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terça-feira, julho 15, 2014

IRONIAS DA VIDA

Há alguns meses conheci um caso de uma pessoa conhecida que, por causa de uma separação litigiosa, se viu impedido de conseguir pagar um empréstimo à habitação nos moldes em que este fora feito, e que teve de pedir uma renegociação do empréstimo. O banco que fizera o empréstimo era “o verdinho”, e as coisas correram mal, não sendo consentida uma alteração que na realidade permitisse o pagamento do mesmo noutras condições, mais favoráveis e realistas perante a diminuição de rendimentos do devedor.

Pouco tempo depois veio a execução da penhora e o executado ainda ficou com uma dívida 7 ou 8 mil euros, que fizeram com que parte do salário fosse retido para pagamento da dívida, o que acabou por originar uma hecatombe, pois outros compromissos foram afectados e tudo resultou na insolvência dessa pessoa.


O que é irónico é que o banco que esteve na origem do descalabro duma vida, pertencia então a uma família que agora pede protecção contra credores, como se alguma vez tivesse tido alguma preocupação real com a vida e os problemas dos seus clientes. Na realidade eu sei que quando devemos uns milhares de euros o problema é nosso, mas se a dívida for de muitos milhões de euros, então o problema passa a ser dos credores…  


segunda-feira, março 05, 2012

AS AJUDAS E A ECONOMIA

Portugal é um dos três países europeus alvos de programas de resgate, que envolve três entidades financiadoras, entre as quais está o Banco Central Europeu (BCE).

Os montantes dos programas de resgate foram diferentes para cada um dos países mas a taxa de juro cobrada pelos emprestadores é idêntica e ronda os 4,8%, que é uma taxa exagerada tendo em conta o preço do dinheiro no mercado para as ditas entidades.

Numa altura em todos os países alvo dos programas de resgate enfrentam altas taxas de desemprego, agravadas pelos programas de austeridade impostos pelos emprestadores, talvez seja altura de questionar toda a política económica europeia, bem como a hipocrisia do discurso político das instituições comuns.

Embora a União Europeia tenha começado já a falar em investimento na economia para incentivar o crescimento e diminuir o desemprego, o que é verdade é que a austeridade continua a ser a prioridade, pelo que tudo não passa de conversa.

O Banco Central Europeu concedeu à banca europeia, ainda há poucos dias, 489 mil milhões de euros a um juro de 1%, o que contrasta quer com o volume emprestado aos países em dificuldade, quer com a taxa a que eles ficaram obrigados.

Este comportamento das instituições europeias não garante minimamente um aumento do crédito à economia produtiva ou às famílias, antes dão liquidez aos bancos para financiarem os Estados a taxas de juro bastante mais altas.

Este procedimento das autoridades europeias e das suas instituições é uma autêntica dádiva aos bancos europeus e seus accionistas, que enriquecem à custa dos Estados cujos ratings sofrem o efeito negativo das constantes baixas de notação, e assim não arriscam minimamente no financiamento das empresas e das famílias.

Podem-me dizer que “é a economia, estúpido”, mas eu diria que estamos perante pura agiotagem e evidente favorecimento do capital especulativo, em detrimento da economia produtiva, o que levará a Europa a uma recessão profunda e a convulsões sociais incontroláveis a curto ou médio prazo.

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sexta-feira, novembro 18, 2011

OS AGIOTAS

Os agiotas são geralmente procurados por quem não consegue crédito nos circuitos normais, sejam eles nacionais sejam internacionais.

Portugal devido à má classificação da sua dívida foi forçado a recorrer a entidades externas que não estão no circuito normal do crédito, o que se traduziu no tão falado protocolo com a troika.

Aquilo que nos disseram é que se tratava de uma “ajuda”, mas na verdade trata-se de um empréstimo feito por três entidades distintas, que obtêm esse dinheiro a um juro muito baixo e nos emprestam esse mesmo dinheiro cobrando um juro substancialmente superior, mas que também nos forçam a medidas várias, por eles impostas.

Por tudo isto pode afirmar-se que a troika se está a comportar como os agiotas e que está a praticar aquilo que se convenciona chamar de usura.

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