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domingo, junho 23, 2019

TURISMO COM LIMITES


O turismo de massas começa a encontrar uma cada vez maior rejeição por parte das populações das cidades onde este fenómeno mais se faz sentir.

Os lisboetas estão a ser corridos da cidade, onde os senhorios querem é estrangeiros, pois o alojamento local é mais rentável do que o arrendamento urbano. O valor das rendas e do metro quadrado aumenta e é hoje proibitivo para o cidadão normal, que é empurrado cada vez para mais longe do centro urbano, e mais mal servido pelos transportes públicos.

Mas será que Lisboa está sozinha neste problema? Não meus caros, Bruges, Roma, Florença, Barcelona, e Veneza, para citar apenas algumas cidades europeias, também estão a implementar algumas medidas restritivas procurando manter algum equilíbrio entre o bem estar dos cidadãos permanentes e os turistas.

Estamos ainda atrasados nestas coisas, e ainda prevalece o desejo cego do lucro imediato, mas devíamos evitar os problemas que já foram sentidos noutras paragens, mas o lucro imediato parece falar mais alto…  



quinta-feira, agosto 30, 2018

SINTRA - MUDANÇAS NO TRANSITO E CONSEQUÊNCIAS


Sintra é, desde há vários anos, um destino de eleição do nosso turismo, e a pressão exercida pelo fenómeno estava a começar a tornar-se muito intensa há 5 anos atrás, apesar da diversificação de pontos de interesse Cultural e paisagístico.

Nos últimos dois anos começaram a surgir os tuk tuk, as vendas agressivas um pouco por todo o lado, os guias piratas, e um número descomunal de casas de alojamento local, tudo sinais de muito oportunismo e pouco planeamento.

Para acrescer a esta verdadeira selva onde todos lutam por se safar, com as armas que têm à mão, desordenadamente como se percebe, a Câmara de Sintra resolve fazer uma alteração ao trânsito no centro histórico, afirmando que o intuito era o de desanuviar o trânsito daquela zona nobre, devolvendo-a aos peões.

Os resultados podem até agradar a alguns, é possível, mas também temos quem enumere as más consequências, e importa meditar nelas.

Para as agências de viagens (que vendem pacotes dum ano para o seguinte), o destino Palácio da Pena, que correspondia a um tour de meio-dia, o desastre foi completo, com turistas descontentes e guias frustrados. Os turistas com carros próprios ou alugados têm possibilidades de chegar à Pena (bem cedo), mas perdem entre 4 e seis horas para subir a serra, comprar bilhetes, visitar e retornar a S. Pedro (se não visitarem o parque), e acabam por ir almoçar a Cascais, Lisboa ou Cabo da Roca.

A Quinta da Regaleira foi, durante algum tempo, uma alternativa, mas depressa esgotou a sua capacidade, e a única saída de automóvel é por Colares, e os que foram a pé, acabam por desaguar na Vila Velha sem vontade de visitar mais nada.

O Palácio da Vila continua sem estar devidamente sinalizado nas placas à entrada de Sintra, e diminuiu as visitas (pelo menos este ano), e os transportes públicos também não ajudam nada.

Um indicador a ter em conta é o TripAdvisor e creio que não é de desprezar a consulta às opiniões dos turistas lá contidas.   



terça-feira, agosto 28, 2018

O TURISMO E AS RECEITAS


Saiu a notícia de que Portugal ultrapassou a Grécia em receitas com turismo, e vai daí toca a lançar foguetes, como se tudo fosse assim tão simples, mas não é.

O número de turista, em 2018, está a baixar, ainda que as receitas estejam a aumentar em cerca de 14%, e isso devia dar que pensar aos diversos actores deste sector, que tem sido o abono de família da nossa economia após os tempos recentes de vacas magras.

Os aumentos dos preços praticados são a razão principal, e outra razão, ainda que menos falada e percebida, tem sido a contracção dos salários praticados em todos os sectores ligados ao turismo, desde a hotelaria até às actividades turísticas puras e duras.

Durante os últimos anos não se investiu na qualidade da oferta turística, ao contrário do que se tem falado, e os baixos salários e o aumento do emprego precário, nem sequer permitem veleidades nessa área. Conhecemos algumas honrosas excepções, em nichos do negócio turístico, mas não passam disso mesmo, excepções.

A preocupação com a sustentabilidade não tem existido, mas lá chegaremos, tarde como é costume!



quinta-feira, agosto 02, 2018

SUGESTÃO


Nos últimos anos os diferentes governos têm organizado campanhas nas fronteiras terrestres, para sensibilizar os automobilistas, sobretudo os nossos emigrantes, para os cuidados a ter na condução especialmente nesta época de Verão.

Pode-se pensar que todos os condutores encartados conhecem as regras (o código das estradas), e que o resto é tudo uma questão de bom senso, mas na realidade a presença da autoridade, as instruções escritas, e umas quantas palavras, contribuem para a diminuição dos comportamentos de risco, que bastas vezes redundam em graves acidentes rodoviários.

A sugestão que se segue foi escutada numa mesa de café, onde três pessoas ligadas a museus e ao turismo cultura trocavam experiências do terrível mês de Agosto.

O Ministério da Cultura devia aproveitar estas campanhas rodoviárias, com a sua presença e acção, distribuindo encartes sobre os nossos museus, palácios e monumentos, ao mesmo tempo que podia fornecer algumas dicas sobre as regras de comportamento nesses estabelecimentos, apelando ao civismo e ao orgulho de ser português.

Podem dizer que também é desnecessário, mas perguntem aos trabalhadores do sector, e ficarão a perceber a razão pela qual todos entram em stress sempre que chega o mês de Agosto.



quinta-feira, abril 05, 2018

TURISMO INSUSTENTÁVEL


O turismo tem sido uma bênção para a economia e para o emprego nos últimos anos, mas nem tudo têm sido rosas, porque as autoridades não têm dado atenção aos avisos e às experiências de outros países que também enfrentaram vagas de turismo idênticas, antes de nós.

A vida nos locais mais procurados pelos turistas, como Lisboa, Porto, Sintra, e outros locais do Algarve, ou das Regiões Autónomas, tem vindo a tornar-se cada vez mais difícil para os residentes, nomeadamente para as camadas mais desprotegidas.

O custo de vida aumenta a passos largos, a habitação começa a ter custos incomportáveis, o descanso nas zonas onde a pressão turística é maior é frequentemente perturbado, e a descaracterização do comércio e de outras actividades económicas é óbvia.

Claro que temos quem esteja contente com a situação e que prefira ignorar os problemas, pensando apenas no lucro imediato, e são os mesmos que dizem que ainda há muito por onde crescer, escondendo que já estamos pior que Londres ou do que Barcelona, cidades que já começaram a combater os excessos e ainda enfrentam graves problemas causados pelo excesso de turistas e pela massificação descontrolada do fenómeno.

Turismo sustentável é aquele que é benéfico em 1º lugar para os residentes, e além disso cuida em não descaracterizar as cidades, procurando antes acrescentar qualidade para oferecer melhores serviços e atrair desse modo turismo de mais qualidade.