse a uma pessoa de cá. Vem uma pessoa de fora para ser assaltado. Já viu? E os documentos e tudo... Se ainda fosse a alguém de cá..."
-"Nem de cá nem de ninguém! Eles não têm nada de mexer no que não é deles!"



domingo, 5 de janeiro de 2014

A Viagem Secreta

Um dia que tive livre apanhei um comboio e fui até uma região de Portugal que há muito queria conhecer. Fui sem dizer nada a ninguém, regressei sem contar onde tinha ido. Foi uma viagem só para mim. Não sei quantas horas para ir, outras tantas para regressar. Mas nesse dia fui longe, «saí», saí totalmente da minha rotina.

Passeei pela cidade, vi o mesmo que vejo em todas as outras. Até pobreza e miséria eu vi, ao avistar ciganos a viver nos degraus de uma capela assinalada como marco turístico. Notei que andava mais apressadamente que as restantes pessoas, mais vagarosas no andar. Trazia comigo a pressa do lugar onde vivo. E ali ela me denunciava. Entrei numa igreja- igual a todas as outras com os mesmos mirones que te olham de esguio, saí da igreja. Passeei pelas ruas, encontrei uma curiosa loja de chapéus (ainda existem lojas que vendem chapéus?) e um antiquário, repleto de lembranças de outros tempos que também de certa forma foram os meus. Fui parar a uma parte mais isolada, pisei a terra, procurando saber se tinha sido por ali que tinha vivido alguns dos meus, com a sua rotina de vida na quinta e animais. Nada senti. 

Fui até as "ruínas" turísticas - uma capela abandonada à tanto tempo que bem que podia ruir. Edifícios assinalados como marcos turísticos mas que estão ao abandono. Aí não me estranharam, era "turista" como os outros. Continuei a caminhar, encontrei um edifício bonito com uns painéis de azulejo que me despertaram curiosidade. Aproximei-me cautelosamente, para observar. A porta abre-se. Uma senhora pergunta-me o que desejo da sua casa. Fico surpreendida. Peço-lhe desculpa pois desconhecia que se tratava de propriedade privada e como avistei os azulejos e o portão estava aberto, aproximara-me para espreitar e ver se existia alguma placa de identificação. A senhora já de alguma idade, convidou-me a entrar. Fiquei encabulada mas incapaz de recusar a simpatia, aceitei. Ela me conduziu pelas divisões da casa que entendeu adequadas, falando-me com orgulho do seu pai, dos seus feitos e da sua família. Mostrou-me retratos dos seus familiares, contou um pouco da sua história. Fiquei atrapalhada com o inusitado. Estava no lar de outra pessoa, descobrindo coisas sobre a sua família - quando tinha ido ali tentar encontrar algo sobre a minha. Então perguntei à antiga senhora que raramente saia da sua casa e tinha contacto com alguém fora do seu círculo de conhecidos mas que havia vivido todos os tempos de todas as mudanças, se conhecia um lugar com um certo nome. Disse-me que não. Viveu ali toda a vida e conhecia muita gente na região, pois a sua família era abastada, culta e benemérita. Mas nunca ouviu falar do nome que lhe dei. Achei nesse instante que me ocultava algo, mas não me ralei. A súbita familiaridade e a inesperada afabilidade que só outra geração é capaz de demonstrar fez-me sentir agraciada mas também atrapalhada, pelo que depressa lhe agradeci a amabilidade e regressei à estação de comboios. A pesar de tudo, apesar de admirar e sentir afinidade por pessoas de gerações mais velhas que a minha e de estar diante de uma senhora simpática e bem educada, a minha geração cresceu consciente dos perigos nas mais pequenas coisas. Como o perigo que é estar na casa de desconhecidos, em cidades desconhecidas, sem conhecimento de ninguém. O simples facto ia contra os mais básicos valores que me foram incutidos sobre segurança pessoal, desde a infância. Pisei cada divisão grata por ter sido convidada mas procurando não me colocar em esquinas fechadas, de onde não pudesse escapar se subitamente existisse essa necessidade. Pode parecer estranho mas é algo no subconsciente que acaba por influenciar o comportamento. No final agradeci a gentileza de ter aberto a porta da sua casa a uma desconhecida e fui embora, acenando adeus a ela e aos tantos gatos que passeavam na propriedade.

A pesar de toda a situação ser inusitada, simpatizei muito com aquela senhora e preocupei-me com a sua hipotética solidão. Até pensei em lhe enviar um cartão de agradecimento mas ao mesmo tempo tal gesto podia parecer invasivo, pelo que o descartei. Ao chegar à estação de comboios, já se encontrava ali uma carruagem parada. Estava no horario de partir e quis confirmar o destino. Dirigi-me novamente à bilheteria, ofegante porque corri para não perder a hora. Perguntei se aquele era o comboio que me levava onde queria regressar e o senhor que me reconheceu da chegada, perguntou se gostei do passeio e se vi alguma coisa. Respondi que sim e ele voltou a repetir que aquilo era uma terra que não interessava a ninguém e que se pudesse ia embora dali. Também me impressionou bastante a postura do bilheteiro, muito insistente em dizer para ir embora dali. À chegada quando precisei lhe perguntar dos horários de partida, ele insistiu muito para que fosse embora dali e fosse antes até uma aldeia de xisto mais adiante, um local segundo ele, bem mais interessante do ponto de vista turístico. "Aqui não existe nada para ver. Isto é uma terra morta de gente que não interessa" - responde ele.

Se calhar devia ter colocado as minhas questões ao bilheteiro. Sendo de uma geração próxima da minha mas já que tão taxativo sobre aquela terra, se calhar era ele a pessoa que me podia ter dito algo sobre a razão que me conduziu até meio involuntariamente até àquela terra que "não interessa para nada". Afinal, se os meus sentiram necessidade de sair dali e fazer vida noutro lugar, provavelmente o bilheteiro teria também as suas razões.