«TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS» Por Onofre Varela Fazendo uma “inspecção” (ou uma espécie de “romagem de saudade”) ao que já escrevi neste espaço do nosso jornal O Cidadão, deparei-me com um texto publicado em Maio (há quase um ano) sobre “a castração da inteligência e a proibição de ler livros” referindo um procedimento anti-democrático, anti-cultural… e anti-tudo quanto seja decente, perpetrado pela seita religiosa Opus Dei, engajada no Vaticano, que se imagina dona de um pensamento de pureza imaculada e se arroga o direito de proibir a leitura de livros aos seus membros. Perante esta visita a um texto “quase arqueológico ”, lembrei-me de me armar em antropólogo (ou em algo aparentado) para dizer que a espécie humana é universal e convive salutarmente em todos os pontos do globo (exceptuando, evidentemente, aquela gente que não sabe fazer nada mais que não seja guerra aos seus vizinhos, como Putin faz na Ucrânia e Netanyahu na Palestina, ambos com a bênção ...
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Onofre Varela
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«Onde estava Deus?» Texto de Onofre Varela O tempo que tem feito, com estragos e mortes em vários pontos do globo, lembrou-me que p erante tal infortúnio há quem se pergunte: “Onde estava Deus, que permitiu tão nefasto acontecimento? Por que não evitou tal desastre se, afinal, ele tudo sabe e pode?” . São perguntas lícitas que qualquer crente pode fazer, mas não há respostas para elas. A pergunta só é formulada por quem crê, na convicção de a divindade ser real para além dos seus pensamentos. Na verdade Deus não podia estar no local do acidente, da catástrofe natural ou do crime, porque como ideia que é, só se encontra dentro da cabeça de quem nele crê. Fora da cabeça do crente não há Deus em lado algum. Penso que esta pergunta trágica do crente que se sente frustrado por não ver a intervenção divina naquilo em que, segundo o s eu entendimento , deveria intervir, aconteceu aos judeus na seg...
Do Diário da Diana – 13 anos – escola C+S da Musgueira (29 de março de 2025)
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Carlos Esperança
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Ontem jantámos sozinhas, a minha mãe e eu, porque o meu pai foi trabalhar com o táxi do Esteves, a quem chama Dr. Esteves, dono de táxis e patrão de vários taxistas, alguns deles imigrantes, que o meu pai odeia. Quando a sopa já fumegava na mesa, caiu-nos a notícia de que o Montenegro tinha sido hospitalizado, notícia que nos desgostou, não porque gostemos dele, porque nunca nos alegramos com as doenças de quem quer que seja. Felizmente que, ainda no decurso do telejornal, o vimos a falar com os jornalistas à saída do hospital. Ficámos tranquilas e felizes por ter sido tão bem tratado no SNS que o seu Governo pretende destruir. Vimos depois um edifício altíssimo a desmoronar-se com o abalo do sismo violento que assolou, sobretudo, a Tailândia e Myanmar, um colosso de betão a implodir como se fosse um castelo de cartas. O sismo provocou certamente milhares de mortos. A notícia mais importante da política internacional foi a da visita do vice-presidente dos EUA à Gronelândia, provocação ...
António Barreto (AB), um neoliberal bem pago e político videirinho
Por
Carlos Esperança
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António Barreto, o neoliberal que temeu (?) que António Costa perdesse o partido (PS), ao aceitar o apoio parlamentar do PCP e do BE no seu primeiro governo, não desiste da Cruzada a favor da extrema-direita neoliberal. AB, sociólogo competente, fotógrafo experiente e ex-empregado de um merceeiro, com sede na Holanda, não desiste do combate à esquerda, desde a social-democracia mais à direita até a qualquer forma de socialismo, revolucionário ou não. Que o político ressabiado use a influência para combater ideias que já foram suas não admira. AB, apesar da formação académica na Suiça, é o provinciano que Mário Soares fez ministro da Agricultura e Pescas, ainda com vergonha de ser de direita e sôfrego de tornar-se o seu ideólogo como, em tempos, quis ser o do PS. Barreto foi um dos trânsfugas que permitiram a Sá Carneiro ornamentar a AD (Aliança Democrática) com penas de esquerda e nunca mais o abandonou a sedução pela direita. É tão antissocial-democrata como foi anticomunista na...
António Barreto (AB), um neoliberal bem pago e político videirinho
Por
Carlos Esperança
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António Barreto, o neoliberal que temia (?) que António Costa perdesse o partido (PS), ao aceitar o apoio parlamentar do PCP e do BE no seu primeiro governo, não desiste da Cruzada a favor da direita neoliberal radical. AB, sociólogo competente, fotógrafo experiente e ex-empregado de uma mercearia com sede na Holanda, não desiste do combate à esquerda, desde a social-democracia mais à direita até a qualquer forma de socialismo, revolucionário ou não. Que um político ressabiado use a influência para combater deias que já foram suas, não admira. AB, apesar da formação académica na Suiça, é o provinciano que Mário Soares fez ministro da Agricultura e Pescas, ainda com vergonha de ser de direita e sôfrego de tornar-se o seu ideólogo como, em tempos, quis ser o do PS. Barreto foi um dos trânsfugas que permitiram a Sá Carneiro ornamentar a AD (Aliança Democrática) com penas de esquerda e nunca mais o abandonou a sedução pela direita. É tão anti-social-democrata como foi anticomunista n...
As eleições legislativas e o armamento (2)
Por
Carlos Esperança
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Comentários pertinentes ao meu texto: Manuel M Pinto "O inquisidor-mor abriu o jogo" Por José Goulão Quinta, 27 de Março de 2025 https://www.abrilabril.pt/nacional/o-inquisidor-mor-abriu-o-jogo "Em boa verdade, é urgente que as portuguesas e portugueses se apercebam da necessidade de travar o envio dos nossos filhos e netos para um matadouro que nada tem a ver com os nossos interesses, apenas existe por razões que não são as nossas e nenhuma relação tem com a democracia, antes pelo contrário – digam o que disserem as classes políticas e respectivos propagandistas. É urgente, por isso, que se evite o arrastamento dos nossos jovens para o sacrifício antes de começarem a regressar, em massa, inertes e dentro de sacos de lona. É disto que também trata a campanha eleitoral em curso." Thu M03 27, 09:33:50 PM Responder Eliminar JA No que concerne à necessidade do aumento das despesas para a defesa, com o devido respeito pela posição exposta no texto, parece-me que a m...
As eleições legislativas e o rearmamento
Por
Carlos Esperança
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Sem perder de vista o julgamento ético do primeiro-ministro que recusou esclarecer as avenças que transmitiu aos filhos, só depois de descobertas, e a reincidência em eleições que provocou e dissimuladamente atribui a oposição, há questões urgentes a discutir. O PSD, useiro e vezeiro a tomar decisões em períodos de gestão, continua a usar o que sobra da invejável situação financeira que herdou na campanha eleitoral em curso. Da conduta e dos fracassos do governo, especialmente na Saúde e Habitação, pelas decisões erradas que agravaram os problemas, é obrigatória a punição eleitoral. Há assuntos em que é necessário confrontar todos os partidos, sendo o rearmamento um dos mais importantes desde que Mark Rute, secretário-geral da NATO, referiu a meta de 5% para esse fim, sem justificação e por mera exigência do patrão, Donald Trump. Com Rute em risco de ser despedido por desapego dos EUA à Nato, cabe aos países da UE repensar a aliança, com ou sem o RU, o satélite dos EUA rival da UE, e c...
RTP-1 – José Rodrigues dos Santos (JRS) açaimado 25-03-2025
Por
Carlos Esperança
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O agente de serviço, JRS, interrogou Inês Sousa Real, suspeita de ligações ao PAN, sobre as eleições legislativas. Cansado da tortura, deixou a suspeita falar livremente e parecia um jornalista a falar com a adversária sem mostrar hostilidade ao ouvi-la dizer mal da União Nacional, no governo, agora sob a liderança de um rural espertalhão. O agente parecia recear um qualquer 25 de Abril. Prevê-se a sua substituição por Artur Agostinho.
RTP-1 e o PCP – Metáfora
Por
Carlos Esperança
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E assim terminou o interrogatório do agente da PIDE para extorquir a Paulo Raimundo a confissão sobre a sua ligação ao PCP. Fotograma do momento em que o torturador o enviou para a sala das traseiras da Rua António Maria Cardoso para novos interrogatórios antes de ser enviado ao Tribunal Plenário onde o juiz Florindo não deixará de o condenar e de lhe aplicar medidas de segurança.
RTP-1 – José Rodrigues dos Santos (JRS)
Por
Carlos Esperança
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Sei que JRS se julga ungido para impunemente promover os seus livros e as suas ideias sem que lhe lembrem a imparcialidade a que o canal público o obriga. Podia recordar as suas atitudes impróprias em que há muito reincide, mas nunca, como ontem, no telejornal das 20H00, o tinha visto violar tão grosseiramente o estatuto de jornalista e degradado tanto a ética e a correção, como o fez ao entrevistar o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo. Convidado, como os outros líderes partidários, a propósito das eleições legislativas que se avizinham, JRS interrogou-o sobre a decisão de os deputados do PCP não aplaudirem os deputados ucranianos recentemente ovacionados na AR pelos das outras bancadas. Irascível, pela conduta que JRS considerou imprópria, debateu com Paulo Raimundo a censura que estava subjacente ao exigir-lhe que o PCP aceitasse que era sua obrigação defender o envio de armas para a Ucrânia na guerra contra a Rússia. E não mais o largou ou mudou de tema até lhe agradece...
Eleições na Madeira
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Carlos Esperança
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Não nos iludamos, é perigoso não tirarmos ilações das eleições regionais da Madeira e do êxito da narrativa do PSD no condicionamento eleitoral. Há uma leitura nacional obrigatória e um prenúncio local do que vai sucedendo em toda a Europa onde os partidos social-democratas estão hoje mais à direita do que no pós-guerra os partidos conservadores e democrata-cristãos europeus. E a extrema-direita cresce! Na Madeira, onde a falta de alternância em 49 anos de democracia secou as oposições, as últimas eleições deixaram o PS agonizante e sem um único deputado regional à sua esquerda a integrar a faraónica Assembleia Regional de 47. Até os partidos extremistas nascidos no seio do PSD, um na ordem económica e outro fascista, IL e Chega, encontram aí dificuldades de furar a rede tentacular do PSD-M . O PSD, que herdou no Continente a melhor situação económica e financeira que alguma vez aconteceu, encontrou um especialista como líder provisório que o parágrafo escrito em Belém pela PGR, ...
VITÓRIA DO PO(L)VO DA MADEIRA – Quando as palavras são desnecessárias
Por
Carlos Esperança
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Miguel Albuquerque começa hoje a caminhada para a comemoração do 1.º Centenário da (contra) - Revolução do 28 de maio. Antes disso ainda vigorava ali a monarquia. A democracia não chegou à Madeira e no Continente, depois da depressão Martinho, seguida da depressão Albuquerque, sopram ventos de direita e anunciam-se tempestades de desânimo.
Madeira – Pensando em meu pensamento (17H00)
Por
Carlos Esperança
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Depois de quase 99 anos ininterruptos de salazarismo renasce a esperança de que o enguiço se quebre e o medo desapareça. Logo, às 20H00, pode surgir o início de uma nova era, mas, à semelhança do que aconteceu no passado, a longa noite pode prolongar-se numa comunidade onde o poder tentacular do PSD ganhou raízes.
Divagando 25 #montenegronaomarcelonunca
Por
Carlos Esperança
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Divagando 25 #montenegronaomarcelonunca Marcelo regressou à Pátria depois de uma passeata laica e com a certeza de que a Pátria já não lhe paga a deslocação à Coreia do Sul à próxima Jornada Mundial da Juventude, Seul, em 2027, a que se comprometeu por desvario beato, apesar da avançada idade. Entretanto já fez saber, por intermédio do Expresso, que não dará posse a um governo sem garantias para entrar em funções, exigência que compromete todos os partidos e uma forma de chantagem sobre os que ficarem na oposição. Enquanto Marcelo procura desesperadamente afastar a instabilidade de que é o principal autor, o povo superior da Madeira, na pitoresca designação de Alberto João, prepara-se para reforçar a votação em Miguel Albuquerque, arguido por suspeita de corrupção. Só não terá a maioria absoluta sozinho por falta de condenação, e o Ministério Público não tem pressa, habituado como está a que os acusados sejam julgados na praça pública. Só assim se justifica que, mais de 400 dias ...
Comentário pertinente do leitor Carlos Antunes.
Por
Carlos Esperança
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Marcelo, antes de ocupar o Palácio de Belém, foi deputado à Assembleia Constituinte tendo contribuído decisivamente para a feitura da Constituição de 1976, e mais tarde foi Professor de Direito Constitucional na FDUCL, razão porque conhece, melhor do que ninguém, o regime constitucional vigente e os (limites) dos poderes presidenciais consagrados na CRP. No entanto, uma vez eleito Presidente da República, o PR Marcelo entrou em conflito com o Professor de Direito Constitucional, interpretando os poderes do Presidente à revelia do seu manual académico (“Constituição da Republica Portuguesa Comentada”, 2000) e do que ensinava na Faculdade, arriscando-se com esta sua intervenção, a ser o responsável pela destruição do regime constitucional da 2.ª República. No nosso sistema político-constitucional, que é o de uma democracia parlamentar, o Governo não é politicamente responsável perante o Presidente da República, pelo que o julgamento político do Governo não cabe ao PR, mas sim ao Par...
Marcelo – O PR e a Constituição da República Portuguesa (CRP)
Por
Carlos Esperança
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O sonho de Sá Carneiro era ter um PR e uma maioria para governar. O de Marcelo era a maioria e um governo do PSD para ter o poder que a revisão da CRP de1982 retirou ao PR. Agora, que precisava de estabilidade para o País lhe perdoar o caos que criou, pôs o país zangado com os partidos e arrependido do voto que lhe confiou. O construtor de cenários passou a demolidor da democracia e o constitucionalista não praticante a intérprete enviesado da Constituição que jurou cumprir e defender. A reescrita da História ampliou o que se deve a Eanes omitindo a instabilidade que criou com as sucessivas nomeações de governos de iniciativa presidencial que levaram Soares e Sá Carneiro a promover a revisão que retirou tais poderes ao órgão a que presidia. Até a tentativa de criar um partido (PRD), a partir de Belém, é sistematicamente omitida. O exemplo do anterior PR, a tentar evitar dar posse a António Costa, frutificou. Cavaco recusava o governo que a AR lhe impunha e Marcelo a AR que lhe impunha ...