O PSD solicitou a audição da ministra da Cultura na comissão parlamentar da Educação e Cultura, que agora foi adiada por uma semana.
Na base deste requerimento está a não recondução de Dalila Rodrigues à frente do Museu Nacional de Arte Antiga, e a sua consequente substituição por Paulo Henriques. O motivo invocado parece-nos mais sonante do que substantivo, embora entronque num assunto fulcral, que se prende com a gestão dos serviços dependentes dos dois institutos responsáveis pelo nosso património móvel e imóvel.
No que toca à gestão de pessoal continua a verificar-se a falta de pessoal para garantir a normal abertura de museus, palácios e monumentos, que está a ser em parte feita à custa de pessoal contratado, que só está garantido até ao final de Setembro. É um problema de grave sem solução à vista, com a continuidade desejável e indispensável à melhoria do serviço prestado.
A gestão financeira dos serviços, apesar da autonomia anunciada quanto aos apoios mecenáticos e receitas provenientes de cedências de espaços, é uma miragem que não convence realmente ninguém, embora alguns acenem que sim para garantir um lugar, já que as dotações destinadas no orçamento para os serviços, serão sempre geridas pela tutela, ou seja pelos institutos de quem directamente dependem.
Note-se que falei apenas na gestão corrente, ligada ao funcionamento destes serviços, deixando por abordar as preocupações com a manutenção dos edifícios e das colecções, restauros e obras de maior envergadura como arranjos em coberturas, limpezas de fachadas de pedra ou pinturas interiores e exteriores, requalificação de espaços, jardins, matas e outras áreas circundantes, etc.
Será que a comissão parlamentar está devidamente documentada para questionar a ministra sobre isto, ou se vai deter só sobre Dalila Rodrigues, ignorando aquilo porque ela se bateu, que foi precisamente pelo tipo de gestão adoptado que gera todas estas preocupações e outras que não foram aqui sequer afloradas.
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