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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Tertuliano

Tertuliano, frívolo peralta,
Que foi um paspalhão desde fedelho,
Tipo incapaz de ouvir um bom conselho,
Tipo que, morto, não faria falta;

Lá um dia deixou de andar à malta,
E, indo à casa do pai, honrado velho,
A sós na sala, diante de um espelho,
À própria imagem disse em voz bem alta:

- Tertuliano, és um rapaz formoso!
És simpático, és rico, és talentoso!
Que mais no mundo se te faz preciso? -

Penetrando na sala, o pai sisudo,
Que por trás da cortina ouvira tudo,
Severamente respondeu: - Juízo. -


- Artur Azevedo -

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Desejo









Amor cigano, ardente e profano
existindo nas sombras de escassos lugares
fragmentado e perdido por todos os ares
lançados na treva os corações da bruma
resistindo no vento, em suma.

E na manhã seguinte, o lado escarlate
a sensação repentina de trocar vestes ser
mudado.

E tudo estancou. Não mais pude divisar teu corpo
que de mim escapou, esboçando voo para outros lugares.

Transformado o sonho em fracasso,
joguei no abismo a fantasia.
Ceguei meus olhos soltos no espaço
buscando tua imagem que eu não via.

Amor cigano ardente e pagão,
a mim não cabia
porque cigano era o amor
e eu não sabia.

C.K.

sábado, 28 de novembro de 2009

Noturno - Antero de Quental

Vincent Van Gogh - Noite estrelada

Me é agradável saber que Antero de Quental era meu tio-trisavô por parte de mãe e que Eric Maria Remark era meu tio-avô por parte de pai. Só não me é agradável constatar que não herdei deles, o talento para escrever! Isto posto, justifico não colocar nada de minha autoria hoje. Falta total de inspiração! Resolvi recorrer então, a um verso de Antero de Quental, do qual gosto muito:

Noturno


Espírito que passas, quando o vento

adormece no mar e surge a Lua,

filho esquivo da noite que flutua,

tu, só, entendes bem o meu tormento...
Como um canto longínquo - triste e lento -

que voga e sutilmente se insinua,

sobre o meu coração que tumultua,

tu vestes pouco a pouco o esquecimento...
A ti confio o sonho em que me leva

um instinto de luz, rompendo a treva,

buscando entre visões o eterno Bem.
E tu entendes o meu mal sem nome,

a febre de Ideal, que me consome,

tu, só, Gênio da Noite, e mais ninguém.


(ANTERO DE QUENTAL)

domingo, 18 de outubro de 2009

bored beyond belief...


As vezes sinto o tédio de muitas ostras a descascar...tédio que envolve contra o meu prazer.

Eu quero o lado escuro dos lugares e monumentos que empresto ao meu amor...isso me faz viver!

C.K.
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