Primavera

Uma única... bastava para me fazer feliz. 

Mas há dezenas, centenas, milhares de flores nos parques da cidade. 

A primavera se expõe, se exibe com toda sua graça. 

Brilha e se veste com muitas cores... como se quisesse me dizer: 

Viu, Ila! Cá estou! E você... que já nem acreditava que eu voltasse, 

que já estava magoada com minhas demoras, 

que já estava tão cansada de tanto por mim esperar. 

Sim, é como se a aurora me falasse, 

como se estivesse a passear comigo por todos os lugares. 

Emociono-me, como se fosse a primeira vez em

que eu visse toda esta intensa e linda... transformação.

Outono em Copenhague

Passeio pelo parque. O vento sopra. Folhas caem. 

O outono traz em seu fascínio... vestígios de melancolia, 

que inspiram e que envolvem. 

De forma lenta e harmoniosa, 

a natureza cobre o mundo com lindas cores e a estação fria... 

já não tarda. Há por aqui um tanger de tranqüilidade, 

um excesso de quimeras. 

E eu não me canso de fotografar, 

de sentir, de participar de toda esta magia.

Os lagos

No bairro em que moro há cinco grandes lagos. Gosto de margeá-los e observar a vida que ali se descortina. Em suas serenas águas, casais de cisnes passeiam com seus bebês. Uma das margens dos lagos é destinada somente para carros, a outra é para ciclistas e pedestres. E, na beira do cais, há uma larga plataforma, na qual as pessoas passeiam, sentam para conversar... ou praticam corrida. Prédios de moradias se encontram na beira dos lagos em suntuosa arquitetura, assim como bares e restaurantes. Em cada edifício há jardins, onde plantas trepadeiras escalam as paredes. No entanto, o que mais me encanta são os castanheiros que acompanham toda  a extensão dos lagos. São árvores majestosas e lindas. Agora estão muito verdes e floridas. Seus galhos são como longos e sinuosos braços, que se deixam cair de forma harmoniosa ao redor do tronco. Silenciosas e marcantes participam do cenário do bairro. 

em  Østerbro, o meu bairro em Copenhague

Quarteirão de casas geminadas 

Copenhague

Ela é portuária.
O mar estende seus braços, formando várias ilhas,
por onde o centro se espalha.
Os canais estão pontilhados de embarcações e em suas margens
a arquitetura antiga e nova se espalha de forma harmoniosa.
Há pontes e ancoradouros. A água é um elemento
que gera qualidade de vida. Atmosfera marítima.
A leveza dos cantos me fascinava: 
os jardins, as águas, os parques, os lagos, os castelos. 
Ouço agora as outras melodias calorosas. São baladas. 
Urbe herdada - um pouco por mim moldada.

Lá... no horizonte, 

é possível ver  a ponte que, definitivamente, 

une a Europa inteira por rodovias:

túnel-ponte para a cidade sueca Malmø.