A VOZ PORTALEGRENSE
terça-feira, dezembro 02, 2025
sexta-feira, novembro 28, 2025
AA - Apresentação do livro de José Regala
José Regala «Um Tempo
que já foi Tempo»
Teve lugar no passado sábado dia 22 de Novembro, no
Auditório do Museu de Tapeçaria Guy Fino, a apresentação do segundo livro de
poesia de José Joaquim de Oliveira Barbas Regala, «Um Tempo que já foi Tempo».
A apresentação do primeiro, «Para lá do Tempo», ocorrera a 2
de Novembro de 2024, também neste mesmo local.
Começou por falar Amélia Bravo Vadillo, da «Filigrana
Editora», que edita a obra, e em breves palavras traçou o perfil do Autor, leu
um conto cuja temática e personagem principal se identificava com o Autor nas
suas diversas vertentes e leu poemas do livro.
Em seguida tomou a palavra a Presidente da Câmara Municipal
de Portalegre, Fermelinda Carvalho, que em breves palavras mostrou o seu apreço
e Amizade pelo Autor. Em seguida fez questão de afirmar a continuada
disponibilidade da Autarquia para apoiar a Cultura no Concelho, nas suas mais
diversas formas e conteúdos, citando casos concretos desse mesmo apoio, reafirmando
ao mesmo tempo toda a receptividade em relação a projectos futuros que venham a
ser apresentados.
Mário Casa Nova Martins apresentou «Um Tempo que já foi
Tempo», referindo-se mais à figura do Autor do que à obra propriamente dita, a
qual iria ter todo o destaque nas palavras do próprio Autor. Contudo, não
deixou de referir que neste ano de 2025 se celebram os 125 anos do nascimento
de dois Portalegrenses ilustres na área da cultura, José Duro e Luzia (Luísa Susana
Grande de Freitas Lomelino).
José Regala, feitos os agradecimentos, refere que os
prefácios das duas obras são fiéis à sua vida.
Afirma que ‘nada acontece por acaso’, e ‘o Destino sabe o
que tem que fazer’. Este é o leitmotiv
para a sua intervenção, recordando a sua experiência post mortem ocorrida há mais de cinco décadas. Fala das temáticas
que tem ao longo do tempo estudado, numerologia, radiestesia, efeitos dos
cristais, iridologia, reflexologia, quiromancia.
Teve consultas com o Astrólogo Professor Hórus após o
acidente e frequentou a Escola Esotérica, chegando inclusive ao 5.º Grau. Mas continuava
a não conseguir encontrar a explicação para o que lhe tinha acontecido.
É nos anos oitenta do século passado que encontra a resposta
num livro de um cientista americano, que tinha criado uma matriz explicativa
daquele fenómeno. Referia-se a «A Supraconsciência existe – Vida depois da
Vida», de Manuel Sans Cegarra.
A vida não acaba com a morte. A energia vital liberta-se
para o Espaço. A vida para além da morte é descrita cientificamente no livro.
Cita Isaac Newton, René Descartes, Albert Einstein e fala da
Física Quântica. Faz a ligação da Física Quântica à Espiritualidade. Presente,
passado e futuro é o mesmo na Teoria Quântica. O Tempo não é linear, está em
espiral.
A investigação entre estes fenómenos relaciona-se com a
Poesia.
A Consciência Quântica permite ir a outros estados de
consciência.
Tempo, silêncio, ventos, chuva, elementos estruturantes da
sua poesia.
A sua próxima obra completa a trilogia. José Regala afirma
que esse terceiro livro reflectirá o percurso da sua Alma, o espirito místico,
esotérico.
Incide sobre a Alma depois da experiência por que passou, e da
qual regressou para cumprir o Karma. Pretende após o Terminus ascender a um Nível Superior.
A terminar a sessão, teve lugar uma leitura de poemas do
livro, começando José Regala, que escolheu «Pensamentos de uma Vida», numa
forte homenagem à sua cadela Diana, recentemente falecida, seguindo-se a
leitura feita por alguns dos presentes.
Também à pergunta, quais os seus autores favoritos, José
Regala respondeu que eram Eugénio de Andrade e fundamentalmente Fernando
Pessoa, este pelo seu misticismo e esoterismo.
quinta-feira, novembro 27, 2025
RP - Desabafos - Edifício do Tribunal
Em Portalegre cidade, junto ao Jardim da Avenida da
Liberdade, no sentido ascendente do lado direito, está um emblemático edifício,
construído nos anos cinquenta do século passado, em pleno Estado Novo.
Como facilmente se identifica, é o edifício do Tribunal.
Em termos arquitectónicos é um edifício de grande beleza e
que dignifica a cidade e principalmente a função que representa.
Se bem que excelentemente conservado, quer o seu exterior,
quer o seu interior, há mais de uma década que espera obras.
Ao longo destes tempos passaram governos, do PSD e do PS, e
a obra ou obras nunca se fizeram, funcionado o tribunal nas instalações cedidas
pela antiga Junta Autónoma das Estradas, outro edifício emblemático da cidade,
também de construção datada do Estado Novo.
Nas vésperas das eleições, sejam legislativas, sejam
autárquicas, lá vêm os políticos dizer que as obras vão ter início muito
brevemente. Mas tudo continua como dantes!
Como é possível os portalegrenses continuarem a acreditar
nos políticos do Centrão, PSD e PS, que de Lisboa tudo lhes promete em períodos
eleitorais, e que depois nada é feito, continuando a dar-lhes o seu voto em
sucessivas eleições! Será um ‘case study’, ou talvez não, felizes que ficam com
modestas feiras e festas, pelos vistos.
Mário Casa Nova Martins
24 de Novembro e 2025
quarta-feira, novembro 26, 2025
RP - Desabafos - Presidenciais 2026
Terminado mais um ciclo eleitoral, neste caso o autárquico,
no qual surpresas, se as houve, só no final do apuramento dos resultados, eis
que os portugueses mergulham em nova campanha eleitoral, agora para as eleições
presidenciais que terão lugar em 18 de Janeiro de 2026.
Segundo as sondagens realizadas até ao momento, todas sem
excepção dão a indicação de que haverá uma segunda volta, dado que de acordo
com estes estudos de opinião nenhum candidato alcançará a maioria à primeira.
Embora as sondagens estejam por mais desacreditadas, uma vez
que falham cada vez mais, e principalmente pecam por isenção por servirem quem
as paga, agora parece não ser difícil acreditar que pela segunda vez nesta
Terceira República haverá a dita segunda volta. A anterior foi entre Diogo
Feitas do Amaral e Mário Soares.
Até ao momento já se perfilou uma mão-cheia de candidatos
das mais variadas cores e feitios, permita-se a expressão.
Não será difícil a escolha, mas desde já se diga que há um
que é a ‘fotocópia’ do actual presidente da República, tendo todos os outros,
para bem da Nação, diferente postura do candidato-cópia do pior presidente da
República, desde que a mesma foi implantada em 5 de Outubro de 1910! É obra!
O candidato Marques Mendes é a cópia perfeita de Marcelo
Rebelo de Sousa.
Como diz o reclame publicitário, «o algodão não engana», e
Marcelo Rebelo de Sousa e Marques Mendes, pela negativa, são as duas faces de
uma mesma moeda!
Mário Casa Nova Martins
10 de Novembro de 2025
Rádio Portalegre
terça-feira, novembro 25, 2025
José Regala um Ser inquieto - Apresentação
José Regala um Ser
inquieto
Foi em 2 de Novembro de 2024 que aqui neste mesmo Auditório
do Museu de Tapeçaria Guy Fino estivemos para apresentar o primeiro livro de
Poesia de José Regala intitulado «Para além do Tempo».
Hoje reunimo-nos para a apresentação do seu segundo livro de
Poesia, um segundo volume de uma trilogia, cujo terceiro tomo o Autor tem já
nos prelos.
«Um Tempo que já foi Tempo», que agora com a solenidade
devida é formalmente tornado público, é mais uma parte de uma caminhada que
José Regala tem percorrido nesta sua epopeia de mais de sete décadas, um Tempo
de muitos Tempos, tal como é possível descortinar nos seus poemas.
Escrevemos no último número de semanário portalegrense «Alto
Alentejo», quarta-feira passada, que a poesia de José Regala reflecte com
precisão e nitidez a sua vida, principalmente aqueles momentos mais íntimos, as
suas experiências, angustias, e a sua busca da Eternidade.
Uma vida recheada de momentos muito especiais,
acontecimentos marcantes, vitórias e derrotas, mas que José Regala não tem receio
de partilhar com os Outros através da sua poesia, quantas vezes alegre, triste,
mas sempre sentida.
A trilogia, que em breve será completada, marca
indelevelmente três tempos da vida de José Regala, os quais representam o
Princípio, o Meio e o Fim, em concertação com o Cosmos, o Universo.
A vida nasce, cresce e morre, acompanhando o Tempo. E a
Eternidade prologa a vida para lá do Tempo, rumo ao Infinito.
Antes de terminar esta apresentação, permitam que diga que
neste ano de 2025 se celebram os 125 anos do Nascimento de duas Figuras
nascidas em Portalegre, cuja obra está para além do Tempo, permanecendo incólumes
à própria usura do Tempo.
Falo do poeta José Dura e da escritora Luzia (Luísa Grande).
Passaram esquecidas estas duas efemérides. A Memória das
gentes por vezes é madrasta para com alguns dos seus Maiores.
José Regala, homem do Tempo presente, erudito, é
enriquecedor lê-lo e ouvi-lo. Após este momento de Cultura, certamente sairemos
mais ricos em conhecimento e saber.
Mário Casa Nova Martins
22 de Novembro de 2025
*
segunda-feira, novembro 24, 2025
sábado, novembro 22, 2025
sexta-feira, novembro 21, 2025
quinta-feira, novembro 20, 2025
AA - UM TEMPO QUE JÁ FOI TEMPO
Esta obra faz parte de uma trilogia, da qual está nos prelos
um terceiro volume.
A poesia de José Regala reflecte a sua vida, principalmente
os momentos mais íntimos do Autor, os seus sentires, as suas angústias e o seu
conhecimento da Eternidade.
Uma vida cheia de acontecimentos que José Regala não tem
receio de partilhar com os Outros através da sua poesia, quantas vezes de um
intimismo que resulta da sua ligação ao Cosmos.
Sim, o Autor confidenciou que nesse momento da apresentação
da obra, aceitando que ‘pesquisas recentes revelam que os átomos que formam o
seu corpo um dia foram poeira interestelar, viajando pelo espaço entre as
galáxias’, “um tempo que já foi tempo”, ‘Vida para além da Vida’, irá continuar
a dissertação sobre esta temática, que iniciou aquando da apresentação do seu
primeiro livro «Para lá do Tempo», também naquele Auditório.
A trilogia, que em breve será completada, marca três tempos
da vida de José Regala, os quais representam o Principio, o Meio e o Fim.
Tempo, Vida, Eternidade, uma outra trilogia que acompanha a
poesia do Autor. O Tempo tem passado, presente e futuro. A Vida nasce, cresce e
morre acompanhando o Tempo. E a Eternidade prolonga a Vida no Tempo, rumo ao Infinito.
José Regala, homem do Tempo presente, erudito, é
enriquecedor lê-lo e ouvi-lo. Certamente, quem tiver o privilégio de estar
presente na apresentação deste seu segundo livro, sairá mais rico em
conhecimento e saber.
Mário Casa Nova Martins
quarta-feira, novembro 05, 2025
AA - José Duro o Poeta Olvidado
José Duro o Poeta
Olvidado
Triste o Povo que esquece os Seus Maiores, sinal de
decadência, de finitude. Portalegre, povoada de ‘almas mortas’ que vagueiam sem
memória, sem futuro.
No passado dia 22 de Outubro celebraram-se os 150 anos do
nascimento de José Duro, o poeta de «Fel» e de «Flores».
A data passou esquecida pelas gentes da terra que o viu
nascer. Aliás, José Duro é hoje um poeta que Portalegre ignora.
Mas nem todos os portalegrenses o esqueceram. Alguns
exemplos.
Na apresentação do livro de poemas de José Regala «Para Lá
do Tempo», em 2 de Novembro de 2024, o apresentador lembrou José Duro, junto
com outros poetas maiores de Portalegre também hoje votados ao olvido.
Tempos antes, a «Plátano – revista de arte e crítica de
Portalegre» n.º 2 outono de 2005, celebrou os 130 anos de José Duro, com dois
trabalhos:
Mário Casa Nova
Martins
25 “Escrevo e Choro”: a poesia de José Duro
Martim de Gouveia e
Sousa
E novamente, agora na «Plátano – revista de arte e crítica
de Portalegre» n.º 7 primavera de 2014, continuação do trabalho sobre o poeta:
34 “Escrevo e choro”: a poesia de José Duro.
Martim de Gouveia e
Sousa
Mas há outros dois momentos de grande significado em que
José Duro teve o reconhecimento de Portalegre.
Quando a Edilidade resolveu dar o nome ‘Largo José Duro’, ao
local fronteiro à casa onde o poeta nasceu, e quando a Academia através de um
peditório em 1944 conseguiu que fosse construído um monumento no Jardim da
Corredoura, no qual figura um medalhão de bronze com a efígie do poeta, da
autoria de Inácio Perdigão.
Diga-se que «Fel», «Flores», e ainda «Textos Dispersos de
José Duro», este da responsabilidade de António Ventura, encontram-se
esgotados, não se prevendo reedição de qualquer um.
Mário Casa Nova Martins
5 de No0vembro de 2025, pg. 23
quarta-feira, outubro 22, 2025
AA - O Mandatário
O Mandatário
As civilizações, os impérios, os países, os concelhos, as
cidades, são como os seres vivos, nascem, crescem e morrem. Tome-se como
exemplo a cidade de Ammaia, no concelho Marvão, limítrofe ao concelho de
Portalegre.
A cidade de Ammaia, na província romana da Lusitânia,
possuía um território administrativo que englobava uma grande parte do actual
distrito de Portalegre, estendendo-se também para território hoje espanhol.
Florescente, chegou a receber o estatuto de Município, vindo
a desenvolver-se como um importante núcleo urbano devido à sua localização e à
exploração dos recursos minerais e naturais da região, como o quartzo e o ouro.
Um outro factor determinante era a sua localização num ponto de cruzamento de
vias romanas que uniam importantes núcleos urbanos, ligando uma dessas vias a
de Ammaia à capital da província, Emerita Augusta, actual Mérida.
Contudo, de um momento para o outro viu a sua gente abalar,
ficando ruinas.
As pedras foram aproveitadas pelos árabes para construírem o
castelo de Marvão. Séculos depois, também materiais vieram para Portalegre
quando da construção da Sé catedral. E não esquecer a lápide encontrada na
igreja do Espírito Santo, que levou ao engano de situar a cidade romana de Ammaia
na própria cidade de Portalegre, lápide essa que se encontra exposta no Museu
Municipal de Portalegre.
É assim a História, memória e vida de uma cidade outrora
importante no então mundo romano da Península ibérica.
Esta introdução serve para lembra aos Portalegrenses o
estado actual do seu concelho e da sua cidade.
Também cidade e concelho de Portalegre foram importantes,
como atesta a sua História principalmente desde que a vila foi elevada ao
estatuto de cidade, sede de bispado e capital de distrito.
As suas indústrias, principalmente de panos, depois
lanifícios, gozavam das águas das ‘mãe-água’ que eram e são as serras de
Portalegre e São Mamede.
Abundância de água permitia uma agricultura mais do que auto-suficiente
para as suas gentes.
A sua localização permitia ligações a regiões e cidades que
com ela disputavam a grandeza do tempo.
Conhecida pela sua indústria, agricultura, beleza
geográfica, bons ares, Portalegre e concelho desenvolveram-se ao longo dos
séculos, atingindo forte importância no contexto português.
Tudo passado.
Nas últimas décadas, cidade e concelho de Portalegre viram o
progresso e o desenvolvimento passarem ao lado. As indústrias de cortiça e
lanifícios, outrora ex-libris, fecharam. Outras indústrias, também com
história, fecharam. A agricultura sofreu modificações e perdeu importância. O
comércio tornou-se residual. Muitos serviços do Estado partiram.
Promessas do poder central, como a escola da GNR, conclusão
da ligação a Lisboa via IC13, ligação por auto-estrada da A23 no Fratel à A6 em
Estremoz, passando por Portalegre, não passaram até hoje disso mesmo, promessas.
Nem o existente troco do IP2 entre Fratel e Estremoz tem
verdadeiramente perfil de Itinerário Principal, IP.
E em termos de Poder Local, os últimos vinte e quatro anos são
dramáticos.
Dez anos de louco despesismo levaram à criação de uma dívida
que hipotecou o futuro do concelho a curto e médio prazo. Seguiu-se uma década
de imobilismo, com a desculpa de que a divida tudo impedia, a par de uma
inércia que se instalou. Nos quatro anos seguintes, já sem a desculpa da dívida
que se tornara residual, festas e feiras.
Concelho e cidade de Portalegre precisavam de pessoas
activas e dedicadas à Causa Pública que sentissem e vivessem a sua Terra, que
por ela lutassem, construindo um futuro melhor para as novas gerações, sem
esquecer os idosos e aqueles que ainda estão no activo e que precisam que os
seus empregos se mantenham, ao mesmo tempo que novos sejam criados nos
diferentes sectores de actividade.
Acreditando nos valores, nas pessoas e no projecto, aceitei
honrado ser o Mandatário da Candidatura do Partido Socialista no concelho de
Portalegre.
As eleições autárquicas são as mais importantes para as
populações, daí serem diferentes das legislativas. Nas autárquicas contam as
pessoas, e confio que todos os elementos da Candidatura que foram eleitos no
passado dia 12 de Outubro saberão dignificar os seus mandatos.
Mário Casa Nova Martins
22 de Outubro de 2025, pg. 18
sexta-feira, agosto 01, 2025
CDP/GDP - 100 Anos de História e Glória
Cem Anos de História
e Glória
Desde sábado 26 de Julho deste ano de 2025 que o Club
Desportivo Portalegrense pertence ao restrito e selecto grupo das Instituições
centenárias do Concelho de Portalegre.
Na segunda-feira 26 de Julho de 1925 foi lavrada a Acta da
fundação desta novel Instituição Portalegrense. Um grupo de jovens funda um
clube desportivo, juntando-se então a União Foot-Ball Club, Sporting Club
Portalegrense, Sport Club Estrela, Portalegre Tiro e Sport e Alentejo Foot-Ball
Club.
A primeira
notícia na imprensa local sobre o Club Desportivo Portalegrense surge n’A Rabeca a 30 de Agosto seguinte,
informando que ‘realiza-se hoje pelas 17,30 horas um encontro entre as 2.ªs
categorias do Alentejo Foot-Ball Club e a 1.ª categoria do Club Desportivo
Portalegrense’. Não ficou conhecido o resultado do match.
O
mesmo jornal, a 4 de Outubro do mesmo ano de 1925, traz a notícia dos nomes dos
corpos gerentes, e no título surge pela primeira vez o nome Grupo Desportivo
Portalegrense.
Direcção
– Presidente, Elisário de Brito Júnior; vice-presidente, Florindo Madeira;
secretário, Francisco da Silva Prezas; tesoureiro, Adelino Brito Júnior.
Assembleia
Geral – Presidente, Manuel Chaves Costa; vice-presidente, João Casaca;
secretários, Luiz de Sousa Gomes e Germano Garção.
É só, e também n’A
Rabeca, em 20 de Junho de 1926 que surge nova referência ao GDP, que ia
levar a cabo a iniciativa da «Taça António Bentes». ‘Disputa-se hoje esta
interessante taça no Campo do Stadium [Fontedeira], entre os grupos Desportivo
Portalegrense e Sport Club Estrela, actual campeão desta cidade. O encontro
começará às 18 1/2 horas e será arbitrado pelo sr. Joaquim Alves. A entrada
para este jogo é feita por meio de convites.’ O resultado foi a vitória do SCE
por 5 -1.
Também
n’A Rabeca a 25 de Julho era
informado que ‘na próxima terça-feira, 27, realiza-se na sede do «Portalegre
Tiro e Sport» uma sessão solene, seguida de copo de água, para comemorar o 1.º
aniversário do «Grupo Desportivo Portalegrense»’.
O
primeiro troféu ganho pelo GDP é fruto da vitória de 3 – 0 sobre Victoria
Foot-Ball Club, de Campo Maior, numa viagem que os portalegrenses então fizeram
àquela vila.
Desse
jogo ficou conhecida a constituição da equipa do GDP: C. Bentes / Oliveira / Sajara I / Casaca / Madeira (cap.) / Baptista /
Telo / E. Bentes / Lopes / Sajara II / Garção.
Nos anos seguintes mais notícias vão surgindo
acerca do clube, que iria ganhar pela primeira vez o Campeonato de Portalegre
em 1929, proeza que viria a repetir em 1935, e cada vez com mais frequência nas
décadas seguintes.
Nesse ano de 1935 o GDP contratou como
treinador-jogador um antigo campeão nacional pelo «Os Belenenses», o keeper Gerónimo Morais, que esteve um
ano na cidade, levando o GDP a campeão de Portalegre e também distrital,
ganhando ao Sport Lisboa e Elvas.
É nesse mesmo ano que o clube participa pela
primeira vez nos campeonatos nacionais. Campeonato da II Liga, 5.º
Grupo, Zona C. Clubes, Atlético Club Marinhense, Casa Pia Atlético Club e Sport
Club Coruchense. Ganha três jogos, 6 pontos, e o goal-average é 13 – 14.
A década de quarenta do século passado apresenta um GDP com títulos distritais, mas sem grande desempenho a nível nacional.
É justamente na década seguinte que
o clube atinge grande projecção nacional, ao permanecer quase todo o tempo na
então segunda divisão.
Este
período ficou marcado pela presença de um cabo-verdiano como treinador-
jogador. Nas décadas seguintes o seu nome nunca deixou de estar no imaginário
dos adeptos do Desportivo.
Para as vitórias alcançadas naquela altura, que contribuíram
para a projecção do clube no universo futebolístico português da época, muito
contribuiu Honorato Lopes Rodrigues, na qualidade de jogador e de treinador.
Conhecido por Roqui, Honorato Lopes Rodrigues marcou uma
época no futebol em Portalegre. Cabo-verdiano de nascimento, Roqui trouxe
métodos de treino e de jogo inovadores para o clube, e sobretudo implantou uma
mentalidade nova no GDP, uma mentalidade ganhadora, construindo todas as épocas
equipas competitivas, a par da construção de um jogo bonito e sobretudo eficaz.
Jogando primeiro a médio e depois a defesa central, Roqui
ainda hoje é lembrado pelos adeptos do Grupo Desportivo Portalegrense que o
conheceram.
Na época de 1951/52 vem para Portalegre e permanece até à
época de 1957/58, portanto está em Portalegre durante sete épocas consecutivas.
Também de realçar a sua faceta enquanto homem. De uma
correcção exemplar em campo e fora dele, Honorato Lopes Rodrigues deixou as
maiores saudades quando partiu de Portalegre.
É em Outubro de 1957 que vem para Portalegre e para o GDP um
outro cabo-verdiano, que irá marcar o futebol na cidade e região, Eduardo Sousa
Lima. Foi referência enquanto homem e futebolista. Honrou o GDP, a cidade e a
arte do Futebol. Du, como ficou conhecido, deu nome a um dos estádios de
Portalegre, Estádio Eduardo Sousa Lima.
Também nesta década
ficaram nomes ligados ao clube, que ainda hoje são lembrados. Augusto, Santos, Roqui, Moreno, Robalo, Sanina,
Redondo, Emílio, Jacinto, Bica, Samarra, Brito, Severiano, Massano, Fonseca, Elias,
Almeida,
Curto, Traguil, Parra, Amorim, e tantos outros.
Jacinto terá sido o maior marcador da história do GDP. Jogou
no clube nesta década de cinquenta e continuou na seguinte. Jacinto Machado
Tavares teve a sua festa de homenagem em 14 de Setembro de 1967. Os seus golos,
a par do seu potente remate fazem parte da memória do clube.
A equipa de juniores do Grupo Desportivo Portalegrense foi
finalista do Campeonato Nacional da Categoria na época de 1951/52, tendo sido
vice-campeã de Portugal.
Treinados por Manuel Mamede da Fonseca, Pinto, Mirra,
Fassenca, Jerónimo, Belo Coelho, Candeias da Rosa, Amiguinho, Samarra, Faustino,
Terrinca, Traguil, Brito, foram grandes protagonistas daquela épica jornada da
categoria de Juniores, que caminharam até ao segundo jogo da final contra a Associação
Académica de Coimbra.
A final realizou-se no Campo da Tapadinha entre o GDP,
campeão da Zona Sul, e a Associação Académica de Coimbra, campeã da Zona Norte.
O primeiro jogo terminou com as equipas empatadas 1-1 com
golos de Frias pelos Estudantes e Belo Coelho pelo GDP.
Por sua vez o segundo jogo, realizado a 1 de Junho de 1952,
terminou com o resultado de 2-1 favorável à equipa de Coimbra, sendo o golo do
GDP novamente da autoria de Belo Coelho.
Na década de sessenta, realce para a tentativa de regresso à
segunda divisão na época de 1964/65. Para orientar a equipa veio o setubalense
Fernando Augusto Tormenta Casaca, como treinador-jogador. Foi a primeira de
três vezes que Fernando Casaca, polémico, orientou o GDP, sendo a terceira
apenas como treinador.
Campeão da sua série, III Divisão Nacional / 5.ª Série /
Zona C, vai disputar o acesso à segunda divisão contra o União de Tomar. Dois
empates, 0 – 0 e 3 – 3, obrigam a um terceiro jogo em campo neutro, Vendas
Novas, que termina com a derrota do GDP, 0 – 1.
Foi uma campanha heróica, ingloriamente perdida. Mas o goal-average dos jogos da série
permitiram ao GDP ganhar a Taça Centenário do Diário de Notícias, um orgulho
para o clube.
Alguns nomes dessa época: Guarda-Redes, Augusto, Augusto
Gasalho, Santos, Teixeira. Defesas, Cardoso Lopes, Félix, Pereira, Reixa.
Médios, Casaca, Du, Sequeira Lopes. Avançados, Bica, Francisco Agostinho
(Chico), Jacinto, Manhoso, Nunes, Tavares, Teixeira.
Os anos setenta trazem um dos momentos de grande glória. Com
a conquista do Campeonato da III Divisão na época 1975/76, numa final disputada
em Tomar contra o União de Coimbra, vitória por expressivos 4 – 0.
Na década de oitenta, idêntica façanha na época 1987/88. O
jogo da final foi novamente em Tomar e o GDP venceu o Clube Desportivo Luso por
1 – 0.
Destaque para Victor Nozes que esteve presente nas duas
conquistas históricas.
Os anos noventa do século passado trouxeram a maior crise do
clube, forçando a mudanças que levaram a que o Grupo Desportivo Portalegrense
regressasse ao nome original, Clube Desportivo Portalegrense.
Em termos de dirigentes, entre tantos ilustres, a par dos
fundadores, o nome de Armando Sampaio destaca-se pelo carinho e amor que sempre
demonstrou pelo GDP. E depois da tempestade dos finais de mil e novecentos,
honra para Mário Frutuoso, que tudo fez em prol do clube.
Na data do Centenário, o Clube Desportivo Portalegrense está
forte. O seu futuro está nas camadas jovens. É uma Instituição importante na
cidade e concelho. São mais de duas centenas e meia, o número dos atletas.
Continua a ser ecléctico. Continua a ganhar títulos. Mantém o Lema, «A Alma
Azul Está Viva!». «A Alma Nunca Morre!».
O grito «Desportivo!» continua a ouvir-se por onde o Clube
Desportivo Portalegrense passeia o seu Emblema, as suas Camisolas.
Cem anos depois, no sábado 26 de Julho de 2025, um almoço
celebrou a efeméride. Também uma placa marcando a data da fundação e acta
respectiva, foi descerrada no antigo Palácio Achaioli, casa que foi o Liceu
Nacional de Portalegre, hoje Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, onde
muitos dos Fundadores estudavam e onde, segundo a história, imaginaram e
desenvolveram a ideia do que viria a ser o Club Desportivo Portalegrense.
Mário Casa Nova Martins
Jornal Alto Alentejo, 30 de Julho de 2025, pg. 6
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quinta-feira, julho 31, 2025
AA - Europa Autoritária
“A Europa começa a desenvolver fórmulas que a tornam um
embrião de um regime autoritário. Está a tornar-se um sistema autoritário, em
que as pessoas não sabem o que se passa, não têm nada a dizer, as soberanias
são sugadas pela burocracia europeia…”
A frase acima transcrita faz parte de uma entrevista a
Manuel Maria Carrilho a propósito do seu último livro «A Nova Peste – Da
Ideologia de Género Ao Fanatismo Woke», inserida na revista ‘Visão’ N.º 1687,
3/7 a 9/7/2025, pg. 13.
Antes de mais, aconselha-se a leitura do livro, uma desmontagem
e desmistificação destas teorias marginais.
É uma verdade indesmentível que a eurocracia começa a
tornar-se autocracia, e a continuar assim, com líderes como Ursula von der
Leyen, Kaja Kallas e Roberta Metsola, o futuro poderá conduzir a uma ditadura
com sede em Bruxelas.
A União Europeia está cada vez mais longe dos seus
princípios originais, perseguindo Nações que não aceitam as directrizes
comunitárias, cada vez mais não democráticas.
A par desta situação, a continuada defesa da guerra na
Europa, incitando um Povo ao martírio num conflito que sabe que não pode vencer,
transformando esse mesmo Povo em ‘carne para canhão’ de interesses obscuros, em
nada beneficia os europeus.
As eleições para o Parlamento Europeu, que deviam ser um
momento de forte europeísmo, começam a ser uma farsa, porque os resultados são
torpedeados por eurocratas não eleitos.
Não parece radioso o futuro quer da Europa no seu todo, quer
da União Europeia. O Atlântico já não é o centro, mas sim o Pacífico, e parece
que Bruxelas ainda o não entendeu, do ‘alto’ da sua arrogância de um pré
totalitarismo.
Nunca foi tão necessária a Europa das Nações, em contraponto
a esta União Europeia.
Mário Casa Nova Martins
segunda-feira, julho 21, 2025
quinta-feira, julho 17, 2025
AA - A Guerra dos Doze Dias
A Guerra dos Seis Dias, também conhecida
como Guerra de Junho de 1967 ou Guerra Israel – Árabe de
1967 ou ainda Terceira Guerra Israel – Árabe,
envolveu Israel e os países árabes, Síria, Egipto, Jordânia e
Iraque, apoiados pelo Kuwait, Arábia
Saudita, Argélia e Sudão, entre 5 e 10 de Junho de 1967.
Vitorioso, no final das hostilidades Israel havia ocupado
as Colinas de Golã, pertença da Síria, a Cisjordânia,
incluindo Jerusalém Oriental, pertença da Jordânia, a Península
do Sinai e a Faixa de Gaza, pertença do Egipto.
Israel saiu fortalecido da guerra, derrotando os rivais geopolíticos
locais, garantindo supremacia militar na região.
A partir desse momento, com o apoio militar dos EUA, Israel
tem mantido guerras de diferente intensidade contra vizinhos e menos vizinhos,
como é o caso da recente ‘Guerra dos Doze Dias’ com o Irão.
É extraordinário como certas coisas se repetem, mudando
apenas nomes. Das “armas de destruição massiva iraquianas”, à “bomba nuclear
iraniana”, quantos genocídios em nome de ‘coisas’ que não existiam! Mas que
servem para a indústria do armamento prosperar.
O Iraque de Saddam Hussein era um ‘tigre de papel’, que baqueou
em pouquíssimo tempo.
Diferente foi agora, quando um Irão “enfraquecido”,
colocando à prova o mais moderno arsenal militar do mundo, o americano,
provocou uma ‘vitória de Pirro’ ao atacante.
Desde a queda do regime autocrático do Xá, substituído por
um regime teocrático, que os EUA querem que a Pérsia/Irão volte à sua esfera de
influência. Para tal fomentaram a guerra Irão – Iraque, e agora, através do principal
aliado na região, tentaram novamente a mudança de regime, plano que fracassou.
A Memória de Mosaddegh perdura.
E tudo por razões geoeconómicas, petróleo e gás.
Mário Casa Nova Martins
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Jornal "Alto Alentejo", 16 de Julho de 2025
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