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sábado, 24 de setembro de 2011

A abertura do dia


Antes que o dia abra as portas
para que as pessoas possam nele entrar,
muito é o trabalho feito a encoberto da noite
no silêncio difuso da madrugada.
Funcionários anónimos e mal remunerados
varrem átrios e corredores
expurgando-os dos despojos do dia anterior,
lavam vidros de montras e janelas
por onde a claridade há de passar,
descarregam das camionetas alugadas
a luz do sol que vem em paletes
e que é preciso montar ainda.
Enceram soalhos e estendem passadeiras
por onde a manhã desfilará,
substituem os sacos nos caixotes
onde iremos deitar o lixo das horas acumuladas
que de nada nos servem;
num tinir frenético de vassouras, rodos e esfregonas
a raspar, polir e esfregar,
numa azáfama que passa despercebida
a quem se levanta e depara com o dia já aberto.

Todo um trabalho de cosmética tem de ser feito
a tempo e horas
com uma precisão de ponteiros
para que o dia possa chegar sem atrasos
à hora a que tem de chegar.


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sábado, 25 de junho de 2011

Ainda agora enjoei o dia


Ladram os cães no quintal
Por entre a algazarra do vento
Nas traseiras esquecidas da manhã
Ralhando à chuva que cai no cimento
Ainda agora rompeu o dia

Ladra o vento que cai nas traseiras
Por entre a algazarra da chuva
No cimento esquecido do quintal
Ralhando aos cães da manhã
Ainda agora latiu o dia

Na algazarra que cai no quintal
Os cães esquecidos do vento
Ralham às traseiras da manhã
Ladrando por entre a chuva no cimento
Ainda agora caiu o dia

Cai a chuva nas traseiras do vento
Esquecida no quintal de cimento
Por entre os cães que ralham
Ladrando à algazarra da manhã
Ainda agora enjoei o dia


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