Virei totem no shoping Boulevard! A exposição Mulheres Negras em Movimento homenageou 11 mulheres do estado que são referência em suas atividades e eu sou uma delas!
Meu Deus, como assim a filha de Darim barbeiro e d.Zilma, virou totem e sua figura está exposta em um shopin junto com nomes de outras mulheres tão poderosas?
A menina pobre de pés sujos, que passou fome, foi doméstica... e agora está sendo vista e reconhecida como psicóloga de grupos afrocentrados?
É muita alegria! Me faz lembrar do caminho percorrido e de todo o processo de transformar dor em potência!
Ser uma mulher negra foi minha dor mais traumática e inconsciente! Me faz uma jovem tímida, ansiosa, insegura e com muito medo! Medo de ser julgada, de ser vista como feia e burra, já que o sentimento de despertencimento me acompanhava! Vivia pisando em ovos, num estado constante de alerta, logo a ansiedade tomou conta de mim!
Mas a coragem também sempre me acompanhou! A psicologia me trouxe a consciência da ansiedade, o minfulness controlou o meu sistema de alerta, mas foi o encontro com outras mulheres negras que me trouxe a cura! A minha cor foi se transformando num grande catalisador de outras mulheres e me trouxe pertencimento! Ao me sentir segura eu transmutei dor para cura. E a cura é coletiva. A minha cor que era a minha grande dor se transformou na minha potência!
A minha cor me levou a lugares profundos! Do inferno ao céu, de tristezas a alegrias! Do trauma à cura!
Essa exposição chega como um lembrete de tudo isso!
O sentimento é gratidão!