Brasil
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O artigo parte da hipótese de que há uma linguagem feminicida – como regime de comunicação – nos casos de feminicídio doméstico ou íntimo, que é compartilhada tanto pelo que se fala quanto pelo que se faz, inscrita na pedagogia da crueldade. A fim de explicar a questão apresentam-se, para além da base teórica que sustenta a reflexão, resultados de pesquisa com método quantitativo-qualitativo, indicando a presença de qualificadoras relativas ao meio e ao modo de realização de feminicídios tentados e consumados identificados em uma amostra inicial de 300 casos com denúncia oferecida perante o sistema de justiça criminal do Estado do Paraná. Desses casos, em que prevalecem as ocorrências no ambiente doméstico e tendo no autor alguém com relacionamento pretérito ou atual, ou pessoas do sexo masculino do grupo familiar, percebe-se que o uso da violência extrema é partilhado pelos homens; nesse ponto, perquirirem-se as motivações que envolvem os fatos, sobretudo estudando casos com indicação de insanidade mental ou suicídio – tentado ou consumado. Desse conjunto, o dizer e o fazer permitem afirmar rastros de uma linguagem feminicida em elementos comuns entre si, especialmente através expressões e motivações que ratificam a existência de um regime de comunicação fratriárquica entre sujeitos desconhecidos.
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