Brasil
Brasil
The article analyzes the literature of the Goiás writer Cora Coralina as a project to manufacture antimonuments. By becoming a dissonant voice in the literary space and choosing the “silences of history” as the centrality of her proposal, the poet manufactured a counter-hegemonic discourse, an exercise that was characterized by the actions of loving and singing “with tenderness all the wrongs of [her] earth”. The analysis of some poems and a short story highlights the way in which the writer weaved images that corroborate the idea of antimonument. When she goes against the masculine order of the intellectual universe and dares to say, even if prohibited, Cora becomes a metaphor and metonymy of subterranean memories. His persistence in giving his opinion when no one dared to do so, made his body an anchor of what society had chosen to forget, erase and detract from. Finally, we point out that the writer, kept alive in literature and in the Museum, is an anti-monument, as well as her work, spaces of clandestine memories and furtive memories about Goiás and the society of the 19th and 20th centuries.
O artigo analisa a literatura da escritora goiana Cora Coralina como um projeto de fabricação de antimonumentos. Ao se tornar uma voz dissonante no espaço literário e eleger os “silêncios da história” como centralidade de sua proposta, a poetiza fabricou um discurso contra hegemônico, exercício que caracterizou pelas ações de amar e cantar “com ternura todo o errado da [sua] terra”. A análise de alguns poemas e de um conto evidencia o modo como a escritora teceu imagens que corroboram a ideia de antimonumento. Quando contraria a ordem masculina do universo intelectual e ousa dizer, mesmo que proibida, Cora se converte em metáfora e metonímia de memórias subterrâneas. Sua teima em opinar quando ninguém ousava fazê-lo, fez de seu corpo uma âncora daquilo que a sociedade escolhera esquecer, apagar e detratar. Por fim apontamos ser a escritora, mantida viva na literatura e no Museu, um antimonumento, bem como a sua obra, espaços de recordações clandestinas e de lembranças furtivas sobre Goiás e a sociedade dos séculos XIX e XX.
© 2001-2025 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados