terça-feira, fevereiro 22, 2011

8. Oito. OITO. O-I-T-O.

E, temos pena, mas é só a melhor filha do mundo e arredores. E é tão, mas tão minha.

Meses sem escrever sobre ela dão-nos o direito de destilar a baba toda de uma só vez. Isso e sermos proprietárias do blogue ;))).

Não fosse o decoro e o direito de reserva da cria e hoje só encheríamos o blogue de fotografias da morena de sorriso luminoso e pestanudo.

Nunca fomos gabarolas nas palavras ditas, nas noites dormidas, nos gatinhanços, nos dentes nascidos (esta é a minha preferida ehehe), nos passinhos caminhados. Tudo isso nos parecia tão natural. Conquistas normais com mais mês menos mês. Normalmente mais mês com ela.

Mas agora não. Tenham paciência. Ide para dentro se preferíreis. Eu agora encho o peito de orgulho e os olhos de água para falar dela. Da pessoa em que ela se está a tornar, da matéria com que se está a moldar. Porque as conquista dela agora são outras. Primeiro são só dela e graças a ela. Depois porque são até muito pouco inatas à espécie, acho.

É tão humilde e ainda assim tão segura que até faz impressão. É tão esforçada e tão trabalhadora que até cansa. É tão corajosa e destemida que até assusta. É tão sensível e perspicaz que até comove. É tão educada e tão meiga que só envaidece.

Tem 8 anos e, sinal dos tempos, 8 professores diferentes e idóneos a (a)testar permanentemente o que acabei de escrever.

E faz de mim tão, mas tão melhor mãe. Lemos diálogos, lengalengas e poesia “a meias”. Fazemos a volta à aldeia em bicicleta. Trocamos bilhetinhos. Suspiramos com as birras da mais nova e com os atrasos do progenitor. Caminhamos pelos pomares com a cadela. Nadamos piscinas. Patinamos de mão dada sendo que ela é que me equilibra a mim. Literalmente e não só. Vemos filmes à lareira enroladas em mantas e na gata. Sonhamos com uma viagem a Londres sozinhas.

É a maternidade na sua verdadeira cumplicidade. Até ver. Aproveitamos até ao tutano.

No outro dia, ao fim de uma dúzia de aulas, (e comunicamos que trocamos definitivamente os sapatos de ballet pelas botas de equitação – escolha dela, ok?) o cavalo dela agitou-se e durante os segundos que ela saltou o chão fugiu-me dos pés. Ela segurou o cavalo, eu abri os olhos e tentei voltar a respirar, a aula continuou normalmente. Eu apanhei o susto da minha vida, mesmo, ela ganhou a recompensa porque suspirava: no final da aula o professor mandou-a passear sozinha fora do picadeiro. Tinha-o merecido. Eu arregalei os olhos, ela olhou para mim tão feliz e tão cheiinha de medo, mas sobretudo tão feliz que nem consegui protestar. Ela seguiu em frente sem pestanejar, eu fiquei colada ao chão até ela voltar. E percebi ali que a nossa vida ia ser feita muito disto mesmo: ela a arriscar e a seguir em frente, eu a sofrer sem poder fazer nada. As duas a vibrar de orgulho ou a lamber feridas consoante o caso.

Com ela já no chão e os corações acelerados encostadinhos disse-me ao ouvido: - tive tanto medo mãe! E depois pensei no que tu me dizes sempre. Para nunca desistir, que eu sou capaz, que eu consigo tudo. E fui.

Mai’ nada.
Não há muito mais que eu lhe possa ensinar de verdadeiramente importante.

Aos 8 anos não quis escolher uma prenda e perguntou só se a íamos surpreender como fizemos ao pai. Gosta de festas, de celebrações e de surpresas.

Eu, confesso, passei-me um bocadinho e tive um gozo do caraças a escolher um cabaz inteirinho: a caixa completa de maquilhagem para a irmã lhe dar (é a cobaia logo precisa de bons produtos), a enciclopédia e mais um kit de lápis de cor para o pai oferecer (a escola é a paixão dela, quem diria há 365 dias atrás? Eu, não!), euzinha uns sapatos hiper femininos que ela andava a namorar (para a compensar que da ultima vez comprou ela uns Fly London nos saldos com o dinheiro que “juntou”, há lá gaja mais gaja?), um mp3 rosa-choque e para equilibrar um livro com tudo sobre cavalos que tanta feminilidade também não.

Subestimei a avó, a sogra, que nunca compra(va) prendas para ninguém, e comprei um perfume por ela. Tss. Tss. Depois de ter dado uma gata à irmã devíamos ter adivinhado que tinha alguma na manga outra vez: saem 4 minúsculos patos para este mini-zoo esta casa.

Para não variar não consegui acordar a tempo de lhe levar o pequeno-almoço à cama. Mas fiz-lhe ovos mexidos como no hotel e escolhi-lhe uma roupa gira a combinar com os sapatos novos. Agora está na escola. Feliz e radiante com o bolo que escolheu, as prendas que embrulhou, os convites que escreveu. Logo deixo jantar piza no sofá, alugo-lhes um filme e faço um balde de pipocas. No Domingo tenho a casa invadida pelas miúdas todas da sala dela (calma, respira, repete, são só sete. Fora os primos e as amigas da irmã).

É tão, mas tão fácil fazê-la feliz. E eu falho-lhe tantas vezes…

Ufa! Tantos caracteres só para dizer que é um prazer imenso ser parte da vida desta miúda.

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sexta-feira, janeiro 07, 2011

pouco MANHE DE MENINAS

(Agora que duas ilustres voltaram, continuamos ;D)

Sabemos que ao fim de 7 anos somos tão ou tão pouco formatadas à cor-de-rosice das filhas quando amanhã vamos levá-las a experimentar ballet e ao contrário de toda e qualquer mãezinha que se preze eu torço para que elas… não gostem! Humpf.

Isto faz de mim má manhe? Não, não faz. Eu vou levá-las, ok? Caramba, eu vou acordar antes das 9 a um sábado, topam? Poucas maiores provas de amor posso dar do que roubar horas matinais ao meu sono. Ainda mais ao fim-de-semana. Mas ballet????

Eu cá tinha muita fé nelas que 7 anos/natais passaram e nem uma barbie temos em casa para amostra.

No outro dia ao ver o brilhozinho nos olhos delas enquanto a da mais velha li-a e interpretava para todos o livro requisitado na biblioteca itinerante o assunto ballet voltou à baila. A última vez tinha sido há um ano e mandei-as pedir à avó que as recambiou logo com um justo não pela distância. Tadinhas. A mim, com o mesmo argumento, nunca me deixaram ir para a ginástica rítmica do FCP (convidaram-me, carago!) e, pior, obrigaram-me, pequenina, a anos e anos de karaté (que btw não me trouxe auto-desfesa como o pretendido mas muita coordenação e ritmo, ele há coisas ;DD).

Que gostavam de experimentar, pediam ambas, e tal e eu a escusar-me com os horários impossíveis à sexta-feira e tal e tal e o pai… tungas… “está bem, eu levo-as”. Tss tss tantos anos disto e ainda não sabe que vai ser tudo cobradinho até à medula. Tss tss. Convencidinho que vão duas vezes e desistem. Tss tss.
De maneiras que é amanhã. Fica o registo. Que os meus pais até hoje fazem-se de desentendidos quando se fala em actividades da minha infância.

Engraçado, a mais velha foi para os cavalos na peugada da mini-mini e acabou profundamente apaixonada. Andam as duas encantadas mas a L. supera-se a cada aula. Parece-me justo que nesta coisa do ballet possa acontecer exactamente o inverso porque até acho mesmo que vai ser a cara (e o corpo todo) da mais nova.

Sempre a crescer, sempre a surpreender. É um prazer participar. Assistir.

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quarta-feira, janeiro 05, 2011

obrigator IeDADES

Ora então, mais uma vez, muito obrigada. Começo ou não começo o ano tão bem mandada? A quem parabenizou e ao gmail porque o avisou. Rimou. Deve ser de andar a ler muita poesia. Querem v(l)er? :PP

Com que então caiu na asneira
De fazer na quinta segunda-feira
Vinte Trinta e seis anos! Que tolo!
Ainda se os desfizesse…
Mas fazê-los não parece
De quem tem muito miolo!

Não sei quem foi que me disse
Que fez a mesma tolice
Aqui o ano passado…
Agora o que vem, aposto,
Como lhe tomou o gosto,
Que faz o mesmo? Coitado!

Não faça tal; porque os anos
Que nos trazem? Desenganos
Que fazem a gente velho:
Faça outra coisa; que em suma
Não fazer coisa nenhuma,
Também lhe não aconselho.

Mas anos, não caia nessa!
Olhe que a gente começa
Às vezes por brincadeira,
Mas depois se se habitua,
Já não tem vontade sua,
E fá-los, queira ou não queira!

João de Deus in Os melhores poemas para crescer*

Eu por mim: tudo bem! Os anos pesam, é verdade. Mais literalmente do que eu gostaria. Mas continuo a mesma miúda de sempre. Não é síndrome de Peter Pan, é mesmo não saber ser um adulto à séria. Não sei, juro. Que continua a não trocar nada por um passeio com a cadela, uma madrugada apaixonada, uns mergulhos sentidos, noitadas de véspera a estudar, uma volta de bicicleta pelo campo, uma manhã bem dormida depois de uma noite dançada.


"Só" tenho agora é sempre duas miúdas entrelaçadas. Acrescentadas. Só.

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terça-feira, abril 27, 2010

cumplic IDADES

quarta-feira, março 24, 2010

escolar IDADES

A fazer o tpc do dia. Escrever 5 frases à escolha.

Sugiro que em vez das frases feitas do tipo “O tio viu o macaco no Zoo” escreva coisas reais, do nosso dia-a-dia.

Faz-me aquele olhar e dispara:

«Oh manhe tens cada uma! Assim a professora ficava a saber tudo sobre a nossa vida, não?!»

:DD

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CÃOplicidades

OU NÃO SEI SE RIA OU SE CHORE

Ontem gastamos mais no veterinário com a Lola do que num ano inteirinho no pediatra com as duas.

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quarta-feira, março 17, 2010

O INVERNO DO NOSSO DES CONTENTAMENTO

Ufa! Acabou.
Por muito que volte a chover, o último fim-de-semana já ninguém nos tira.

A agricultora que entretanto germinou dentro de mim compreende da sua importância, é um facto, mas o ser passeante que já nasceu comigo precisa de sol, muito sol. Mesmo que continuem a estar 2 graus quando saio e chego a casa.

Siga então para Primavera, que queremos passeios de bicla depois da escola, sábados inteiros de tractoragens, domingos de patinagens. Fins-de-semana inteiros em modo pic-nicagem.

Elas já suspiram pelo Verão, pela praia e pelas férias fabulosas do ano passado.

Mal sabem que este ano as granjeamos ainda mais especiais. O nosso, literalmente NOSSO, projecto diz que teve luz verde :D.

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quinta-feira, março 11, 2010

rural IDADES

E aos 4 e 7 anos as miúdas já passam as noites de sábado a abanar o capacete rabo com os amigos. No baile rancho da paróquia.

Na ruralidade não somos nós a escolher as actividades. São elas que nos escolhem a nós.
Sejam as marchas, os teatros ou as danças, valem pelo convívio e pelo desembaraço. Não crescem propriamente no meio da rua (ainda), mas crescem no meio da aldeia.

As manhes das amigas, elas próprias rancheiras (olha, queres ver que a palavra existe mesmo?!), vêm buscá-las e trazê-las a casa. Nós a entrar no convívio é que não ;).

A mais nova ainda fica só a brincar assistir, a mais velha suspira por um par ao nível dela.
Eu faço questão de só a ver em plena actuação, mas pelos zuns-zuns palpita-me que temos foclórica valente em casa ;))).

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