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30/04/2008

Flor com estacionamento


Macfadyena unguis-cati

Como é usual entre os grandes abastecedores de bens essenciais, as flores encomendam estudos de mercado para conhecer o perfil e as necessidades dos seus fregueses, e investem sobretudo nos acessos às suas lojas e no espaço onde os clientes comprovam, lambendo gulosamente as pontas dos dedos, a qualidade dos produtos. As instalações florais desta trepadeira lenhosa da América tropical são amarelas, com amplo espaço para os polinizadores aterrarem, seguindo depois por baias bem vincadas até às caves onde se guarda o néctar - assinaladas a laranja para que não haja clientes mal estacionados à entrada da loja.

As folhas da Macfadyena unguis-cati são pinadas, com um folíolo terminal transformado em gavinha (veja a foto da direita) que lembrou, a quem nomeou a espécie, três unhas de gato. O que revela que essa pessoa não tinha gato, ou não lhe consultou as patas sobre o assunto. Nós, e os gatos que se comovem com estes agrados, preferimos chamar-lhe pé-de-canário.

04/08/2007

Ipê-amarelo

> Tabebuia serratifolia

Fotos enviadas pelo nosso amigo brasileiro Nicolas Behr, poeta , dendrólatra, arboricultor
.
olha, o ipê
florido!
onde?
ah, já passou...


Nicolas Behr, INICIAÇÃO À DENDOLATRIA (2006)

30/06/2007

As flores do Jacarandá

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Largo das Oliveiras- Porto
Lá para Sul, "the blue season" já acabou, mas por cá ainda nos vamos poder surpreender com eles por uns tempos...

O jacarandá florido
Brando cantar trazia
Branda a viola da noite
Branda a flauta do dia

O Jacarandá florido
Brando cantar trazia
O vinho doce da noite
A água clara do dia

Quem o olhava bebia
Quem o olhava escutava
O jacarandá florido
Que o silêncio cantava
Matilde Rosa Araújo > in As Fadas Verdes > ed. Civilização, 1994

18/05/2007

A ler

29/03/2007

Cartões amarelos



Chelidonium majus, Euryops pectinatus
Memora axillaris, Ranunculus ficaria

05/01/2007

Dendronudismo (2.ª lição)



Catalpa bignonioides - Jardim do Morro - Vila Nova de Gaia

Em contraste com o plátano, que não muda de personalidade conforme a estação do ano, a catalpa tem duas faces bem distintas, mas ambas perfeitamente reconhecíveis. Ela é talvez, de entre as árvores ornamentais comuns nos nossos jardins, a que apresenta folhas de maior tamanho: ovais e de ápice pronunciado, podem medir até 30 cm. As suas flores - brancas com manchas amarelas e roxas, delicadamente fragrantes, semelhantes na forma às do jacarandá (que pertence à mesma familia, a das Bignoniáceas) - ganham em ser vistas de perto, ao contrário das do seu primo tropical, que valem mais pelo conjunto. Os frutos da catalpa são falsas vagens, estreitas e muito compridas; levam um ano a amadurecer e atingem os 40 cm, permanecendo na árvore durante todo o Inverno. Essa profusão de «vagens» pendentes, lembrando pedaços de corda que algum brincalhão com infinita paciência se lembrou de pendurar nos galhos, permite-nos identificar sem hesitação a árvore despida. (Clique na foto da esquerda para ver melhor.)

A catalpa é originária dos EUA. É uma árvore de porte médio que desenvolve uma copa ampla, juntando assim ao valor ornamental a utilidade de uma boa sombra. Além dos exemplares no Jardim do Morro, em Gaia, encontramo-la do outro lado do rio bem representada no bairro Gomes da Costa, junto a Serralves, onde é usada na arborização de algumas ruas. No próprio Parque de Serralves há duas ou três bonitas catalpas; e, ainda no Porto, há outra, digna de realce pela sua envergadura, perto do largo do Padrão, na rua D. João IV.

20/10/2006

Era uma árvore


Jacarandá do Parque de S. Roque, abatido em 2006

Era uma árvore no passeio
e fosse tempo claro ou feio,
havia uma paz de agasalho
dependurada em cada galho.

E foi vivendo. Viver gasta
músculo e flama de ginasta,
quanto mais uma arvorezinha
meio garota-de-sombrinha.


Carlos Drummond de Andrade, Viola de Bolso

02/10/2006

Outono em pleno, e...

(...)
Quem o olhava bebia
Quem o olhava escutava
O jacarandá florido
Que o silêncio cantava.

.Matilde Rosa Araújo

post dedicado
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19/06/2006

Escrito no muro

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Buganvília e jacarandá em flor na rua de Álvares Cabral (Porto)
"Tanta pressa...para quê?"

01/06/2006

Jacarandá do Viriato

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foto- Junho de 2003
Recebi ontem a notícia que afinal as primeiras flores do Jacarandá do Viriato já começaram a abrir.
Ainda não extravasou do largo, nem está de fazer parar o trânsito como na fotografia (não, não ia de helicóptero quando a tirei- estava em casa da amiga que me deu a notícia ;-) mas é só para avisar.

Convite irrecusável! - (As Ruínas Circulares-junho 19, 2005)
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30/05/2006

A acompanhar

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o florir dos jacarandás em Lisboa (já que por cá, jacarandá em flor ainda não há...)

10/01/2006

Flor-de-São-João



Decidida a fazer-se notada quando as outras plantas hibernam, esta trepadeira vigorosa floresce exuberantemente no Inverno, o de cá ou o do Brasil de origem. Por isso, agora, apreciamos por aqui muros como este no Jardim Botânico do Porto, densamente cobertos de laranja e verde; em Junho, será a vez do Brasil, que se servirá destas flores para decorar os mastros das festas são-joaninas.

A Pyrostegia venusta (de Venus), da família Bignoniaceae, tem folhas trifoliadas, modificando-se ocasionalmente um dos folíolos em gavinha para a ajudar a subir; o seu nome significa cobertura formosa de fogo.


Fotos: pva 0512

05/01/2006

Adamastor


Foto: pva 0510- Tecomaria capensis, Serralves

A Tecomaria capensis, uma bignoniácea do Cabo da Boa Esperança, é uma trepadeira que pode atingir 8 metros de altura, de folha perene composta e flores tubulares amarelas, cor-de-laranja ou escarlate. É muito resistente ao vento marítimo salgado, forma cortinas ondulantes em muros e escarpas e cria raízes quando toca o solo.

Esta planta avistou o primeiro português numa nau numa noite da Primavera de 1498. Vizinha de mares nunca de antes navegados, terá esculpido na costa colossos

De disforme e grandíssima estatura;
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má e a cor terrena e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.


Se a passagem do Cabo das Tormentas tivesse ocorrido de dia, em ondas calmas e sob um sol amigo, o Adamastor, que toda a Africana costa acaba e a quem tanta ousadia ofendeu, poderia ter-se revelado uma rocha alcantilada revestida com Tecomaria em flor. Mas, nesse caso, perder-se-ia a odisseia daqueles em quem poder não teve a Morte.

08/11/2005

À conquista do Monte Brasil




Fotos: pva 0509 - Castelo de São Filipe; vista de Angra do Heroísmo; Podranea ricasoliana

A sequência das fotos ilustra o rotundo fracasso de quem tem por missão defender a integridade do território nacional contra invasores indesejáveis. Sobranceiro a Angra do Heroísmo, e avançando pelo mar como uma proa, ergue-se, todo forrado a verde, o Monte Brasil. Mais de metade do seu perímetro está protegido, à cota baixa, pela muralha do Castelo de São Filipe, começado a construir no final do século XVI por ordem de Filipe II de Espanha (I de Portugal). São 4 Kms de muralha - e, em tempos antigos, 400 peças de artilharia para uma guarnição de 1500 homens. Ainda hoje o castelo é defendido por tropas portuguesas. Inexpugnável por terra ou por mar parece ser a descrição justa deste monumento bélico.

Parece - mas não é. O Monte Brasil foi palco, por terra, de inúmeras invasões bem sucedidas; e hoje, nas suas encostas, os descendentes dos invasores crescem e multiplicam-se na mais santa tranquilidade. Falando só da flora (pois também há invasores de quatro patas), dominam as criptomérias (da China e do Japão), os pitósporos (Pittosporum undulatum, da Austrália) e as lantanas (América Central e do Sul); e, ainda que menos abundante, a planta da foto esforça-se valorosamente por merecer o estatuto de invasora: os brasileiros até lhe chamam sete-léguas, não por essa razão, mas sim - segundo Harri Lorenzi no livro Plantas Ornamentais no Brasil - pelos ramos longos que costuma emitir. Pertencente, como o jacarandá (de flores parecidas com as suas), à família Bignoniaceae, esta trepadeira, de nome Podranea ricasoliana, é também australiana de origem.

Não sei que Ministro da Defesa foi culpado desta ocupação vergonhosa: não terá sido o último, nem o outro imediatamente antes, nem ainda o outro; mas alguém teve culpa, e alguém tem que casar com a culpa antes que ela morra. É urgente uma nova política de Defesa Nacional.

13/06/2005

Copo de água

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Devia ser nos começos do verão, os inumeráveis jacarandás de Jerez de la Frontera estavam em flor. Nos pátios da luxuosa vivenda onde me haviam instalado (que o Governo confiscara a um riquíssimo produtor de vinhos da região por fraude fiscal, agora destinada a hospedar gente da cultura), os repuxos erguiam os seus irisados fios de água para logo os deixar cair molemente na face doutras águas cativas em grandes taças de mármore, onde já flutuavam uma ou outra flor de jacarandá.
Aquele rumor, a que se misturava às vezes algum canto de ave, parecia-me então a música do paraíso.
Durante aqueles dias, eu ficava por ali sentado toda a manhã com os meus papéis e um copo de água, que o caseiro me punha em cima da mesa, um copo de cristal com grinaldas de flores
gravadas na parte superior.
Poucas coisas haverá tão bonitas como um copo de água fresca no verão, mesmo quando o vidro não tem o brilho e a transparência do cristal.
O caseiro, cuja voz vinda doutro pátio me prendia a atenção com cantares andaluzes muito ornamentados, também colocava cuidadosamente à noite,
na minha mesa de cabeceira, um copo de água em tudo semelhante àquele de que falei.
E como lhe referisse a beleza, ele ofereceu-me, ao partir, o que estava no meu quarto, como lembrança da minha passagem pela casa.
É esse copo que, desde então - e já lá vão tantos anos! - tenho à cabeceira, e sempre com água fresca, como se o verão e a luz dos jacarandás durassem eternamente.

Eugénio de Andrade (Foz do Douro, 24.3.2001) in "Inimigo Rumor"
(copiado daqui)

Extravasou do largo o jacarandá...

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Jacarandá do Largo do Viriato numa manhã de Verão de há dois anos

Extravasou do largo o jacarandá
Com as suas flores miúdas
Ocupa agora toda a manhã.
(Jorge Sousa Braga, in Fogo sobre fogo)
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"O Copo de Água"

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Devia ser nos começos do verão,
os inumeráveis jacarandás
de Jerez de la Frontera estavam em flor.
Nos pátios da luxuosa vivenda
onde me haviam instalado
(que o Governo confiscara
a um riquíssimo produtor de vinhos da região
por fraude fiscal,
agora destinada a hospedar gente da cultura),
os repuxos erguiam
os seus irisados fios de água
para logo os deixar cair molemente
na face doutras águas cativas
em grandes taças de mármore,
onde já flutuavam uma ou outra flor de jacarandá.
Aquele rumor, a que se misturava às vezes
algum canto de ave, parecia-me então
a música do paraíso.
Durante aqueles dias, eu ficava por ali
sentado toda a manhã com os meus papéis
e um copo de água, que o caseiro me punha
em cima da mesa, um copo de cristal
com grinaldas de flores
gravadas na parte superior.
Poucas coisas haverá tão bonitas
como um copo de água fresca no verão,
mesmo quando o vidro não tem o brilho
e a transparência do cristal.
O caseiro, cuja voz vinda doutro pátio
me prendia a atenção com cantares andaluzes
muito ornamentados,
também colocava cuidadosamente à noite,
na minha mesa de cabeceira,
um copo de água em tudo semelhante
àquele de que falei.
E como lhe referisse a beleza, ele ofereceu-me,
ao partir, o que estava no meu quarto,
como lembrança da minha passagem pela casa.
É esse copo que, desde então
- e já lá vão tantos anos! -
tenho à cabeceira, e sempre com água fresca,
como se o verão e a luz dos jacarandás
durassem eternamente
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Eugénio de Andrade (Foz do Douro, 24.3.2001)
in "Inimigo Rumor" (copiado daqui)
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09/06/2005

Flor de Jacarandá

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0506- Flor de Jacarandá

Por cá os jacarandás também começaram a florir mas nada que se compare com o que se passa mais a Sul!

15/05/2005

"...os jacarandás floriram..." (em Lisboa)

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«No meio desta ansiedade, uma notícia ajuda a dormir em paz. Uma só certeza: a de que os jacarandás voltaram! Esta semana, apesar da seca e mau grado o clima errático, que provocaram um estado vegetativo desequilibrado, os jacarandás floriram. Nas Trinas e nas Praças, na D. Carlos I e no Salitre, na Burra e em Belém, apareceram, tímidos e frágeis. Já não era sem tempo. Lisboa precisa de cor. Isto precisa de esperança.»
António Barreto (Publico, 15-05-05)

Adenda:
Ler a propósito O florir dos jacarandás
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05/07/2004

Jacarandá em flor- S. Roque

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Foto: mdlramos 0407- Parque de S. Roque (Porto)
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Ainda os jacarandás estão em flor... e já começa a ronda dos eucaliptos vermelhos!
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