Mostrar mensagens com a etiqueta Portugal. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Portugal. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, novembro 26, 2025

"Olhar Portugal a partir das colecções do MNAA"


Gostei de saber que o Museu Abade de Baçal, em Bragança, reabriu - após obras de requalificação - com a exposição "Olhar Portugal a partir das colecções do MNAA", com obras do Museu Nacional de Arte Antiga e também do museu bragantino.

Acho muito boa ideia a descentralização de obras de arte, que muitas vezes estão em depósito e que agora vão viajar pelo país fora, para que Portugal, com o projecto "O MNAA está aqui", se habitue à arte.

É bom para as localidades que vão beneficiar desta iniciativa e também para o MNAA, que embora feche as suas instalações para obras, promete continuar activo, de Norte a Sul.

Estive na Primavera em Bragança e agora ao saber da exposição "Olhar Portugal a partir das colecções do MNAA", apeteceu-me voltar, só para visitar o museu...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, novembro 25, 2025

«O problema não é a festa, é quererem fazer do 25 de Novembro, o que ele nunca foi.»


Sei que "ainda não chegámos à américa", basta falarmos claro e conhecer a história recente, para desmontar as duas ou três mentiras, que tentam passar por cima dos factos.
 
Mais uma vez, socorro-me de uma frase do meu amigo Carlos, que diz tudo sobre o dia de hoje: «O problema não é a festa, é quererem fazer do 25 de Novembro o que ele nunca foi.»

O único partido que poderia acenar a "bandeira da vitória" nos vários episódios que antecederam o 25 de Novembro de 1975, é o PS liderado por Mário Soares. Nem mesmo o PSD, teve voz activa, em todo este processo, provavelmente por o seu líder ter passado quase todo o Verão Quente", em Londres, onde foi operado e fez a sua recuperação.

Mas os socialistas têm consciência que se trata de uma data importante, mas fracturante, especialmente no seio do MFA, onde camaradas tiveram de prender outros camaradas, apenas por pensarem de forma diferente. Foi por isso que os socialistas, tal como o "grupo dos nove", nunca quiseram que o 25 de Novembro fosse o que nunca foi.
 
De uma forma simplista, pode-se dizer que o 25 de Novembro foi uma tentativa, bem sucedida, de voltar a colocar o país no rumo certo, com o regresso daquela democracia, onde se procura que exista espaço para todos.

É por isso que não há um único "militar de Abril", ou de "Novembro", com vontade de participar nesta festa, com ar de farsa, onde a direita mais reacionária, quer sobretudo diminuir o simbolísmo e a verdade histórica do dia 25 de Abril de 1974.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

quarta-feira, novembro 19, 2025

Tudo isto é tão estranho (mesmo que seja comum no nosso país)...


Não vou falar em particular das buscas de ontem, ligadas à privatização da TAP (feita à pressa pelo governo de Passos Coelho, de uma forma no mínimo duvidosa, com o envolvimento do actual ministro, então secretário de Estado) e à gestão dos dois grupos que geriram a empresa até à pandemia.

Vou falar sim da espera habitual, de anos, da nossa justiça para entrar em campo e fazer buscas. Parece que tanto a Polícia Judiciária como o Ministério Público, gostam sempre de dar tempo aos possíveis arguidos (colectivos ou individuais), para que consigam fazer desaparecer todos os documentos que poderiam servir como provas de crime ou de gestão danosa.

Aconteceu o mesmo com a Operação Marquês, com a venda do Novo Banco ou com os casos de promiscuidade e possível corrupção entre os principais grupos económicos da Madeira e o seu Governo Regional.

Mesmo que seja uma prática comum no nosso país, tudo isto é estranho e pouco normal.

Não é por acaso que quase "todas estas montanhas" na nossa justiça, acabem sempre por "parir (apenas) ratos"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quinta-feira, outubro 23, 2025

A forma dúbia (e estúpida) como tratamos quem chega de fora...


De uma forma geral sempre fomos assim, o caráter nunca foi um traço muito forte da personalidade dos portugueses.

As mitologias que por vezes tentam transportar Viriato ou Afonso Henriques, para o nosso tempo, não passam disso mesmo, mitologias...

É por isso que o normal, especialmente nos pequenos poderes, foi sempre ser fraco com os fortes e forte com os fracos. Ainda hoje é assim, especialmente nas mentes mais conservadoras e retrógadas, que atravessam todas as classes sociais. Talvez a ditadura salazarista tenha sido demasiado impositiva neste aspecto, mas está muito longe de explicar tudo...

Esta forma de estar, explica em parte a forma como recebemos os emigrantes. Se for gente, aparentemente endinheirada (mesmo que sejam bandidos da pior espécie...), que compram "palacetes, carros de 100 mil euros, quem mora na sua rua, até é capaz de lhes fazer uma vénia. Se foram simples trabalhadores, que vieram fazer aquilo que já nos achamos demasiado importantes para fazer, seja na hotelaria, restauração ou serviços de limpeza, são olhados de lado e apontados a dedo, se faltar alguma galinha na capoeira da vizinha (por ela não saber contar muito bem)...

Esquecemos que é graças a estes "endinheirados" (os "traficantes" que tiveram a porta aberta graças aos "vistos de ouro", mas também a gente famosa do cinema, da moda, os reformados das europas e das américas, e ainda, essa profissão estranha e vasta, como o nome de "nómadas digitais"), que se está a tornar um "luxo" viver no nosso país, especialmente nos grande centros urbanos. 

É graças a eles que o preço das casas sobe a níveis quase de Paris, Londres ou Nova Iorque, assim como as diárias de hotéis, as ementas de restaurantes e até os preços das batatas, dos tomates e das cenouras nos mercados.

Mas bom é seguirmos a "lenga-lenga" da direita e culpar quem vem para cá trabalhar e tem uns tons de pele ligeiramente mais escuros que nós. Gente que além de ser mal paga, é mal tratada e olhada de lado, por uma população cada vez mais incapaz de pensar pela sua própria cabeça, que engole todas as "percepções" que vão dando jeito a quem nos governa e que vão tornando o nosso país cada vez mais miserável e desigual.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


domingo, outubro 19, 2025

«Eles continuam burros, mas não sabem...»


O mundo avançava levando-nos de viagem numa das carruagens do metro. Éramos os únicos que conversávamos. O resto da malta, novos, velhos e assim assim, estava presa ao quadrado que as ligava a um outro mundo, distante do nosso. A única excepção que confirmava a regra era uma senhora de idade, de ar triste, que olhava para o seu reflexo no vidro. Devia fazer contas à vida, cada vez mais difícil, especialmente para quem sonhava ter um final de vida diferente...

O Carlos começou a falar das pessoas que nunca leram um livro na vida ou uma reportagem a sério de jornal. Sempre deram preferências aos cabeçalhos e às notícias de mexericos ou crimes. A maior parte nem estranhou passar das páginas do Correio da Manhã para as notícias oferecidas pelos manipuladores do mundo virtual.

Eu sabia que ele estava certo, mesmo que raramente usasse "travões" e adorasse ser politicamente incorrecto, Mas estávamos no metro e não no nosso café... Foi por isso que as pessoas que estavam ao nosso lado, mostraram algum desconforto pelas suas palavras, embora continuassem presas aos smartphones.

Saímos na nossa estação e enquanto caminhávamos ele resolveu acabar com o assunto da melhor maneira, com uma frase que era toda ela um poema: «Eles continuam burros, mas não sabem...»

Era uma daquelas frases que também podia ser dita pelos nossos queridos José Gomes Ferreira ou Alexandre O'Neill, para caracterizar o "bom povo português"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, outubro 06, 2025

Os políticos ainda não se lembraram de dizer, que a culpa é das mães e dos bebés, que têm demasiada pressa em nascer...


Estava a ver uma notícia sobre a quantidade de partos feitos no interior de ambulâncias, com os Bombeiros da Moita com um número que até já pode ser recorde: 15 partos feitos nas suas viaturas, antes de conseguirem chegar a um hospital ou urgência de obstetrícia.

Em vez de pensar no exagero de urgências e maternidades fechadas, de Norte a Sul, lembrei-me que os governantes de hoje são do melhor a olhar para o lado positivo das coisas, pelo que só falta começarem a dizer, que a culpa é das mães e dos bebés, que são de tal forma despachadas e despachados, que se pode dizer que hoje vivemos uma nova era. Ou seja, um tempo quase sem "partos difíceis"...

E ainda me lembrei de mais um argumento: podem sempre dizer que a culpa é dos bombeiros, que andam numa lufa-lufa para entrar no "guiness", ao ponto de escolherem sempre os caminhos mais longos na direcção dos hospitais e maternidades.

Sei que não devia estar aqui a oferecer ideias aos "pantomineiros" que nos governam, mas como dizia o bom do Dinis, o que nos safa, é conseguirmos ver sempre o lado mais engraçado das coisas (mesmo no meio das desgraças...).

Adenda: Já no começo da manhã do dia seguinte, a primeira notícia que apareceu no canal de notícias, assim que liguei a "caixa mágica", foi o nascimento de um bebé, no chão de um hospital em Gaia...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


sexta-feira, setembro 12, 2025

A bagunça ideológica e política em que estamos metidos...


A morte de um político conservador numa universidade norte-americana, diz muito de como vai este mundo, povoado de radicalismos, tanto à direita como à esquerda.

Não vou falar do apoiante de Trump, mas sim destes tempos, em que, em vez de se respeitarem pontos de vista diferentes, se apontam dedos e se lançam boatos, quase sempre sem sentido, sobre as pessoas de que não se gosta e que pensam de maneira diferente. E neste caso, prefiro fixar-me na actualidade do nosso país.

O maior exemplo desta bagunça ideológica, começa e acaba no líder do nosso partido de extrema-direita. Nunca nenhum político mentiu tanto, e em vez de ser penalizado, recebeu créditos pelas suas demasiadas deturpações da realidade. Ainda esta semana falou erradamente de gastronomia e não de cidadãos, para criticar a visita do nosso Presidente da República à Alemanha, que segundo o seu ponto de vista viaja demasiado (mas nunca as 1500 difundidas por ele, afinal são apenas 160...). Como sempre, não se retratou das duas mentiras que disse sobre apenas um tema...

O mais curioso, é que hoje apareceu pela primeira vez à frente nas sondagens realizadas para primeiro-ministro.

Não sei o que se passa na cabeça dos portugueses, cuja maioria vive com dificuldades, mas mesmo assim, prefere ir atrás das mentiras de um "bando de gente execrável" - esta semana foi também conhecida mais uma faceta criminal de um candidato às autárquicas deste partido -, que tem tentado virar o Parlamento de pernas para o ar e que se percebe, que mesmo sem estar no poder, já se sente "acima de qualquer lei"...

Talvez hoje tudo seja possível, até a passagem do Seixal, directamente da CDU para o Chega (este partido ficou em primeiro lugar nas eleições para as legislativas neste Concelho...), nas próximas autárquicas...

(Fotografia de Luís Eme - Seixal)


sexta-feira, setembro 05, 2025

E possível que exista uma explicação, mas...


Não me lembro de assistir a um qualquer campeonato da Europa ou do Mundo, em que uma equipa perde os três primeiros jogos e a seguir vai disputar o jogo dos quartos de final.

Curiosamente, ou não, estou a falar da Selecção Nacional de Hóquei em Patins, que perdeu os três primeiros jogos do Campeonato da Europa com a Itália, a França e a Espanha. Em vez de "ir para casa", depois de três derrotas, foi jogar com a Andorra o tal jogo dos quartos de final.

Devo ser muito estúpido, por não conseguir perceber a lógica deste campeonato. É como se já estivesse tudo combinado, antes do começo dos jogos. 

E também devo ser muito pouco "patrioteiro", por estar a falar deste assunto...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quinta-feira, agosto 28, 2025

Há demasiadas percepções (e repetições) à nossa volta


Sei que é um problema global, mas incomoda-me o rumo que querem dar ao nosso país, com as percepções a sobreporem-se, cada vez mais, à realidade.

Começou com a imigração, seguiu-se a violência... e agora ficamos com a sensação, de que vai haver sempre alguma coisa que irá ser vista com uma lente de aumentar e de "enganar", usada pelos políticos e pelos editores de um jornalismo, que está cada vez mais virado para o espectáculo e menos para a transmissão nua e crua de factos.

Não quero de maneira nenhuma diminuir a área ardida de Portugal, que é trágica e assustadora, mas devo dizer que fiquei aliviado por neste fim de semana que prolonguei por mais dois dias, perceber que não ardeu "tudo" na Serra da Gardunha e nas suas proximidades. 

Durante a viagem entre Almada e Idanha-a-Nova, não encontrei áreas ardidas (tinha receio de me deparar com um país pintado de cinzento...). Só quando me desloquei para o concelho de Penamacor, a caminho de uma das minhas praias fluviais preferidas, vi com os próprios olhos a devastação provocada pelo fogo, mas a alguma distância das povoações. Depois, em conversa com um familiar, que estava na nossa aldeia quando os incêndios estiveram mais críticos e assustadores na Beira Baixa, ele falou-me da nuvem de fumo cinzenta que invadiu toda a região e deixou vestígios nas casas, nos carros, nos campos e até na nossa garganta (no nosso quintal havia pontos negros, que vistos de perto, se percebia que eram pedacinhos minúsculos de carvão...), que levou as pessoas a cobrirem parte do  rosto com as  máscaras que tinham sobrado da pandemia. Mas foi este mesmo familiar que também nos contou que nem todas as aldeias estiveram cercadas pelo fogo, como foi relatado pelas televisões, cada vez mais reféns da desgraça alheia. Assim que ouviu algumas notícias, ligou logo a um amigo, que o descansou e disse que a sua terra não estava cercada como diziam (e felizmente nunca esteve...), que as chamas aproximaram-se apenas de uma das pontas da aldeia e estiveram controladas. Os únicos problemas era o ar ser irrespirável e a temperatura estar acima dos cinquenta graus...

O que acho de mais estranho nisto tudo, foi vermos a RTP, a SIC e a TVI a funcionarem da mesma forma que o CMTV, aumentando, vezes demais os problemas (repetindo as mesmas imagens até  à exaustão...), em vez de os manterem na escala e no tempo real. 

Mas, a pouco e pouco, vamo-nos habituando a esta forma de governar e de dar notícias, em que as ilusões e desilusões que alimentam as "telenovelas", colam-se cada vez mais à realidade, com a cumplicidade de um moedas ou de um montenegro, que são cada vez mais iguais ao ventura. Só lhes falta fazerem os mesmos "números" ridículos que este faz nas redes sociais, ou passarem a vida a correr atrás das televisões (que também o seguem, "religiosamente"...), sempre prontos para tirar dividendos políticos de qualquer desgraça alheia.

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)


domingo, agosto 17, 2025

Não há palavras para descrever toda esta tragédia...


Não há palavras para descrever toda esta tragédia, que tem assolado, dias a fio, algumas das zonas mais bonitas do Norte e Centro do País.

Muito menos é tempo de falar dos culpados - para além do vento, das altas temperaturas e dos bandidos dos incendiários - de toda este inferno, até porque muitos deles vão ser novamente candidatos autárquicos à câmaras e juntas de freguesia. E provavelmente até vão continuar a governar, mesmo que a sua grande virtude seja "apontar dedos"...

É isso que me faz pensar, muitas vezes, que somos "um país sem conserto".

Mas não é bem sim. Há o outro lado, o lugar onde estão os melhores de nós, mesmo que não passem de gente simples e anónima.

Falo dos milhares de bombeiros que andaram (e continuam a andar...) dias e dias a correr de um lado para o lado, mesmo sabendo que é humanamente impossível chegar a todo o lado. Mesmo que a experiência do terreno lhes diga que as estratégias usadas no terreno, estão longe de ser as melhores (mas como "quem manda pode"...), continuam na sua luta diária, mal comidos, mal dormidos e completamente exaustos. E das populações. Da gente de todas as idades que se uniu para defender o bem comum. Muitas vezes, cercados pelas chamas e sem o "manto protector" dos Soldados da Paz por perto, lutaram com todas as suas forças para protegerem os seus bens e os dos vizinhos mais desesperados. 

Apesar destes tempos do "eu", provou-se, mais uma vez, que a solidariedade nunca foi, nem será, uma palavra vã.

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)


segunda-feira, agosto 11, 2025

Problemas que existem mas, que, com uns truques (quase de magia) "deixam de existir"...


Até podia ser o refrão de uma canção, este título que escolhi, quase com o ritmo da "bossa nova".

Mas é a definição de uma forma de fazer política destes tempos modernos, levada ao extremo pelo Governo de direita do nosso país, com a cumplicidade das redes sociais e de um jornalismo cada vez mais subserviente e com menos capacidade de se ver ao espelho.

Eles perceberam que se inventarem um "não problema", que seja dito por alguém com poder (as ministras do trabalho e da saúde são boas a desempenhar este papel...), este acaba por esconder os verdadeiros problemas que afectam o país, pelo menos durante semanas.

Claro que nem tudo lhes corre bem. Como têm tiques autoritários e revelam mau perder, quando as coisas não correm como esperavam, quase que sopram pelos ouvidos. Foi o que aconteceu com a nova lei da imigração, que depois de fiscalizada pelo Tribunal Constitucional, volta ao Parlamento. Esse "mau perder" revela-se nas acusações contra os juízes que votaram maioritariamente contra, a passos de serem considerados uns "perigosos esquerdistas", quando apenas se limitaram a fazer cumprir a nossa Lei maior...

E entretanto, não se fala da saúde, da limpeza que não se fez das matas (nem sequer em volta de casas e de aldeias...) ou das casas que não se constroem... 

Como também se costuma dizer, é "fácil empurrar os problemas para canto". Pois é, os votantes das direitas, mesmo os que não passem de uns "pobretes e alegretes", até são capazes de desculpar estes governantes, por fazerem o mesmo que eles...

É por causa desta gente, que me apetecia acabar estas palavras com um palavrão, que caracteriza "alguns portugueses", que parecem ser sempre mais do que realmente são...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, agosto 10, 2025

Contradições e mentiras da gente que finge que governa...


Este governo deve ser o mais contraditório - e mentiroso - da história da democracia. 

Entre outras coisas, em vez de governar, gosta de inventar problemas. Problemas que depois "tapam" outros problemas, graças a um jornalismo mais imaginativo que informativo, que também ele foge da realidade como o diabo foge da cruz.

Isso explicará que num dos países com a mais baixa taxa de natalidade da Europa, uma ministra seja capaz de inventar a ficção de que as "mães amamentam os filhos até à idade da primária" (a taxa só não é mais baixa porque os imigrantes tão "maus" para a nação, continuam a fazer filhos, ao contrário dos portugueses, e disfarçam a coisa...). E depois se ande semanas e semanas a discutir um "não assunto".

Na habitação também se finge resolver o problema, através da criação de números. O Governo fala da construção de novas casas, que só existem nas suas "cidades de papel", ao mesmo tempo que tenta "calar" e "prender" os elementos das associações capazes de denunciar, com marcas de tinta (de Norte a Sul), a existência de milhares de casas devolutas. Casas essas, cuja maioria pertence ao Estado e que poderiam resolver os problemas de muitos jovens e de muitos imigrantes, a curto e médio prazo...

Claro que isso seria "inventar" um novo problema para a banca e para as construtoras, que continuam a somar milhões, com a habitação nova, pois veriam o valor das casas a baixar, assim como os pedidos milionários de empréstimos, ao alcance de apenas um número reduzido de jovens...

E não vale a pena apontar o dedo e falar dos problemas cíclicos dos incêndios, dos negócios de milhões que envolvem aviões, helicópteros, autarcas e governantes, por respeito aos Homens que andam dias a fio por montes e vales, a tentar defender as pessoas e os seus bens...

Felizmente, com todos estes dramas, deixaram de existir "urgências fechadas" e a ministra da Saúde poderá gozar férias descansada, em qualquer praia dos trópicos...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, julho 28, 2025

Uma sociedade cada vez mais "classificada" e classicista


Nem todos damos por isso, mas realidade é o que é, e diz-nos que os nativos de qualquer cidade com manias de grandeza, há já algum tempo que são tratados como cidadãos de segunda.

E se estiverem na "base" deste grupo, correm o risco de serem empurrados para os subúrbios da cidade com cada vez "menos sonhos", para que algum espertalhaço lhes surrupie a casa e ganhe mais uns tostões (antes que a "galinha" decida não colocar mais "ovos"...). 

A tal primeira linha está reservada para o grupo que vem de fora, a que chamamos turistas, não de pé descalço, mas de "sandália e meinha" (desde que tragam dinheiro para gastar em comida, dormida, "recuerdos" e museus, todo o mau gosto é permitido...) e para as gentes como o "conde monteverde", os alcaides de Lisboa e de Grândola, ou ainda a senhora que finge que governa Almada. Todos eles fazem questão de ir "vendendo o país a retalho".

E depois há a terceira linha, que agora está na moda "desancar" e fingir "correr para fora", que são o suporte económico de toda esta "fantasia". Têm muitos mais deveres que direitos, trabalham muito e recebem pouco e chegam ao nosso país quase sempre com uma mão à frente e outra atrás, sem o conforto e a liberdade dos donos dos "vistos de ouro" (que até podem ter a mesma cor e o mesmo cheiro deles, mas usam carteiras diferentes). 

Não era para escrever sobre isto, mas os dedos decidiram ir para aqui, talvez a pensar nos "turcos" que nos servem o café, e que devem estar alojados num qualquer "galinheiro" das traseiras do edifício comercial... ou então, chateado por ver a "idade média" a aproximar-se, mesmo que parecesse uma daquelas coisas inimagináveis.

A conversa interessante que escutei (sem querer, até me apeteceu tapar os ouvidos...) fica para amanhã...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


quinta-feira, junho 12, 2025

«No nosso país é difícil ser tudo...»


A jovem que continuava a sonhar com uma carreira de sucesso como actriz, lamentava-se, «é tão difícil ser artista no nosso país...»

O Gil aproveitou a quase deixa para usar uma lente de aumentar e dizer, «no nosso país é difícil ser tudo...»

O Carlos, atento como sempre, não perdeu a oportunidade de dizer  que no nosso país «a vida só é boa para os filhos de pais ricos ou de políticos sem vergonha.»

Acabámos por ficar todos a sorrir, como se ele tivesse dito uma graça e não uma verdade...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, junho 11, 2025

Ser português e defender o país, não é isto...


É importante dizer que o Dia de Portugal é de todos os portugueses, e não de apenas alguns.

E não é o facto de um partido ter agora sessenta deputados no parlamento, que fica com mais legitimidade para dizer e fazer tudo o que lhe apetece. Deveria ser sim, mais responsável. Mas isso é pedir quase o impossível, como se percebeu pelos comentários xenófobos, provocadores e ignorantes de alguns deputados da extrema-direita, em relação aos discursos de Marcelo Rebelo de Sousa e de Lídia Jorge durante a cerimónia comemorativa de Lagos. 

Mas o pior ainda estava para acontecer, em Santos, com agressões cobardes a actores que fazem parte do elenco da peça, Amor é um fogo que arde sem se ver, da companhia de teatro a  Barraca, por um grupo de "neo-nazis".

Se em relação aos deputados, parece não haver muito a fazer, já em relação às agressões, ainda somos um Estado de direito, e quem agride de forma gratuita tem de ser severamente punido.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, junho 10, 2025

Lá estamos nós, no dia que é muitos dias...


Este dia que podia ser só de Portugal e das Comunidades, também é de Camões, o nosso poeta Luís, que foi capaz de escrever sonetos há mais quinhentos anos, que ainda fazem sentido e têm beleza... e até são cantados...

Pensar que quando a Amália resolveu trazer Camões para o fado, foi quase um escândalo nacional. Nem o meu querido Zé Gomes Ferreira achou graça, apesar de ser bastante avançado para o seu tempo. E depois vieram outros poetas até às vielas, numa clara demonstração do bom gosto da "Rainha do Fado".

Felizmente o Luís também era um homem do futuro, sabia que "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades".

Foi por isso que compreendeu, como poucos, que  "todo o mundo é composto de mudança".

São estas pequenas grandes coisas que fazem com que Luís de Camões continua a ser o nosso "poeta maior".

(Fotografia de Luís Eme - Constância)


quinta-feira, maio 29, 2025

Porque é que estas pessoas não se demitem?


Soube-se nos últimos dias que a Federação Portuguesa de Judo foi suspensa pelas instâncias internacionais oficiais, devido a dívidas que ascendem a mais de 800 mil euros.

Embora não esteja em causa a participação dos nossos atletas nas competições internacionais mais importantes do mundo, não poderão concorrer com as cores de Portugal, se entretanto a questão não for resolvida.

O mais curioso (ou não), é que os dirigentes actuais da Federação, em vez de assumirem as suas responsabilidades, dedicam-se ao habitual "passa culpa", apontando o dedo ao antigo presidente (apesar de terem tomado parte no anterior executivo...).

Faz-me muita confusão que esta gente não se demita, pois é demasiado óbvio que são incompetentes para gerir uma federação desportiva. 

Não só estão a prejudicar os nossos atletas, como a imagem do nosso país.

(Fotografia de Luís Eme - Caramujo)


terça-feira, maio 06, 2025

Onde começa e acaba a acção do homem...


Uma das coisas em que pensei, quando visitei durante o fim de semana prolongado deste começo de Maio o santuário da Nossa Senhora da Lapa, na Freguesia de Soutelo (Vieira do Minho), foi onde começava e acabava a acção do homem em toda aquela edificação natural.


Senti isso, sobretudo no alto do Monte da Penamourinha, rodeado de todas aquelas pedras gigantes, que só poderiam ter sido deslocadas por "guliveres"...

Curiosamente, ou não, havia ali bastante harmonia.

Mas o que não nos faltam são lugares paradisíacos, onde parece estar tudo no sítio mas, infelizmente, a acção do homem, mais tarde ou mais cedo, acaba sempre por se notar, e da pior maneira...

(Fotografias de Luís Eme - Minho)


domingo, maio 04, 2025

Começar Maio entre Trás-os-Montes e o Minho


Andei por estes primeiros dias de Maio, por Trás-os-Montes e Minho, a conduzir o "carro de apoio" de uma grupo de amigos que gostam de desporto, aventura e descoberta.

A propósito do que já escrevera no Primeiro de Maio, estava longe de pensar que a Estrada Nacional 103 estava em obras (Concelho de Bragança) e que havia operários a trabalhar neste dia especial, cada vez mais desvalorizado por quem olha para as pessoas apenas como "números" e fonte de enriquecimento...



Como se costuma dizer, "não há bela sem senão"... 

Mas foi muito bom estar quatro dias "fora do mundo", sem saber do país, para além do que ia encontrando nesta viagem entre Bragança e Viana de Castelo, com excelentes companheiros de jornada.

(Fotografia de Luís Eme - Trás-os-Montes) 


segunda-feira, abril 28, 2025

Um dia estranho que deixou mais uma vez a descoberto a nossa (grande) vulnerabilidade...


Não queria falar do abanar de asas da borboletita espanhola, com força suficiente para parar dois países, ao mesmo tempo que dava espaço a todo o tipo de conjecturas, mas...

Felizmente, enquanto o mundo já andava demasiado preocupado com o que poderia estar a acontecer, eu andava ocupado a arrumar coisas e a pensar que se tratara de uma avaria local, mesmo que durasse mais que os cinco minutos normais. Sabia que estávamos mal habituados. Nos últimos anos  raramente faltava a "luz", e quando ela desaparecia, voltava quase sem nos dar tempo para acender uma velinha.

Passava das treze horas quando me sentei no nosso espaço reservado do "Olivença" e o Carlos me contou que havia numa série de países europeus sem electricidade. Percebi que já existiam primeiro várias "teorias " à solta, e não foi por acaso que o primeiro nome a vir a baila foi o de Putin, um dos bandidos mais "encartados" do Planeta...

Recebi um telefonema que me dava conta das "faltas de comparência" dos meus companheiros de tertúlia gastronómica. Se há coisa que detesto é tomar uma refeição sozinho num restaurante, mas não me podia ir embora, até pela amizade com o Carlos. 

E lá almocei o "bacalhau com grão", quase a seco, sem a falta das palavras e dos sorrisos do Chico, do Carlos III e do Tomás...

Já em casa, fui sentindo o vazio de estar a "viver" sem televisão e internet. E claro, há muito tempo que não subia tantas vezes as escadas até ao quarto andar. 

Precisava de um rádio e de pilhas para voltar a estar no mundo". Encontrei-os...

Por ter tudo "eléctrico" em casa, até o fogão, fui a mercearia comprar carvão. Falavam no mínimo de seis horas para repor a normalidade, pelo que os grelhados eram a única ementa possível para o jantar. Foi na loja local que descobri um país em alvoroço, com as pessoas a quererem esgotar a água existente assim como as conservas (estava gente à minha frente com mais de uma dúzia de latas de atum e outras tantas de feijão...). Como só precisava do carvão, consegui pagar e ir embora, "furando a fila", mas fiquei ligeiramente alarmado com a já normal prevalência do "eu" e do "salve-se quem puder", com a ânsia daquela gente em levar para casa coisas a mais, à espera da "guerra", sem pararem para pensar que o mundo tem mais pessoas...

O rádio não ia dizendo muitas coisas, mas pelo menos serviu para desmontar uma série de "teorias da conspiração", colocadas a circular pelos mentirosos do costume...

Ao jantar conversámos bastante (há sempre coisa boas nestas "aventuras"...), na nossa varanda, bem iluminada graças às engenhocas do meu filho. Ao ponto de parecermos a única casa com gerador na nossa rua (uma bela mentira)...

Graças à vista larga do nosso "miradouro" pelo Mar da Palha, fomos assistindo ao regresso da energia pelas terras que nos rodeavam. O coração de Lisboa foi o primeiro a acordar, depois foi a Ponte Vasco da Gama, o Montijo, Palmela (mais longinqua...), Seixal e quase às vinte e três horas e meia, foi a vez de Almada regressar à "normalidade"...

Ao fim de um dia estranho, a única coisa em que pensei, foi na nossa pequenez, no quanto somos vulneráveis. Não queria voltar a pensar no que pode acontecer com um simples abanar de asas de uma borboleta em qualquer lugar afastado, mas...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)