Banda: Morning Glory
Disco: Two Suns Worth
Ano: 1968(*)
Gênero: Folk-Rock, Garage Rock, Psychedelic Rock
Faixas:
1. Need Someone (Bohanna) 4:31
2. I Cry (Bohanna) 2:33
3. Hey Little Girl (Bohanna) 2:22
4. Stone Good Day (Bohanna) 4:02
5. Even When I'm Up I'm Down (Daniel) 5:23
6. Jelly Gas Flame (Daniel) 4:38
7. I See A Light (Daniel, Graybeal) 3:12
8. Live For Today (Bohanna) 3:13
9. Point Of No Return (Gerughty) 5:10
10. So Glad Being Here (Bohanna) 3:42
Créditos:
Allen Wehr: Drums
Danny NuDelman: Lead & Rhythm Guitars, Vocals
Larry Gerughty: Organ, Piano, Harpsichord, Vocals
Gini Graybeal: Lead Vocals, Cymbals, Tambourine
Bob Bohanna: Bass, Rhythm Guitar, Vocals
(*) CD lançado em 2007.
Resenha:
A popularidade de bandas roqueiras californianas com vocais femininos e masculinos cresceu enormemente na esteira de Mamas & The Papas e Jefferson Airplane. A Morning Glory presta significativa homenagem às duas bandas precitadas em seu isolado LP, embora também se possa ouvir Byrds em alguns acordes de guitarra, bem como traços de grupos psicodélicos da área da baía de São Francisco – Moby Grape, por exemplo – em certos arranjos. As canções são bem cantadas (Gini Graybeal, a única mulher do grupo, lidera a maioria dos vocais) e tocadas com precisão, com Abe "Voco" Kesh, mais famoso por seu trabalho com a Blue Cheer, atuando como produtor.
Os problemas são mais ou menos previsíveis para bandas fortemente influenciadas pelos grupos pesos-pesados da Califórnia e se fazem presentes aqui: escassez de boas composições próprias, no particular, e carência de maior personalismo, no geral. Conforme a apropriada sinopse contida no disco relançado em CD pela gravadora Fallout, no ano de 2007, a banda é mais pesada que Mamas & The Papas (nota minha: o resumo no verso do CD diz que a banda é mais psicodélica que a Mamas & The Papas, não mais pesada), embora a influência do grupo liderado por John Phillips se mostre perceptível tanto nas harmonias quanto no romantismo de canções como "Need Someone" e "Hey Little Girl" (e seu dueto brincalhão entre homem e mulher). Ao mesmo tempo, não fica tão distante da Airplane na sua fase mais psicodélica, ainda que uma música como "Stone Good Day" esteja quase encharcada com o utópico espírito hippie californiano. Para quem admira as características superficiais do som pop psicodélico da Califórnia (fora do gênero sunshine pop), elas estão aqui em abundância: as exuberantes harmonias masculinas e femininas, a furiosa guitarra distorcida, as desajustadas e inadequadas letras filosóficas existenciais, a ocasional guitarra elétrica de 12 cordas (herdeira de Roger McGuinn) e as eventuais surpresas (a espineta em "I See A Light" é a mais agradável delas). Naquilo que esse estilo tem de melhor, não há nada tão atraente quanto o disco em apreço, mas fica a sensação de que a banda serve de aquecimento para se ouvir os grupos que obviamente a inspiraram (Richie Unterberger, AllMusic; tradução livre do inglês).