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26 abril, 2013

3º aniversário da "cozinha de afectos"


E já passaram três anos…
… três anos de algum trabalho, muita dedicação, imenso prazer e... alguns quilitos a mais.
… três anos de muitas pinceladas de cor, sabor e amor, na minha cozinha de afectos.
Manter este blogue, obrigou-me a pesquisar receitas na net, livros e revistas de culinária, testar inúmeras preparações, e provar muita, mas mesmo muita, paparoca doce, salgada, picante, quente, fria...
Manter este blogue, levou-me a descobrir e admirar, cada vez mais, a excelente e variada cozinha portuguesa.
E a deixar-me levar pelo picante e perfume da cozinha indiana… e a deliciar-me com guisados, estufados e assados de peixes e carnes suculentos.
E a perder-me nas 1001 receitas de bacalhau… e a criar um sem número de molhos quentes e frios, doces, avinagrados e picantes.
Manter este blogue, obrigou-me a conhecer, e saber utilizar, os aromas delicados das ervas aromáticas e especiarias.
E a lambuzar-me de açúcar em bolos, bolinhos, tartes e queques.
E a criar poções mágicas em sumos e batidos nutritivos, frescos e coloridos.
 
Mas…
… mas chegou o dia do fim.
Cá em casa somos apenas dois. Dois, na idade da sopa de legumes, peixe grelhado, legumes cozidos, saladas frescas e fruta à sobremesa, o que torna difícil manter este blogue.
Voltarei?
Nunca devemos dizer NUNCA e, como tal, despeço-me... até um dia destes.

23 maio, 2010

O espirito do vinho - divagações (7)

“Néctar dos deuses, consolação dos mortais, o vinho é uma maravilhosa bebida que tem o poder de afastar as preocupações e dar-nos, ainda que seja apenas por uns instantes, a visão do Paraíso.
Sempre quis ter uma adega de vinhos. Não me refiro às seis garrafas no fundo do armário, como eu tenho, mas sim a uma cave fria, escura e bordada com teias de aranha, com uma porta de madeira com três fechaduras cujas chaves poria à cintura, onde se guardassem durante anos garrafas de excelentes vinhos. Imagino a cerimónia de descer com uma vela ao ventre da terra para ir buscar o complemento perfeito que realçasse o jantar…
Os vinhos realçam o sabor da comida. Escolher o adequado para cada prato é uma ciência e uma arte… brancos fracos, brancos encorpados, rosé, tintos fracos e tintos encorpados… o mistério consiste em encontrar o equilíbrio entre a bebida e a comida: suave com suave, fraco com fraco, forte com forte, doce com doce.”
Isabel Allende – “Afrodite – histórias, receitas e outros afrodisíacos”, (ed. Difel)
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22 maio, 2010

Divagações (6)

Neste romance toda a trama narrativa roda em torno da cozinha e de um certo número de elementos culinários. Cada capítulo abre com uma receita … a pretexto e em volta da qual não apenas se juntam os comensais, mas também se “cozem” e “temperam” amores e desamores, risos e prantos, e se celebra o triunfo da alegria e da vida sobre a tristeza e a morte.
Laura Esquivel – “Como água para chocolate” (Edições Asa)
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20 maio, 2010

Divagações (5)

“Um jantar bem pensado é um crescendo que começa com as notas suaves da sopa, passa pelos arpejos delicados da entrada, culmina na fanfarronice do prato principal, ao qual se seguem por fim os suaves acordes da sobremesa. O processo é comparável ao de fazer amor com arte, começando pelas insinuações, saboreando os jogos eróticos, chegando ao clímax com o estrondo habitual e, por fim, mergulhando num afável e merecido descanso.
A pressa no amor deixa um ardor de ira na alma e a pressa na comida altera os humores fundamentais da digestão.”
Isabel Allende – “Afrodite – histórias, receitas e outros afrodisíacos”, pág. 71
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