Socorro, Portugal
Socorro, Portugal
As variáveis atmosféricas em determinadas situações podem causar ou agravar sintomas e debilidades na saúde das populações e, em condições extremas, podem mesmo colocar em risco a continuidade da vida dos seres humanos. A temperatura do ar, entre os diversos elementos climáticos, é dos que mais influenciam os processos biológicos dos seres vivos e, consequentemente, todas as atividades humanas (ex., Sacarrão, 1981; Peixoto, 1987). Os estudos sobre as várias influências que o tempo e o clima podem exercer no conforto humano ou na saúde pública em Portugal aumentaram durante as últimas décadas. Alguns exemplos são apresentados nos trabalhos desenvolvidos por Rodrigues (1979), Falcão et al. (1988 e 2004), Pinheiro (1990), Garcia (1999), Marques (2007) e Guerreiro (2011). O conhecimento científico sobre este tipo de relações não tem parado de aumentar, mas o efeito do clima sobre a saúde humana também não tem parado de crescer. As alterações climáticas são presentemente uma evidência à escala global, particularmente visível na diminuição das calotes polares com o aumento da temperatura do ar do planeta Terra. Perante estas projeções são vários os autores que desenvolvem cenários para uma diminuição da mortalidade na época mais fria do ano e um aumento durante o período estival, sobretudo devido à ocorrência de ondas de calor. No entanto, na grande maioria dos países do hemisfério norte, a mortalidade é mais elevada durante a época mais fria do ano, apesar de existirem certos fatores e circunstâncias (sociais e económicas) que podem ser determinantes para explicar alguns dos riscos de morrer. Neste estudo analisam-se as relações entre a temperatura do ar (máxima e mínima) e a mortalidade em três dos mais populosos distritos de Portugal Continental, Coimbra, Lisboa e Porto. Pretende conhecer-se a vulnerabilidade da população de cada um destes distritos às temperaturas máxima e mínima do ar utilizando o número de óbitos, os modos de variação da mortalidade com a temperatura e identificar a existência de ótimos térmicos (máximos e mínimos) através dos valores de mortalidade mais baixos
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