3.30.2007
2.28.2007
...
Excepto onde há arrebatamento,
E todo o arrebatamento é cego excepto onde há saber,
E todo o saber é vão excepto onde há trabalho
E todo o trabalho é vazio excepto onde há amor.
E o que é trabalhar com amor?
É pôr em todas as coisas que fazeis
Um sopre do vosso espírito.
Khalil Gibran
2.21.2007
espaços suspensos
Espaços reais, visíveis, são todos aqueles que a retina alcança.
Todos os outros, aqueles que nunca revelámos também o são. Aliás, são-no ainda com mais força, nunca visualizados e por vezes incompreendidos, são abstracções formadas por conceitos vagos que se vão transfigurando num universo sensível ao toque e ao pensamento.
Livres são esses hologramas.
Verídicos!? Com certeza ou sem ela existem pela qualidade real que encerram e pelas infindas possibilidades de montagem que propiciam. Ora fixos, ora amovíveis, são estas as verdadeiras celas que nos encerram, que nos enclausuram.
Sem darmos por isso absorvem o intelecto para dele sobreviverem. Os espaços ilusórios são assim, parasitas insaciáveis que se alimentam do olhar para acrescentarem mais uma vida ao espaço suspenso. Deixam-nos vegetar no leito X da camarata global.
São imperativos e autoritários, escorregadios e incompreensíveis, desconhecidos e irreconhecíveis. Bebem do real para crescer até ao infinito.
Dão-nos a volta. Fazem de nós o que querem. Às vezes dão-nos pistas da sua existência mas logo as apagam para que o seu crescimento seja contínuo e imparável.
Propiciam-nos uma visão a cores da existência para a consideramos autêntica, una, mas constantemente mutável pela sua força.
Espaços e qualidades provadas deixam de ser as que conseguimos compreender, passam a ser virtuais, ilusórias.
Sofrónia, nome irreal que me parece ter sido um dos que alguma vez foi mencionado, deixa pensar, reflectir, julgar, avaliar, mas desaparece mal prenunciam o seu nome.
2.02.2007
"O acto sexual é para ter filhos" dizia o Morgado...
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
Natália Correia - 3 de Abril de 1982
12.26.2006
leituras
12.14.2006
espaços verdadeiros
De belas formas, esvoaça de vestes transparentes que fazem perceber lânguidos movimentos sugestivos. Vitorioso mas cego, antes acéfalo, deixa-se admirar pelo idólatra anónimo sem lhe cobrar o olhar.
Com ele segue a verdade, esse figurino dúbio que se acosta à vida, mas cujo vislumbre limitado é apenas apanágio dos que a levam, sempre com imaculada ironia. De facto, não difere da mentira, experimentada no que se não tem e tantas vezes no que se conta.
A descrição fantasiosa do real não é mais do que o irreal verdadeiro ou o autêntico falseado. Daqui resulta o poder da visão e de ela reconhecer na verdade, a certeza ou a ambiguidade, nunca confirmando as formas para lá dos panejamentos.
Assim é Olívia, essa cidade fantástica em que tudo parece ser e nada é, realmente, como soía.
12.11.2006
colores me gustan a mí
Já não sou o que sou, sou o que se é, não fosse ser o mesmo depois de me transfigurar num pequenito ser que vasculha o olhar alheio à procura de respostas, no estranho mundo das pequenas coisas.
50 centímetros e meio depois, revejo-me em sons e gestos que em nada se repetem, mas que pobre imprudente, reverto em sinais de um tempo em que já o fomos também.
É isto, um constante nó na garganta, uma permanente lembrança, um incessante cuidar e um desassossegado marinar horizontal, à espera do próximo titubear encarniçado, não vá o joão-pestana pegar.
11.20.2006
Maria João a Preto e Branco
11.01.2006
novas do passado
Texto de C. Sloan
Fotografia de K. Garrett
10.23.2006
Q...Q..CO.....COOFF!!!
Al alba vincero!
10.18.2006
10.16.2006
quando o tempo passa
A minha cara de pânico parece ter causado mossa, pois replicou um penso, como se quisesse desculpar a pergunta pelo facto de EU estar VELHO e de me fazer descer ao meu lugar.
Parece-me ter-lhe ouvido um sussurro: Pega na bengala oh velhinho! Mas, estranheza dos diabos, a sua presença continuava à espera que lhe dissesse algo sem movimentar um músculo. Replicou depois, qual ventríloquo: A reumática é fodida ah!?
Depois de cerrar os dentes e descobrir a máscara de ferro, com a carquilha à mostra, rosnei: Realmente a sua cara não me era estranha! Enquanto pensava numa chusma de palavras vis para lhe atirar.
Penso regressar, menos rabugento, dentro de 37 anos.
9.27.2006
sem sal, se fizer o obséquio
sem títulos, sem fala, sem brinco, não se está assim, por cá.
sem maiúsculas e sem pressas, sem nada que dizer, porque perdeu-se a fala na frase anterior, nada se faz, sem se sussurrar um suspiro, símbolo da surdez dos homens.
isto tudo para dizer que a letra "S" sibila e sustém uma posta sem nexo.
9.18.2006
chinesices
Não peças, não faças isso! Para além de te fazer mal ao miolo, como se pode notar, podem não ter e então é que é, ficas como o tipo que fuma mas não tem lume, qual piada homofóbica de baixa densidade.... Tu vê lá.... não caias na tentação!
- Tem lumes?
- NÃO!
Eu bem te disse! E agora, o que será de ti!? Ah, que vais fazer agora que nem lumes nem amor próprio tens!? Pois é, nunca tenho razão, mas lá está, no final sou eu quem paga as favas! Pelo menos, podias comprar um esqueiro, não caías nas más línguas...!
Pede lumes.... pede lumes!! Vá lá, não custa nada! Ao menos não gastas dinheiro num esqueiro que nem para 1534 cigarros dá!
- Vende esqueiros!?
- Sim! Quale quele!?
- O do Porto!
clinc, clinc, clinc!
- Funciona pelfeitamente!
- Obrigado, quanto é?
- 75 cêntimos pole favole!
- Cá está, boa tarde!
- Obligado e volte semple!
clinc, clinc, clonnncc!
Pede lumes.... pede lumes!! Vá lá, não custa nada!
Não peças, não faças isso! Deixa de fumar... isto foi um sinal divino! A gastar 75 cênt. por cigarro, acabas na miséria e depo........
9.13.2006
abertura de hostilidades
Já se cruzou contigo, já viveu vidas transviadas e infundadas, já podia ter sido, mas não foi, podia não ser, mas é!
É a mente borbulhante que gira por entre realidades difíceis de digerir.
É a vontade insana de continuar vivo na multidão.
É a vida alheia condensada numa só palavra.
É querer dizer o que não se quer e calar quando se não deve.
É ser verdadeiro na improvável veracidade do momento.
É rai's partam os feixes de energia!
É .... é... é....
É só para dizer que estou de volta....
8.12.2006
Vidas cruzadas
As festas pululam o interior um pouco por todo o lado, mas o êxodo ruma a sul, ao calor blasfemo algarvio, rumo a mais uma praia congestionada da bela costa.
Que belo exemplo de multiculturalismo se manifesta, por entre pronúncias sibilantes e rústicas, lá sai um vacances aqui, um d'habitud ali e que musical mescla se cria entre o português vernáculo e o francês rebolado, quando se ouve um "Miguel vien pour la barracá, le soleil le queime!"
Ahhhh que bela e bonita a feliz ignorância do pequenismo envergonhado em que vivemos.... lá está, são essas certas e determinadas coisas inexplicáveis!
7.21.2006
teorias (in)fundamentadas
O consumo excessivo de álcool, como todos sabemos, destrói os neurónios, mas naturalmente ataca primeiro os neurónios mais lentos e fracos.
Neste sentido, o consumo regular de cerveja elimina os neurónios mais fracos, tornando o cérebro uma máquina mais rápida e eficiente.
O resultado deste profundo estudo neurológico verifica e confirma a relação causal entre as borgas de fim de semana e o rendimento dos economistas, consultores, matemáticos, engenheiros, advogados, políticos, etc.
De igual modo explica o sucedido poucos anos depois de acabado o curso e contraído matrimónio, a maioria dos profissionais não conseguem manter os níveis de rendimento dos recém saídos das universidades.
Só os poucos que mantêm o estrito regime de voraz consumo alcoólico conseguem manter os níveis intelectuais que alcançaram durante os anos em que eram estudantes universitários.
É uma chamada às armas!!!
Enquanto o país está a perder o seu potencial intelectual nós não podemos ficar em casa sem fazer nada!!
Vamos para as tascas!!
Ocupemos os bares!!!
Vamos beber litros e litros!
O teu governo, a tua empresa e o teu país necessitam que estejas no teu melhor, sem limites para o teu potencial criativo e intelectual.
Corta as tuas amarras e dá o litro!!!
Contamos contigo!
Recebi por mail de J.P.Miranda