Metereologia 24 h

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quarta-feira, 17 de julho de 2019

Viver num estábulo?


Despertei subitamente às 5 da manhã com o barulho de portas a serem fechadas ao empurrão. 

O ruído despertaria qualquer um.
Sempre a mesma coisa.
A rapariga-mais-recente só pode desconhecer a existência de maçanetas e para que servem. Sempre que sai e volta a entrar no quarto - o que faz várias vezes seguidas, fecha as portas da mesma forma: empurra-as até fecharem com o estalo. O trinco é forçado a entrar na ranhura, produzindo um som de «tiro de canhão». Ela nunca coloca a mão para fazer girar o manípulo do trinco como qualquer pessoa normal. 

Meu pai diria que é falta de educação e que esta pessoa foi criada num estábulo. 
A julgar pela forma como mastiga de boca aberta e o ruido surpreendente que também aqui faz, se calhar ele pode estar certo e ela é arraçada de cavalo. :)))





sábado, 22 de abril de 2017

Nova inquilina

Vou ter uma nova inquilina na casa. Ela vai ocupar o quarto vago pelo outro. Só a conheci hoje, pelas 10h da manhã, muito rapidamente. Altona e atraente, como quase todas as mulheres da europa de Leste são. 

Mas isso são detalhes que não me importam. O que quero é que ela seja sossegada e não faça barulho. Porque adoro o silêncio que existe nesta casa e temo - é o meu único receio - que ela seja daquelas que se fecha no quarto a falar ao telefone durante horas ou a ouvir música ou televisão com o som muito alto. Espero que não seja barulhenta por si mesma.

Mas como em tudo na vida, nunca se sabe. Pode ser que seja sossegada... Embora tenha entrado pela porta de casa já a falar alto e a dar risadas. Sabendo ela que eu tinha dito que estaria em casa a tentar dormir porque chegava do trabalho às 2h da madrugada.

Isto é um mau presságio?

É engraçado: quando as pessoas querem um quarto são todas simpáticas, aceitam tudo, nada as incomoda... O quarto é o que aqui eles chamam de um boxing room. É pequeno, cabe uma cama e pouco mais. Tanto assim é que o armário para a roupa fica no lado de fora. Mesmo em frente à porta do meu quarto. Portanto, ela para se vestir, terá de tirar a roupa do armário e abrir e fechar duas portas: a do quarto e a do armário - ambas perto da minha porta.

O que reparei é que chegou com tanta tralha que é impossível que caiba tudo naquele quartinho! E acho que as pessoas têm uma grande cara-de-pau quando dizem que não se importam que o tamanho do quarto seja reduzido, porque só cá vêm dormir e tal... ACHO QUE É CONVERSA.

Preferia ter como colega de casa uma pessoa pouco atraente fisicamente. Porquê? Porque existe uma tendência a não usarem a beleza para conquistar o que querem. E também existe uma maior possibilidade das pessoas que cá estão não se deixem encantar tão facilmente. O colega do sexo masculino já mudou de postura. Limpou a casa toda antes da chegada dela, arrumou tralha que deixava espalhada pelas áreas comuns da casa, sem se importar com os restantes que a usam. Disse-me que parecia muito simpática. O que para mim não quer dizer muito. Ás vezes a simpatia é só uma ferramenta para alcançar objectivos. Conheci tantas assim. 

Esta foi muito esperta, avançou logo com o sinal. Disse que o tamanho do quarto não lhe importava. Mas trouxe mais tralha do que aquela que lá cabe. Só de se mexer lá dentro já deve fazer um banzé, porque não tem espaço.

Eu descobri noutro dia - aqui há 2 dias - que gostava daquele quarto. E não gosto do meu - concluí.
Partilhei isso com os dois colegas cá de casa, porque é mesmo verdade. O quarto pequenino pareceu-me tão aconchegante e muito mais iluminado que o meu. O meu é frio e mesmo agora no tempo mais quente, continua gelado de noite. A luz só é mais forte de manhã, quando quero dormir. Se acordo cedo todos os dias, é porque o luz atravessa os estores e as cortinas, iluminando tudo. Sei que se colocasse uns cortinados pesados do lado de dentro, a luz bloqueava. Mas isso requer fazer uma mudança no quarto e para isso preciso da autorização da senhoria, que por vezes é de humores e pouco tolerante a novas ideias.

Ela escreveu-nos a dizer que o vizinho ia mandar vir um contentor para o lixo e como temos lixo aqui armazenado no quintal que está abandonado, ela ia pedir para o meter lá. Só que ontem voltou a escrever, dizendo que não conseguiu abrir a porta da cozinha quando cá veio (é só rodar a chave e ela abre por ela mesma) e por isso não lhe foi possível verificar a quantidade de detritos, pelo que já avisou o vizinho para não contar com nada dela.

NA REALIDADE, o que deve ter acontecido é que ela não ficou contente com o preço que teria de pagar pela METADE do uso do contentor - fosse dos pequenos ou grandes - e inventou esta desculpa para não gastar dinheiro.

Infelizmente, ela é desse género.
Se o gastar - gasta porque será outra pessoa a pagar.
É bem capaz de «depositar» os custos da remoção dos detritos nas nossas rendas. Só para economizar um centavo.

BOM,
mas com a senhoria não tenho de me preocupar por agora. Uma coisa de cada vez...
Já estou a adivinhar que o rapaz cá de casa vai desfazer-se em simpatias para a nova inquilina. Para já começou com um gesto que eu não gostei. Insistiu para que pagassemos a eletricidade para os próximos dois meses SEM a incluir nos gastos.

Aqui o que se paga não é a eletricidade que foi consumida. Como em Portugal. O que optamos por fazer é uma espécie de carregamento como nos telemóveis: depositas saldo e vai-se gastando. Depois quando termina, depositas mais. 

A eletricidade e o gás são pagos assim. Por carregamentos.
E eu achei mal que a rapariga vem para cá morar hoje e todos os banhos que tomar, todos os cozinhados que fizer, toda a eletricidade que gastar é à conta do depósito feito por mim e pelos outros. Se ela der a sua parte já de seguida só acho é bem. Mas temo que o parvo do homem insista para que não pague, forçando-me a ter de me ver na situação e estar a pagar para outra usar.

No que respeita a isso ele é um prego torcido. Quando vim para cá morar o tipo insistiu que eu tinha que dar a minha parte, MAIS metade, por ter cá ficado 5 dias sem usufruto da cozinha ou dos utensílios da casa, excepto a corrente de luz para o computador. 

Eu achei um absurdo. Podia dar algum mas metade... se não consumi nada?
Ele insistiu, insistiu... só o outro que se foi é que não concordou e então o gajo recuou. Paguei o mesmo que os outros, e não MAIS. Mas ele queria que eu pagasse e ficou chateado - mas disse que não ligava a dinheiro. Primeiro, disse-me que a decisão era de TODOS NA CASA. Mas era só dele, porque os outros nem sequer sabiam da situação. Eu ainda não tinha emprego e estava a ter despesas brutais, pagas em euros. Tive de pagar 3 meses de renda em adiantado e deixar um depósito de 600 libras - que a senhoria ainda guarda para ela. E ele estava a querer «chular-me» mais, como que se me quisesse punir. 

Agora, se ele se revoltou por 5 dias de uso de corrente eletrica paga por eles, como é que eu me vou sentir por DOIS MESES de uso de TUDO sem restrições, a serem pagos por mim??

Mas eu entendi logo que ele tinha regressado àquela sua forma de ser e encontrou nisto uma forma de me punir - como foi sempre o seu intento.

Eu e a outra rapariga já tivemos muitos problemas com ele. E como ele tinha problemas com o outro tipo, e depois com ela, que lhe respondeu não gostar dele, o que ele fez foi "aligeirar" a sua atitude comigo e tentar ser simpático. O que conseguiu. Porque é muito chato viver numa casa com mais 3 pessoas e nenhuma gostar de falar contigo! E era o que lhe ia acontecer. Ao menos uma pessoa ele tinha de conquistar... E como eu não queria estar de mal com ninguém, falei-lhe sempre bem, mas sem querer muita intimidade.

Mas ele é de humores e de mudanças súbitas. Amanhã pode voltar a torturar-me, como começou de início. Ele é do tipo de mói a cabeça da pessoa cada vez que se cruza com ela. Põe defeitos em tudo, acusa-te de fazer tudo mal, de seres responsável por tudo o que não está bem... Mas acha-se uma pessoa muito compreensiva e tolerante, com capacidades fenomenais para interagir com as outras. E por isso decidiu tirar um diploma em psicologia - o que me disse ter concluído recentemente.

Coitados daqueles que se cruzarem com a sua psicologia...

(mais novidades para depois, que agora tenho de me apressar. Working time!)




domingo, 1 de janeiro de 2017

Passagem de ano... pois sim!


Então,como foi a vossa passagem de ano?

2017 começou comigo a desejar muita diarreia e danos materiais aos barulhentos dos vizinhos. 
Não, não tive «boas entradas», nem sequer boas saídas, já que os vizinhos colocam «música» num volume acima do aceitável por volta das 20h do dia 31 de Dezembro de 2016, são 1.50 da madrugada do dia 1 e os parvalhões não diminuíram o volume dos batuques. Para piorar, escuto também o som de pancadas.

Quando vi o anúncio de aluguer desta casa, vinha em destaque que ficava numa rua «sossegada». E de facto foi sossegada, nas primeiras semanas, até estes putos barulhentos se mudarem para a casa ao lado. De todas as casas desabitadas que a rua tem- que são quase todas, foram logo escolher aquela ao lado da minha!

E tinham de ser pessoas egoístas e barulhentas. Pestes que se criam como ervas daninhas por todo o lado! Só pensam em si, os outros que se lixem. Têm para aí 4 carros estacionados á porta, gostam de os ligar e deixar o motor a trabalhar, adoram ter os carros parados com a porta aberta e música a tocar, que nem autênticos bimbos, gostam de ir à noite para a entrada da casa falar alto e apreciam sentar-se na ombreira que separa ambas as casas para fumar, deitando de seguida as beatas para a minha entrada.

Hoje soube finalmente de que nacionalidade são. Na gritaria de celebração de «passagem de ano», um ritual que me é cada vez mais estranho, os parvalhões gritaram, entre muitos gritos dados apenas pelo prazer de gritar, que "ninguém se mete com Roménios e Bulgários!".

Pronto. Está tudo dito...
Bem que podiam voltar para a Roménia e Bulgária e ter este tipo de comportamentos por lá. 

Mas como aqui fazem o que bem lhes dá na gana, não devo ter essa sorte.
O meu ano começa comigo algo doente, com dores de cabeça, febre, tosse, a desejar descansar em total sossego e silêncio, mas a não conseguir devido ao som dos batuques da casa ao lado, que teimam em continuar. Acho que nas próximas 3 horas eles não vão parar. Prefazendo um total de 8h seguidas de «música» alta non-stop. Mas isto aqui ao lado é uma discoteca??

Esta gente não dorme? Se sim, digam-me o que posso fazer para retribuir... o barulho!


Como não sei mais o que fazer, resta-me desejar-lhe que tenham um ano de merda, que tudo em que se metam dê errado, que um meteorito caia do céu direitinho aos seus carros, que um dia queimem a casa de tanto que gostam de queimar porcaria no quintal, etc, etc.

Imagino os meus colegas de casa que têm de ir trabalhar às 6 da manhã...
Horário que eu andei uma semana também a fazer. Tive sorte em estar de folga, pois já não folgava fazia 2 semanas. Mas de quê serve as folgas se não se consegue sossego?

Que o novo ano lhes seja uma merda e desapareçam daqui!!





quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Sinfonia da buzina


Perto de mim existia um entroncamento que agora passou a ser sinalizado. Algumas pessoas diziam que fazia falta, para evitar batidas e, principalmente, para impedir os «aceleras». Talvez... Mas o que temia aconteceu. Enquanto sem a sinalização o trânsito circulava sem problemas, quase parecendo não existir. Agora formam-se filas. E filas a aguardar que o semáforo fique verde...

O que acontece? Todos buzinam. São horas e horas de buzinadelas, algumas com 30 segundos de intervalo, se tanto. Vai uma pessoa morar perto de uma coisa destas e tem alturas em que dá em doida. Será que os motoristas não percebem que a buzina só causa ruído? Não os ajuda a chegar mais depressa a lugar nenhum. Mas o que me espanta é mesmo aqueles que buzinam assim que vêm ao longe o semáforo ficar verde. É instantâneo. Nem dão tempo à pessoa que está à frente de engatar a primeira. Nem dão tempo para cada automóvel começar a se movimentar. Está verde para o automobilista? BUZINA!!

Buzina, buzinha, buzina...


Juro que antes disto gostava e admirava este cantinho da cidade que, a pesar de tão central, ao mesmo tempo parecia tão bucólico e campestre. Isso terminou com a chegada das SINFONIAS DAS BUZINAS. 

Depois da lei do tabaco que proíbe que se concentre fumo à entrada de certos lugares (o que acho muito bem), espero que surja outra que proíba a buzinadela em zonas residenciais quando parado no trânsito ou sem necessidade. Aliás, anexado à buzina devia existir um terminal de multibanco e cada vez que esta fosse pressionada, deviam descontar 20 euros da conta da pessoa. Ahahaha. Até as mandariam desinstalar.

E elas continuam...
Abafando o som dos pássaros, junto com o ruído do pára-arranca dos motores. Mas não é só a poluição sonora que vê uma subida meteórica nesta zona. A inserção de sinalética e respectiva imobilização automobilística também contribui para o aumento da poluição atmosférica.

Nem tudo o que não existe e passa a existir é benéfico. Estes semáforos eram dispensáveis e vieram a prejudicar bastante a zona residencial. 

domingo, 21 de agosto de 2016

domingo, 14 de agosto de 2016

Outra vez não, pela minha sanidade!



Após uma experiência recente, ando preocupada com a eventualidade de voltar a escutar ruídos contínuos. O ano passado padeci horrivelmente de tortura com o ruído de pancadas 24h sobre 24h que parecia ser inaudível para terceiros. Pois NINGUÉM neste prédio alguma vez se queixa de coisa alguma. São todos surdos... Ou fazem-se. Só quando «alguém» avança é que algumas vozes dizem que, afinal, o ruído também as incomodava...


Não sou nada de me meter a reclamar, mas acho espantoso que um ruído mecânico ritmado como aquele tenha sido emitido por todo o prédio durante sete meses e só num período em que ficou bastante estrondoso ao ponto de parecer uma explosão é que alguém referiu ter «escutado» barulho na véspera... 

Isto em Julho, quando o ruído já existia desde a altura do Natal.

E era impossível não o escutar durante o dia num determinado andar. Ocupado por uma família que não tinha ido de férias.... Que por acaso fazia parte do corpo da Administração. LOL. Aprendi que esses são os piores. Querem fazer parte da administração do prédio para poder usar e abusar, só pode. Não fosse a criança na altura a dar com a língua nos dentes - inocentes e verdadeiras como elas são, até se diria que a casa estava mergulhada num silêncio e paz absolutos. 


Receio voltar a ter o sossego ocupado por ruído mecânico. E se assim for, a tortura regressa. 
Não sou esquisita ou intolerante. Mas aprecio o silêncio e tranquilidade. É tão regenerador! Já fui submetida a diversos ruídos incessantes e torturosos, ao ponto de não suportar mais e soltar um sonoro berro. Mas mantive-me tolerante, calada... Por anos. O que só me deu cabo do sistema nervoso. Não recomendo! Foram anos de poucos momentos de silêncio e constante barulho fora e dentro de casa, onde este era até pior! Ruído pela madrugada a dentro, fins de semana também, nenhuma possibilidade de adormecer... um pesadelo. Doente ou não, sempre ruído. Daí hoje encontrar-me no limite.

Prefiro escutar ruídos «normais», como as cigarras lá fora a fazer o seu banzé, ou ruídos aos quais pessoas da cidade estão acostumadas: um ocasional automóvel a passar na estrada, um avião ou helicóptero mais ruidoso, as terríveis motas ensurdecedoramente barulhentas... sons passageiros, tudo bem. Tenho tolerância. Para além disso acho insustentável. 


Instalaram um destes bem perto da janela do meu quarto... O que acham? Devo entrar em pânico ou o vizinho, que já mostrou indiferença pela produção do ruído da instalação, terá tido o cuidado de escolher uma marca e modelo super silencioso? 



Uma interessante explicação dos efeitos à exposição de ruído:
O ser humano tem um limite de 85 db para níveis de ruído. Muitos sons do nosso ambiente excedem esse patamar. Numa discoteca o ruído é em média 120 dB; um motor de caminhão é de 105 dB; o do avião 125 dB. a exposição contínua a esses ruídos altos pode levar a perda da concentração, irritação permanente, impotência sexual (devido ao stress), distúrbios do sono, dores de cabeça, distúrbios cardiovasculares, distúrbios hormonais, gastrite, disfunções digestivas, aumento da freqüência cardíaca e PERDA AUDITIVA.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Educação nos pés


Hoje o meu despertador foi o salto alto da vizinha. Toc-toc-toc, para lá, toc-toc-toc para cá, durante cinco minutos, dez, vinte, meia-hora...  Despertei algo mal humorada.

Agora volto a escutar o mesmo toc-toc-toc. Toc-toc-toc, para lá, toc-toc-toc para cá, um ruído que dura faz uma hora e meia é ocasionalmente acompanhado do arrastar de móveis. Os toc-toc-toc que têm o mesmo som de martelos, desconcentram-me de tal forma que preciso de sucessivas tentativas para terminar de elaborar o raciocínio de uma frase. 

Gostava de poder negar isto, mas não posso. Ao longo do tempo os meus nervos ficaram afetados. Não sou mais a mesma pessoa, que se mantinha tranquila e conseguia ignorar. Aos poucos os abusos dos vizinhos têm tomado parte dos meus males.

A forma como fui educada enquanto estava a crescer vem sempre à mente. Não fazer ruído foi sem dúvida um ensinamento que me passaram. Em especial à noite ou então bem cedo de manhã. Excepções feitas para ocasiões especiais, em horários normais. Afinal, todos conseguem entender barulho de uma festa de aniversário, palmas, parabéns... Mas não é desses ruídos saudáveis e normais que falo.

Não entendo como alguém pode gostar de ter nos pés dois palitos de pau. Assim que entro em casa o que faço é descalçar-me. E venham os chinelos de borracha! Sapatilhas, ténis... o que for. Silencio e conforto. Ainda que não me incomodem, se fizerem  barulho contra o soalho, o instinto é tirar. Quando tenho miúdos em casa, eles podem brincar e fazer o que quiserem, mas tomando atenção ao ruído. É-lhes explicado para não gritar para não incomodar, ou porque já é tarde ou simplesmente, porque estão a fazer barulho. Sei que não é fácil com crianças mas os ensinamentos estão lá. E sabe bem quando uma vira-se para nós e ao nos ouvir falar um pouco mais alto, diz: "Shiu. Fala baixo estás a fazer barulho".

É sinal de que aprendeu :)


domingo, 26 de julho de 2015

Sete e meia da manhã...


Abro totalmente a janela, para que o ar fresco deste dia de domingo invada o quanto antes a casa. Um pássaro passa rapidamente a voar e a piar. Oiço somente um barulho, ligeiro, ritmado... perto. É o som do vento a passar nas folhas da grande árvore do outro lado da avenida.

Que privilegiada me sinto! É raro viver no meio de uma movimentada cidade e apanhar um instante como este.

Apuro os meus sentidos. Adoro sentir o silêncio. O som da vida e mais nada. Sei que é uma quietude rara e que em instantes será rapidamente interrompida pelo rugir dos barulhos da cidade: automóveis. E me espanto. Como pode estar tão silencioso? Nem um som mecânico ao longe, vindo da rotunda, do túnel, trazidos pelo vento... nada. 

Quinze minutos se passam e enquanto escrevo este relato, os sons que chegam pela janela são mais agressivos e distintos: são os de automóveis. Um instinto levou-me a levantar e espreitar. Já existiam carros estacionados à beira da estrada e cheguei à janela mesmo a tempo de ver o primeiro condutor que gosta de estacionar no passeio. Lá ficou o automóvel, na calçada. Em breve, toda ela vai estar repleta. Mas mais para o final da tarde, talvez, quem sabe, todos se vão embora e os pássaros e o vento voltem a ser os sons que predominantemente se escutam lá fora. 

A cidade a um Domingo, é o paraíso!
A um domingo de um mês de férias, costumava ser quase um deserto.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Sossego, tranquilidade e filhos


Não tenho filhos.
Não por não os ter desejado mas por não ter tido oportunidade. Não por ter ficado eternamente à espera de um "príncipe encantado", porque não fiquei. Esperei, somente, uma coisa que é essencial a todos nós e até hoje não a tenho.

Hoje acordo todos os dias muito cedo porque os putos já estão de pé a fazer barulho. Não durmo durante a noite porque um acorda com pesadelos e chora ou chama pela mãe. Quando penso que vou ter sossego, isto já quase às 23h da noite, os putos começam a gritar e a correr pela casa inteira, deixando cair coisas ao chão e fazendo a festa. E quando estão no banho? Que algazarra!

Então, esperem aí... Como pode ser isto possível? Sem filhos e com todas estas coisas a acontecerem? "São os filhos do companheiro" - pensam vocês.

Não. Não são.
São os filhos da vizinhança.

Leram bem. Da vizinhança. Tenho olheiras, ando cansada, acordo cedo demais, quando não queria acordar, não descanso quando queria descansar. É terrível. Preferia ter tido filhos. Sempre os desejei, apenas não os tive. Preferia e teria sido mais justo. Porque além de ter ficado para "tia" - o que, na prática significa ter de cuidar dos filhos dos outros muitas e muitas vezes, também sou privada do descanso por causa dos filhos dos vizinhos!

Pelas minhas mãos já «passaram» três crianças, de quem cuidei ou tomei conta. Agora "sofro" as privações do sono com origem nos comportamentos e hábitos de outras cinco. Se tivesse tido um filho tudo isto teria sido diferente. Teria sido menos laboroso e cansativo também! Em princípio, só teria cuidado de UM e passado por isto porque assim o desejei, não porque não tive escolha!!!

Acreditem, não vão querer conhecer o meu rosto com estas olheiras que tenho...


domingo, 21 de dezembro de 2014

Vizinhos Novos

Tenho novos vizinhos, com três crianças. Em poucas horas já sabia o nome de cada uma delas, por os escutar a chamar uns aos outros entre risadinhas, brigas e brincadeiras. A voz do homem também é raro não se fazer escutar. Quase sempre a tentar disciplinar os miúdos aos gritos. 

Quando saio do trabalho e me imagino a chegar a casa não é nada disto que idealizo. Penso, ingénua, que finalmente me vou afastar do ruído, do barulho, da música alta e de tudo o que já "encheu" o meu dia, acabando por atormentar as últimas horas. Penso que vou ter silêncio, só mesmo interrompido se o desejar. Mas essa "casa" que idealizo nunca a tive realmente. O estranho é que, se um dia a vier a ter, já não será na juventude mas no meio da velhice. Julgo que por essa altura ou precisamente nessa altura, é que ia apreciar um pouco mais de vida e dinâmica à minha volta. E não a vou ter.

A vida está toda lixada!