Marcelo Batalha


Com desejo

Peão... Sossego ? Sem calma : sempre a bola da vez. Chicote no couro, à beira, ao largo - no fio - do rio no frio amargo peneira o ouro. Fracote não tem vez ! Imola sua alma... Pelego ? Peão ! A dama, virtude de amor inconteste, é revolta, chaga, de paixão quase inerte que aguarda, por sorte, que o forte aborte a guarda, liberte o peão, o traga de volta, e reempreste calor e plenitude à cama. E que, então, os dois, em comunhão, rejam os hinos de um ardoroso balanço, arfando, no peito, aquele amar arraigado, procurado, saciado: um uno par satisfeito, quando, no remanso do gozo, como meninos, deixam a obrigação - e a razão - para depois.


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