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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Perfil de uma JJ I- Com Thalíta Moreira


Entrevista com o Edson representante da área de saúde no evento HIV e aids: fortalecendo a prevenção


Confesso que fiquei olhando pra esse post durante uns 10 minutos pensando como iria começar, sou acostumada a fazer textos jornalísticos ou falar de algo ocorrido, mas falar de mim mesma e do começo de tudo isso é um pouco complicado mas vamos lá!!


A minha vida profissional começou na faixa dos meus 15, 16 anos, quando entrei no curso chamado PPT (Preparação para o Trabalho). Lá eu tive toda uma preparação para o mercado de trabalho, aprendi sobre postura, atendimento ao cliente, marketing, informática, raciocínio lógico, matemática, teatro, gestão e entre outras coisas. 

Rosana Boaventura foi uma das grandes mulheres que conheci na minha vida. Maravilhosa como educadora e como pessoa, me ensinou muita coisa que vou levar pra vida inteira e não somente na minha vida profissional e sim na pessoal, eu lembro que naquela época eu tinha muitos problemas familiares: sentia falta do meu pai, brigava com a minha mãe (típica pré-adolescente) e ela me ajudou a ser mais forte a compreender seu lado, me ensinou a lidar comigo mesma, e uma das coisas que adorava era quando fazíamos uma atividade e ela no final sempre escrevia palavras de apoio e nossos pontos a serem melhorados, além das nossas qualidades, confesso que me orgulhava de mim mesma quando ela fazia isso e dizia algo bom pra mim, me sentia especial, única! Ela sim é um exemplo de mulher.

Janice Quinqueto, outra educadora que me incentivou muito, um amor em pessoa. Uma das coisas que admiro nela é o modo que leciona, pois ela somente te dá o quadro, mas é você que tem que fazer a pintura, não importa como e quando, mas que seja feito por você. Me ensinou a caminhar sozinha, a bater de frente com o meu medo. Uma das coisas que nunca me esqueço é de uma frase que ela me disse "Se fosse fácil não teria graça". De principio não entendi, mas depois essa frase foi de grande impacto pra mim. 

Se passaram 6 meses e eu me formei, fiquei um pouco perdida, mas logo em seguida a Ação Comunitária me convidou pra ser multiplicadora. Como sou uma pessoa que gosta de fazer trabalhos voluntários, resolvi ir. Depois de alguns meses me formo como multiplicadora onde faço capacitações de adolescentes como mediadores de leitura. 

Um dos multi-multis (que formam multiplicadores) era o Victor Souza (Jornalista) que sabia do meu interesse na área de Jornalismo e em um certo dia ele me chamou pra ir em uma reunião do Núcleo de Comunicação, onde conheci Tony Marlon e Karol Coelho (Jornalistas). Com base no que fui aprendendo sobre Jornalismo e Comunicação, fui me apaixonando cada vez mais. O interessante é que antes de me apaixonar por jornalismo eu queria ser Astrônoma, nada a ver as duas profissões, mas eu sou apaixonada por astronomia, para mim é uma coisa magnifica, quem sabe não faço um cursinho só por hobby...

Os tempos foram passando e me formei como Comunicadora na Escola de Notícias (Núcleo de Comunicação) mas ainda não saí do projeto, atualmente trabalhando na revista F5 da Ação Comunitária com filiação de outras ONGs.

Aos meus 17 anos o Tony me falou sobre a Revista Viração, que lá tinha um curso de jornalismo da Agência Jovem de Notícias, fiquei interessada e disse que queria participar, mas antes eu tinha que ter a autorização da coordenadora  do Movimento Renovador Paulo VI, onde eu fiz o curso PPT. A Claúdia me liberou e fui autorizada pra participar da AJN, fiquei super animada, pois era uma coisa nova pra mim e eu iria aprender mais ainda sobre a profissão que pretendia seguir.

Exatamente no dia 16/10/2012 entrei na Viração, onde já comecei a fazer uma faixa sobre o dia C - dia da Comunicação 17/10, onde fizemos uma passeata na Av. Paulista com o tema A sua voz vai além da TV, foi muito criativo e informativo. Depois desse dia cobri vários eventos junto com a AJN, por exemplo o IV Encontro Brasileiro de Educomunicação, Campus Party Brasil, HIV e aids: fortalecendo a prevenção, Qual é o seu jeito de mudar o mundo? da Geração MudaMundo dentre outros. Em todos esses eventos, eu entrevistei vários tipos de pessoas, como o Ismar de Oliveira (professor titular da USP); escrevi matérias; fui entrevistada pelo Edson com direito a filmagem, pois eu era representante de todos os jovens Paulistanos; falei em palestras, fiz todo o trabalho de um "jornalista formado".

E no dia 11/12 me formei como Jovem Educomunicadora na Revista Viração, terminei meus estudos na escola, era o fim e o começo de uma nova fase pra mim. 

Independente do que iria acontecer o meu foco era permanecer estudando, então resolvi entrar na faculdade, onde eu prestei o vestibular consegui passar em primeiro lugar e acabando ganhando uma bolsa de 50% na UNISA - Universidade de Santo Amaro


Poxa, relembrar de tudo que passei e de tudo que conquistei, me da um orgulho imenso de mim mesma e de não ter desistido na primeira dificuldade, confesso que senti medo, muito medo, me sentia incapaz de fazer tudo isso, mas mesmo assim fui lá e fiz, quebrei a cara, várias vezes, puxão de orelha, vários, e sem contar dos sapos que tive que engolir, é não foi fácil, mas afinal... "se fosse fácil não terei graça né". J-J 


Por: Thalíta Moreira

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

“De manhã, eu costumo dizer, que eu vendo a notícia e a tarde eu compro a notícia"



A jornalista Márcia Delgado diz que trabalhar como assessora de imprensa na Funasa é diferente de ser editora de cidades no Jornal de Brasília e reforça que o jornalista deve ter responsabilidade com a informação, ter critérios de cobertura e sempre checar, rechecar os fatos e as fontes





Maria Márcia Delgado Alvim tem 38 anos, nasceu em Minas Gerais em 6 de fevereiro de 1970. É formada em jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Já trabalhou como repórter de cidades e economia no Jornal de Brasília, como subeditora e editora de cidades deste, no Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) como repórter, no Sindicato dos Transportadores de Carga como assessora de imprensa e no Jornal da Comunidade como repórter. Atualmente presta serviço no Jornal de Brasília há 12 anos, e na Assessoria de Comunicação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) há cinco anos. Márcia Delgado é solteira e possui um filho.


Jovem Jornalista- Como você, jornalista, se porta diante da informação?
Márcia Delgado- A gente tem sempre que se portar diante do fato pensando que você tem dois lados da história. Nunca se pode dar só uma versão da história, tem que dar as duas versões. Esse é um princípio do jornalismo, que eu acho que a gente deve levar em conta, porque ninguém é culpado antes de ser condenado pela justiça e ninguém é inocente antes de ser absolvido pela justiça. Então, nós, jornalistas, temos que ter muito respeito, muito critério, muito tato para lidar com a informação, porque a gente ainda tem casos que já foram evidentes de que uma informação incorreta pode destruir a vida de uma pessoa, assim como ela pode ajudar uma pessoa. Então, o poder da informação é muito grande e é necessário responsabilidade com esta.

J.J.- Então, no caso, seria investigar os fatos como eles se manifestam?
M.D.- Sempre checar, sempre investigar uma informação, rechecar, ter o cuidado de dar uma informação quando você tem certeza. É obvio que a gente nunca vai dar a verdade como ela é, porque você vai ouvir varias versões e ainda vai contar uma história de acordo com essas versões, com a sua apuração, para que você tente se aproximar ao máximo da verdade.

J.J.- Você crê que a sua maneira de agir frente à informação e aos fatos influencia a sociedade?
M.D.- Eu acho que a informação influencia sim, ela forma opinião. Pessoas que lêem um jornal, que vêem uma notícia, elas sempre vão poder opinar. Elas estão antenadas com aquele fato e um dado incorreto, impreciso, inverídico, pode sim causar um dano muito grande tanto na sociedade quanto na vida das pessoas envolvidas.

J.J.- Você crê que exista desvirtuamento do papel do jornalista?
M.D.-
Acredito que sim, mas essa é uma prática em que a gente, jornalistas e os que estão se formando em jornalismo, tem que procurar não levar para esse lado. Porque você não pode, primeiro, opinar sobre uma informação. Por isso existe nos jornais uma editoria de opinião. Se você quer dar o seu ponto de vista sobre um fato, escreva um artigo, uma crônica, agora o que não pode é opinar em cima de outra coisa ou ser tendencioso. Por isso que você tem que ouvir os dois lados e o leitor que tire sua conclusão. Se você colocar as duas versões, as três versões sobre um fato, o próprio leitor se posiciona. Então, o jornalista não precisa colocar a sua subjetividade na matéria. Ele pode ouvir, contar toda a história bem contada e o leitor que tire as suas conclusões, que julgue se quiser, que absolva se quiser.


J.J.- Qual a sua opinião sobre os jornalistas que manipulam a notícia?
M.D.-
Sempre tem que se seguir a linha editorial do jornal, mas como profissional você tem que se esforçar para chegar o mais próximo da verdade e não tentar manipular a informação e mostrar sempre todas as questões do fato.


J.J.- É válido quebrar regras e informar a sociedade?
M.D.-
Você tenta fazer o trabalho o mais transparente possível, fazer com que contribua para a sociedade. Agora, claro que você trabalha numa empresa. Você tem que obedecer a linha editorial dela, saber que você sempre tem alguma coisa além desse profissionalismo. Então, o jornalista tem que buscar isso todos os dias: noticiar, denunciar, ajudar, porque o nosso papel na sociedade é esse. Você não está aqui para destruir a vida das pessoas, você está aqui para fazer denúncias sérias, fundamentadas. Você trabalha para ajudar as pessoas, dar voz para a população. Então, a gente tem que buscar isso a qualquer preço sim. Agora é óbvio que nem sempre isso é possível, porque encima do jornalista tem os interesses da empresa e do veiculo de comunicação. Nem sempre é viável colocar isso de uma forma exarcebada, profissional, quanto se quer, quanto se deseja, quanto se aprende.

J.J.- Qual a sua opinião dos valores-notícia? Eles direcionam a notícia ou a tornam mais elitista?

M.D.- A notícia tem sempre um valor objetivo. Ela não tem o dever único de informar, você tem todo um valor agregado a ela que pode modificar a vida das pessoas, que pode contribuir para uma sociedade melhor. Então, quando se redige uma notícia não se pensa em só relatar o fato que aconteceu, e sim mostrar para a sociedade o que está acontecendo no universo em que ela vive ou num mundo, ou num país. Agora, tem valores agregados a essa notícia que são importantes como: dela você tem que contribuir para modificar a vida de uma pessoa ou de uma comunidade.

J.J.- Como é essa ponte entre trabalhar na Funasa e no Jornal de Brasília?
M.D.-
São dois universos totalmente diferentes. Uma coisa é um trabalho de assessoria e outra coisa é um trabalho de editoria de Cidades do Jornal de Brasília. De manhã, eu costumo dizer, que eu vendo a notícia e a tarde eu compro a notícia. Então, de manhã nós estamos mostrando para a sociedade o que está sendo feito pela instituição, o trabalho que está sendo desenvolvido. O objetivo é cuidar da imagem da empresa. Aqui na Funasa eu atendo a imprensa e de tarde o meu papel é outro. É de servir a sociedade como um todo, mostrando as notícias que acontecem na nossa cidade, tentando melhorar um pouco a sociedade onde a gente vive.

J.J.- Você publicou uma notícia em 11 de janeiro de 2006 para o Jornal de Brasília intitulada “Mais segurança na hora de comprar remédios”. Nela você dá dicas de como alertar os consumidores do fabricante, do lote, da dosagem entre outros, além de mostrar que tais remédios deveriam ser autenticados. De que forma o papel do jornalista na sociedade se aplica a essa notícia?

M.D.- É fundamental, o direito do consumidor, a política do cidadão sobre uma informação de um remédios. Eu sempre trabalhei, quando repórter, com o direito do consumidor. Eu creio que é uma das áreas mais importantes dentro do jornalismo, porque não é sabido de muitas pessoas. Você quer informar o que é correto, dar dicas, fazer alertas. Esse é o nosso papel. Porque muitas vezes os consumidores são ludibriados nesse país e muitas vezes não tem voz. Eu acho importantíssimo informar, e se for saúde melhor ainda. O que a gente busca hoje é ter saúde. Então, matérias relacionadas à essa área sempre vai ter muita leitura e muita abrangência.

J.J.- O que você pensa dos jornalistas que não apuram os fatos e publicam notícias falseadas?
M.D.-
Totalmente abominável. Você tem que apurar os fatos até eles serem esgotados. O jornalista não pode ter preguiça de apurar a matéria. Eu sempre digo para os repórteres do Jornal de Brasília que uma história tem 90% de chance de ser bem contada se ela for bem apurada. Então, você investiga bem, ouve todos os lados. Eu acho que com isso você se aproxima ao máximo da verdade e notícias falsas, obviamente, é abominável.

J.J.- Você crê que a internet possui todas as informações necessárias e corretas que precisamos?

M.D.- A internet é uma ferramenta importante no nosso trabalho. Eu sou de uma época que não tinha esse instrumento e que nós recorríamos a outros métodos, buscar a informação com a leitura, a pesquisa. Então, hoje a internet facilita, mas você deve ter cuidado com as informações que você busca na rede, porque a gente sabe que tem muita informação falsa, que não corresponde a verdade. Como jornalista você tem que ter a preocupação de filtrar bem a informação e saber se aquilo que está sendo informado é correto ou não.

J.J.- Como é o trabalho do editor?

M.D.- O editor trabalha com o texto dos seus repórteres. Ele trabalha com o texto da melhor forma possível. Às vezes, você tem que reescrever o texto, às vezes tem que mandar o seu repórter rechecar uma informação. Essa é a preocupação do editor. O repórter manda o seu material para ser publicado, mas é o editor que tem que ter a responsabilidade naquilo que será veiculado. Então, o meu papel é pegar esse material, trabalhar ele da melhor forma possível para que o jornal tenha qualidade, que ele seja lido, que as pessoas gostem daquilo que elas estão lendo.

J.J.- Qual o seu papel como editoras de cidades?
M.D.-
O meu papel como editora de cidades é coordenar um trabalho, apresentar um produto final na banca de um trabalho que começa a ser feito logo no início da manhã com a chefia de reportagem, com os repórteres nas ruas, e o meu serviço é pegar todo esse material e condensar dentro da editoria, dando prioridade a alguns assuntos, descartando outros, tendo cuidado de ver se aquela informação é correta. Todos os dias a gente trabalha para mostrar à nossa comunidade o que está acontecendo do lado dela, o que foi notícia no dia anterior, o que movimentou a cidade. Sempre estamos orientando os nossos repórteres a checar a informação, a rechecar sem dúvida, perguntar. Isso é um princípio básico do jornalismo.

J.J.- Onde entra a objetividade e a subjetividade do jornalista em meio aos fatos?

M.D.- Pois é, tem matérias que você pode colocar uma dose de subjetividade se for matéria humana. A gente tem vários exemplos disso nos próprios jornais locais. Você pode colocar a sua alma ali, você pode contar uma história de uma forma mais leve, não tão objetiva, não tão sisuda. A notícia tem que ser contada de maneira objetiva, em geral é assim que funciona. Mas, algumas matérias lhe permitem que você seja mais solto, que você coloque um pouquinho mais a sua cara ali. É obvio que quem está escrevendo a matéria não é um robô, é um ser humano. Então, você leva em conta os seus valores e os seus sentimentos. Cada jornalista deve discernir onde ele pode colocar um pouco de subjetividade e aonde ele deve ser sempre objetivo.

J.J.- Você crê que a notícia e a reportagem podem ser lidas por todos?

M.D.- Acredito que sim e a gente trabalha para isso: contar a história da maneira mais simples possível para que todos tenham entendimento e compreendam a notícia e que ela seja universal, assim todas as pessoas terão acesso.

J.J.- Qual é o verdadeiro papel do jornalista?
M.D.-
A pessoa que se forma em jornalismo, que atua como jornalista tem que ter noção de que ela tem um papel fundamental na sociedade. Eu acho que a informação tem um poder muito forte e você diante desse poder não pode se deslumbrar, você não pode achar que é superior aquilo, pelo contrário, você está a serviço de uma sociedade. Esse é o verdadeiro papel do jornalista, em minha opinião. Nós estamos aqui para informar, fazer um trabalho de utilidade pública, denunciar o que está errado na nossa sociedade e contestar. J-J

Por: Emerson Garcia

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

TCC na veia

O TCC já toma conta da minha vida acadêmica. Não sei se acontece com todos os universitários, mas eu não consigo pensar em outra coisa. Tudo que a gente faz, tudo que a gente pensa, tem a ver com o trabalho de conclusão de curso. Por mais que eu tente não pensar, eu estou pensando. E tudo por causa que as nossas habilidades acadêmicas serão testadas pelo TCC. Para mim, é ele quem define quem você será no futuro.

O futuro é incerto, mas dá para traçá-lo a partir do presente. Por isso que eu me preocupo agora e tento realizar um bom trabalho final, porque eu sei que todo o esforço será recompensado. Não há vitória sem luta, né? Por isso que eu tenho que correr atrás desde já...

Mas às vezes eu acho que me preocupo demais com o TCC. Tenho que aprender a dosar as coisas. Fazer etapa por etapa, sem correr demais, pensar demais, e muito menos ficar parado. Porque eu sou daqueles que não acredito que quem espera sempre alcança. Pelo contrário, somente com esforço, e um esforço dosado.

Quando eu entrei na faculdade, já sabia que eu teria que me esforçar bastante para ser um bom jornalista. Um semestre é mais complicado que o outro, mas eu estou vencendo cada desafio, até chegar o dia em que eu me formarei e perceberei que valeu a pena cada luta.

Eu sei que o TCC não é um trabalho fácil de ser realizado, mas eu sei também que não adianta eu me afobar. Tudo tem que ser realizado com calma. Aplicarei a energia necessária para a realização dele. Eu gostei  da escolha do tema de TCC. Acho que valerá a pena trabalhar. (JJ)


P.S.: Sim, esse foi um dos motivos da minha ausência do Jovem Jornalista.




Por: Emerson Garcia

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Perfil: Dr. Alexandre Caetano

Ele ajudou a sequenciar o genoma do boi


Crédito da foto: Myrcia Hessen


"Desde pequenininho eu sempre fui interessado em ciência".


O Pesquisador III da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alexandre Rodrigues Caetano nasceu e cresceu em São Paulo. Desde criança, sentiu uma forte atração por experiências relacionadas à ciência. Ele afirma que seus pais sempre deram força para seguir em frente e hoje se sente realizado na profissão.

Em 1988, apoiado por parentes que vivem nos Estados Unidos (EUA), ingressou no curso de Zootecnia pela University of Rhode Island, onde deu os primeiros passos rumo ao seu objetivo. Em 1994 concluiu seu mestrado em Genética pela Universidade da Califórnia Davis e, na mesma instituição, em 1999, adquiriu o título de Doutor.

O deslumbre


Durante a infância sempre foi deslumbrado pelo mundo animal e se aventurava a capturar, até mesmo, aranhas. “Desde pequenininho eu sempre fui interessado em ciência. Eu era aquela criança que ficava pegando insetos e olhando – deixava minha mãe maluca”, conta Alexandre Caetano.

“Eu tinha peixinhos no aquário, mas depois mudei de idéia e cacei umas aranhas para colocar dentro, aí as aranhas resolveram procriar; e tiveram aranhinhas, e depois elas fugiram (risos)”, relembra, divertido.


Ele criou-se no meio urbano, mas sentia a influência rural do pai, que crescera no ramo da agricultura. “Meu pai cresceu como um agricultor familiar. Então, eu tenho um pouco no sangue. Depois veio a faculdade, estudei zootecnia e tive interesse de exatamente trabalhar na produção animal, e melhorar esse processo para gerar produtos mais baratos e de melhor qualidade”, diz.

Alexandre Caetano: o doutor

Em 1999, Alexandre Caetano começou a coordenar um grupo de pesquisas de análise do sequenciamento do genoma bovino. Fora iniciado com o projeto de base que serviu para construir o mapa físico do genoma (ou Bac Mac) e organizar a informação para sequenciá-lo.


Com o investimento de 53 milhões de reais, o projeto iniciou-se, oficialmente, em 2003 onde vários países, como os EUA, Canadá e Reino Unido, além do Brasil, estavam presentes. Na época, o Brasil não participou economicamente, mas de forma efetiva.


O centro de sequenciamento de Houston, no Texas, foi responsável pela produção e montagem. Foram constituídos vários grupos de pesquisas pelo mundo, de acordo com a afinidade de estudo.



Alexandre Caetano: o ser humano



Na sala de Alexandre Caetano há livros, folhas e objetos de estudo por toda parte. Mas, quem observa com atenção, percebe a presença de desenhos infantis colados em alguns cantos do escritório. Esses desenhos, de certa forma, representam o verdadeiro Alexandre – uma pessoa que, apesar de trabalhar várias horas por dia, equilibra seu tempo para estar ao lado da família e, é claro, se dedicar a um hobby: o ciclismo.


Pedalar ajudou o doutor a obter sucesso em suas pesquisas. “Esse tipo de trabalho não tem como você realizar sem se dedicar. É uma coisa que precisa de muita dedicação e muito trabalho. Eu gosto de pedalar. Então, a minha válvula de escape é a bicicleta”, diz.

O processo



Segundo Alexandre, o processo é semelhante a um quebra-cabeça. Separam-se as peças por cores e depois as unem em pequenos grupos montando, assim, um todo. O trabalho parte da coleta do genoma do boi e de sua fragmentação em pedaços. Depois disso, colocam-se esses fragmentos em sequências. “Depois que se geram as sequencias e as monta de volta, aí você pode estudá-las”, explica o pesquisador.


O processo, em um primeiro momento, é automatizado e chama-se anotação automática. O computador localiza a sequência, determina onde começa e onde termina, e diz o que contém. Mas isso não é suficiente. O pesquisador tem papel fundamental na análise desses agrupamentos de informações, pois, há um procedimento de anotação manual que serve para certificar a validação daquela informação computadorizada.

Resultados e futuro

A experiência ajudou a rastrear milhões de variantes no gene bovino. Isso foi possível pela identificação de marcadores genéticos no genoma que ajudaram a compreender diversas raças bovinas. Foi catalogado um conjunto de 35 mil marcadores que serviram como ferramenta para encontrar genes que afetam características de importância econômica.


O experimento localizou, por exemplo, genes que ocasionam doenças em animais bovinos, e verificou quais deles dão resistência. Cada país, portanto, escolheu a raça de boi que era mais importante e colocou no exercício para a validação da informação identificada. No caso brasileiro, as duas raças escolhidas foram a Nelore – gado de corte – e a Gir – gado de leite.


A pesquisa, segundo o dr. Alexandre Caetano, não soluciona problemas relacionados aos bovinos, mas abre uma gama de informações para se estudar e procurar, através desses estudos, solucionar os problemas. No futuro, com a análise do sequenciamento, será possível melhorar todos os aspectos dos animais. A carne será mais macia e o leite, por sua vez, mais saboroso.

O segredo

Alexandre Caetano se define como uma pessoa perseverante, persistente e resistente. Resolve encarar os desafios como um ponto positivo na vida, e não como uma coisa detestável. “Se você transformar o seu trabalho numa coisa prazerosa, numa coisa que te dá prazer, num hobby, você nunca vai precisar trabalhar na vida”, diz, com conhecido mote. (JJ)



Todo perfil traz um ensinamento. E aí o que vocês vão levar para a vida de vocês desse?!



*Por Emerson Garcia e Myrcia Hessen

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Perfil de um JJ (3)


Crédito: Quelma Trindade


Fazer perfis é sempre interessante. Quem o faz acaba conhecendo mais de si, e quem ouve ou lê, muitas vezes, se surpreende com a história de vida da pessoa. Nesse último Perfil de um JJ (mas não é bem um perfil) tentarei fechar alguns traços meus.

Atualmente estou no quarto semestre (com um pezinho no quinto) e nesses quase dois anos de curso, percebo que não acabou. Ainda tenho metado do caminho.

É conhecendo as áreas do jornalismo que é possível se conhecer. No semestre passado (3º), e nesse também, tive várias oportunidades, e porque não dizer possibilidades? Visto que mais do que jornalista é possível ser um comunicador.

Realizei um curta-metragem com duas colegas chamado de "Pilaventura- uma pedra construindo o mundo de uma garota". Uma animação com bonecos de massinha, de gênero comédia-aventura. Isso aí! Não foi uma super-produção, mas isntigou nossa criatividade. Prometo que falo mais em outra postagem!

Produzi diversos trabalhos de Design Gráfico e percebi a importância disso para uma matéria jornalística. Tudo bem que não foi uma das melhores aulas da minha vida, mas aprendi um pouco.

Além disso, escrevi uma reportagem de cunho humano - acerca de trabalhadores e Qualidade de Vida no Trabalho - e um capítulo de livro-reportagem sobre a Casa do Cantador. Esse tipo de trabalho me fez chegar mais próximo das pessoas e tratá-las como personages que possuem boas histórias a ser contadas.

No 4º semestre entrei para a Oficina de Produção de Notícias (OPN). Escrevi matérias, perfis e afins para o jornal da faculdade e de outros lugares, para o site da OPN, e por aí vai. Pude compreender melhor o trabalho de uma redação: com pautas e deadlines a cumprir. Fiz também parcerias com colegas, e percebi o quão importante é trabalhar em grupo.

Enfim, essas foram as experiências mais significativas que tive nesse período. Esses trabalhos me fizeram aprender bastante. Pude ver que o jornalistmo pode ser criativo, divertido, humano e emocionante. J-J

P.S.: Posso voltar com um novo perfil quando necessário.


Por: Emerson Garcia

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Perfil de um JJ (2)

“E qual é outra área que corresponderia as minhas expectativas? Comunicação Social, mais especificamente Jornalismo.”


Estava na dúvida do que postar na véspera da data do meu aniversário. Pensei em várias possibilidades legais e possíveis de auto-homenagem, daí lembrei que faltavam duas partes do meu perfil, e resolvi nesse dia escrever a segunda.

Para quem leu a primeira parte viu o tanto que eu sou indeciso. Até eu chegar onde estou demorou cerca de dois anos. Nunca pensei, desde criança, em cursar jornalismo. Na verdade nem sabia o que seria quando crescer. Na adolescência, para dar um desconto nos momentos calmos da infância, vi um turbilhão de idéias: geógrafo, historiador, psicólogo, economista (perceberam que não tem nenhuma área de exatas? Pois é eu odeio exatas!).

Como vocês viram no Perfil de um JJ (1), perdi um ano inteiro, prestando vestibular para Letras- Português. O que me parece, estando no 4º semestre de Jornalismo, é que perdi dois semestres com nada. Tentativas inúteis. Um ano depois de cansar de UnB eu pensei: agora, não passei no primeiro, tampouco no segundo vestibular, o que eu quero para minha vida? Parecia que todas as minhas dúvidas ressurgiriam mais uma vez, e foi aí que no final do ano de 2007 prestei vestibular para Letras. A segunda opção era Jornalismo.

Passei no vestibular como qualquer pessoa passa em qualquer faculdade particular. Momento de fazer matrícula. Tinha Letras como primeira opção, e Jornalismo como segunda. Só que não sabia que a primeira opção era a que teria que cursar. Agora nesse momento estava decidido a fazer Jornalismo, e mais do que nunca queria ser um Jovem Jornalista. O que faria se a primeira opção é que vale?

Foi aí que a administradora pedagógica da Universidade veio falar comigo. “Não tem como mudar a sua vaga para Jornalismo, não. Todas as vagas, de todos os cursos estão preenchidas”. Fiquei perplexo. Mas ela diz: “Tem certeza que é Jornalismo que você quer fazer?”. Estava mais certo do que nunca da minha opção. “Sim, é isso mesmo”, respondi. “Então eu vou te dar meu telefone e você me liga para ver se eles aceitaram a vaga”. Por fim, eles aceitaram a vaga!

Imaginava a Faculdade por fora: uma indústria de fazer conhecimento. Quando entrava via a imensidão dos blocos e suas iniciais alfabéticas, uma biblioteca de dois andares, espaços enormes livres para circulação, diversos laboratórios de informática, estúdio fotográfico, centro de rádio e televisão. Bastaria dois semestres para perceber que era isso mesmo que eu queria para minha vida, e um semestre para eu conhecer o mundo da comunicação e do jornalismo, por sua vez.

Primeiro semestre é época de conhecimento. Tanto é que as disciplinas que vemos são todas introdutórias e são a base para a continuidade do curso. Em uma delas, foi permitido abrir um leque grande das áreas da comunicação que são várias, as principais: Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Relações Públicas. Em outra matéria, a professora nos proporcionou um rodízio de professores das mais diversas áreas da comunicação e que lecionam na faculdade para vermos todas as possibilidades, e as mais variadas histórias da comunicação. Gostei de conhecer a história da escrita, assim como me apaixonei pelo rádio (até pude falar no microfone do estúdio, só que minha voz ficou estranha).

Já no segundo semestre é tempo de decidir: é isso mesmo que eu quero? Vi, no final desse período, vários colegas migrando para Publicidade e Propaganda e muitos outros indo para áreas mais extremas, como Relações Internacionais. É aqui que temos que nos posicionar.

O segundo período abriu mais novas possibilidades: aprenderia a técnica e a teoria da fotografia, entenderia o processo jornalístico que vigora na cobertura de fatos, assim como uma gráfica funciona, mergulharia em diversas entrevistas, ensaios fotográficos, e até mesmo na editoração de uma revista. Para mim foi um dos melhores semestres que tive. Prefiro a prática a teoria.

Cada semestre que passa conheço uma face desse grande prisma que é o Jornalismo. E estou gostando muito de fazer esse curso. Me simpatizo com a maioria dos professores (tem alguns que não são tão bons assim), crio vínculos em diversos órgãos, como o CRTV e o estúdio fotográfico. Além de conhecer as mais diversas personalidades, e ter amizades com elas. Uma experiência incrível. J-J

O que aconteceu depois do segundo semestre? Assunto para o próximo perfil!


Por: Emerson Garcia

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Perfil de um JJ (1)

Crédito: Gabriela Tavares

Já diz meu professor que as pessoas não são só um nome ou o que aparenta ser. Uma pessoa é muito mais do que os outros pensam. O que ela demonstra ser é só um milésimo do que ela realmente é. Ninguém conhece a pessoa em sua realidade, o que se conhece é ela em uma de suas verdades. Quanto mais eu busco a realidade mais distante eu estou dela. Talvez por isso vocês nunca vão me conhecer como realmente eu sou. Conhecerão o que crêem conhecer, o que querem conhecer e o que vocês saberão de mim através de mim. Por isso nada melhor do que conhecer o Jovem Jornalista pelo Jovem Jornalista.

Quem nunca se perguntou por que existe? Porque está no mundo? O que faz ser você, você? Pode parecer um pensamento lunático, mas é assim que eu sou. Tudo procuro dar uma explicação lógica e quando não dou vou atrás da lógica. Será que por isso que estou fazendo jornalismo?


Perguntador demais, mas falador de menos. Como explicar esse paradoxo? Para mim o silêncio fala mais do que as palavras e o que se diz naquele é tão primordial no que se diz nestas.

Falar pouco é sinônimo de inteligência ou falta de conhecimento? No meu caso falar pouco é sinônimo de que não tem nada de importante para falar. “Você já almoçou?”. "Sim", dizia mentalmente. Minha mãe fala que ninguém sabe o que mudo quer. Será mesmo? Eu já disse que o silêncio pode falar até mais do que as palavras.


Ser sucinto, ser objetivo, falar pouco, são algumas das minhas características. Olho para trás (não é tão longe quanto você imagina) e vejo: “Será que letras-português é a minha vocação mesmo?”. Como se não soubesse que para isso ou para jornalismo precisava me comunicar. Tá, mas eu me comunico através do que penso, do que cheiro, do que sinto, não somente do que falo.

"Será que para ser um bom comunicólogo é necessário só falar?" No meu caso se fosse só isso já estaria frito. Sim, tenho outras habilidades como apurar fatos, fazer notícias, reportagens, criar imagens de design, fotografar... Mas não é disso que eu falo. Em qualquer profissão o que pesa mais é ser bom naquilo que se faz. Não interessa se você fala bem, se na hora que você escreve você é um desastre. Já diz um outro professor que ninguém foi, é, será bom naquilo tudo que faz. “E isso é uma maravilha”. Quando eu ouvi essa frase confesso que fiquei espantado, assim como todos os meus colegas de turma. Mas, hoje vejo que isso é uma realidade porque não precisa ser bom em tudo. Eu vou ter que falar? Vou ter que falar! Mas isso não é o meu forte. Mesmo assim posso ser bom naquilo que faço.

O jornalismo eu posso dizer que não era o meu sonho. “Como assim?”, você se pergunta. Sim leitor, eu nunca quis fazer jornalismo! Queria letras-português. Gosto de escrever (não sei se escrevo bem, mas gosto de escrever). Gosto de análise sintática. Conjugar verbos. Literatura (na 8ª série lia quatro livros por bimestre, 16 no final do ano). Ler (mesmo que demore um ano para ler “Harry Potter e o Enigma do príncipe”). Ahh... como todo bom soletrador do Luciano Huck, apesar de não ser um, gosto de corrigir os outros.

Tá aí um perfil de alguém que poderia fazer letras-português, primeiro porque era bom no que fazia e, segundo, porque tinha tudo que era necessário para isso. Mas mãe... mãe muda a nossa trajetória. Não... minha mãe não quis para eu fazer jornalismo. Falou desse jeito: “olha não fica só nas letras não”. Daí eu pensei comigo mesmo: “tá vou ficar nos números também”. Estava convicto que letras era o que eu queria. Me preparei um ano para prestar vestibular. Letras. Até que um dia estava refletindo. Fazendo aquelas perguntas lá do início do texto: “Quem nunca se perguntou por que existe? Porque está no mundo? O que faz ser você, você?”. Foi aí que dei o veredicto final e me enveredei pela comunicação.

Mas por que isso? Porque eu sabia que letras era uma boa opção para mim, mas não via outra alternativa além de dar aula. Não é que eu não goste de alunos, mas é que não sei se teria vocação para professor. E qual é outra área que corresponderia as minhas expectativas? Comunicação Social, mais especificamente Jornalismo. J-J

Essa história continua! Até lá!


Por: Emerson Garcia

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

“Sonhar e acreditar, mas trabalhar”



Antonio José Pereira Garcia, mais conhecido como Toninho Pop, fala das grandes aspirações que tinha como radialista desde adolescente e como ele alia sua fama ao trabalho


Antonio José Pereira Garcia ficou conhecido como Toninho Pop aos 16 anos e desde adolescente já sabia que o rádio o encantava. Já poderia ver seu futuro traçado: era com equipamentos tão retrôs e singelos que ele construiria uma história de sucesso. Nasceu em São Luis (MA) aos doze dias do mês de junho de 1962, e cursou Marketing na Unicesp (DF), aos 40 anos. É ele quem traz a filial da Jovem Pan em 1996 para Brasília e trabalha nesta por cinco anos. Está atualmente na rádio JK desde agosto de 2004. Tem dois filhos, Tomy e Pedro, 26 e 10 anos, respectivamente. É divorciado e, hoje, aos 46 anos, ainda tem muito a realizar em sua carreira.Jovem Jornalista- Como você definiria o Toninho Pop?
Toninho Pop- Alegre e motivado, sempre.


J.J.- Você é mais conhecido como Toninho Pop, não é isso?
T.P.- Toninho Pop é o meu nome artístico que me foi dado quando moleque. Eu e meus amigos fazíamos festas nas Asas com equipamentos de som. Nesse tempo não tinha tecnologia, então os jogos de luz eram acionados por botões de campainhas. Foi nessa época que eu comecei a ser chamado de Toninho Pop.


J.J.- Você ainda guarda equipamentos retrôs dessa época?
T.P.- Eu tenho coisas dos anos 50 como o Gramofone, que funciona por uma manivela em que você coloca os discos de vinil ali. Dos anos 70 eu tenho gravador de rolo, disco de vinil, taid back, amplificadores. Eu sou um cara que preserva coisas antigas, mas também gosto de coisas novas.


J.J.- Você tem uma história preservada.
T.P.- Eu tenho umas gravações antigas que eu morro de rir. Eu tenho fita de 1979, 1980, eu falando no programa “Dancing Nights” da rádio Alvorada, que depois se transformou na rádio Atlântida, que depois virou a 93 e que hoje é a Antena 1, que foi onde eu comecei a minha carreira.


J.J.- Qual o seu nome completo?
T.P.- Antonio José Pereira Garcia e eu fui registrado pelo meu pai aos 40 anos e ele adicionou o “Teixeira Gomes Ferreira”, mas eu não uso. O nome que está na minha identidade é Antonio José Pereira Garcia.


J.J.- Você se formou com 44 anos, correto?
T.P.- Eu parei de estudar com 19 anos por causa da minha função como radialista. Na época o rádio era um meio de comunicação muito forte. O cara que falava no rádio era tido como celebridade. Eu era muito assediado na escola que estudava (Elefante Branco) e eu deixei me levar pela fama e mais tarde eu fui aprender a conviver com isso.


J.J.- E como foi fazer faculdade de Marketing aos 40 anos?
T.P.- Tive que ter paciência de durante esse tempo conviver com algumas questões que eu já tinha vivido e entrar no funil novamente. Eu fui respeitado por meus colegas mais novos, houve uma interação total. Agreguei muito valor ao conhecimento empírico que eu tinha com o conhecimento acadêmico que eu adquiri na faculdade. A única coisa que eu deveria ter era paciência e passar por esse processo novamente.


J.J.- Você é conhecido por uma grande parte da população?
T.P.- Para muita gente, eu sou um cara conhecido. Eu tenho muita força das pessoas e têm algumas que nem me conhecem porque o rádio não proporciona você ser unânime. Mas como eu faço alguns comerciais televisivos, acaba que 70% das pessoas me conhecem.


J.J.- Qual o seu trabalho como superintendente e apresentador da rádio JK?
T.P.– O superintendente é o gestor, aquele que faz a interface de toda a equipe. Aqui nós temos um sistema com quatro emissoras. JKFM 102,7, mix FM 88, 3, Globo AM 1160 e Bandeirantes AM 1410. O meu papel é fazer com que toda a equipe se comunique bem, para desempenhar a contento todas as tarefas relacionadas ao negócio. Com relação ao locutor, aí sim, é pura emoção. Apresentar um programa de rádio é para mim um momento especial. É brincar com a imaginação das pessoas, informar, entreter.


J.J.- A rádio sem ouvintes, para mim, não tem porque funcionar. Qual relação do espectador com a rádio JK?
T.P.– É uma relação de cumplicidade. Na minha avaliação, geralmente, quem ouve rádio ouve mais pelo conteúdo das mensagens do que pelas músicas. Até porque existem outros meios (internet, ipod, mp3, mp4, mp5). Dependendo da mensagem e da música que a pessoa ouça pela manhã, isso vai determinar o astral do resto do seu dia. E muitas pessoas têm apenas o rádio como companheiro.

J.J.- Eu pergunto isso porque o programa “Megafone” que faz exatamente isso: traz o público mais perto da rádio. Como é esse programa?
T.P.– Mudamos o nome do programa. Agora é “Alto Falante”, mas o conceito é o mesmo: entreter. Música, informação, prêmios e acima de tudo: a participação do ouvinte, a interatividade deste.


J.J.- A JK FM 102.7 é a única emissora que transmite o programa “Momento de fé”. É um diferencial?
T.P.– O padre Marcelo é o maior fenômeno do meio (rádio) hoje em dia. Com um programa que fala do dia-a-dia e dos problemas e necessidades das pessoas, o padre consegue evangelizar sem descaracterizar a verdadeira função do rádio.



J.J- Que espécie de flashbacks a programação da rádio JK insere? Seria da proporção 3:1? Como funciona?
T.P.– Em programas especiais românticos quatro por hora. Na programação normal, no máximo um a cada hora.

J.J.- É uma estratégia nem tocar músicas contemporâneas de mais nem antigas de menos?
T.P.– Depende do formato da emissora, mas procuramos sempre reviver bons momentos com músicas que já fizeram sucesso.


J.J.- Como foi a idéia de trazer a filial da Jovem Pan para Brasília em 1996?
T.P.– Foi uma decisão empresarial e artística. Na época, só a Transamérica veiculava uma programação para jovens. Cabia, então, pelo menos mais uma. Tínhamos duas rádios com o mesmo formato de programação. Que era a programação popular (rádio Atividade e Líder). Optamos, então, por fazer, em uma das emissoras, uma programação voltada para o público jovem.


J.J.- Quando se fala do universo dos jovens, ao qual a Jovem Pan se dedica, logo vem em questão do estilo. A rádio se define como pop-rock. Por outro viés, a Mix se manifesta como rock-pop. Você poderia caracterizar esses dois estilos?
T.P.– As duas rádios têm o mesmo objetivo: o público jovem. A Pan tem uma pegada mais dance e a Mix toca mais rock. São estilos semelhantes com esse pequeno diferencial, até porque as duas emissoras têm um ponto em comum: a valorização do humor.


J.J.- Como é ser integrante do “Programa Parceiros da Escola”?
T.P.– Esse é um projeto pessoal. Sempre acreditei na força da educação e da cultura. Integrar um projeto como esse é colocar em prática tudo aquilo que falamos e muitas vezes não fazemos, ou seja, ser solidário, solícito e, acima de tudo, partícipe e conhecedor de como as escolas atuam.


J.J.- Você já passou por uma situação engraçada nas rádios em que você trabalhou ou trabalha? Poderia compartilhar?
T.P.– Várias vezes. Já deixei microfone aberto, já fui confundido com outra pessoa, já troquei nome de artistas e de ouvintes, enfim, faz parte.
J.J.- Como é se dividir entre seus dois filhos e o seu trabalho? Você consegue conciliar?
T.P.– É muito fácil e gratificante. Com os filhos vivo duas situações. Um deles tem 26 anos e já é homem feito e maduro, com quem posso compartilhar uma relação de amizade. O outro tem 10 anos e tenho aquela relação de pai herói. No trabalho, procuro priorizar minhas ações profissionais, sempre dedicando a cada uma delas a importância merecida. Não sou centralizador. Distribuo tarefas para a equipe e sempre estou disposto a ouvir. Adoro o que faço e além do meu trabalho na rádio, me dedico ainda a outros três projetos (CFZ Brasília (ligado ao Zico); Toninho Pop Assessoria e Comunicação e Faculdade e Teatro Dulcina).

J.J.- Qual foi o momento mais inesquecível da sua carreira?
T.P.– Tem uma passagem que acho muito legal. Em dezembro de 1993 quebrei o recorde mundial de locução ininterrupta. Durante quatro dias, ininterruptamente, eu fiz um programa de rádio em uma cabine instalada em frente à antiga discoteca 2001, no térreo do Conjunto Nacional. Foi uma loucura, inesquecível.

J.J.- Você crê que contribuiu para o radiojornalismo brasiliense? Como?
T.P.– Acho que estou mais ligado ao entretenimento, porém tenho uma curta ligação com a notícia por meio dos informativos que veiculamos em nossas emissoras. A minha modesta colaboração é orientar os nossos jornalistas a trabalhar sempre com a verdade. Checar as informações e divulgar apenas o que pode fazer a diferença na vida das pessoas.


J.J.- Você tem fãs? Como é a relação com eles?
T.P.– Tenho vários admiradores. A relação é diária, até porque sou bastante conhecido pelo público. No restaurante, no elevador, no posto de gasolina e até na fila do banco procuro ser simpático e atencioso. Adoro as relações interpessoais. (JJ)
Por: Emerson Garcia
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