Não sendo propriamente um trotamundos, já dei, não sem remorsos, um bom contributo para o apocalipse climático. Entrei tarde no primeiro avião, mas a minha pegada foi entretanto impressa em duas dezenas de países de três continentes, em alguns com recidiva. Continuo a odiar os preparativos de uma viagem, mas conforta-me a ideia de ler ou dormir no avião. E sobretudo a de observar a vida selvagem nos aeroportos. Custa-me sair, mas depois de partir sinto-me bem em trânsito, imerso em anonimato. Já fiz viagens em que, a pensar nas longas escalas e noites insones, guardei espaço na mochila para um colchão de ar. Preparo-me como os fotógrafos da National Geographic, camuflado de turista e assegurando conforto no posto de observação.
Na penúltima viagem de regresso, num dia invernoso de Fevereiro, o avião fez três tentativas de aterragem em Pedras Rubras, como nos vídeos de «extreme aborted landings» do Youtube, e foi parar à Portela para recuperar o fôlego (e combustível) antes da derradeira tentativa, uma hora mais tarde. Metade dos passageiros, benzendo-se, saltou fora em Lisboa mal foi dada a oportunidade, como ratos num naufrágio, e uma boa parte dos restantes ficou a ponderar se era boa altura para poupar o bilhete, o tempo e os incómodos extra do comboio ou do autocarro alternativos. À minha frente, ainda o avião manobrava depois de aterrar, um cavalheiro agarrara-se ao telemóvel para alterar a reserva do carro de aluguer do Porto para Lisboa e nas pausas da conversa com a agência arregimentava passageiros como um pastor evangélico, não para dividir despesas, mas para salvar vidas. Num momento em que falava do modelo e classe do veículo achei que ia pedir à voz do outro lado da linha para trocar a reserva para um minibus, tal o afã de resgatar almas à sua volta. Ainda olhou para mim, mas, vendo-me afocinhado no livro, com ar de quem não vai a lado nenhum, grato por umas horas mais de leitura, percebeu que eu não tinha como ser salvo e tentou converter o passageiro ao meu lado. Que declinou — apenas, julgo, porque tinha de me fazer levantar para poder sair do seu lugar.
Não são as milhas acumuladas que fazem de mim um Passageiro Zen, mas os anos de vida que me deixam por vezes sem apego à terra.
Mostrar mensagens com a etiqueta Viagens. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Viagens. Mostrar todas as mensagens
terça-feira, 24 de maio de 2022
domingo, 2 de setembro de 2018
A invasão da joaninha
Na Polónia, se estivermos atentos, somos duma forma ou doutra
alertados para os perigos de sermos permissivos em relação à ameaça de regimes
fascistas ou totalitários como o nazi e o soviético, mas quando vemos a intensa
disseminação de supermercados Biedronka (a ‘Joaninha’ da Jerónimo Martins) e de
filiais do Millennium Bank (Millennium BCP) interrogamo-nos se não deveríamos
nós alertar os polacos quanto aos perigos que correm com esta nova ocupação.
sábado, 1 de setembro de 2018
Auschwitz e Birkenau ou o castelo de Drácula
Auschwitz e Birkenau não deviam ser visitados de Verão. O
Agosto polaco é demasiado benévolo, a paisagem verde demasiado bucólica, a
arquitectura demasiado harmoniosa (perdoem-me a observação) e as pessoas,
animadas pelo bom tempo, demasiado gentis para que possamos sentir na pele, nas
entranhas, a experiência extrema e terrível da vida num campo de extermínio
nazi.
A boa prestação da guia, assertiva no relato histórico e na
sugestão de que ele nos deve manter em alerta permanente, não chega a arrepiar profundamente
os visitantes, decerto condoídos mas temo que não muito mais do que o estariam
se visitassem uma masmorra da Inquisição, essa entidade velha de séculos e
anacrónica como calças à boca-de-sino, que ninguém acredita que voltem.
A escala desmesurada de Birkenau lá arranca os seus
murmúrios de espanto, mas julgo que os turistas do Holocausto apenas
interiorizariam a experiência se tivessem de se enterrar nas lamas do Outono ou
da Primavera ou de bater os dentes nas neves de Dezembro. Num Agosto assim, receio
que a visita a Auschwitz e Birkenau, com as suas latrinas limpas e a refulgente
cerâmica dos fogões de aquecimento, se pareça a uma visita aos jardins do castelo de
Drácula.
sexta-feira, 31 de agosto de 2018
Oświęcim
A ideia de pernoitar em Oświęcim* não é cara à maioria dos que
visitam a Polónia. A cidadezinha, tirando o que se poderia chamar de atractivo macabro
dos campos de Auschwitz e Birkenau, não parece ter outros predicados. Além
disso, os guias publicados, as agências internacionais de viagens e os postos
de informações no país sugerem em regra um tour
directo, com autocarro de ida e volta, a partir de Cracóvia, cidade turística
por excelência. O acesso por comboio regional não é difícil nem desconfortável
(observação que, bem sei, resulta frívola no contexto), mas os polacos, os
guias e as agências desconhecem ou desaconselham.
* Lê-se mais ou menos «óche-vién-tchim», daí «Auschwitz» em alemão.
Auschwitz constitui assim um dos vários programas da oferta
de Cracóvia, a par das montanhas de Zakopane, da descida às minas de sal, do rafting no Dunajec, do crazy tour à cidade satélite comunista de
Nowa Huta. Insere-se na rubrica «o que fazer» quando se está em Cracóvia à
espera de dicas. Visita-se como se visita mais um castelo, com as suas próprias
masmorras e histórias de tortura. Os turistas, quando têm a informação, a idade
ou o carácter suficientes, lá adoptam ao sair do autocarro a devida expressão
circunspecta, como quando visitam sem quererem parecer desrespeitosos um templo
de outra religião. Se lhes pedissem, descalçar-se-iam ou cobririam a cabeça,
mas muitos ficariam aborrecidos se não pudessem fotografar. No final das férias
terão disponível para os amigos um relato da visita, intercalado em histórias
de refeições deliciosas ou horríveis, dificuldades do câmbio monetário, noites
em bares e picardias sobre os polacos e as polacas.
Não é portanto prevista ou sugerida uma estadia em Oświęcim
(embora a cidade tenha vários hotéis, e um deles, o Hampton by Hilton, fique mesmo
na entrada do pequeno centro histórico). Presumo que ninguém queira que os
turistas se aborreçam a cismar numa pacata cidade a braços com a sua ocupação
nazi e os seus blocos de habitação comunistas quando há tanta coisa excitante
para fazer no resto da Polónia.
No gueto de Varsóvia
1. Um grupo com
umas três dezenas de rapazes e raparigas, morenos na sua maioria, participa de
uma cerimónia no monumento que homenageia a revolta do gueto de Varsóvia. A
certa distância, estrategicamente colocados nas quatro esquinas de um rectângulo
imaginário, quatro jovens adultos, igualmente morenos, parecem apreciar o
cerimonial, mas percebe-se pelos movimentos de cabeça, pelos auriculares discretos
e pelo volume suspeito ao fundo das costas, sob a fralda da camisa, que montam
guarda. Armada.
Não há polícia polaca (ou loura) nas redondezas.
2. No museu contíguo,
cuja arquitectura do hall pretende
evocar a separação das águas do Mar Vermelho para a passagem franca dos judeus
perseguidos, os seguranças, mulheres e homens, são também morenos. E ríspidos,
rudes, autoritários. Deslocados, pensa-se. O bilheteiro, não divergindo do aspecto
judaico mas menos anguloso e mais bonacheirão e, ao contrário dos colegas na
entrada, simpático e afável, pede desculpa por o preço dos bilhetes não estar
visível e pede desculpa pela rudeza e antipatia da segurança. Sugere que se escreva
à direcção do Museu. Sugere sempre, as queixas são habituais. Ele próprio tem
dito aos chefes que essas coisas são pouco agradáveis.
Ficamos sem saber se ele é o judeu bom no sketch do polícia mau e do polícia bom
ou se concorda genuinamente que é um pouco perturbante (ou pelo menos irónico,
de uma ironia sem riso) que naquele museu se escondam os preços dos bilhetes e
se recebam com autoritarismo rude os visitantes.
Em todo o caso, apropriamo-nos da sugestão da separação das
águas e decidimo-nos pela visita.
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
Peeping Tom
Já me tinha
acometido a sugestão de um conto a partir de um espectáculo de Peeping Tom, mas
planear férias em função da agenda da companhia belga era a primeira vez. A
dança contemporânea (no caso, o termo mais apropriado é tanztheater,
até se quisermos evocar o ascendente de Pina Bausch) parece-me uma óptima
bússola para os dias. Do mesmo modo que alguns guiam os seus passos pelos
signos, pelo tarot ou pelo calendário futebolístico, se eu
tivesse o tempo e o dinheiro orientaria hoje o meu quotidiano totalmente em
função de certas tournées. Seria com
imenso prazer e sem medo do ridículo uma espécie de groupie das
grandes (e boas) companhias.
Não teria uma
vida aborrecida ou pacata. Apesar da crise e da bruteza de uma boa parte dos
dirigentes europeus, a oferta é muita. Um tipo (com dinheiro e tempo) ainda
pode passar os seus dias de malas aviadas entre aeroportos, estações e hotéis,
numa digressão que tem a vantagem de ser simultaneamente um roteiro por cidades
interessantes. Só na pequena Bélgica, e
para a produção mais recente da companhia, as opções eram Bruxelas, Antuérpia,
Genk, Namur, Bruges ou Lovaina.
Nem sempre
parece fácil transmitir ou explicar este interesse. Dir-se-ia que o gosto do
cidadão médio europeu está demasiado cercado pela estreiteza medíocre dos media para
se se sentir autorizado a curiosidades ou extravagâncias.
Naquela noite
em Bruxelas, as nossas guias da cidade acompanhavam-nos em parte
talvez por delicadeza de anfitrião — não tinham o hábito de ir ao KVS, e
Peeping Tom era novidade. Mas a suposta sensatez de as prevenirmos contra alguma
estranheza que pudessem vir a presenciar era na verdade uma cedência ao
preconceito e à condescendência: não houve distinção entre o nosso entusiasmo e
o entusiasmo delas no final da peça simultaneamente perturbadora, terna e
cómica que é “Vader”. Devíamos saber: não é necessário ter visto outras
produções da companhia (ou sequer ser iniciado no género) para a apreciar.
Basta ter a inteligência e a sensibilidade activadas.
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Catalogue des prix d’amour
[O senhor flagrado não é Paul Nougé, apesar do ar satisfeito]
Mosquitos em Bruxelas parecia-me um contra senso, imaginando-os bichos eminentemente meridionais ou amigos de ambientes de gente pobre. Mas quando me começaram a cair no copo lembrei-me que sou pobre e meridional. Não, não foi isso. Quando passei a usar a vetusta base de copos como tampa contra os dípteros kamikazes, tomei consciência do sítio onde estava: La Fleur en Papier Doré (Het Goudblommeke in Papier para os amigos flamengos), um café que respeita o seu ilustre passado mantendo, quase sem a espanar, a decoração original. A Flor em Papel Dourado é um estaminet fundado em 1366, mas não creio que houvesse nenhum mosquito dessa colheita. Os que partilharam comigo o cabernet e mais tarde nadaram nos meus sucos gástricos deveriam ser do tempo da última remodelação do botequim, acontecida, diria, na transição de oitocentos para novecentos. Gosto de sítios assim, com verdadeira história. E se tomasse notas no meu moleskine (ou, menos romanticamente, usasse a câmara do telemóvel), poderia hoje reproduzir na íntegra, poupando o trabalho de inventar tema e coerência para um post, a piéce de résistance das antiquarias que enfeitam, emolduradas, amareladas e empoeiradas, as paredes da casa. Refiro-me ao tarifário de um prostíbulo, de 1915.
Não me parece que o nome do café derive deste dístico utilitário, mas podia: o “Catalogue des prix d’amour de Mademoiselle Marcelle Lapompe”1 é um belo documento histórico em papel dourado pelo tempo. E a flor… vocês sabem.
A informação disponível no café refere que Magritte e os surrealistas belgas passavam ali os dias, e acredito que eles tenham reparado, como eu, que chez Marcelle Lapompe2 havia descontos se o cliente não precisasse de luz (já a vela custava 15 cêntimos). Talvez, pensando bem, o tarifário tenha sido esquecido ali por um dos surrealistas, depois de o ter consultado disfarçadamente no meio de um exemplar que fingia ler de L’Amour Fou, do condiscípulo francês. Ou, quem sabe, o papelito comprometedor caiu do bolso de um Paul Nougé vindo de se ter feito “glouglouter le poireau”3, depois de “faire sucer une pastille de menthe a l’opératrice”. Tudo é possível (refiro-me à cronologia): o tarifário diz que “anula todos os precedentes”, mas pode ter vigorado nas décadas seguintes (é consultar a inflação da época).
A tabela de Mademoiselle Lapompe — que eu mesmo que tivesse tomado notas na verdade não citaria, por pudor — é simultaneamente um documento de grande objectividade e um catálogo de metáforas e eufemismos de 1915 para essa outra metáfora e esse eufemismo intemporal que é o “amor”.
Pode ser encontrado na Internet. O "Catalogue". E o amor, parece.
Pode ser encontrado na Internet. O "Catalogue". E o amor, parece.
------------
1 Ok, fui pesquisar na Internet, comprovando de passagem a minha teoria de que hoje não é preciso levar máquina fotográfica para as viagens, alguém já tirou as fotografias de que precisamos.
2 Na Rue du Chant-Noir, número, adivinharam, 69.
3 Pardon my french.
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Notas de viagem
Não sendo, nem em sonhos, um viajante imparável, tenho ainda
assim no cadastro um número simpático de milhas aéreas e muitos quilómetros de alcatrão
peninsular.
E contudo são insuficientes. Não me arrependo da
eventualidade de ter vivido nos últimos anos acima das minhas possibilidades, mas
arrependo-me (um pouco retoricamente, concedo) de não ter tentado poupar para estourar
em mais viagens.
Até há um mês arrependia-me também de não ter levado um
Moleskine nas expedições que fiz. Achava que as notas me seriam úteis nos posts e livros que ambicionava escrever.
Estava errado. As viagens são úteis — as notas não.
Em primeiro lugar, o mesmo carácter pudendo que me impede de
sociabilizar com facilidade inibe-me de escrever sobre as minhas viagens. Pelo
menos de escrever textos especificamente sobre as viagens.
O único Moleskine que tive (e tenho) foi-me oferecido há mais
de três anos e tem três quartos das páginas intactas. Recentemente levei-o para
Paris, mas foi inútil. Em nenhum momento dos dias que entretanto passaram senti
qualquer vontade (ou senti o à-vontade)
de o abrir para escrever fosse que género de texto fosse.
Em todo o caso, não seria de muita utilidade: apontei escassas
observações e mesmo essas me parecem fúteis.
Na verdade, o que aproveito literariamente das viagens não
surge por invocação e não poderia ficaria registado no período em que acontece.
A identificação (e gradação) da importância das coisas é um exercício
posterior. É mais tarde, por vezes bastante mais tarde — e involuntariamente,
quase inconscientemente —, que as experiências das viagens surgem e se revelam
úteis.
É como a vida: não sabemos que parte dela pode mais tarde ser
romanceada, caso contrário vivê-la-íamos como uma ficção vigiada e seria
portanto depois inverosímil, inutilizável, falsa, rebuscada, artificial, sem
proveito. Não é durante a viagem que detecto o material literário (ou apenas com
interesse narrativo): ele atropela-me um dia, no jogging, na caixa do supermercado, no trânsito, no duche. E então,
sim, deveria correr para o Moleskine, para que à noite, iluminado pelo ecrã,
não perdesse nada da ideia.
Creio que as notas tomadas durante uma viagem me seriam úteis
se as pudesse tomar em modo inspirado, se pudesse viajar como um paciente Cézanne
em frente a uma paisagem. Infelizmente, as minhas excursões são demasiado
curtas (orçamento oblige) para que me
possa dar ao luxo de agir como um escritor em viagem, sorvendo demoradamente. A
única coisa que posso fazer —
e isso é mais útil do que notas — é manter olhos e ouvidos bem abertos o tempo
todo. Passar pelos sítios e pelas pessoas como um aspirador diligente, com
grande poder de sucção. Um Hoover topo
de gama ao serviço do detalhe e das sensações. E depois confiar na memória,
esse departamento de arquivo e síntese de fábulas do cérebro humano.
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Espanha ou teclando ao acaso palavras vãs
Agora que a crise nos cortou as asas, visitar Espanha, antes a coisa banal, volta
a ser uma aspiração ambiciosa e cara. Aliás, qualquer viagem, mesmo no
rectângulo ridículo a que chamamos pátria, é uma aspiração ambiciosa e cara.
Sair de casa para um trabalho a mais de vinte quilómetros é caro — e, para um
quinto dos portugueses (and counting,
deixem passar o Verão e o emprego sazonal), uma ambição. Circular no dia-a-dia
dentro da própria cidade onde se vive é caro. Não tarda, concluiremos que ser
cidadão português é caro. Ou apenas ser cidadão. Caro e, evidentemente, uma aspiração
acima das nossas possibilidades. Podemos argumentar que temos cidadania há nove
séculos, mas isso é coisa com que nos iludimos desde o infame, pretensioso, impune e delirante bofetão henriquesiano na nobre mãe.
O que queria dizer, contudo, é que não me incomoda assim
tanto recentrar a ambição viandante em Espanha. O país vizinho é
suficientemente variado no que se refere a arquitectura, tradições, cultura e,
sobretudo, paisagem, natureza e clima para preencher planos de viagem por uns
bons anos. Seria até legítimo suspeitar que a crise é uma invenção espanhola
para que os portugueses descubram o que existe para lá do Bojador de Pontevedra,
Zamora, Badajoz ou Huelva e aquém dos Pirinéus. O Turismo de Portugal pode ser
imune a subornos (duvido, é uma instituição com gestores escolhidos por
partidos portugueses), mas eu não sou. Daí, a chamada de atenção para este post (cada clique, um euro para mim,
cortesia de várias Juntas Hermanas), que li com inveja suficiente para um relatozinho
de viagem que hei-de fazer sobre a estrada que une Trujillo a Placência, partindo
de Mérida e talvez passando por Cuenca (esqueçam a Geografia convencional que
vos impingiram).
Se porventura o relato não acontecer, lembrem-se que não
seria a primeira vez que aqui se prometem textos que não se cumprem. É o que
acontece quando por profilaxia e receita médica um tipo tem de enfrentar as
artroses teclando ao acaso palavras vãs.
Subscrever:
Comentários (Atom)