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quinta-feira, março 07, 2013

KAGE BAKER, JAAN KAPLINSKI, OCTAVIO PAZ, TIBURI, INOUE, GOENKA, MARGARET TRUMAN, KISHON & SALAM

 


O QUE É DA VIDA SENÃO VIVER! – (Arte by Greta Kempton) - UMA: DA CORAGEM &MOMENTOS – Sempre digo comigo que coragem é uma questão de ocasião: de onde menos se espera é que acontece. Tem gente que arrota homência e, na horagá, se acorvada; como também tem gente meio molenga ou roda presa que na hora do vamos ver solta todos os cachorros, descendo das tamancas e armando maior barraco. Vai mexer pra ver. A cantora lírica soprano, jornalista e atriz estadunidense, Margaret Truman (1924-2008), uma vez saiu com essa: A coragem é ansiosa, imprudente ou tola... A coragem geralmente envolve uma expectativa altamente realista das chances que devem ser enfrentadas... Se ela disse, está dito. DUAS: DA COVARDIA & IDADE – O que virou senso comum é de que quanto mais velho vai ficando o sujeito metido a brabo, mais ele vai se acovardando, ou, melhor dizendo, abaixando o facho. O escritor e roteirista israelense, Ephraim Kishon (1924-2995), escreveu ironicamente: Não me sinto velho porque tenho anos atrás de mim, mas por causa dos poucos anos que tenho pela frente... Se você começar a se parecer com a foto do seu passaporte, já é hora de ir para o exterior... Ou melhor: não tem quem não se afrouxe com o passar do tempo. TRÊS: MUDANDO DE ASSUNTO... Mas nem tanto, porque quando a gente quer uma coisa, ou vai ou racha. Como diz o físico paquistanês Abdus Salam (1926-1996): Quanto mais fundo buscamos, mais nosso deslumbramento é excitado, mais deslumbramento é o nosso olhar... Pois é, a gente mesmo envelhecendo também fica teimoso, quando não ranzinza. Mas do cientista mencionado tem uma frase lapidar: O pensamento científico e sua criação são patrimônio comum e compartilhado da humanidade... E vamos aprumar a conversa!

 


DITOS & DESDITOS - Todo ser humano é condicionado para supor que o mundo real está do lado de fora, que a forma de viver a vida é pelo contato com uma realidade externa, à procura de fontes de informação, físicas e mentais, de fora para dentro. A maioria de nós nunca considerou desligar-se dos contatos com o exterior para ver o que acontece no interior... Quando nos olhamos no espelho, temos o cuidado de armar a pose mais lisonjeira, a expressão mais agradável. Da mesma forma, cada um de nós tem uma imagem mental de si próprio que enfatiza qualidades admiráveis, minimiza defeitos e omite completamente algumas facetas do nosso caráter. Vemos a imagem que queremos ver, não a realidade. Mas a meditação Vipassana é uma técnica para observar a realidade a partir de todos os ângulos. Em lugar de uma autoimagem cuidadosamente editada, o meditador é confrontado com toda a verdade, sem qualquer censura. Certos aspectos dessa verdade serão, sem a menor dúvida, difíceis de aceitar... Pensamento do escritor e educador birmano-indiano Satya Narayan Goenka (30 de Janeiro de 1924 – 29 de setembro de 2013), mais conhecido por S. N. Goenka.

 

ALGUÉM FALOU: Acho que é uma grande tolice um homem querer que outro o entenda... Até agora, eu acreditava que o amor era semelhante ao sol, brilhante e vitorioso, eternamente abençoado por Deus e pelos homens. Acreditei que o amor crescia pouco a pouco em força, como um rio límpido que brilha em toda a sua beleza sob os raios do sol, estremecendo em mil rugas levantadas pelo vento e abrigadas por margens cobertas de grama, árvores e flores. Achei que era amor. Como ela poderia imaginar um amor não iluminado pelo sol e fluindo de lugar nenhum para lugar nenhum, afundado profundamente na terra como uma corrente subterrânea?... Pensamento do escritor japonês Yasushi Inoue (1907-1991).

 

MULHER DE COSTAS - [...] Meus olhos estão sempre tapados quando posso ver e, quando não, vejo apenas o pano que me tapa. A imagem do mundo vem deste tecido [...]. Trecho extraído da obra Mulher de costas (Bertrand Brasil, 2006), da filósofa, artista plástica, professora e escritora, Márcia Tiburi, é segundo volume da trilogia Íntima, iniciado com Magnólia (Bertrand Brasil, 2005) e seguido por O manto (Bertrand Brasil, 2009). Veja mais aqui e aqui.

 

O FILHO DA MÁQUINA - [...] Bem, filho, descontando a tolice, que eu acho que depende de qual porto você vem - não há nenhum que pareça melhor do que o resto? [...] Você não parece que a revelação o atingiu, de alguma forma [...] Isso é uma loucura, ela disse. Por que os mortais tornariam tão difícil conseguir duas taças de vinho branco? Natureza humana, meu amor. Edward sorriu e colocou o joelho contra o dela sob a toalha da mesa. O desejo de alguns de ditar a moralidade ao todo. E por que as massas se submetem voluntariamente? Apatia. Ou, talvez, a oportunidade de experimentar a emoção do proibido!... [...] Trechos extraídos da obra The Machine's Child (Tor Science Fiction, 2006), da escritora estadunidense Kage Baker (1952-2010), que na obra The Children of the Company (Tor Books, 2005), expressou: […] Ah, o oceano imortal. Considere a metáfora instrutiva: todo terror concebível habita em suas profundezas; ela recebe todos os destroços, refugo, corrupção de todo tipo, ela puxa para suas profundezas a calamidade humana indescritível; mas nada disso é uma consideração para o mar. Deixe os passageiros mortais gritando lutarem por espaço nos botes salva-vidas, enquanto o naufrágio arrota chamas e se acomoda abaixo da onda que se extingue; na manhã seguinte ela ainda estará bela e serena, suas cristas não menos brancas, suas distâncias mais azuis, suas aves marinhas não menos graciosas girando no ar puro. Que perfeição, ser tão sem coração. Uma inspiração para qualquer imortal menor. [...] São necessários milhares deles para criar um arquivo de sabedoria humana; apenas um para definir uma tocha para ele. Você não deveria dizer, então, que o trabalho dos bibliotecários é mais típico do comportamento mortal do que o trabalho do incendiário? [...]. Veja mais aqui.

 

DOIS POEMAS - ESCREVO POEMAS TODOS OS DIAS - Escrevo um poema todos os dias, \ embora não tenha certeza se esses textos \ devem ser chamados de poemas. \ Não é difícil, especialmente agora, \ quando é primavera em Tartu, e tudo muda de forma: \  parques, gramados, galhos, brotos e nuvens \ acima da cidade, até o céu e as estrelas. \ Se eu tivesse olhos, ouvidos e tempo suficientes \ para essa beleza que nos suga como um redemoinho \ cobrindo tudo com um véu poético de esperanças \ onde apenas uma coisa se destaca estranhamente: \ o homem estúpido sentado no ponto de ônibus \ tirando botas de seus pés sujos e mutilados, \ sua bengala e seu gorro de lã caídos ao lado dele: \ o mesmo gorro que estava em sua cabeça\ quando você o viu naquele dia parado \ no mesmo ponto às três da manhã, \ quando o táxi passou por você e o motorista \ disse: 'O idiota bebeu de novo'. A POSSIBILIDADE DA CHUVA - Se a chuva é possível, \ tudo é possível: espinafres, alfaces, rabanetes e endro, \ até cenouras e batatas, até \ groselhas pretas e vermelhas, até andorinhas \ sobre o lago onde se vê \ o reflexo da lua cheia, e morcegos voo. \ As crianças terminam de jogar badminton e entram. \ Há uma névoa a oeste. Pouco a pouco \ o cansaço dos meus membros se transforma em otimismo. Sonho \ que pego um avião emprestado para voar para Colônia. \ Devo entrar também. O céu está quase escuro, \ uma meia-lua brilhando entre os galhos das bétulas. \ De repente me sinto como a réplica de um alquimista \ onde tudo isso - calor, tédio, \ esperança e novos pensamentos -\ está se transformando em algo estranho, colorido e novo. Poemas do poeta, filósofo e crítico literário estoniano Jaan Kaplinski.

 


OS FILHOS DO BARRO – a obra “Os filhos do barro” do poeta e escritor mexicano, Octavio Paz, reúne as conferencias que o autor fez na Universidade de Harvard em 1972, realizando ima reflexão marcada pela dupla e antagônica tentação que fascinou alternada e simultaneamente os poetas modernos: a tentação religiosa e política, a magia ou a revolução. Aborda questões atinentes à tradição da ruptura, a revolta do futuro, os filhos do barro, analogia e ironia, tradução e metáfora, o ocaso da vanguarda, revolução/Eros/Metaironia, o outro lado do desenho, o ponto de convergência e um verdadeiro inventário da poesia moderna até os anos 70, analisando desde os clássicos Dante, Shalespeare, até Pound, Eliot, Maiakovsky, os movimento da vanguarda do século XX e a poesia anglo-americano e hispano-americana. Trata ainda acerca da panorâmica frente ao cristianismo onde apoesia moderna se apresentou como a outra religião; e frente às revoluções do século XIXC e XX, como a voz da revolução original, a dupla heterodoxia e tensão que se faz presente ao mesmo tempo no romântico Wiliam Blake, no simbolista Yeats e no vanguardista Poind, em Baudelaire e Breton, em Pessoa e em Vallejo. O poeta, escritor, diplomata e Premio Nobel de Literatura de 1990, Octavio Paz (1914-1998) é uma das personalidades mais influentes da literatura hispano-americana contemporânea.  FONTE: PAZ, Octavio. Os filhos do barro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.Veja mais aqui e aqui.

PSICODRAMA & ROLE-PLAYING - O Role-Playing é uma técnica que pode ser usada para a exploração e para a expansão do eu num universo desconhecido. O conceito fundamental desta abordagem é o reconhecimento de que o homem é um role-player – ou seja, um intérprete de papéis -, de que todo o individuo é caracterizado pro certo leque de papéis que domina seu comportamento e de que toda cultura é caracterizada por certo conjunto de papéis impostos, com grau variado de sucesso, a seus membros. As técnicas são uma metodologia que capacita comparar cada um dos métodos terapêuticos sob condição de controle. Role-player (em alemão Rollenspieler), significa a interpretação de papéis e é a adoção de um papel acabado, plenamente estabelecido, que não permite ao individuo nenhuma variação, qualquer grau de liberdade, o que permite ao individuo um certo grau de liberdade. Um papel é composto de duas partes: o seu denominador coletivo e o seu diferencial individual. As primeiras experiências com as técnicas de role-playing aconteceram durante os testes feitos com terapeutas auxiliares colocados no contexto de situações padrão, num psicodrama experimental. Nas situações terapêuticas pode-se concentrar primeiramente no estudo dos quatro fatores, demonstrando a importância crucial em todos os relacionamentos paciente-terapeuta: sentimentos um em relação ao outro, percepção um do outro, eventos motrizes, a interação entre eles e as relações de papéis, que emergem de um para o outro numa situação terapêutica em andamento. Como terapia de papéis objetiva melhorar as relações entre membros de determinado grupo. Cada membro pode assumir novo papel e esta situação influencia com frequência os resultados do próximo teste sociometrico, modificando a posição do individuo que, de outro modo, continuaria isolado e desajustado. Assim o role-playing torna-se treinamento e terapia de papéis. O teste de espontaneidade é o segundo teste que satisfaz as exigências para o role-playing, uma vez que coloca o individuo em situação-padrão de vida que requer relações emocionais fundamentais e definidas, chamadas de estados de espontaneidade, tais como o medo, a raiva, entre outros. Se houver possibilidade de expansão, o próximo passo é o role-playing. Quando um instrutor de espontaneidade reconhece que o aluno ou paciente tem carência em certos estados, por exemplo, coragem, alegria, entre outros, coloca-o numa situação específica em que estes estados são inadequados ou aconselháveis. O aluno ou paciente representa esta situação, teatraliza de improviso o estado. Se é coragem que lhe falta, ele representa coragem até que aprenda a ser corajoso.  INFÂNCIA – Em vez de considerar a criança do ponto de vista dos organismos inferiores, tentando interpretá-la como um pequeno animal, em termos de psicologia animal, e em vez de tentar interpretá-lo como um pequeno neurótico ou pequeno selvagem, pelo ângulo neurótico, é pertinente encarar sistematicamente o bebê humano desde a plataforma dos mais elevados exemplos concretos de expressão e realização humana – referindo-se aqui ao gênio da raça -, interpretando-o como um gênio em potencial. Pressupõe-se aqui que, nos gênios da raça, certas capacidades e aptidões básicas latentes, comuns a todos os homens, encontram sua mais dramática expressão. Sua natural e continua espontaneidade e criatividade, não só em raros momentos mas como uma expressão cotidiana, fornece indícios para compreender a criança que não podem ser desprezados. Uma criança de 2 a 3 anos de idade talvez não entenda quando um dos pais lhe diz algo que não deveria fazer. Para a criança certas coisas ditas não têm sentido e permanecem sem causar impressão. Tem-se, com isso, que se lembrar que a criança tem sua memoria no ato e não na memória, o rápido esquecimento de acidentes é uma condição natural, mas pode-se ensiná-la no ato. Por um acidente da natureza, parece que o bebê humano nasce nove meses depois da concepção. Poderia nascer muitos meses depois e o recém-nascido poderia vir ao mundo quase preparado para cuidar de si mesmo, à semelhança de alguns recém-nascidos entre outros vertebrados. Por conseguinte, a soma de ajuda de que necessita para sobreviver tem de ser muito maior e mais prolongada que no caso de qualquer outro da classe primata. A criança jamais deixa de lado suas expectativas de tornar-se o centro e o ditador do mundo. Poderá tornar-se mais humilde à medida que for envelhecendo e aprender que o universo tem uma teimosa estrutura particular., que lhe é impossível de penetrar e de conquistar contando apenas com métodos mágicos. A criança fará qualquer jogo – o jogo do método científico ou qualquer melhoria futura do mesmo – se isto ajuda-lo circunstancialmente a conseguir a realização de sua intensão profunda de permanecer para sempre em contato com a existência, de ser toda-poderosa, imortal e de, pelo menos, ex post facto, verificar no fim dos tempos as palavras do Gênese: “No começo era Deus, criador do mundo”, invertendo o vetor da flecha do passado para o futuro, do Deus fora de si para o homem em seu interior. Toda criança tem uma droga miraculosa a seu dispor, prescrita para ela pela própria natureza, Megalomania Normalis. Repita-se a dose. As crianças usam intuitivamente e quando é empregado consciente e sistematicamente para o propósito de treinamento, chama-se role-playing que se define como personificar outras formas de existência por meio do jogo. É uma forma especializada de jogo. Foi a técnica fundamental do Teatro da Espontaneidade vienense, devido ao papel predominante que a espontaneidade e a criatividade. É um provável método por excelência para encontrar e, se possível, solucionar aquela situação que desafia a criança. Os pais desempenhando o papel de um cão ou de um gato, leva as crianças a entender esses animais, conversar com eles, incorporá-los. O desempenho de um papel é a personificação de uma forma, de uma existência estranha através da brincadeira, é uma forma especial de brincar.Depois de finda a fase do role-playing dos pais e de outros adultos na casa, e de haver adquirido habilidade considerável, introduz-se outro método particularmente recompensador – a técnica da inversão de papel. Se uma pessoa faz o papel de um médico, de um policial ou de um vendedor, a parte do pai ou da mãe, a fim de aprender de que modo funcionar dentro de tais papéis, tal técnica chama-se de role-playing. Mas se o pai ou mãe trocar de papeis, o pai sendo o filho e o filho o pai, trata-se de uma inversão de papéis. Grupos de crianças separam-se dos grupos de adultos a partir dos 6 ou 7 anos de idade – é uma divisão social. Essa é a fase que coincide com o inicio da fase escolar. A imaginação do homem não deixará de lado a eterna criança que existe nele, descobrindo novos modos de preencher o universo com seres fantásticos, mesmo que precise criá-los. A eterna criança no homem não fugirá de sua força imaginativa. SOCIODRAMA – O sociodrama está introduzindo uma nova abordagem dos problemas antropológicos e culturais, métodos de ação profunda e de verificação experimental. O conceito subjacente nesta abordagem é o reconhecimento de que o homem é um intérprete de papéis que dominam o seu comportamento e que toda e qualquer cultura é caracterizada por um certo conjunto de papéis que ela impõe com variável grau de êxito, aos seus membros. O vocábulo sociodrama tem duas raízes: socius que significa sócio, o outro individuo, e drama, que significa ação. Sociodrama é a ação em beneficio de outro individuo, de outra pessoa. O verdadeiro sujeito do sociodrama é o grupo. Não está limitado por um numero especial de indivíduos, pode consistir em tantas pessoas quantos os seres humanos que vivem em qualquer lugar ou, pelo menos, quantos pertençam à mesma cultura. A diferença entre psicodrama e sociodrama deve ser ampliada a todo tipo de psicoterapia de grupo. Também deveria ser feita uma diferença entre o tipo individual de psicoterapia de grupo e o tipo coletivo de psicoterapia de grupo. O tipo individual é centrado no individuo. Focaliza a sua atenão em cada individuo na situação, nos indivíduos que compõem o grupo e não no grupo em geral. O tipo coletivo de terapia de grupo está centado neste. Focaliza a situação nos denominadores coletivos e não está interessado nas diferrenças individuais ou problemas privados que eles apresentam. Trabalhadores sociodramáticos tem a tarefa de organizar encontros preventivos, didáticos e de reconstrução na comunidade. O agente de ação ingressa no grupo acompanhado por equipe de egos-auxiliares, se necessário, com a mesma determinação, audácia ou violência de um líder nazista ou sindical. O encontro pode transformar-se em ação tão chocante e entusiástica quanto aquelas de natureza politica, com a diferença de que os políticos tentam submeter as massas a seus esquemas, enquanto o sociodramatista conduzi-las ao máximo de realização, expressão e análise de grupos. O TREINAMENTO DE PAPÉIS – É um método utilizado pelo teatro da espontaneidade de Viena, nbo qual a espontaneidade e a criatividade tomam uma posição importante. Também é denominado de treinamento de papéis espontâneo-criativo que consiste em colocar os indivíduos (atores) em diversas situações, em papéis estranhos a eles mesmos e às suas vidas.  O jogo de papéis pode ser utilizado como método para pesquisar mundos desconhecidos ou para a expansão do eu. Veja mais aqui, aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
CUKIER, Rosa. Palavras de Jacob Levy Moreno: vocabulário de citações do psicodrama, da psicoterapia de grupo, do sociodrama e da sociometria. São Paulo: Ágora. 2002.
FLEURY, Heloisa; KHOURI, Georges; HUG, Edward. Psicodrama e Neurociência: contribuição para a mudança terapêutica. São Paulo: Ágora, 2008.
GERSHONI, Jacob (Org.). Psicodrama no século 21: aplicações clínicas e educacionais. São Paulo: Ágora, 2008.
GONÇALVES, Camila (Org.). Psicodrama com crianças: uma psicoterapia possível. São Paulo: Ágora, 1988.
KNOBEL, Anna Maria. Moreno em ato: a construção do psicodrama a partir das práticas. São Paulo: Ágora,2004.
MORENO, Jacob Levy. O teatro da espontaneidade. São Paulo: Summus, 1984.
______. Psicodrama. São Paulo: Cultrix, 1978.
PAÏN, S.; JARREAU, G. Teoria e técnica da arte-terapia: a compreensão do sujeito. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
RICOTTA, Luisa Cristina. Cadernos de psicodrama: edição e desenvolvimento. São Paulo: Ágora, 1991.

GESTÃO AMBIENTAL DO TRABALHO – Para desenvolver trabalho acadêmico sobre esta temática, convem tratar inicialmente acerca do meio ambiente e da gestão ambiental, com fundamentação conceitual e abordagem histórica, tratando, a partir de então, do meio ambiente do trabalho para, em seguida, trazer a questão da gestão do trabalho e da gestão ambiental do trabalho, articulando-se conteúdos atinentes ao meio ambiente nas áreas de direito, administração, psicologia e saúde. Veja mais aqui, aqui e aqui.


Veja mais sobre:
A mulher nos primórdios da humanidade, Virginia Woolf, Friedrich Engels, Edith Wharton, Maria Polydouri, Sainkho Namtchylak, Paula Picarelli, Inês Pedrosa, Jean-Léon Gérôme, Hanna Cantora & Tudo no Brasil é um parto da montanha aqui.

E mais:
Leolinda Daltro & Todo dia é dia da mulher aqui.
Yamandu Costa, Terêncio, Beaumarchais, Julie Dreyfus, Sharon Tate & Constituição Federal aqui.
Painel das Fêmeas, Lao Zi, O livro dos peixes de William Gould, , a poesia de Heinrich Heine, os contos eróticos de Fabiana Karfig, a música de Sally Nyolo, o cinema de Gaspar Noé, a pintura de Howard Rogers, Musetta Vander, Ação & Inquérito civil aqui.
Sobre a morte e o morrer, Direito Ambiental, Psicologia da Saúde & Poetas do Brasil aqui.
Literatura: modernidade x pós-modernidade aqui.
O trabalho: escravidão, subordinação e desemprego aqui.
Freud, Alan Watts, Erich Fromm, Roland Gori & Eduardo Giannetti aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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CAMILLA COLLETT, ROBERT BURNS, DOUGLAS RUSHKOFF, ABRAHAMS &TRABALHO



O TRABALHO: ESCRAVIDÃO, SUBORDINAÇÃO E DESEMPREGO


Luiz Alberto Machado

O trabalho tanto tem promovido a formação e desenvolvimento humano, como também tem mantido o ser humano escravo e subordinado às classes abastadas. Tornou-se, por isso, um universo diversificado e complexo, recheado de transbordantes desafios, tanto pela manutenção hegemônica da classe empresarial como pelas exigências de posicionamento dos trabalhadores no sentido de satisfazer as suas necessidades, as das organizações e as dos empresários.
O trabalho serviu para dominação, submissão, servidão e escravidão. Com a substituição da escravidão veio a subordinação que. etimologicamente é de origem do latim: subordinatio, onis, com o significa sujeição, submissão. É conceituada por Otavio Pinto e Silva como “(...) a ordem estabelecida entre as pessoas e segundo a qual umas dependem das outras, das quais recebem ordens ou incumbências; dependência de uma(s) pessoa(as) em relação a outra(s)", E na visão de Sérgio Pinto Martins como "(...) o aspecto da relação de emprego visto pelo lado do empregado, enquanto poder de direção é a mesma acepção vista pelo ângulo do empregador".
Ao mesmo tempo, o trabalho é levado como dignificante, ou como dizia Gonzaguinha: “(...) pois sem o seu trabalho o homem não tem honra e sem a sua honra se morre e se mata”. Como para Karl Marx: “O trabalho, como criador de valores – de – uso, como trabalho útil, é indispensável à existência do homem – quaisquer que sejam as formas de sociedade – é necessidade natural e eterna de efetivar o intercâmbio material entre o homem e a natureza e, portanto, de manter a vida humana. (...)”.
Por outro lado, para Braverman: “O trabalho é representado pelo valor do produto do trabalho, e a duração do tempo pela magnitude deste valor, fórmulas que pertencem claramente a uma sociedade em que o processo de produção domina o homem e não o homem domina o processo de produção social”. Isto quer dizer que o empregado, ainda hoje, tem hora para entrar no serviço, mas não tem hora para largar. Ali permanece trancado, trancafiado e com dedicação exclusiva, pagando o pato por qualquer erro, assumindo responsabilidades que lhes são conferidas apenas para salvar a empresa de qualquer engodo e contra a vivacidade de qualquer trampolineiro, carregando a bandeira e se matando com a camisa suada até o último round de qualquer pendenga na defesa dos interesses da empresa. Porém, no final das contas, este empregado é exigido a fazer 101% de suas potencialidades em defesa do empreendimento a que está subordinado numa servidão tão perversa que na hora que ele faz 99% é dispensado como uma mercadoria vencida e sem a menor valia, com a saúde debilitada que será sustentada pelo INSS e descartado sem a menor culpa por parte do empregador, detectados por Domenico de Mais, Wanderley Codo, Silvia Lane e Otavio Pinto e Silva. Isso mesmo havendo correntes paradigmáticas contemporâneas organizacionais e até empresas visionárias que prescrevem e até tratam o empregado como parceiro, entendendo que este parceiro precisa ter qualidade de vida dentro e fora do seu emprego.
Observa-se, portanto, que a relação de trabalho, segundo Izabel Gouvêa, “é uma relação jurídica gerada pela prestação de serviços por uma pessoa física em proveito de outrem". E, para a autora mencionada, é a mesma relação de emprego, sendo esta última aplicada ao trabalho subordinado. E é nesta relação que nasce a subordinação.
Assim, tendo em vista que o momento presente tem sido de mudanças constantes e de transformações que são impulsionadas pelas aceleradas e cambiantes estruturas da economia mundial e pelas novas demandas da sociedade, é também um momento de desafios que estão além das novas expectativas empresariais nos mercados globalizados, seja de manutenção do negócio, seja na descoberta de adequadas estratégias, estando entre esses aqueles que são ofertados pelos avanços tecnológicos. Nesse cenário verifica-se que o dinamismo econômico sai do capital físico das empresas, tendo se posicionado pelas habilidades, conhecimentos e experiências dos trabalhadores – o capital intelectual -, exigindo destes qualidade e eficiência na relação com as organizações empresariais. Isso é teoria para a grande maioria dos assalariados e uma ponta de privilégio para alguns poucos que labutam em ambientes empreendedores visionários.

O TRABALHO ATRAVÉS DOS TEMPOS

Considerando as idéias de Paulo Emilio Martins, o trabalho já foi considerado uma atividade lúdica na pré-história, uma maldição divina ou do vencido e escravizado na antiguidade, uma forma de expiação do pecado original e meio de compaixão nos primórdios do cristianismo, um remédio para as tentações no cristianismo da Idade Média, um direito e um dever ou meio para a salvação para os promotores da reforma luterana, expressão da criatividade humana na revolução industrial, a maior obsessão no início do século XX e uma atividade em questionamento nos dias atuais. Isto porque o trabalho já foi visto como estático e homogêneo, se tornando numa atividade que altera o estado da natureza para melhorar sua utilidade.
Há que se considerar no conceito de trabalho a sua derivação, conforme Wanderley Codo, do latim tardio “tripalium”- tri, três; e palium, pau; derivando o verbo trepaliare, torturar alguém no tripalium - que significa instrumento de tortura romano, ou seja, supliciamento de escravos numa espécie de tripé formado por três estacas cravadas no chão.
Daí o termo trabalho passou da idéia inicial de sofrimento humano para o de esforço, luta, pugna e trabalhar no sentido de ocupar-se com algum mister para exercício de seu oficio.
Autores como Harry Braverman, Christophe Dejours, Domenico de Masi, entre outros estudiosos, têm se debruçado sobre a evolução do trabalho na história da humanidade. Neste inventário encontrou-se que a atividade do trabalho é aliada a uma ideologia com normas, regras e doutrina, sendo exercida pelo ser humano com inteligência para transformação da natureza, buscando meios de subsistência e sustento, tornando-se uma atividade remunerada, consciente e proposital. Serve o trabalho, então, para a subsistência humana desde os séculos passados, na busca por uma vida digna para si e para a sua família.
Antes, porem, no Antigo Testamento encontra-se o trabalho como uma condenação humana. Na civilização grega, especialmente a espartana, o trabalho começava com a educação dos garotos a partir dos 7 anos de idade na carreira do militar controlados pelo governo para a guerra, dos quatorze aos vinte eram escudeiros, dos vinte aos trinta guerreiros, e finalmente aos trinta estavam livres para casar-se. É nesta época que nasce o escravismo, quando os espartanos eram obrigados a partir do 7 anos de idade a começar a vida militar, obrigados a servir. Isto porque no século V e IV ªC o trabalho escravo era considerado natural e necessário, livrando os cidadãos de tarefas servis, para assim desfrutarem de si mesmos e contemplações do espírito, muito embora não lutassem pela liberdade por medo da morte. Tanto é que é encontrado na República do filósofo Platão que a divisão do trabalho era benéfica para a sociedade. Já para Aristóteles ser cidadão exigia muita parte de tempo.
Para o catolicismo o trabalho ainda hoje é considerado como penitencia e redenção. Para o protestantismo é um meio de enriquecer. Daí, com o advento do Renascimento, o trabalho adquiriu o sentido de labuta, ou seja, atividade do exercício profissional, mantendo-se aliado ao seu sentido primitivo de suplicio, tormento, agonia, custoso, cansativo, difícil, o que não é fácil de fazer, redundando nas expressões trabalhão e trabalheira. Contudo, assim como outros teóricos, Braverman deixa clara a distinção entre trabalho e atividade onde esta ao contrário daquela aparece como sinônimo de ação, buscar alguma coisa, etc., além disso, pode e/ou é exercida tanto por homens quanto por animais. Desta maneira, o trabalho pode ser uma atividade, mas nem toda atividade humana é trabalho.
Desde os primórdios da Grécia antiga, dos egípcios, durante toda Idade Média, Moderna e até os dias atuais que a relação de trabalho evidencia uma relação de dominação entre o dominador e o dominado, relação essa que evoluiu durante a introdução e desenvolvimento do capitalismo, o que, segundo Braverman, fica claro porque o modo capitalista de produção cria uma população trabalhadora ajustada às suas necessidades.
Com o surgimento do Capitalismo, o trabalho torna-se a expansão do capital propiciando um lucro e transformando tais formas em trabalho assalariado, voltando-se, assim, para o crescimento econômico e de riquezas, encarando o lucro como um princípio positivo, não se podendo desperdiçar tempo, poupando e se mantendo. É nessa condição que o trabalho passa de uma atividade útil para a expansão do capital propiciando um lucro que usufrui da força e capacidade humana, bem como das atividades naturais das plantas e animais. É quando o homem produz mais do que consome e a existência de inúmeros meios de produção passa para a expansão da força de trabalho. Daí, ocorre no sistema o enriquecimento de países que atingiram desenvolvimento através de lucro com o acumulo de capital, ampliando a expansão do comércio para a potência industrial, surgindo daí o produtivismo que levou a obrigação das pessoas trabalharem por se tratar de uma fonte de riqueza, embora esta fonte riqueza seja pertinente para a classe dominante, nunca para o trabalhador.
Nesse cenário, três idéias se sobressaem, a primeira de Harold J. Lask assinalando que essa idealização econômica foi defendida demais por causa dos interesses da propriedade ao invés a do trabalhador. Em seguida, Adam Smith declarou que a força do trabalho levava um país a ser rico, pois, conquistar riquezas é muito importante. Foi quando Karl Marx passa a criticar a condição degradante em que os trabalhadores estavam, denunciando que, somente pelo trabalho se gerava riqueza, e quem a produzia não tinha o direito a ela.
Manteve-se a escravidão no capitalismo porque este precisa cada vez mais de mão-de-obra, provocando nas indústrias a exigência laboral de crianças, homens e mulheres obrigadas ao trabalho ininterrupto nas fábricas, seguindo normas insuportáveis a alguém. Tanto é que nesse sistema os donos das fábricas acumulavam riquezas, coagindo os operários para que trabalhando eles conseguissem ficar ricos.
Foi quando, anos mais tarde, chegou-se à constatação de que o trabalho escravo já não era tão eficiente, e que o trabalho livre seria melhor e mais lucrativo, surgindo, então, as teorias no capitalismo a favor do livre trabalho. Foi quando se deu o advento do Liberalismo trazendo a idéia contrária da presença do Estado no setor econômico, aceitando as rivalidades do mercado, e valorizando dos direitos dos trabalhadores. É quando emerge a revolução industrial, levando ao fato de que já no século XIX à promoção da felicidade dos trabalhadores por meio de técnicas aplicadas na produção, quando o lado humano do trabalhador era descartado.
Foi exatamente no século XIX, que se desencadeou a luta pela sobrevivência operária, onde haviam salários muito baixos, promiscuidade, falta de higiene, esgotamento físico, acidentes de trabalho – um verdadeiro cenário de escravos com jornada de 12, 14 até 16 horas ao dia, crianças de 3 anos na lavoura, entre outras.
Foi já no século XX, durante a I Guerra Mundial, que o movimento operário adquiriu bases sólidas e atingiu a dimensão de uma força política que iria crescendo gradativamente, em campanhas voltadas para salvar o corpo dos acidentes de trabalho, prevenindo as doenças profissionais e as intoxicações por produtos industriais, cuidados aos trabalhadores no caso de doenças, com tratamento conveniente, antes assegurado só pela classe abastada.
Assim, entende-se que no século XX, o trabalho estruturou-se em torno da universalização das relações de troca, da transformação do trabalho em força de trabalho e da institucionalização de classes. Isto porque nesse período ocorreram mudanças nas características dos trabalhadores que passaram a ser determinadas pela Revolução Industrial em marcha, quando o mundo passou por outras duas revoluções: a Revolução da Produtividade e a Revolução da Administração.
A partir de 1936, novas mudanças ocorrem e leis passam a ter vigência com melhores condições de trabalho, principalmente depois da II Guerra Mundial, quando nascem programas e institutos de proteção ao trabalhador, como a previdência social em 1945, da medicina do trabalho em 1946, e dos comitês de higiene e de segurança em 1947. Tais ocorrências fazem detectar três etapas no século XX, sendo a primeira aquela etapa que vai até a metade do século, no ínício do pós-segunda Guerra Mundial, quando o comportamento das pessoas, no ambiente profissional e pessoal, foi fortemente influenciado pela segunda Revolução Industrial, aquela da eletricidade, do motor a combustão e pelo início da administração como ciência que surge para atender às necessidades de organização das empresas industriais que precisavam otimizar a produção. Tempos do administrador Frederick Taylor, do francês Henri Fayol e do alemão Max Webwe. É nesta etapa que se compreende que verdadeiramente o trabalho é necessário. Porém, o problema está na forma como este trabalho se dá de forma impositiva como conseqüência das mudanças ocorridas significativamente nos meios de produção do trabalho, a partir da sua divisão social que subdivide a sociedade juntamente com a divisão parcelada do trabalho que subdivide o homem, proposto por Adam Smith e Charles Babbage. Em seguida, a adoção do estudo do tempo e do movimento produzido pelo trabalhador, elaborado por Taylor, denominado de mensuração de tempos e métodos. Foi quando Frederick Winslow Taylor começou a aplicar conhecimento sistemático à execução de tarefas nas fábricas com o objetivo de aumentar a produtividade, surgindo, daí o taylorismo, um movimento de racionalização do trabalho que se inicia no final do século XIX e difundido e implantado em todo o mundo no XX, um método, bastante lógico do ponto de vista técnico, que ignorava os efeitos da fadiga e os aspectos humanos, psicológicos e fisiológicos das condições de trabalho.
Daí, esses três, Smith, Babbage e Taylor, foram os responsáveis pela criação da gerência científica, bem como de seu planejamento e controle até mesmo do próprio trabalhador. Tudo isso mais o conceito de mais valia que propiciou a ampliação realizada por Henry Ford aprimorando este modelo de administração com a criação da sua linha de produção. Com o surgimento das linhas de montagens começou-se a efetuar cortes nos salários e incentivos aos trabalhadores, entrando em vigência o Fordismo e seus meios de produção que se tornaram importantes contribuintes para as demais indústrias automobilísticas, quando a força de trabalho humana é manipulada pelo produto de forças econômicas poderosas, políticas de emprego e barganha, e a atuação e evolução íntimas do próprio sistema capitalista.
A segunda etapa está referenciada no período chamado de Era da Informação que vai da segunda metade do século até o fim dos anos 1980, um período marcado pela divulgação de publicações cientificas e da televisão visando a capacitação do trabalhador.
Por fim, a terceira etapa, compreendendo a década de 1990, marcada por uma experiência nova, novas exigências pessoais e profissionais buscando menos produtividade e mais competitividade, menos informação e mais conhecimento, menos treinamento e mais educação, além da chegada da Internet e do mundo virtual que se tornava a partir de então tão presente na vida das pessoas e é quando todas as profissões passam a depender desse meio de comunicação e de acesso à informação. Com isso surge a Era do Conhecimento, quando ocorreu a democratização da informação exigindo qualidade com flexibilidade, criatividade, informação, comunicação, responsabilidade, empreendedorismo, sociabilização e tecnologia. Foi quando se passou a exigir a capacidade para o trabalho que, por sua vez, exige formação do trabalhador para que este se torne pessoa apta ao desempenho de suas funções. Esta exigência levou o trabalhador a não mais parar de estudar, se desenvolvendo pessoal e tecnicamente, de forma constante e não medindo esforço em seu aprimoramento, estando atento às necessidades de seu trabalho. Mas nisso há um questionamento: o trabalhador de hoje está feliz? Produzir sem ser feliz lembra escravidão dos primeiros séculos do Brasil. È nisso que Christophe Dejours defende que a base do trabalho está na formação de grupos de trabalhadores com o fito de colocarem para fora todo o sofrimento físico e mental que todo trabalhador, seja ele de qualquer área, esteja sentindo. A fadiga, a carga de trabalho e a insatisfação levam ao operário tantos sofrimentos que até em sua vida intima ele sente as conseqüências. São tantos os problemas de ordem física e mental que o trabalhador enfrenta, que o mais simples é talvez recorrer ao estudo da eficácia da ergonomia.
À guisa de conclusão, observou-se, então, que o trabalho serviu de transformação da escravidão para a subordinação jurídica, econômica, social e técnica, quando fica definido que o trabalhador não possui plena liberdade e deve seguir os critérios propostos pela organização a que é submetido como empregado, sendo integrado por um vinculo contratualmente estabelecido ao poder e controle. Com a emergência tecnológica e o processo de mundialização da econômica esta subordinação passou a ser, segundo José Affonso Dallegrave Neto, a parassubordinação, quando passou a ocorrer a subordinação mitigada, própria de empregados altamente qualificados ou controlados à distância, ou, ainda, das figuras contratuais resididas na zona fronteiriça entre o trabalho autônomo e a relação de emprego, como, por exemplo, o representante comercial e o vendedor pracista, ou seja, o trabalho subordinado e a autonomia.
Observa-se, com isso, o processo de evolução ocorrida no ambiente, na força e na relação de trabalho ao longo dos anos. O questionamento persiste: o trabalhador está feliz? A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, prevê em diversos de seus artigos, entre eles os arts. 7º e 193, bem como previsões na Consolidação das Leis do Trabalho protegendo e as inovadoras questões atinentes ao Meio Ambiente do Trabalho.
Entre as exigências legais e o desemprego, onde fica o trabalhador? Espremido na labuta diária, coagido e temeroso de perder seu emprego que é mantido, suportando uma carga na jornada além do potencial com toda pilha? Ou desempregado, se danando na buraqueira da informalidade, suportando a tensão e a vergonha do fracasso na promoção de subempregos e explorações?
Fica então o questionamento em aberto para um debate mais aprofundado acerca do trabalho humano.

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DITOS & DESDITOS - Os computadores não matam os livros; pessoas, sim. Livros têm alma. Ou então românticos como eu costumo pensar. A terceirização da nossa memória para máquinas expande a quantidade de dados para os quais temos acesso, mas degrada a própria capacidade do cérebro de lembrar as coisas. Infelizmente, para a grande maioria de nós, uma grande maioria do tempo, rendemos nossa verdadeira autonomia a essa ilusão de agência. Eu sou tão culpado quanto qualquer um, e eu escrevo sobre isso em um livro. Eu não estou condenando ninguém. Pensamento do escritor estadunidense Douglas Rushkoff.

 

ALGUÉM FALOU: E repetidamente ela disse a ele que o amava. E repetidamente ele disse a ela que a amava. E era sempre uma coisa nova que eles contavam um para o outroFrase do escritor sul-africano-jamaicano Peter Abrahams (1919-2017). Veja mais aqui.


AS FILHAS DO XERIFE - [...] Pois quando se trata disso, talvez Adão fosse tão fraco quanto Eva; afinal, ele só foi tentado por sua própria semelhança, enquanto ela tinha o próprio diabo para se proteger contra [...] é ela (a alma da mulher) que torna sua alegria mais gloriosa e sua devoção e resistência na adversidade maiores do que nunca as do homem. Ele fala e age, ela sofre e fica calada. Sim, é lindo, essa vontade de sofrer e calar, esse silêncio de Deus e da natureza nela, se faz vencer em seu poder tranquilo [...]. Trechos extraídos da obra Amtmannens døtre (Rosenkilde, 2013), da escritora norueguesa Camilla Collett (1813-1895). Veja mais aqui.

 

DOIS POEMAS - A RED, RED ROSE - Ó meu amor é como uma rosa vermelha, vermelha \ Que brotou recentemente em junho; \ Ó meu amor é como a melodia \ Que é tocada docemente no tom... A MAN'S A MAN FOR A' THAT '- Existe para a pobreza honesta \ Que balança sua cabeça, e isso; \ O escravo covarde - nós o ignoramos, \ ousamos ser pobres por isso! \ Por um' isso, um' um' aquilo. \ Nossas labutas obscurecem e isso, \ O posto é apenas o selo do guinéu, \ O homem é o ouro para isso… Poemas do poeta e compositor britânico Robert Burns (1759-1796).

 



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