Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165
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sábado, 31 de janeiro de 2015

A outra face

Roma - José Alves

Caminhamos devagar, sempre a pé, pernas ligeiramente escaldadas por este calor romano - respiração cálida de outras eras. Há mais de vinte anos, por aqui caminhámos dias a fio. Agora, aqui estamos de novo. O nosso filho, já homem feito, acompanha este gosto sereno de olhar cada detalhe. Herdou essa paixão por deambular. Por dentro da sua blusa de riscas, por detrás dos seus óculos escuros escuta a História.

Roma - José Alves

É nestes lugares esconsos que a vida acontece e o tempo se instala. Alguns romanos desviam-se dos turistas, incomodados como nos tempos do império perante a turba exótica. Vamos, então, não peças um capuccino, não te entregues...essa é uma bebida matinal. Sejamos romanos.

Roma - José Alves 
Ao longe, escondem-se os monumentos que bem conhecemos, a que retornaremos, porventura. Levaremos o mapa e olharemos, deslumbrados, como todos os outros. Todavia, é aqui que a cidade pulsa, na sua ímpar identidade.

Roma - José Alves


Comamos por aqui, frugalmente, que o excesso sempre acarreta o declínio. Essa foi a lição que aqui temos plasmada em cada pedra. Talvez te conceda um limoncello, talvez ele me seduza, cítrico e doce. E, tu insistirás, como de costume, para adoçar a minha rigidez disciplinada...por isso, te quero.

Roma - José Alves



Ana

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Fé e Esperança

José Alves, Roma/09


O Vaticano é um ovo dentro da Cidade.
Quando chegámos, há mais de vinte anos, éramos meninos ainda. A Civitas tão bela, eterna, plácida para as nossas aventuras de jovens apaixonados...Leves, percorríamos as noites, que nos disseram ser perigosas, com Brigadas Vermelhas pelas esquinas. Eu inquietava-me, mas o teu abraço protegia-me de imperadores do mal e até daqueles que, nos bastidores - dizia-se - ,tinham planeado a morte do Papa que sorria. Lêramos tudo sobre o assunto, com paixão e procura, e riamos do número de liras que o postal de Albino Luciani custara. Ainda o temos.
De fé e esperanças se vestia o nosso futuro de recém casados. Os teus estudos clássicos liam-me cada pedra de Roma e o meu Latim recente e fresco, saído das caves da Clássica, ainda acompanhava os casos. Riamos alto e a nossa luz magnetizou velhas senhoras que nos que nos encheram de simpatia e de mimos.
Apaixonei-me por Roma, apaixonada por ti, eternamente.
Eternamente.




José Alves, Roma/09

A Praça tinha atiradores atrás das colunas. Tive medo. Entrámos e o fascínio, a maravilha, foram arquitectónicos. Revoltei-me. A Pietá impressionou-me no agónico da sua dor, na perfeição das suas formas. Marido, não quero uma religião agónica. O meu catolicismo fica aqui. Hoje!
Talvez por isso eu volte a Roma. Talvez, por isso, volte ... circularmente. Busca incessante do que aqui se foi esvaziando.

Hoje, o Papa já não ri, sorri mansamente, ancião e sábio de filosofias e lógicas que fui lendo sem entusiasmo. O Papa é culto e sabe que, ali, no belo cenário do nosso rectângulo, sob a luz clara, encostado ao cais das Descobertas, ocupa o espaço dos velhos Autos de Fé. O Papa, Bispo Inquisidor, preside ao ritual.
A turba aplaude.
Busca de Fé e de Esperança.
Eternamente.




José Alves, Roma/09


«O papa eleito será traído pelos seus eleitores,
Esta pessoa prudente será reduzida ao silêncio.
Eles o matarão porque ele era muito bondoso,
Atacados pelo medo, eles conduzirão sua morte à noite
Nostradamus, Centúrias, 10, Quadrante 12



Ioannes Paulus PP. I

Albino Luciani

26.VIII.1978
-
28.IX.1978


Ana

domingo, 9 de maio de 2010

TURBULÊNCIA

José Alves, Roma - Basílica de São Pedro

Voam águias sobre a planície.




O Bispo de Roma há-de chegar em breve.

José Alves

Generoso, o Criador entorna cor sobre a planície alentejana.








Turbulências na angular...

sábado, 22 de agosto de 2009

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Roma

Turismo de Italia.org

O Castelo de Santangelo será o cenário do regresso. Aqui regressaremos sempre, filhos do Império, escravos da velha Ibéria...Roma, a eterna civitas, ainda nos acolhe.
Calor e turba. Novas epidemias espreitam. Nós? Mortais, como sempre...


Turismo de Italia.or


Vítor Emanuel II, o aristocrata de Turim, rei da Sardenha e depois de Itália, talvez tenha sonhado com o velho Império, mas os romanos não perdoam e Mariangela, minha amiga de sempre confirma: «Ana, aí estamos de regresso à velha máquina de escrever».
Detenho-me em pormenores:


«Deixa o resto aos deuses»
Qvintvs Horativs Flaccvs, Odes