Método Moderno de Tupi Antigo
Método Moderno de Tupi Antigo | |
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Capa da terceira edição | |
Autor(es) | Eduardo de Almeida Navarro |
Idioma | português |
País | Brasil |
Assunto | língua tupi |
Gênero | livro didático |
Série | Antropologia & Educação |
Arte de capa | Célio Cardoso |
Editora | Global |
Formato | 16 × 23 cm |
Lançamento | 1998 (primeira edição) |
Páginas | 464 |
ISBN | 9788526010581 |
Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos é um curso de tupi de autoria do filólogo e lexicógrafo Eduardo de Almeida Navarro.[1][2][3] Sua finalidade básica é tornar acessível o aprendizado desse idioma, de modo que ele não fique restrito a meios acadêmicos.[4][2][3]
O tupi antigo é o idioma indígena que mais importância teve na construção cultural do Brasil.[1] Por meio de vocabulário e muitos exercícios, o objetivo da obra é capacitar o aluno a ler os textos quinhentistas e seiscentistas nessa língua indígena clássica. Há também a preocupação de mostrar a influência e penetração do tupi antigo na língua portuguesa, na toponímia do Brasil e em sua literatura.[1] Seu autor, especialista em tupi e professor titular da Universidade de São Paulo, é considerado uma das grandes referências na área.[1][5][6]
Para além de ser um título incontornável a quem busca aprender sobre o tupi,[1] o livro também é utilizado por comunidades indígenas para a revitalização linguística da língua de seus ancestrais.[7][8]
Histórico da obra
[editar | editar código-fonte]Método moderno de tupi antigo foi lançado pela primeira vez em 1998.[8][9] Graças à ampla cobertura midiática que recebeu às vésperas da celebração dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil, a obra ganhou patrocínio da Fiesp e foi publicada pela Editora Vozes.[5][6][9]
Atualmente, a terceira edição, que é a mais recente delas, é impressa pela Global Editora.[nota 1][1]
Estrutura e conteúdo
[editar | editar código-fonte]Método moderno de tupi antigo é dividido em 36 lições, que se iniciam sempre por meio de um texto em tupi contextualizado ao ambiente indígena.[1][10] Após cada texto, as palavras novas aparecem em um vocabulário, ao qual se seguem explicações gramaticais.[11] A partir da 25.ª lição, começa-se a fazer uso de passagens originais nesses textos introdutórios.[12]
Embora a literatura em tupi antigo seja de cunho predominantemente religioso, exploram-se ao máximo os escritos sem tal aspecto, como os de Jean de Léry, os de Claude d'Abbeville e os dos índios Camarões.[13] A título de exemplo, na 35.ª lição, lê-se o discurso inteiro realizado pelo índio Itapucu em 1613 no Palácio do Louvre, diante de centenas de pessoas, dentre as quais membros da corte francesa e o próprio rei, Luís XIII.[14]
“ | Xe putupab ne reburusu resé, ne repîaka, apŷaba opakatu ne remimbo'e sekóreme.[nota 2] | ” |
— Itapucu |
Todas as lições, com exceção da última, apresentam numerosos exercícios para a prática e fixação dos tópicos gramaticais recém-aprendidos.[1] O contato com textos originais se dá já a partir da segunda lição,[16] e na nona o aprendiz é, pela primeira vez, posto a traduzir excertos de poemas escritos em tupi antigo por José de Anchieta.[17] Em seguida, costuma-se encontrar uma seção intitulada O tupi em nossa toponímia e no português do Brasil,[nota 3] em que se aprende a dar os significados de nomes de lugares e de termos do português brasileiro.[1][18] Existem também textos de leitura complementar ao fim de cada lição.[19]
Nas últimas páginas do livro, há os índices do vocabulário tupi-português e português-tupi. Encontram-se neles os números das páginas em que a acepção de determinada palavra aparece em uma lista pela primeira vez.[20]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Dicionário de Tupi Antigo
- Antônio Lemos Barbosa
- Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil
- Catecismo na língua brasílica
Notas e referências
Notas
Referências
- ↑ a b c d e f g h i «10 livros para conhecer línguas e povos indígenas». Museu da Língua Portuguesa. 29 de agosto de 2022. Consultado em 20 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 13 de outubro de 2022
- ↑ a b CRUZ, Elaine Patricia (3 de setembro de 2022). «Museu seleciona dez livros para conhecer línguas e povos indígenas». Agência Brasil. Consultado em 20 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 14 de novembro de 2022
- ↑ a b TUNES, Suzel. «Abá nhe'enga oiebyr. Tradução: a língua dos índios está de volta». Galileu. Consultado em 20 de novembro de 2022. Arquivado do original em 24 de fevereiro de 2021
- ↑ Navarro, Eduardo de Almeida (1998). Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos 2ª ed. [S.l.]: Editora Vozes
- ↑ a b JÚNIOR 2021, pp. 9–10.
- ↑ a b SAFATLE 2016, p. 10.
- ↑ AGUIAR, BONFIM & DURAZZO 2021, pp. 639, 655–656.
- ↑ a b FRANÇA, Valéria (3 de dezembro de 2021). «"Tupi or not Tupi"». ISTOÉ Independente. Consultado em 20 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 13 de outubro de 2022
- ↑ a b DUARTE, Sara (5 de abril de 2020). «O-î-kuab abá-nhe'enga». ISTOÉ Independente. Consultado em 20 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 26 de outubro de 2022
- ↑ NAVARRO 2005, pp. 6–8.
- ↑ NAVARRO 2005, pp. 22–23.
- ↑ NAVARRO 2005, pp. 342–448.
- ↑ NAVARRO 2005, p. 9.
- ↑ NAVARRO 2005, pp. 440–441.
- ↑ NAVARRO 2005, p. 441.
- ↑ NAVARRO 2005, p. 42.
- ↑ NAVARRO 2005, pp. 130–131.
- ↑ NAVARRO 2005, pp. 30, 86.
- ↑ NAVARRO 2005, p. 31.
- ↑ NAVARRO 2005, p. 22.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- AGUIAR, Maycon Silva; BONFIM, Evandro de Sousa; DURAZZO, Leandro (2021). «Nas palavras dos povos, um multilinguismo». Policromias: 608–657. Cópia arquivada em 15 de novembro de 2022
- JÚNIOR, Edgard Tessuto (2021). «Entrevista com Eduardo de Almeida Navarro». Revista Metalinguagens: 9–17. Cópia arquivada em 17 de outubro de 2022
- NAVARRO, Eduardo de Almeida (2005). Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos 3.ª ed. São Paulo: Global. 464 páginas. ISBN 9788526010581
- SAFATLE, Amália (2016). «Diálogos com o eu primitivo». Página22: 10–13. Cópia arquivada em 15 de novembro de 2022
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Gabaritos do Método moderno de tupi antigo
- Método moderno de tupi antigo no site da Global Editora
- Videoaulas baseadas no Método moderno de tupi antigo