Moralidade e equidade são dois conceitos que não são apanágio da política, ou melhor, da maioria dos nossos políticos.
Com a mania de obrigar os outros trabalharem mais dias, cortando nos feriados, nas férias, e nas pontes, e acrescentando ainda meia hora de trabalho sem remuneração, os nossos governantes entraram numa espiral inebriante de conquista de produtividade, que veio a culminar na ausência de tolerâncias de ponto de Natal e de Ano Novo.
Ufanos com as suas decisões perfeitamente inúteis, até se esqueceram do facto de existir muito boa gente, mesmo na Administração Pública, central e regional, que trabalha aos sábados e domingos.
Os génios que imaginaram um fabuloso aumento de produtividade com o corte das tolerâncias de Natal e de Ano Novo, são os mesmos que abandonaram S. Bento ainda na quinta-feira e só pensam voltar no próximo dia 3 de Janeiro de 2013.
No conforto das suas casas ou em paragens agradáveis para passar uns dias de descanso, ou em companhia das suas famílias, deputados, ministros, gestores e altas chefias, deixaram a máquina do Estado entregue aos subalternos até ao próximo ano, cientes de que a sua falta em nada comprometerá o andamento dos serviços. Este ritual é verdadeiro nesta quadra e também no mês de Agosto, e o país sobrevive perfeitamente, podem crer.
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