Manual Taxonomia
Manual Taxonomia
CAMPUS PARNAÍBA
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PARNAÍBA/PIAUÍ
2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
CAMPUS PARNAÍBA
CURSO: LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
TAXONOMIA DAS FANERÓGAMAS
PROF(a): Dra. IVANILZA MOREIRA DE ANDRADE
PARNAÍBA/PIAUÍ
2019
SUMÁRIO
1. Introdução....................................................................................................................... 04
2. Taxonomia vegetal......................................................................................................... 05
3. Classificação dos vegetais.............................................................................................. 06
3.1. Histórico dos Sistemas de Classificação.................................................................. 06
3.1.1 Período descritivo ................................................................................................ 08
3.1.2. Período de Sistematização................................................................................... 11
4. Nomenclatura Botânica.................................................................................................. 22
5. Coleta, Herborização e Registro de Material Botânico.................................................. 31
6. Angiospermas ................................................................................................................ 41
7. Evolução e Classificação................................................................................................ 47
8. Chave de Identificação de Famílias (Ver chave de identificação de Sousa) ............... 66
9. Chave para gêneros de algumas famílias estudadas em sala de aula............................. 66
10. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................... 75
Anexos 77
Roteiro para a Diagnose Morfológica iisando a identificação de Angiospermas
1. INTRODUÇÃO
2. TAXONOMIA VEGETAL
A taxonomia vegetal é um dos ramos mais antigos do conhecimento científico. Surgiu
quando o homem despertou para a multiplicidade e a diversidade de seres da natureza, e foi
tomando corpo a medida que se tornava perceptível a importância de determinados tipos de plantas
e a eles se davam nomes particulares, muitas vezes alusivos a certos atributos, facilitando-lhes a
identificação.
A taxonomia vegetal tem objetivos fundamentais relacionados com a diversificação e a
ordenação das plantas.
a. DENOMINAÇÕES
Os estudos relacionados com a diversificação biológica e com a ordenação dos organismos
em categorias hierárquicas têm sido designados com os nomes de Taxonomia e Sistemática.
A palavra taxonomia (do grego taxis – ordem, arranjo, e nomos – lei, norma) encerra um
sentido preciso, em perfeita consonância com a natureza dos estudos abrangidos por este r amo
científico. Por outro lado, sistemática (do grego syn – junto, com, e histamay – colocado) envolve
também um sentido de ordenação.
Segundo Heywood, o termo Sistemática é usado para designar o estudo científico da
diversidade e diferenciação dos organismos e das relações existentes entre eles, emprestando para a
Taxonomia o significado de parte da Sistemática que trata do estudo da classificação, incluindo suas
bases, princípios, procedimentos e regras.
b. IMPORTÂNCIA
A Sistemática Vegetal determina os nomes com que são conhecidas internacionalmente
milhares de espécies vegetais, estudando sua distribuição, indicando suas propriedades, acertando as
relações existentes entre os grupos taxonômicos e os outros pontos de interesse. Sua influência
manifesta-se em todos os ramos da Botânica.
c. OBJETIVOS
A Sistemática Vegetal, nos seus estudos relacionados com a diversificação a ordenação das
plantas, se ocupa com a identificação, classificação e a nomenclatura desses organismos.
a) Classificação – trata de agrupar os vegetais e ordená-los em categorias hierárquicas,
segundo as afinidades naturais ou graus de parentesco.
b) Nomenclatura – relaciona-se com as designações científicas aplicadas às plantas e com os
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termos referidos às categorias ou aos grupos taxonômicos utilizados pela Sistemática Vegetal.
Obedece a um conjunto de princípios, regras e recomendações aprovados em Congressos
Internacionais de Botânica e publicados num texto oficial representado pelo Código Internacional
de Nomenclatura Botânica.
c) Identificação – consiste em fazer a indicação nominativa de qualquer material botânico,
após ser verificada sua equivalência com outro conhecimento e antes previamente denominado.
detinham admirável conhecimento empírico sobre sua flora. Vários desses povos escreve ram
compêndios de plantas medicinais, que eram utilizados como receituário, geração após geração.
Radford (1974) citou um trabalho botânico, produzido antes da era cristã (não datado) de
um escritor chamado Parasara. Trata-se de um livro texto de botânica geral com discussão de
morfologia, classificação e distribuição das espécies. As descrições são apresentadas com tantos
detalhes que o leitor moderno suspeitaria de que o autor teria usado algum tipo de microscópio ou
uma boa lente de mão.
Na idade Média, a Botânica quase não progrediu. A ênfase toda era direcionada as plantas
medicinais, cultivadas especialmente nos mosteiros.
Como visto acima, as primeiras tentativas de classificação estavam frequentemente ligadas
ou uso, hábito e outras características gerais. Através de novas idéias e metodologias, novos
sistemas mais trabalhados foram aparecendo. Diante do exposto, é possível sistematizar o
desenvolvimento histórico da classificação vegetal em dois grandes períodos, o período descritivo e
o período de sistematização.
FASE 2. Os Herbalistas
Surgiram no período da Renascência. A botânica da Idade Média era sinônimo de
herbarismo, ou seja, estudo da planta em relação ao seu valor para o homem, particularmente como
alimentícias e medicinais. O termo “planta” é derivada de herva (herba, em latim).
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Neste período podem ser citados ainda: Otto Brunfels (1530, 1464-1534), Leonard Fuchs
(1542, 1501-1566), Mathias de L’Obel (1570, 1538-1616), John Gerard (1545-1612), Charles
L’Ecluse (1601, 1526-1609).
A maioria dos trabalhos incorporava muito de mito e de superstição visto que se tratava de
uma época em que pensava-se que as plantas tinham sido oferecidas pelo criador ao homem, para
que este aproveitasse suas virtudes.
Herbalistas tornaram-se populares bem após o século XVI. Eles marcaram um importante
estágio de desenvolvimento não somente em Botânica e taxonomia de plantas, mas também em
Medicina e Farmacologia. É interessante notar que nos dias atuais têm-se um grande interesse pelo
ambiente e um desejo em alimentos e medicamentos naturais, com isso um número de cientistas
herbalistas tem se tornado populares pela descrição de espécies de plantas utilizando sistema
vernaculares que possuem valor medicinal e de utilidade doméstica.
Nota: A botânica como ciência médica ou não, era uma disciplina que despertava muito
interesse. Já então, existiam em Portugal botânicos que também se preocupavam com tais temas.
Um deles, era talvez o mais conhecido, foi Garcia da Orta. Este era médico português que estudou
na Espanha. Em 1534 partiu para a Índia e tornou-se um médico importante, estabelecendo-se em
Goa. O seu trabalho que tinha como título em português “Colóquios dos simples e drogas e coisas
medicinais da Índia e de algumas frutas”. Baseado no sistema de classificação de Clusius, descreve
todas as principais plantas de cultivo do Sul da Ásia. Embora direcionasse ao conhecimento das
plantas medicinais, incluiu plantas alimentícias no seu trabalho, tendo se tornado o primeiro autor a
referir frutos como a manga, por exemplo. Como o resultado do seu trabalho, tornou-se um
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especialista em doenças da Índia e a sua descrição da cólera da Ásia tornou-se uma referência
standard. Os seus trabalhos foram os primeiros a serem impressos na Índia.
modernas.
tanto pode ser uma progressão como uma regressão de caracteres e que a evolução não abrange
todos os órgãos ao mesmo tempo, etc.
Este sistema juntamente com o de Harllier (1868-1932), que é semelhante em alguns
aspectos, são classificações filogenética-evolucionária que formam a base dos sistemas modernos
de classificações, tais como, Takhtajan (1987), Cronquist (1981), Sporne (1974) e Dahlgren (1989).
Os sistemas de Tahktajan e Cronquist, embora tenham elucidado alguns pontos
controvertidos, são restritos as plantas superiores.
Hutchinson no seu Families of flowering Plants (1973) e no Genera of floering Plants,
propôs um sistema de classificação semelhante ao de Bessey, mais diferindo em alguns pontos
importantes. Hutchinson considerava que as Angiospérmicas derivava de um hipotético ancestral
designado “proangiospermicas”, as quais seriam plantas de transição entre Angiospérmicas e
Gimnospérmicas. Considerava que o hábito lenhoso e o hábito herbáceo representavam diferentes
vias evolutivas importantes; dividia as angiospérmicas em três grupos: Monocotyledones,
Herbaceae, Dycotyledones e Lignosae Dycotyledones. Propunha, também que as monocotiledôneas
seriam um grupo primitivo com origem nas dicotiledôneas herbáceas. Contudo, embora o seu
trabalho tivesse sido extremamente válido e coerente, a divisão das dicotiledôneas lenhosas e
herbáceas, foi considerada infeliz e pouco natural, por situar famílias aparentadas longe uma das
outras.
Atualmente, os sistemas de classificações do reino vegetal são continuamente modificados à
medida que nova informação é reconhecida. Nos últimos anos, as classificações de plantas tem
evoluído ao beneficiarem da inclusão de dados de áreas recentes como a paleobotânica, a ultra-
estrutura ou a bioquímica. A incorporação e combinação de dados tão diferentes com os dados do
tipo tradicional (morfologia, anatomia comparada, etc.) tem permitido refinar as classificações.
Tahktahan (1910). Apresentou um sistema de classificação baseado em 67 princípios
filéticos e em dados provenientes de todas as áreas disciplinares, classificando as Angiospermas
como divisão Magoliophyta, dividindo-a em duas classes: Magnoliopsida (dicotiledôneas) e
Liliopsida (Monocotilédoneas). Neste sistema as classes se subdividem em dez subclasses (sete
Magoliatae e três Liliatae), 92 ordens e 418 famílias.
Considerou as ordens Magnoliales e Laurales independentes entre si e subordinou a ultima
as Chloranthaceae. Considerou Magnolidae e Ranunculidae duas subclasses distintas.
Arthur Cronquist (1916-1993). O sistema de classificação de Cronquist (1988) foi o
sistema mais utilizado nos últimos anos. Trata-se, na verdade, do sistema de Taktajan aperfeiçoa do
com algumas modificações. Cronquist usou uma gama muito maior de caracteres que os anteriores,
e aproveitou dos rápidos avanços em novas áreas de investigação, como palinologia, fitoquímica e
citologia. Procurou comparar e interpretar estruturas, que considerou primitivas. Cronquist tratou as
Angiospérmicas como divisão Magnoliophyta. Considerou 83 ordens e 383 famílias. Atualmente,
seu trabalho tem importância apenas como referência nomenclatural para os grandes grupos de
Angiospermas, tais como Magnoliideas, rosideas, etc..
Dahlgren. Botânico dinamarquês. O sistema de Dahlgren (1985) é baseado no nível
hierárquico de superordem – nível acima de ordem e abaixo de subclasse. É mais complexo que o
de Cronquist, talvez por isso nunca tenha conseguido maior adesão pela comunidade botânica.
Considerou a classe Magnoliopsida dividida nas clases Magnoliidae (dicotiledôneas) e Liliidae
(monocotilédones). Dividiu as Magnoliopsida em 34 superordens (27 dicotiledôneas e sete
monocotiledôneas) e 96 ordens. O sistema é representado graficamente como uma árvore filética. A
posição relativa das ordens foi determinada pelo maior número de caracteres afins dos seus
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4. NOMENCLATURA BOTÂNICA
a. Códigos de Nomenclatura
Os códigos de nomenclatura são sistemas compostos por regras e recom endações. O
objetivo do Código é promover a estabilidade e a universalidade dos nomes científicos dos animais
e assegurar que cada nome seja único e distinto. Suas disposições são todas subordinadas a esses
fins e nenhuma restringe a liberdade de pensamento ou ação taxonômica.
Códigos de Nomenclatura:
• Código Internacional de Nomenclatura Zoológica – animais e protozoários;
• Código Internacional de Nomenclatura Botânica – plantas superiores, fungos, algas,
cianobactérias;
• Código Internacional de Nomenclatura Bacteriológica – bactérias.
Datas de início para a nomenclatura:
Animais 1 de janeiro de 1758 10ª edição Systema Naturae
Plantas 1 de maio de 1753 1ª edição Species Plantarum
Fungos 1 de maio de 1953 1ª edição Species Plantarum
Bactérias 1 de janeiro de 1980 Lista de Bactérias Skerman et al.
b. Categorias Taxonômicas
Sendo muito elevado o número de plantas, ressalta a vista a necessidade de serem ordenadas
em categorias a que se filiam os grupos taxonômicos. Os termos categoria e táxon, por vezes mal
interpretados, são perfeitamente distintos, embora relacionados.
Categorias sistematizadas – representam níveis hierárquicos segundo critérios adotados nos
diversos sistemas de classificação. Ex. família;
Táxon – corresponde a termos aplicados aos agrupamentos considerados incluídos nessas
categorias. Ex. Araceae;
Categorias Sistematizadas:
Divisão – formada por um conjunto de classes. Geralmente são utilizados caracteres
relacionados com estruturas reprodutivas, morfológicas ou anatômicas. Sufixo phyta. Subdivisão
sufixo phytina.
Classe – conjunto de ordens. Sufixo opsida. Subclasse idae.
Ordem – conjunto de famílias. Sufixo ales. Subordem ineae
Família – conjunto de gêneros. Sufixo aceae + radical do nome de um dos seus gêneros.
Subfamília oideae; Tribo eae; Subtribo inae.
Gênero – categoria formada pela reunião de espécies semelhantes.
Espécies – designada por duas palavras latinas ou latinizadas, correspondendo ao nome
genérico e ao epíteto específico. Ex: Croton sonderianus.
Categorias hierárquicas
Divisão ou Filo -phyta Magnoliophyta
Classe -opsida Magnoliopsida
sub- -idae Asteridae
Ordem -ales Gentianales
Família -aceae Apocynaceae
sub- -oideae Asclepiadoideae
Tribo -eae Asclepiadeae
sub- -inae Asclepiadinae
Gênero Asclepias L.
outras categorias entre gênero e subgênero, secção, subsecção
espécie
Espécie Asclepias curassavica L.
outras categorias infraespecíficas subespécie, variedade,
forma....
e. Tipificação
O processo de indicação ou designação de um tipo nomenclatural, é obrigatório pelo CINB e
aplica-se aos nomes botânicos. Tem a importância de assegurar máxima estabilidade e firmeza a
nomenclatura, compatível com a natureza mutável e dinâmica do sistema taxonômico.
Na tipificação um nome é dado permanentemente ao seu tipo nomenclatural. Assim, o táxon
será definido para incluir o tipo de um nome e, esse nome deve aplicar-se ao táxon.
Caso se queira, mais tarde, substituir o tipo do nome para outro posicionamento taxonômico,
então um nome novo deverá ser aplicado ao táxon que entra na posição do tipo que saiu.
O tipo de um nome é formalmente definido como o elemento sobre o qual está baseada a
descrição que valida a publicação do nome.
O termo “elemento” significa diferentes coisas, de acordo com a categoria do táxon
concernente. O tipo do nome de uma espécie, por exemplo, é em geral uma simples espécie de
herbário, a partir da qual se faz um perfil descritivo que valida o nome.
Quando de um gênero, quem validade o nome do tipo é a espécie descrita originalmente
quando de uma família ou de um táxon de categoria mais alta, quem valida é o gênero descrito
originalmente.
Somente os nomes tem tipos. Os táxons não. Nunca se reporta ao tipo de um táxon e sim o
tipo de um nome específico.
Um tipo é simplesmente um espécime aleatoriamente escolhido para a descrição, validando
a publicação de outros nomes baseados nele.
Quando os espécimes são classificados em espécies, um espécime tipo é tratado como
qualquer outro.
Classes de tipos
Holótipo – o espécime ou outro elemento usado pelo autor ou designado por ele como tipo
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f. Prioridade de Publicação
A nomenclatura de um grupo taxonômico está baseada na prioridade de publicação
(princípio de prioridade, princípio III). A data de 01 de maio de 1753, publicação da obra Species
Plantarum por Linneu é considerada o início para a aceitação como válidas as publicações sobre
nomes de plantas (Spermatophyta e Pteridophyta).
Considera-se uma publicação como válida quando cumpre esses requisitos: (I) ser efetiva,
isto é, com o nome publicado em publicações oficiais de âmbito botânico; (II) cumprir as regras
nomenclaturais específicas de sua categoria taxonômica; (III) constar de uma descrição ou diagnose
em língua latina e outra moderna (inglês); (IV) ter a indicação do tipo nomenclatural (exsicata de
herbário).
g. Conservação de nomes
Cada grupo taxonômico só pode ter um nome correto (associado a um tipo nomenclatural),
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h. Mudança de gênero
Quando uma espécie muda de gênero, o autor do primeiro nome dado a espécie deverá ficar
entre parênteses (autor do basiônimo), seguido do nome do autor, fora do parêntese.
Ex: Tabebuia alba (Cham.) Sadw
Basiônimo: Tecoma alba Cham.(ipê-branco)
Publicação efetiva
A publicação é efetiva somente pela distribuição de matéria impressa (através de venda, permuta
ou doação) ao público em geral ou pelo menos à Instituições Botânicas com bibliotecas geralmente
acessíveis aos botânicos. Não é efetiva pela comunicação de novos nomes em palestras públicas,
pela colocação de nomes em coleções ou jardins abertos ao público, ou pela edição de microfilmes
feitos de textos holográficos ou datilografados, ou todo material não publicado, pela publicação “on
line” ou pela disseminação de matrial distribuível por via eletrônica.
Publicação válida
“De forma a ser validamente publicado, o nome de um táxon deve: ser efetivamente publicado;
ter uma forma que esteja de acordo com as normas estabelecidas no CINB; ser acompanhada por
uma descrição ou diagnose ou pela referência a uma descrição ou diagnose prévia e efetivamente
publicada. Neste Código, a não ser em indicação contrária, a palavra “nome” significa o nome que
tenha sido publicado validamente, sendo ele legítimo (de acordo as recomendações do CINB) ou
ilegítimo (sem obedecer ao CINB).
EXERCÍCIO PROPOSTO
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2. Analise a nomenclatura empregada para as espécies, indicando: gênero, epíteto, autor (es) do
nome (s) e características taxonômicas que o nome está evidenciando.
a. Vulpia ciliata Dumont subsp. Ambigua (Le Gall) Stace & Auquier, comb. et stat. nov.
b. Gaudinia hispanica Stace & Tutin, sp. nov.
c. Ranunculus acris L. comb. nov
d. Cassia conferta Betham var. machrisiana (Cowan) Irwin & Barneby, stat. nov.
e. Cordia hermanniifolia var. calycina Cham.
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3. Das citações abaixo, indique: Autor do nome, autor que validou o nome da espécie e ano da
publicação válida.
4. A espécie Iridophycus splendens Stech et Gardner foi coletada por Gardner 7781 (Registro de
Herbário: UC 539565), sendo posteriormente modificada para:
6. A espécie Melochia cordata Burm. 1768 foi revisada por Borssum em 1966, que chegou a
conclusão de que esta pertencia ao gênero Sida, modificando seu nome. Qual será a atual
nomenclatura desta espécie?
“Panicum maximum Poir. in Lam., Encycl., suppl. 4: 281. 1816. Planta herbácea, estolonífera ......
cariopses amarelo-avermelhados. Material selecionado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Cachoeirinha,
3/II/1999, Mattos 2233 (SP, RB, UEC); São José dos Pinhais, Roseira, 5/XI/1961, Hatschbach 8444
(MBM, US)”.
A espécie Iridophycus splendens Stech & Gardner teve sua nomenclatura modificada por Papenf., o
qual foi responsável pelo seu posicionamento no gênero Iridaea.
“Polygala warmingiana A.W. Benn. ex Martius, Eichler & Urban, Fl. Bras. 13: 6. 1874. Tipo:
Brasil. Minas Gerais, Lagoa Santa. Warming 436. (Lectótipo C)”.
a. Se você fosse citar esta espécie num trabalho científico, de maneira sucinta, como você
escreveria?
b. Caracterize o tipo de exemplar que está depositado no Herbário C.
a. Herbário
Um herbário consiste basicamente de coleções de material botânico provenientes de diversas
regiões geográficas, servindo como documentação e referência de informação botânica para
diversos fins, como: (1) Conservação florística; (2) Monitoramento ambiental; (3) Conhecimento da
flora e seus recursos: alimentação, apicultura, paisagismo, compostos fitoterápicos etc.; (4)
reconstituição palaeo-ecológica de uma região.
b. Coleta e Herborização
Para a obtenção de amostras botânicas é necessário: sacos grandes, tesoura de poda, facão,
podão, prensa (a prensa é formada por duas grades formada de sarrafos de madeira, com 40 cm
compr. e 30 cm larg., acompanhada por papelões de espessura dupla com as m esmas dimensões,
jornais, duas cordas ou cordões grossos ou, cintas com fivelas para amarração), fichas de campo e
caderneta de campo. De um modo geral, só plantas férteis, contendo flores e/ou frutos, devem ser
coletadas. Isto porque estas estruturas são essenciais para a identificação das plantas. Coleta-se
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Herborização
HÁBITO
Erva – É uma planta com caule tenro (não lenhoso), o qual não vive muito mais de um ano em
geral.
Arbustos e árvores são plantas lenhosas com caule e ramos, que vivem vários anos, tornando-se
mais espessado em cada estação, à medida que o câmbio vascular adiciona novas camadas de
xilema e floema
Arbustos – ramificação aparecem ao nível do solo
Árvore – tronco com ramos apenas na parte superior. Formas intermediárias:
o Sub-arbusto – planta geralmente pequena com base levemente lenhosa e resto herbáceo,
pouco ramoso, geralmente vivendo vários anos.
o Arvoreta – uma árvore de baixo porte ou com tronco principal muito curto.
3. PLANTAS AUTOTRÓFICAS
a) Hidrófitas errantes – vivem sobre a superfície da água, não fixas. Ex. aguapé (Eichornia,
Pontederiaceae)
b) Plantas que se auto-sustentam (não se apóiam sobre outras):
✓ Fanerófitas – lenhosas ou herbáceas perenes, com altura superior a 50 cm, cujos ramos não
morrem periodicamente. Ex. a grande maioria das árvores e arbustos.
✓ Caméfitas – lenhosas ou herbáceas perenes, com altura inferior a 50 cm ou quando mais
altas com os ramos morrendo periodicamente. Ex. muitas ervas e subarbustos dos cerrados
e brejos temporários; plantas com estolhos ou ramos prostrados, etc.
✓ Criptófitas – perenes, herbáceas, com a parte principal do sistema caulinar reduzida a
bulbo, cormo, xilopódio ou rizoma e com as gemas abaixo da superfície do solo. Podem -
se distinguir as geófitas (critófitas terrestres), as hidrófitas fixas (plantas aquáticas com
gemas escondidas no fundo da massa líquida ou enterrados no lodo) e as helófitas (plantas
de brejo com gemas enterradas)
✓ Hemicriptófitas – perenes, herbáceas, com redução periódica do sistema caulinar a um
órgão com as gemas a nível da superfície do solo, podendo ser um rizoma ou xilopódio,
por exemplo.
✓ Terófitas – anuais; completam todo seu ciclo de vida dentro de um ano, morrendo após a
frutificação e passando a estação desfavorável sob a forma de semente. Ex. grande número
de plantas invasoras, milho (Zea mays, Gramineae)
c) Plantas que crescem sobre ou apoiadas em outras:
Lianas – plantas que germinam no solo, escalam um suporte, mas mantém sempre o contato
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c. Identificação de Plantas
A identificação de uma planta desconhecida consiste em determinar se é idêntica ou
semelhante a outra planta previamente conhecida. Dispondo de uma planta desconhecida e de um
manual apropriado, ou seja, uma chave de identificação (Modificado de Lawrence (1951).
Inicialmente utiliza-se uma chave para determinar a família a que pertence a planta
desconhecida. Caso a identificação da família seja realizada, faz-se necessário por meio de chaves
de gêneros, ter o mesmo procedimento para a determinação do nome genérico.
Um segundo método de se identificar uma planta desconhecida é o da utilização das últimas
floras de um estado, região ou unidade política mais pequena, que podem possuir chaves e
descrições.
As chaves são esquemas úteis na identificação de uma planta desconhecida. Uma chave é
um esquema ou arranjo analítico artificial, pelo qual é proporcionada uma escolha entre duas
proposições contraditórias, dela resultando a aceitação de uma e a rejeição de outra. Uma chave
pode ser pequena e limitada a um único par de proposições contraditórias (uma copla) ou pode ser
constituída por uma série extensiva de proposições.
O tipo de chaves habitualmente convencional e mais aceitável é o de chaves dicotômicas,
tipo em geral com dois formatos.
Em qualquer chave, cada disposição de uma copla é denominada alternativa ou denteada. Na
maior parte da literatura taxonômica botânica, as alternativas colaterais de uma dada copla estão
dispostas aos pares, sendo cada alternativa reconhecida por uma letra ou algarismo. Cada par
subordinado sucessivo caracteriza-se por apresentar todas as características dos agrupamentos
precedentes.
A segunda disposição de uma chave dicotômica possui as alternativas emparelhadas ou
paralelas. As duas alternativas de cada copla estão sempre juntas.
As vantagens e inconvenientes em cada um destes tipos de chaves dicotômicas. O tipo de
chave denteada tem a vantagem de agrupar os elementos semelhantes de tal maneira que podem ser
apreendidos visualmente como grupos. Contudo, é evidente do exemplo supra que em chaves
extensas daquele tipo há um encurtamento e desvio das linhas para direita, acompanhado da
resultante perda de economia de espaço de página.
No tipo de chave emparelhada ou paralela, perdem-se as vantagens do formato indentado e,
reciprocamente, são eliminadas as desvantagens, visto que no tipo de chaves emparelhadas não há
oportunidade para agrupar, visualmente, conjuntos de alternativas com elementos que possuam um
ou mais caracteres em comum. Neste tipo de formato, contudo, todas as alternativas tem
aproximadamente o mesmo comprimento de linha, produzindo um máximo aproveitamento no
espaço da página. Alguns autores que utilizam o segundo formato não desfazem as coplas
alternantes e, em lugar disso, colocam-nas todas numa margem comum à esquerda da página.
Regras a considerar na elaboração de qualquer chave:
- Assegurar que a chave seja sempre dicotômica.
- Escolher caracteres opostos um ao outro, de modo que as duas alternativas de cada copla
compreendam duas proposições contraditórias, uma das quais servirá a situação e a outra não.
- As frases alternativas devem ser, tanto quanto possível, afirmações positivas, em especial a
alternativa inicial da copla.
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- A palavra inicial de cada alternativa da copla deve ser a mesma. Isto é, se a primeira
alternativa começa pela palavra “flores”, a segunda alternativa da mesma copla também deve
começar por “flores”. Isto facilita a orientação das alternativas de qualquer copla.
- Duas coplas consecutivas não devem começar com a mesma palavra. Esta fonte de
confusão potencial pode ser evitada se a palavra inicial repetida da segunda copla for precedida pelo
artigo definido.
- Evitar o emprego de limites sobrepostos de variação, ou generalidades ao opor as
alternativas de uma copla.
- Utilizar, tanto quanto possível, caracteres morfológicos na separação de grupos (família,
gênero, espécie, etc.). Isto é, evitar a separação com bases em distribuições geográficas disjuntas,
porque nem sempre se pode saber a origem de uma planta desconhecida. Os caracteres citológicos
por si mesmos, ou isoladamente pouco ajudam na identificação de uma planta. Os números
cromossômicos podem ser significativos do ponto de vista biológico, mas não podem ser
determinados num espécime de herbário, não ajudando nada numa chave.
- Nas chaves para identificação de plantas dióicas, é útil fornecer duas chaves à parte, uma
utilizando os caracteres da planta masculina e outra os da feminina.
Passos para construir uma chave:
1. O primeiro passo é elaborar uma matriz de características diferenciais entre as plantas;
2. Determinar os pares de caracteres diferenciais;
3. Elaborar a chave.
Exemplo: Veja a chave indentada e paralela das seguintes plantas: roseira, feijoeiro,
mangueira e bananeira.
Matriz
Características Hábito Folhas Cor da Flor No. de
Plantas cotilédones
Roseira Arbusto Composta 5 folíolos Vermelha 2
Feijoeiro Trepadeira Composta 5 folíolos Lilás 2
Mangueira Árvore Simples Amarela 2
Bananeira Erva Simples Creme 1
Chave indentada
1. Dois Cotilédones
2. Folhas compostas
3. Arbusto com 5 folíolos...................................................................................Roseira
3´. Trepadeira com 3 folíolos...........................................................................Feijoeiro
2´. Folhas simples...............................................................................................Mangueira
1´. Um cotilédone.......................................................................................................Bananeira
Chave paralela
1. Dois Cotilédones.................................................................................................................2
1. Um cotilédone.................................................................. .....................................Bananeira
2. Folhas simples.......................................................................................................Mangueira
2. Folhas compostas..................................................................................................................3
3. Arbusto com 5 folíolos..............................................................................................Roseira
3. Trepadeira com 3 folíolos.........................................................................................Feijoeiro
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6. ANGIOSPERMAS
As angiospermas são plantas que possuem óvulos em carpelos, ou de maneira mais popular,
são as conhecidas plantas com flores. Elas reúnem ca. 250.000 espécies extremamente diversas
morfologicamente, dificultando o estudo comparativo. Ocorrem em todas as regiões do planeta,
principalmente em formações terrestres, e são menos freqüentes nas flores ta de coníferas e nas
tundras. No Brasil são 217 famílias nativas, que correspondem a aproximadamente metade de
Angiospermas reconhecidas por APGII (2003). Além disso, 39 ocorrem apenas em cultivo. As
características que as reúnem não são apenas reprodutivas e nem sempre exclusivas e/ou universais;
convergência com outros grupos que produzem sementes, assim como reversões em grupos mais
derivados de angiospermas, são freqüentes: floema com elementos de tubos crivados e células
companheiras; elementos de vaso no xilema; folhas com venação reticulada; pólen columelado;
óvulos bitegumentados; ovário; redução do gametófito feminino (oito núcleos); redução do
gametófito masculino (três células); endosperma triplóide.
A compreensão sobre a origem e diversificação das angiospermas influencia diretamente os
sistemas de classificação, assim como as hipóteses de evolução dos caracteres. Desta forma, um
ponto essencial para que se possa investigar a origem das angiospermas é que as angiospermas
existam, ou mais fundamentalmente, que elas tenham uma única origem, sejam monofiléticas.
Geralmente, o grande número de sinapomorfias é usado para justificar a origem única das
angiospermas, já que seria mais provável que essas várias similaridades tenham derivado de um
ancestral comum em vez de surgido independentemente em diversos grupos. Essa investigação é
realizada através de registros fósseis e através da morfologia comparada e investigações
filogenéticas, tanto de grupos atuais relacionados evolutivamente, como de grupos f ósseis. Outra
linha de pesquisa com bastante êxito nos últimos anos é a combinação de estudos moleculares e
ontogenéticos de modo a entender a evolução do desenvolvimento e assim reavaliar hipóteses de
homologia.
Uma das abordagens clássicas para se investigar as relações dos grupos que compõem as
angiospermas é procurar características semelhantes em grupos proximamente relacionados
evolutivamente. As características compartilhadas seriam consideradas primitivas e justificadas pela
origem comum. Grupos com grande número de características primitivas seriam então fortes
candidatos para representar os grupos basais de angiospermas. Os grupos mais relacionados com
angiospermas devem ser procurados dentre as demais espermatófitas.
O reconhecimento da importância do embrião na sistemática e a presença de 1 ou 2
cotilédones na semente foi realizado por John Ray (1628-1705). Jussieu dividiu o reino vegetal em
Acotyledoneae, Monocotyledoneae e Dicotyledoneae. A divisão Dicotiledôneas e
Monocotiledôneas estabelecida no século XVII por John Ray não reflete uma classificação
filogenética e por isso se faz inadequada dentro dos princípios modernos de sistemática. No sistema
de Cronquist (1981), a divisão Magnoliophyta (Angiospermae) abrange duas classes,
Magnoliopsida (dicotiledôneas; Dicotiledoneae no sistema de classificação de Engler) e Liliopsida
(monocotiledôneas; Monocotiledoneae, no sistema de classificação de Engler). Essa dicotomia foi
refutada em meados dos anos 90, pois as Análises cladísticas, quer baseadas em morfologia, quer
em dados moleculares, não sustentam, no entanto, esta classificação uma vez que as dicotiledôneas
tem sido interpretadas como um grupo parafilético.
Apesar dos problemas em reconhecer táxons basais de Angiospermas, a distinção entre
Dicotiledônea e Monocotiledônea é ainda muito útil, embora haja muitas exceções e não há nenhum
caráter, dentre os citados abaixo, que possa isoladamente, identificar de forma infalível uma planta
40
7. GRUPOS BASAIS
Utilizando a classificação de APG II (2003) as antigas Magnoliopsidas são todas as
Eudicotiledôneas e mais cinco ordens e oito famílias das Angiospermas Basais. As Angiospermas
Basais formam um grupo parafilético, Amborellaceae, Chloranthales e Ceratophyllales são ordens
monotípicas. Nymphaeales é constituída por duas famílias, ambas representadas no Brasil,
Austrobaileyales inclui quatro famílias.
Amborellaceae é uma família de plantas endêmica da Nova Caledônia. A família consiste
de uma ínica espécie, Amborella trichopoda. O APG II reconhece esta família mas não reconhece a
ordem Amborellaceae devido a incerteza sobre sua relação com a família Nymphaeaceae.
Entretanto, especialistas na família reconhecem a ordem Amborellales. Amborella é considerada
como a linhagem mais basal no clado das Angiospermas, baseada nas regiões de DNA de plastídios
e análises filogenéticas e caracteres estruturais de genes classe B (Soltis, 2005)
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O Amborellaceae são arbustos ou árvores pequenas com folhas sem estípulas. As folhas possuem
margens onduladas. As plantas são dióicas, e as flores são pequenas, em inflorescências cimosas
terminais, com um perianto de sépalas e pétalas indiferenciados organizado em espiral, em lugar de
whorls de angiosperms mais derivado.
Chloranthaceae
Chloranthaceae é uma família pantropical, com quatro gêneros, apenas Hedyosmum (40
spp.) ocorrendo na região Neotropical. As folhas são opostas e serreadas. O ovário é unicarpelar,
uniovular, geralmente superior. O óvulo é pendente, ortótropo, bitegumentado. Em Ascarina e
Hedyosmum as flores são geralmente unissexuais. Em Ascarina (Malásia, Polinésia, Nova
Zelândia), as flores são extremamente simples, as masculinas (em amentilho) possuem apenas um
estame (como em Hedyosmum) e as femininas exclusivamente um carpelo (em Hedyosmum, a flor é
subtendida por uma bráctea e possui um discreto perianto trilobado). Nesses dois gêneros, o
conectivo das anteras é elongado, a quantidade de pólen produzida é grande e o estígma seco e
amplo, sugerindo a polinização pelo vento. Em Sacandra e Chloranthus (ambos do leste Asiático e
Indomalásia), as flores são bissexuais, com um ou três estames (sinângios). Nesses gêneros, pela
mudança de cor durante a maturação da parte reprodutiva e produção de odor, parece que a
polinização é feita por besouros.
A simplicidade contrasta com o arquétipo de flores primitivas, com muitas peças florais.
Alguns autores interpretaram as flores bissexuais de Sacandra e Chlorantus como pseudanto,
formado pela fusão de duas flores unissexuais. A estrutura reprodutiva bastante particular dificulta o
estabelecimento das relações com outros grupo e Chloranthus já foi incluído em Loranthaceae e
Caprifoliaceae, assim como Chloranthaceae nas ordens Piperales, Magnoliales, laurales e
Annonales, até finalmente na década de 80 ser considerada em uma ordem a parte. O pólen
columelado, reticulado, principalmente de Ascarina, muito semelhante aos primeiro grãos de pólen
do registro de angiosperma e a ausência de vasos em Sacandra indicam a antiguidade do grupo.
A família inclui ca. 75 espécies, distribuídas na região tropical e subtropical. No Brasil, ocorre
principalmente H. brasiliense, cuja as folhas são utilizadas em infusão para o tratamento de febres e
reumatismos, como diurético, etc.
Nymphaeaceae
São plantas aquáticas com folhas flutuantes. As flores grandes, bissexuais, com 3-5 (ou
muitas) sépalas e 4 a muitas pétalas, petaloides ou não. São muitos estames laminares, espiralados,
estaminódios geralmente presentes, 3-47 carpelos pós-genitalmente sincárpicos e sem um cômpito
interno, o ovário pode ser súpero ou ínfero. São muitas as peças florais. Victoria, possui órgãos
estéreis entre os estames e os carpelos (interpretados como paracarpelos ou inter-estaminódios) e
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flores termogênicas, com calor gerado nos apêndices dos carpelos. O estilete não é distinto e existe
um corpo de alimento no ápice do estigma. Existe um cômpito extra-ginoecial devido a presença de
secreção. Os óvulos podem ser 3 até mais de 400, crassinucelados, bitegumentados e anátropos
(raramente ortótropos); em Nymphaea a placentação é parietal (laminar).
Ocorrem no mundo todo, Nymphaea (40 spp.) e Victoria (vitória-régia)
toxinas mais específicas. A produção desses compostos surgiu com a redução da cadeia metabólica
que leva ao alcool cinamílico envolvido na produção de lignina e também na produção de taninos
através do ácido cinâmico. A interrupção da cadeia em fenilalanina implicou a diminuição de
lignina e permitiu a diversificação de uma série de compostos químicos. Como alcalóides derivados
de fenilalanina geralmente não retêm terpenóides, esses componentes voláteis passaram a
desempenhar papel importante na atração de polinizadores pelo odor (Gomes & Gottl ieb 1979). Em
Magnoliidae, são comuns os alcalóides benzil-isoquinolínicos. Em Ranunculales e Papaverales, eles
aparecem extremamente diversificados, característica que foi usada para justificar a posição dessas
ordens em Magnoliidae.
Para uma caracterização das angiospermas de acordo com a classificação atual visite o
Angiosperm Phylogeny Website, para descrições de famílias o Advanced Plant Taxonomy e para
figuras de angio e gimnosperms veja o Vascular Plant Family access Page (endereços na minha
página).
SUBCLASSE MAGNOLIIDAE
Embora seja claro que as Magnoliidae reúnem o maior conjunto de caracteres primitivos,
não há um conjunto simples de atributos que possa ser usado para definir a subclasse. Qualquer
caráter que se escolha para definir as Magnoliidae esbarra em uma dificuldade: a de encontrar-se
importantes exceções dentro do grupo, ou seja, sempre haverá famílias numerosas que não
apresentam aquele caráter.
7. EVOLUÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
A ordem basal na subclasse é representada pelas Magnoliales, um conjunto de famílias com
a maior concentração de caracteres primitivos. Aqueles mencionados como raramente encontrados,
só são encontrados nesta ordem.
Células oleíferas, pólen uniaperturado e hábito lenhoso, que parecem ser caracteres básicos
da subclasse, comuns nessa ordem. É muito comum também a presença de flores trímeras. Estas
características são compartilhadas com as Laurales, embora esta última tenha pólen inaperturad o ou
biaperturado, em geral, com flores menores, podendo ser períginas ou epíginas; as flores estão
dispostas em inflorescências.
A ordem Piperales dividem com as Magnoliales a presença de pólen uniaperturado e c élulas
oleíferas. São plantas em geral não lenhosas e com flores anemófilas, extremamente reduzidas e
reunidas em inflorescências em espigas altamente congestas. As ordens Nymphaeales não
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Magnoliaceae (Magnoliales)
Plantas arbóreas, com folhas simples e alternas; estípulas que protegem a gema apical.
Flores isoladas, acíclicas e trímeras. Androceu polistêmone, com estames rudimentares. Gineceu
multicarpelar e apocárpico. e.g.: Magnolia, Michelia, etc.
Annonaceae (Magnoliales)
Plantas arbóreas com folhas simples, alternas, sem estípulas. Flores em inflorescências,
hemicíclicas, trímeras. Androceu polistêmone, estames diferenciados em antera, conectivo e filete,
este com diâmetro grande e carnoso. Gineceu multicarpelar e apocárpico. e.g.: Rollinia, Annona.
MAGNOLIALES. Annonaceae. Annona cherimola. A. Caule, mostrando folhas dísticas. B. Detalhe do caule, com folhas
jovens. C. Flor em detalhe, mostrando perianto não diferenciado. D. Flor, perianto removido. Note androceu com estames
numerosos stamens and apical, apocarpous gynoecium of numerous pistils.
Lauraceae (Laurales)
Plantas arbóreas, com folhas simples, alternas, sem estípulas. Flores pequenas, em
inflorescências, cíclicas, trímeras. Androceu com poucos verticilos de estames altamente
diferenciados, com anteras abrindo-se por valvrs. Gineceu tricarpelar, sincárpico, unilocular, ovário
súpero, com um óvulo de placentação apical. e.g.: Laurus, Persea, Ocotea.
LAURALES. Lauraceae. A. Sassafras albidum. B–D. Laurus nobilis,. B. Ramo. C. Flor mostrando tépalas
e estames D. Antera, mstrando deiscência valvar na base da antera, uma valva por teca . E–I. Persea
americana, Abacate. E. Inflorência . F. Flor. Fonte: SIMPSON, 2006
Nymphaeaceae (Nymphaeales)
Plantas aquáticas. Flores isoladas, grandes, tépalas numerosas. Androceu polistêmone, os
estames mais externos, petalóides. Gineceu sincárpico, ovário súpero ou ínfero, placentação
laminar, muitos óvulos por carpelo. e.g.: Nymphea.
Magnoliaceae
As folhas são espiraladas, com estípulas. Podem ter perianto trímero ou com muitas partes.
Possui 1-222 carpelos, arranjados de maneira espiralada ou irregular, livres mas em alguns casos
unidos pos-genitalmente no fruto ou já na flor. O estigma é uma crista na porção apical do carpelo,
quase seco. Óvulos, geralmente de 2-12 por carpelo, são bitegumentado, anátropos. Em Michelia
são dois óvulos por carpelo e o fruto apresenta os carpelos bem separados, como frutículos.
Ocorre nas Américas e sudeste Asiático até a Malásia, contando com ca. 225 espécies. Talauma é o
único gênero, mas Magnolia e Michelia são utilizadas na urbanização.
Winteraceae
É considerada entre os grupos mais antigas, possui pólen registrado para o Início do
Cretáceo e ausência de vasos. As folhas são espiraladas. Possui 2-4 lobos no cálice e de 2 a muitas
pétalas. São geralmente muitos estames espiralados e o pólen está arranjado em tétrades. Possui de
1 a 50 carpelos, livres ou sincárpicos pós-genitalmente. O estigma é uma crista curta ou longa e o
transmissor de tubos polínicos se estende até a região placental. Os óvulos, 5-60 por carpelos, são
bitegumentados e anátropos. A filotaxia floral é variada (verticilada, irregular ou espiralada),
especialmente o androceu, e o tamanho e número das partes também podem variar
consideravelmente até mesmo em uma mesma espécie.
CANELLALES
Atualmente incluí 4-9 gêneros e 60-100 espécies, geralmente de regiões tropicais montanas.
No Brasil, o único representante é Drymis.
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Lauraceae
Com exceção de Cassytha (parasita), são lenhosas. As flores são bissexuais (raramente
unissexuais), reduzidas, trímeras, poucos verticilos de estames com aberturas valvares e
freqüentemente um par de glândulas basais, estaminódios freqüentes. O gineceu é unicarpelar, com
um óvulo bitegumentado, anátropo, de placentação apical (pendente). O ovário é geralmente
superior, mas está incluído em um receptáculo, raramente ínfero. O estigma é capitado. O pólen é
geralmente inaperturado e esferoidal. A produção de frutos é relativamente pequena, ca. de um a
cada 1000 flores, e a maturação lenta, podendo chegar a mais de um ano. A dispersão é feita
principalmente por pássaros e secundariamente por roedores.
A família é pantropical contando com 2000 espécies e 50 gêneros não muito bem definidos.
Os gêneros mais representativos no Novo Mundo são Ocotea (300-500 spp.) espécies e Nectandra
(114 spp.). São importantes economicamente a canela (cinnamomum), o abacate (Persea
americana). O louro (Lauro), de origem mediterrânea, era usado na coroa de heróis e atletas na
Grécia, tradição que se estendeu até o tempo dos Césares, em Roma.
Monimiaceae
Árvores ou arbustos, com folhas opostas e flores em muitos gêneros unissexuais. O
diocismo parece ter surgido diversas vezes no grupo. Perianto com 4-6 sépalas, mas geralmente
tetrâmero, oito a muitos estames. Os carpelos podem chegar a 2000 (perde para Ranunculaceae que
podem ter até 10.000), verticilados, espiralados ou irregularmente arranjados Eles são livres e
expostos ou podem estar incluídos em uma taça floral (receptáculo), tendo apenas a região receptiva
exposta por um poro estreito, formando assim um hiperestigma. O óvulo 1 a muitos, é anátropo,
bitegumentado (raramente unitegumentado). A família apresenta uma redução do tamanho e dos
números de partes florais, uma reestruturação da disposição espiralada para radial e finalmente
decussada, uma transição de carpelos livres para sincárpicos e ínferos, progressão de monoecia para
dioecia (Santos & Peixoto 2001).
A família compreende 30 gêneros e 400-450 espécies. Ocorrem nas regiões tropicais e
subtropicais do mundo, especialmente do hemisfério sul (SE do Brasil e arquipélago malaio). No
Brasil, ocorrem seis gêneros, destacando-se Mollinedia (ca. 90 que podem ser reduzidas a 20
espécies) e Siparuna (74 espécie, América tropical, parece que o dioicismo surgiu diversas vezes no
grupo). A abrangência da família inclui um grupo polifilético e a separação do grupo de Siparuna
deve ser considerada.
Possui aplicação para extração de óleos aromáticos e o boldo-do-chile é amplamente
empregado no tratamentos hepáticos e anti-inflamatórios.
Piperaceae
As flores são bissexuais. Geralmente dois a três estames, mas até 10, e com geralmente até
quatro carpelos. O carpelo possui apenas um óvulo basal, ereto, ortótropo e bitegmentado (exceção
Peperomia, que é unitegmentado, mas com evidências de redução) e de 1-7 estigmas, sugerindo
uma sincarpia original para os carpelos com mais de um estígma. O óvulo. A polinização é pouco
estudada, mas deve ser realizada principalmente por abelhas, besouros e moscas; em espécies
brasileiras de Piper foi detectada a ambofilia (Figueiredo & Sazima 2000).
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A distribuição é pantropical. No Brasil, estão presentes os dois maiores gêneros, Piper (ca.
1000 spp.) e Peperomia (flores bastante reduzidas, com um ovário e dois estames, subtendidos por
uma brácteas.
Pertencem a esta família algumas plantas utilizadas como medicinais, como a pariparoba ou
caapeba (Piper umbellata) e o falso-jaborandi (Piper spp.), além de plantas condimentares, como a
pimenta-do-reino (Piper nigrum). Algumas espécies de Peperomia são utilizadas como
ornamentais, em canteiros ou em vasos como planta pendente ou ereta, com nome popular igual ao
do gênero.
Aristolochiaceae
São plantas volúveis, lenhosas ou não, raramente eretas, com folhas cordadas e venação
palmatinérvea. Flores hipo ou epígenas, bissexuais, com cálice tubular ampliado e corola reduzida
ou ausente. Possuem 5-12 estames, parcialmente conados, pólen inaperturado (?), 3-6 carpelos,
basal até completamente sincárpico. Em Aristolochia o gineceu é fundido congenitalmente com os
estames, formando um ginostêmio. O estigma é comum a todos os carpelos (cômpito interno); em
alguns casos parece que houve um aumento na quantidade de estígmas, que são mais numerosos
que os carpelos. Pode ter de 2 a150 óvulos por carpelo. Eles são crassinucelados, bitegumentado e
anâtropos. Saruma representa uma ligação interessante entre Aristolochiales e as demais
Magnoliidae, graças ao pólen monossulcado e gineceu multicarpelar, apocárpico, unidos apenas na
base, mesmo o ácido aristolóquico parece derivar de alcalóides aporfínicos característicos da
subclasse. Conta com ca. 410 espécies
Annonaceae
As flores são geralmente trímeras, com diferenciação entre cálice e corola. Pólen
inaperturado, em tétrades. Possui de 1-400 carpelos, geralmente livres e arranjados de maneira
verticilar ou irregular. O estigma é papilar e bastante secretor, a secreção forma uma camada
naqueles gêneros com numerosos carpelos. Essa camada secretora se estende até a placenta, e
envolta dos funículos dos óvulos. São de 1-30 óvulos bi(tri)tegmentados e anátropos por carpelo.
Uma das maiores famílias de Magnoliidae com ca. 128 gêneros e 2300 espécies, de
distribuição pantropical. No Brasil, são relacionados 26 gêneros (seis endêmicos) e 260 espécies
(Maas et al. 2002), destacando-se Guateria com 250 espécies e Annona (graviola e fruta-do-conde).
São geralmente espécies florestais, mas também podem ocorrer em áreas abertas.
Myristicaceae
Facilmente reconhecida pela produção de exudado avermelhado. As folhas são espiraladas,
as flores monoclâmideas com arranjo do perianto verticilado, geralmente trímero. Apenas um
carpelo uniovulado, completamente ou quase plicado, o óvulo é anátropo, sub-basal. O estígma é
unicelular, papilado, bastante secretor.
Inclui 300-475 espécies e tem distribuição pantropical. No Brasil, destaca-se a Virola,
utilizada por índios como alucinógeno em rituais religiosos.
ORDEM CARYOPHYLLALES
Constituem um grupo relativamente bem representado no Brasil. Das 29 famílias que
compõem a ordem 14 possuem espécies nativas. Além disso, Nepenthaceae, que é constituída por
um único gênero, Nepenthes, é cultivada devido ao fato das espécies serem carnívoras.
Tamaricaceae possui representantes cultivados no Sul do Brasil, além de uma espécie
subespontânea no Rio Grande do Sul: Tamarix gallica.
O conceito atual de Caryophyllales inclui, além das famílias tradicionalmente reconhecidas
na ordem, outras comumente incluídas em outras ordens de Caryophyllidae: Poligonaceae
(Poligonales) e Plumbaginaceae (Plumbaginales), Dilleniidae: Droseraceae e Nepenthaceae e
Rosidae: Rhabdodendrceae.
Nas Caryophyllales destacam-se, entre as características mais marcantes, o fato de serem
geralmente plantas herbáceas ou, quando lenhosas, geralmente possuírem crescimento anômalo, as
folhas serem comumente carnosas e as flores possuírem verticilos (brácteas, cálice e corola) que
frequentemente confundem-se entre si, como em Mirabilis (Nyctaginaceae) e nas Portulacaceae que
possuem brácteas muito semelhantes a um cálice, sendo as sépalas petalóides.
São plantas predominantemente herbáceas com flores monoclamídeas. É provável que o
ancestral possuía flores apétalas ou dotadas de corola muito reduzida. Ainda hoje são comuns
representantes com flores pequenas, inconspícuas, com pétalas inaparentes ou ausentes. Em várias
famílias a evolução de mecanismos que atuam na atração de polinizadores selecionou diferentes
linhagens: nas Nyctaginaceae, por exemplo, as flores são monoclamídes, mas o cálice forma um
tubo vistoso e as brácteas na base das flores podem ser grandes e coloridas; nas Cactaceae e
Aizoaceae, as numerosas e vistosas peças do perigônio resultam da modificações de estames.
Um grande número de plantas deste grupo apresenta evidentes adaptações a ambientes com
baixa disponibilidade hídrica, como regiões áridas e halofíticas. Assim, o hábito suculento (caule e
folhas carnosas) é frequentemente observado, como é o caso típico das cactáceas. Outras adaptações
a ambiente seco são os mecanismos C4 e CAM de fixação de gás carbônico na fotossíntese.
As betalaínas, substâncias típicas e exclusivas da ordem, são pigmentos nitrogenados
existentes nos vacúolos celulares, que substituem as antocianinas, pigmentos não nitrogenados
presentes em todos os demais grupos de angiospermas.
Cactaceae
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Família neotropical de plantas geralmente afilas, com cladódios muito carnosos e folhas
modificadas em espinhos. Estes nascem de auréolas, que são depressões no cladódio onde se
localizam as gemas. As flores são grandes, isoladas, com numerosas tépalas vistosas,
provavelmente originadas por modificações dos estames. Estes são também numerosos. O ovário é
ínfero, unilocular, com muitos óvulos. Ex. Opuntia (palma); Cereus (mandacaru); Pilosecereus
(xique-xique).
CACTACEAE. A,B. Pereskioideae, Folhas fotossintéticas. A. Pereskia grandiflora. B. Quiabentia zehntneri. C. Cactoideae,
Caule com flhas em forma de espinho D,E. Opuntioideae, glochidia. D. massa de glochidia. E. glochidium simples F.
Mammillaria dioica, com espinhos uncinados. Fonte: SIMPSON, 2006
ORDEM SAXIFRAGALES
É uma ordem pouco representada no Brasil. Das 10 famílias que têm sido consideradas,
apenas Crassulaceae e Haloragacee ocorrem no Brasil, com poucas espécies nativas. Família s
cultivadas: Altingiaceae, Grossulariaceae, Saxifragaceae, etc. A circunscrição de Saxifragaceae foi
alvo de divergências entre os taxonomistas tradicionais, havendo diversas propostas de subdivisão
da família. Os estudos de filogenia revelaram que Saxifragaceae sensu lato não é um grupo
monofilético.
SANTALALES
As Santalales são relativamente bem representadas no Brasil. Das cinco famílias que
compõem a ordem, apenas Misodendraceae, nativa principalmente da região Andina, não ocorre no
Brasil. O conceito tradicional de Santalales se alterou pouco com os recentes trabalhos em filogenia,
com exceção da exclusão de Balanophoraceae, que é considerada uma família de posição incerta. A
maioria das Santalales são hemiparasitas, embora este aspecto ainda não esteja suficientemente
estudado em algumas famílias que compõem a ordem, talvez devido ao fato de que determinadas
famílias são predominantemente arbóreas, não havendo indícios externos evidentes desta forma de
vida.
ROSÍDEAS
Myrtaceae
Folhas opostas, com pontuações translúcidas, flores actinomorfas, androceu polistêmone,
ovário ínfero/disco receptacular conspícuo. Fruto baga ou cápsula. Psidium Goiaba, jambo –
Syzygium jambos.
MYRTACEAE. A. Actinodium cunninghamii, tendo um capitulo se assemelhando aquela das Asteraceae.B,C. Callistemon citrinus. B. cápsu la s
e espigas, com crescimetno vegetative apical. C. Detalhe da flor mostrando periando reduzido e numerosos estames. D. Calothamnus
sanguineus, com estames conados zigomórficos. E. Darwinia fascicularis, apresentando cabeça e estiletes alongados. F. Eucalyptus obtu si o ra ,
mostrando cá psulas. G. Eucalyptus torquata.. H,I. Eucalyptus sideroxylon. H. Flor em secção longitudinal, mostrando ovário ínfero e hipanto. I.
Estilete e estigma . J. ovário em secção, mostrando placentação axilar. Fonte: SIMPSON, 2006
Eurosideas I
- clado sustentado por dados moleculares
- flores diclamídeas de pétalas livres, mono ou aclamídeas.
7 ordens: Celastrales, Malpighiales, Oxalidales, Fabales, Rosales, Cucurbitales e Fagales.
ORDEM MALPIGHIALES
É a maior de Rosídeas, incluindo 31 famílias, das quais 22 ocorrem em estado nativo no
Brasil. Os recentes estudos em filogenia evidenciaram que este grupo somente seria monofilético
com esta composição, que inclui famílias reconhecidas em diferentes grupos por Cronquist (1988) e
outros autores. A maior parte das Malpighiales, ´3 composta por famílias provenientes de parte das
ordens Violales e Theales (subclasse Dilleniidae de Cronquist), além de mais alguns elementos
reconmhecidos em outros grupos em Rosidae, como Euphorbiaceae, Chrysobalanaceae e
Rhizophoraceae. Algumas famílias: Turneraceae, Pasifloraceae, Erythoxylaceae, Rhizophoracae,
Clusiaceae,, Podostemaceae, Malpihiaceae, Ochnaceae, Euphorbiaceae, Chrysobalanaceae,
Trigoniaceae e Caryocaraceae.
Família Malpighiaceae
Família pantropical, 66 gêneros e 1.200 espécies. Árvores, arbustos, lianas ou ervas perenes;
folhas opostas, inteiras com estípulas intra-peciolares; flores diclamídeas, pentâmeras, 1 pétala
ligeiramente maior que as outras e sépalas com uma ou duas glândulas produtoras de óleo -
elaióferos); estames 10, gineceu tricarpelar,ovário súpero, 3-locular, 1 óvulo por lóculo; fruto
esquizocarpo drupa ou sâmara.
Euphorbiaceae
É representada por 307 gêneros e 6.900 espécies. Ampla distribuição, especialmente na
América do Sul. Árvores, arbustos, ervas ou trepadeiras, as vezes suculentas ou cactiformes, canais
laticíferos produtores de látex, geralmente urticantes ou venenosas. Folhas geralmente alternas,
simples, as vezes palmatilobadas ou compostas; estípulas geralmente presentes; flores diclinas
(plantas monóicas ou dióicas), monoclamídeas ou aclamídeas raro diclamídeas) reunidas em ciátios
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ou em racemos (flores femininas embaixo e masculinas em cima), 0-6 pétalas, e 3-6 sépalas,
estames 1-vários, gineceu 3-carpelos, ovário súpero, 3-lóculos, 1 ou 2 óvulos por lóculo, disco
nectarífero presente, fruto cápsula tricoca ou às vezes baga, drupa ou sâmara. Manihot (mandioca);
Ricinus (mamona)
EUPHORBIACEAE A.
Chamaesyce maculata, detalhes da s
folhas B. Euphorbia ingens, caule
da planta suculenta . C. Euphorbia
baioensis, mostrando estípulas. D.
Euphorbia obesa. E. Euphorbia
milii, E. ramos aereos da plata . F.
Detalhe das bracteas.G,H.
Euphorbia grandicornis. G.
ORDEM OXALIDALES – 4 famílias, Oxalidaceae . H. Cyathia. Fonte: SIMPSON,
ORDEM CUCURBITALES – 3 famílias, Anisophylleaceae,2006 Cucurbitaceae eBegoniaceae.
Cucurbitaceae
Plantas herbáceas trepadeiras ou rastejantes com gavinhas, folhas alternas simples ou
palmatilobadas; sem estípulas, flores diclinas (dióicas, raramente monóicas) com um hipanto.
Pentâmeras. Gineceu 3-carpelos, ovário ínfero ou semi-ínfero, muitos óvulos por placenta, fruto
baga (pepônio) ou uma cápsula seca ou carnosa. Cucúrbita (abóbora), Sechium (chuchu), cucumis
(pepino, melão)
ORDEM FABALES
As fabales representam um grupo monofilético sustentado pelos dados moleculares (rbcl),
sendo prováveis sinapomorfias morfológicas as pontuações guarnecidas (tipo especial de pontoação
dos elementos do xilema), as placas de perfuração simples nos elementos de vasos, e o embrião
grande e verde.
Apresenta como Família mais importante e/ou representativa a Família Fabaceae.
Fabaceae ou leguminosae (18.000 espécies)
É a maior família das Angiospermas, depois das Asteraceae (Compositae) e das
Orchidaceae. Basicamente são eudicotiledôneas com folhas compostas, estipuladas, dotadas de um
só carpelo (gineceu apocárpico, súpero). O tipo de fruto mais comum é o legume (fruto unicarpelar
abrindo-se em duas valvas), mas também ocorrem sâmaras , drupas e lomentos. Na base das folhas
e folíolos existem pulvinos, que podem permitir movimentos dessas estruturas. Nódulos radiculares
com bactérias nitrificantes (Rhizobium) são freqüentes na maioria das espécies, e tal associação
simbiôntica possibilita a instalação em solos pobres em nitrogênio.
Três grandes subfamílias são facilmente distintas da seguinte maneira:
fornecem madeira de importância econômica, muitas têm emprego ornamental, outras produzem
resina (copaifera).
uma planta rústica, de rápido crescimento e frutos comestíveis, sendo seu cultivo crescente no
Brasil.
ORDEM MALVALES
É um grupo relativamente bem representado no Brasil. 9 famílias das quais 4 ocorrem no
Brasil. Compartilham os seguintes atributos: sépalas valvares, união dos estames (monadelfia ou
poliadelfia), estípulas presentes, células ou cavidades mucilainosas, glândulas nectaríferas na forma
de tricomas multicelulares, geralmente localizadas na base das sépalas. Ácidos graxos
ciclopropenílcos (exclusivos da ordem). As Malvaceae englobaram as Bombacaceae, Sterculiaceae,
Tiliaceae. Bixaceae inclui as Cochlospermaceae.
Malvaceae
Podem ser desde ervas ou arbustos até grandes árvores. As folhas são simples ou compostas
digitadas. As flores são monoclinas, com pétalas livres e vistosas, ovário súpero multilocular e
numerosos estames monadelfos (formam um tubo pela união de seus filetes), anteras bitecas ou
monotecas. Fruto cápsula esquisocarpo. Gossipium (algodão), Hibiscus (quiabo)
ORDEM SAPINDALES
É um grupo bem representado no Brasil e corresponde a um dos principais componentes da
nossa flora. nove famílias, seis ocorrem no Brasil. Rutaceae, Meliaceae, Simaroubaceae,
Anacardiaceae Sapindaceae, Burseraceae.
EUDICOTILEDÔNEAS ASTERÍDEAS
As diversas ordens deste clado possuem corolas gamopétalas, caráter plesiomórfico que por si
só já denota o grau de avanço evolutivo. Coincidentemente não vão ser encontrados representantes
dessas ordens características arcaicas como estames e pistilos numerosos e espiralados, apocarpia,
nem pólen uniaperturado. Ao contrário, temos aqui a fixação de organização floral em ciclos bem
definidos e tipicamente com número reduzido de elementos, frequentemente com vários graus de
união entre peças de um mesmo ciclo e de ciclos adjacentes. Assim predominam nos grupos
consistentemente flores gamopétalas com androceu isostêmones ou oligostêmone, mais raramente
polistêmone, estames muitas vezes unidos à corola, gineceu sincárpico constituído de poucos
carpelos e aparece ainda a zigomorfia em muitas famílias, associadas a mecanismos de polinização
especializados. Um disco nectarífero está geralmente presente em torno do ovário. Quimicamente,
há freqüente ocorrência de iridóides ou de várias classes de alcalóides, acetilenos e lactonas
sesquiterpênicas que são repelentes de herbívoros, estando ausentes aqui os taninos e os alcalóides
benzi-isoquinolínicos que eram as defesas químicas principais de vários dos grupos anteriormente
estudados.
55
Rubiaceae
Ervas até árvores, tropical, mas com folhas opostas (ou verticiladas), com estípulas
inerpeciolares. Flores actinomorfas com estames isômeros aos lobos d corola e alternos a eles.
Ovário ínfero, 2-lóculos. Produzem iridóides. Coffea (café) Ixora.
Apocynaceae
Árvores, arbustos, lianas, trepadeiras ou ervas. Látex geralmente leitoso, folhas opostas, as
vezes alternas ou verticiladas, estipulas reduzidas ou ausentes, flores bissexuais, pentâmeras,
formando um tubo, carpelos 2 apocárpicos. Estilete capitado. Allanda e Mandevilla.
Solanaceae
Ervas a ároves com óvulos numerosos, sem látex e com alcalóides (nicotina, tropano e
esteróides) que podem ser mujito tóxicos. Ex. Solanum (batatinha), Nicotiana (tabaco).
Convolvulaceae
Lianas volúveis com látex e apenas 2 óvulos por lóculo, a corola caracteristicamente com
estrias evidentes no centro de cada pétala. Ex. Ipomoea (batata-doce, bom-dia)
que só se expande após a passagem pelo tubo de anteras. O gineceu é bicarpelar, o ovário
unilocular, com um óvulo de placentação basal.
As flores podem ser basicamente tubulosas e liguladas, as primeiras geralmente monoclinas
e as últimas em geral pistiladas ou neutras (i. e. estéreis). Os capítulos podem ser:
b) Radiados – com flores tubulosas centralmente (no disco) e flores liguladas na
periferia (no raio). Ex. Helianthus
c) Discóides – com flores exclusivamente tubulosas Ex. Vernonia
d) Ligulados - formando flores exclusivamente liguladas, todas elas monoclinas. Ex.
Dahlia (dália)
Assim como acontece nas Caryophyllales, o pólen das Asteraceae é tricelular no momento
da sua liberação das anteras, enquanto a vasta maioria das angiospermas têm pólen bicelular.
Outra característica marcante é a presença de inulina como carboidrato de reserva (em lugar
do amido)
Segundo autores como Cronquist (1988), a química seria mais importante que a morfologia
e biologia especializada para explicar o grande sucesso evolutivo da Asteraceae. Caracteres
morfológicos, como a inflorescência em capítulo, o mecanismo de apresentação do pólen e o hábito
herbáceo, são compartilhados pelas Asteraceae e Clyceraceae, sem que estas última tenham
usufruído o enorme sucesso biológico das primeiras (conhecem apenas 60 espécies de
Calyceraceae). Por outro lado, o conjunto de armas químicas introduzido pelas compositae
(lactonas, sesquiterpenicas, acetilenos canais laticíferos alem de certas clases muito eficientes de
alcalóides), surgiram no curso da evolução desta família numa época em que os iridóides (tão
comuns nos grupos gamopétalos precedentes) já tinham perdido muito de sua eficácia, em virtude
de co-adaptações desenvolvidas por herbívoros.
EXERCÍCIOS
EVOLUÇÃO DE SPERMATOPHYTA
A família Nymphaeaceae Benth et Hook tem cerca de 4 gêneros, dos quais no Brasil,
ocorrem seis espécies do gênero Nymphaea e dois do gênero Victoria.
Podemos distinguir os dois gêneros de Nymphaeaceae, com espécies brasileiras, pelos
seguintes caracteres:
1. Plantas com acúleos ................................................. ..........................................Victoria Lindl.
1'. Plantas sem acúleos.................................................................................Nymphaea (Tourn.) L.
Família Lauraceae
Com 47 gêneros e cerca de 1.900 espécies tropicais e subtropicais. No Brasil, a família é
representada por 19 gêneros e, mais ou menos, 390 espécies.
Podemos distinguir os gêneros brasileiros e os cultivados entre nós pelos seguintes
caracteres:
1. Trepadeiras parasitas, com caule filiforme, áfilas; anteras bilocelares ........ Cassytha L.
1'. Árvores ou arbustos com folhas alternas ou subopostas
2. Flores solitárias ou umbeladas, incluídas em um invólucro de brácteas
3. Anteras com 4 locelos ......................................................................... Litsea Lam.
3'. Anteras com 2 locelos............................................................................ Laurus L.
2'. Inflorescências não incluídas em invólucros de brácteas
4. Anteras bilocelares
5. Flores unissexuadas, dióicas
6. Inflorescência masculina ampla, laxa e a feminina espiciforme, densa, mais
ou menos interrompida......................................................Endlicheria Ness.
6'. Inflorescência masculina e feminina iguais entre si ................... Aniba Aubl.
5'. Flores bissexuadas
7. Flor com 9 estames férteis
8. Todos os estames com filetes biglandulosos .......... Urbanodendron Mez.
8'. Somente os estames da terceira série com glândulas
9. Estames da terceira série com filetes concrescidos em tubo
...................................................................... Systemonodaphne Mez.
9'. Estames da terceira série livres entre si
10. Estames da terceira série biglandulosos na base; estaminódios da
quarta série ovóides ou cordados ou sagitados
11. Estaminódios acuminados, foliáceos; fruto coberto
inteiramente pelo tubo do cálice............Cryptocarya R. Br.
11'. Sem o conjunto de caracteres .............. Beilschmiedia Ness.
10'. Todos os estames sem glândulas; estaminódios da quarta série
pequenos ou ausentes ............................................... Aniba Aubl.
60
Família Annonaceae
Compreende cerca de 120 gêneros, que englobam 1.100 espécies em média. Desses gêneros,
36 são americanos, ocorrendo dois deles também na África (Annona e Xylopia) e um também na
Ásia (Annaxagorea). No Brasil, estão registrados 29 gêneros, compreendendo cerca de 260
61
espécies.
A família Annonaceae divide-se em três tribos:
1. Pétalas 6, raramente mais de 6, bisseriadas (pelo menos a de uma série); indumento, quando
presente, constituídos de pêlos ramificados ou escamas .......................................1.Uvarieae
1'. Pétalas 6, raramente menos (3-4), de bi a unissexuadas, valvares
2. As três pétalas externas mais estreitas que as três internas e mal distintas das sépalas
............................................................................................................... 2. Miliuseae
2'. Pétalas externas tão grandes, ou maiores, que as internas e bem distintas das sépalas
(às vezes, por uma redução, só há três pétalas unisserriadas) ................. 3. Unoneae
Tribo Unoneae
1. Carpídios unidos em massa carnosa, formando um fruto estrobiliforme
2. Pétalas livres entre si, sem apêndices ......................................................... Annona L.
2'. Pétalas concrescidas na base, com apêndices dorsais ....................... Rollinia St. Hil.
1'. Carpídios livres entre si, raramente, reduzidos a um
3. Conectivo truncado e expandido sobre os lóculos da antera
4. Mais de 2 óvulos em cada carpelo
5. Anteras com locelos transversais
6. Receptáculo expandido abaixo das sépalas; flores solitárias, supra-axilares;
folhas com pontuações translúcidas ........................ Cardiopetalum Schelh
6'. Receptáculo não expandido abaixo das sépalas; flores solitárias ou
fasciculadas, axilares; folhas sem pontuações translúcidas ....... Xylopia L.
4'. Até 2 óvulos em cada carpelo
7. Carpídios comprimidos lateralmente, com pericarpo espessado,
resinoso ......................................................................... Guateriella R. E. Fries
7'. Sem o conjunto de caracteres
8. Carpídios sésseis; semente horizontal ....................... Unonopsis R. E. Fries
8'. Carpídios estipitados; semente ereta .................... Guateriopsis R. E. Fries
3'. Conectivo não truncado, nem expandido sobre os lóculos da antera
9. Carpídios foliculares com estípite espessada ............................ Anaxgorea St. Hil.
9'. Carpídios indeiscentes
10. Pétalas mais ou menos iguais entre si
11. Pétalas com apículo infletido ........................Onychopetalum R. E. Fries
11'. Pétalas não apiculadas
12. Flores dispostas em ramos afilos
13. Botões florais globosos; anteras não loceladas; carpídios
globosos...............................................Bocageopsis R. E. Fries
13'. Botões florais linear-lanceolados; anteras loceladas; carpídios
lineares ........................................................ Hornshuchis Nees
12'. Flores supra-axilares, dispostas em ramos folhosos ..............................
......................................................................................Bocagea St. Hil.
10'. Pétalas desiguais entre si .................................................... Rolliniopsis Saff.
Família Piperaceae
A família Piperaceae tem cerca de 10 a 12 gêneros e 1.400 espécies distribuídas em todas as
regiões do Brasil. No Brasil, está representada por cinco gêneros e um total aproximado de 460
62
espécies.
Família Nyctaginaceae
A família Nyctaginaceae Lindl. consta de cerca de 30 gêneros e mais ou menos 300 espécies
tropicais principalmente da América. No Brasil, ocorrem 10 gêneros, com a média de 70 espécies,
amplamente distribuídas.
Os gêneros podem ser reconhecidos pelos seguintes caracteres:
1. Flores com perigônio tubuloso, cercado por um invólucro caliciforme de brácteas; fruto
envolvido por um antocarpo rugoso, costado ou liso. Indumento de pêlos simples, ou plantas
glabas
2. Flores andrógenas
3. Invólucro constituído por 3 brácteas grandes, coloridas, petalóides; flores 3 em cada
invólucro; estilete plumoso; folhas alternas ....................... Bougainviillea Commers
3'. Invólucro gamófilo, encerrando uma só flor; estilete de ápice globoso ou discóide.
Folhas opostas
4. Flores com menos de um centímetro de comprimento. Fruto oboval. Plantas
geralmente com ramos difusos......................................................... Boerhavia L.
4'. Flores com mais de um centímetro de comprimento. Fruto globoso. Planta
ereta ................................................................................................... Mirabilis L.
2'. Flores unissexuadas
5. Estames inclusos no tubo do perigônio; flores femininas com ovário séssil e sem
estaminódios.................................................................................. Neea Ruiz et Pav.
5'. Sem o conjunto de caracteres
6. Flor feminina com um estaminódio; antocarpo coriáceo, costado, com glândulas
estipitadas; bractéolas não dispostas logo abaixo do cálice ................Pisonia L.
6'. Flor feminina com mais de um estaminódio, com anteras atrofiadas; antocarpo
carnoso, sem glândulas estipitadas bractéolas dispostas na base do cálice ..............
.......................................................................................................Guapira Aubl.
1'. Flores sem invólucro de brácteas; fruto com cálice persistente e aumentado. Indumento de
pêlos ramificados ou escamosos
7. Estames de 10-20, com filetes filiformes, mais ou menos longos e anteras linear-
oblongas, rimosas; perigônio com 3 segmentos livres ou quase livres entre si; estilete
com a região estigmatífera decorrente ............................................... Andradaea Fr. All.
7'. Estames de 2-3, sésseis ou quase sésseis; perigônio com 4-5 segmentos
8. Cálice tubuloso, de 4-5 denteado, com filetes filiformes e anteras oblongas ............
.................................................................................................... Reichenbachia Spr.
63
8'. Cálice lobado ou infundibuliforme; estame sésseis ou com filetes crassos, cilíndricos
9. Cálice profundamente 4-lobado, com tubo costado; segmentos do cálice eretos,
tornando-se mais ou menos patentes na frutificação; antera com conectivo muito espessado e filete
crasso.......................................................................................................................... Ramizia Baill.
9'. Cálice infundibuliforme, com limbo 5-denteado; anteras sésseis, crassas, com
poros apicais, largos ................................................................ Leucaster Choisy
Família Turneraceae
É representada por cerca de 9 gêneros e cerca de 90 espécies, principalmente, da América
tropical ocorrendo poucas na África e na Ásia. Na flora do Brasil, são encontradas,
aproximadamente, 59 espécies subordinadas a dois gêneros.
Podemos distinguir os gêneros pelos seguintes caracteres:
1.Flores com corola abaixo da fauce do caule ou abaixo das sépalas. Pedicelo não
concrescido com o pecíolo. Folhas sem estípulas ........................................Periqueta Aubl.
1'. Flor sem corona. Pedicelo, via de regra, concrescido com o pecíolo. Folhas estipuladas
.................................................................................................................................... Turnera L.
Família Passifloraceae
Compreende cerca de 23 gêneros e 600 espécies americanas e africanas. No Brasil, ocorrem
4 gêneros, com cerca de 83 espécies, maioria subordinada ao gênero Passiflora.
Podemos distinguir os gêneros pelos seguintes caracteres:
1.Árvores pequenas, ou arbustos. Estames de 8-10 ...................................... Mitostemma Mast.
1'. Trepadeiras com gavinhas. Estames de 4-8
2. Estames 8, não presos ao ginóforo .............................................................. Dilkea Mast.
2'. Estames de 4-5, unidos prcialmente ao ginóforo
3. Estiletes 3. Flores solitárias ou dispostas em racemos curtos ............... Passiflora L.
3'. Estiletes 4. Flores solitárias ou dispostas em racemos muito longos, pêndulos .........
.........................................................................................................Tetrastyslis B. Rodr.
Família Cucurbitaceae
A família Curcubitaceae Juss. tem cerca de 1.280 espécies subordinadas a um número
aproximado de 126 gêneros, ocorrentes, principalmente, nas regiões tropicais.
No Brasil estão representados por 30 gêneros, com um total aproximado de 200 espécies.
Podemos distinguir as tribos, subtribos e gêneros das Cucurbitaceae brasileiras ou cultivadas
no Brasil pelos seguintes caracteres:
1. Anteras com lóculos retos ou levemente encurvados, livres entre si, não coniventes, nem
concrescidos em anel
2. Flor com 5 estames, com ou sem estaminódios. Anteras bitecas ou unitecas. Óvulos pêndulos.
Plantas dióicas .................................................................................................. Tribo Fevillea
3. Anteras distecas. Fruto indeiscentes
4. Flores em panículas. Estaminódios presentes. Fruto zonado acima da parte mediana;
sementes com testa muito dura, sem bordos alariformes ............................. Fevillea L.
4'. Flores em racemos. Estaminódios ausentes. Fruto não zonado acima da parte mediana;
64
Família Malvaceae
A família Malvaceae Adans., tem cerca de 88 gêneros e 2.300 espécies, distribuídas nas
regiões tropicais, subtropicais e temperadas do globo, e, principalmente, na América do Sul. No
Brasil, estão representadas por cerca de 31 gêneros e 200 espécies.
Quatro tribos têm representantes brasileiros e podem ser diferenciadas, juntamente com os
gêneros que as compõem, pelos seguintes caracteres:
1. Estilete simples ou ramificado, com tantos ramos quanto são os lóculos do ovário. Flores com ou
sem envólucro de brácteas
2. Fruto cápsula ou baga..................................................................................... Tribo Hibisceae
3. Ramos do estilete mais ou menos divergentes, com estigmas capitados ou globosos;
sementes geralmente remiformes
4. Um óvulo pêndulo em cada lóculo do ovário
5. Subarbustos ou ervas com pubescência glandulosas; flores axilares; cápsula
deprimido globosa ............................................................................ Bastardia HBK
5'. Plantas arbóreas, com pêlos ramificados; flores em panículas terminais; cápsula
mais ou menos piramidal ...................................................... Bastardiopsis Hassler
66
Pré-floração imbricada: uma peça floral externa, uma interna e outras intermediárias.
Combretaceae
1. Folhas opostas; inflorescências em panículas, racemos ou espigas; pétalas ausentes ou presentes;
fruto nucóide ou betulídio
2. Arbustos ou árvores de mangues; folhas com duas glândulas de sal no pecíolo; flores com
pétalas; frutos nucóides ................................................................................................4.
Laguncularia
2. Lianas, arbustos escandentes ou árvores de outros ambientes; folhas sem glândulas de sal no
pecíolo; flores com ou sem pétalas; frutos betulídios, 4-alados ................................ 2.
Combretum
1. Folhas alternas, espiraladas ou rosuladas; inflorescências em capítulos; pétalas ausentes; frutos
drupóides ou agregados em infrutescências globosas
3. Arbustos ou árvores de mangue; folhas com glândulas no pecíolo ou na base da lâmina;
inflorescências em racemos ou panículas de capítulos globosos; estames 8, exsertos, dispostos
em um verticilo; frutos agregados, formando uma infrutescência globosa, estrobiliforme ...... 3.
Conocarpus
3. Árvores de outros ambientes; folhas sem glândulas na base do pecíolo; flores em capítulos;
estames 10, insertos, dispostos em dois verticilos; frutos livres entre si, drupóides, l evemente
costados ............................................................................................................. 1. Buchenavia
69
10. BIBLIOGRAFIA
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Botanical Garden 85: 531–553, 1998.
APG II. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and
families of flowering plants: APG II. Botanical Journal of the Linnean Society 141: 399–436,
2003.
APG III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and
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2009.
APG IV. An update of the Angiosperm Phylogeny Groupclassification for the orders and
families of floweringplants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, 181: 1, 1-20, 2016.
BARBIERI, R.L. Evolução dos organismos. In: Genética e Evolução Vegetal. (L.B. Freitas e F.
Bered, eds.). UFRGS, Porto Alegre. 2003.. Pp.277-289.
BARROSO, G.M.; PEIXOTO, A.L.; ICHASO, C.L.F.; GUIMARÃES, E.F.; COSTA, C.G.,
Sistemática de angiospermas do Brasil. Vols. 1, 1ª ed., Editora UFV, Viçosa. 1978.
BARROSO, G.M.; PEIXOTO, A.L.; ICHASO, C.L.F.; GUIMARÃES, E.F.; COSTA, C.G.
Sistemática de angiospermas do Brasil. Vols. 2, 1ª ed., Editora UFV, Viçosa. 1984
BARROSO, G.M.; PEIXOTO, A.L.; ICHASO, C.L.F.; GUIMARÃES, E.F.; COSTA, C.G.
Sistemática de angiospermas do Brasil. Vols. 3. 1ª ed., Editora UFV, Viçosa. 1986.
CHIES, T.T.S. & LONGHI-WAGNER,H. M. Polimorfismo morfológico. In: Genética e Evolução
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Columbia University Press.
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herbário. Manaus, INPA/ KEW, 1998.
PIRANI, J.R., MELLO-SILVA. & SANO, P.T. Gimnospermas-Magnoliophyta. BIB-
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RAPINI, Alessandro. A evolução dos vegetais. Disponível em <http://www.freewebs.com>,
acessado em 13/06/08.
SIMPSON, M.G. Plant Systematics. Elsevier Academic Press. 2006. 603p.
70
ANEXO
ROTEIRO PARA DIAGNOSE MORFOLÓGICA VISANDO A IDENTIFICAÇÃO DE
ANGIOSPERMAS
Instruções:
• Desenhe as estruturas características das famílias/grupos botânicos;
• Nomeie os detalhes que você desenhou conectando nome das estruturas observadas;
• Os desenhos devem ser claros, de modo a permitir sua compreensão;
• O material produzido será corrigido ao término de cada aula prática;
72
►Gineceu:
Ovário: Estigma:
Posição ___________________________ Número _______________________________
Inserção do estilete no ovário__________ Forma _________________________________
Concrescência dos carpelos_____________
Número de carpelos_____________________________________________________________
Número de lóculos _____________________________________________________________
Placentação ___________________________________________________________________
Número de óvulos ______________________________________________________________
► Tipo de fruto ____________________________________________________-__________
► Taxonomia:
Chave utilizada ________________________________________________________________
Passos seguidos ________________________________________________________________
► Classificação:
Segundo Cronquist (1988) _______________________________________________________
Segundo APG (2003)_ __________________________________________________________
73
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Angiospermas
Basais
MONOCOTILEDONEAS
EUDICOTILEDÔNEAS
75
Fenologia: Folha sem folha folhas novas folhas maduras queda de folhas
Flor sem flor botão em plena floração passada Cor:
Fruto sem fruto imaturo maduro caído Cor:
Tronco: casca exsudato com espinho Cor:
Tipo de Vegetação:
Hábito: Altura:
Observações: