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Santarém (Portugal)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Escálabis)

Santarém
Brasão de Santarém Bandeira de Santarém

Localização de Santarém
Mapa
Mapa de Santarém
Gentílico Escalabitano (lat: Escalabitanus); Santarense; Santareno
Área 552,54 km²
População 58 671 hab. (2021)
Densidade populacional 106,2  hab./km²
N.º de freguesias 18
Presidente da
câmara municipal
João Teixeira Leite[1] (PSD, 2021-2025)
Fundação do município
(ou foral)
1095
Região (NUTS II) Oeste e Vale do Tejo
Sub-região (NUTS III) Lezíria do Tejo
Distrito Santarém
Província Ribatejo
Orago São José e Iria de Tomar
Feriado municipal 19 de março (São José)
Código postal 2000
Sítio oficial www.cm-santarem.pt
Município de Portugal

Santarém OTEMHLDmRB é uma cidade portuguesa, capital do distrito de Santarém, situada na província histórica do Ribatejo e na região estatística (NUTSII) do Oeste e Vale do Tejo, com 30 021 habitantes no seu perímetro urbano (2021).

É sede do município de Santarém[2] com 552,54 km² de área[3] e 58 671 habitantes (2021),[4][nota 1] subdividido em 18 freguesias.[2] O município é limitado a norte pelos municípios de Porto de Mós, Alcanena e Torres Novas, a leste pela Golegã e pela Chamusca, a sueste por Alpiarça e Almeirim, a sul pelo Cartaxo, a sudoeste pela Azambuja e a oeste por Rio Maior.

Santarém integra a região estatística (NUTS II) do Oeste e Vale do Tejo e a sub-região estatística (NUTS III) da Lezíria do Tejo; continua, no entanto, a fazer parte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, que manteve a designação da antiga CCDR com o mesmo nome. Pertence à província do Ribatejo (da qual é a capital e centro urbano mais importante), hoje porém sem significado político-administrativo, mas constante nos discursos de auto e hetero-identificação cultural.

Os habitantes de Santarém chamam-se "Escalabitanos"[5] ou "Santarenos".

Esta cidade muito antiga fora contactada por Fenícios, Gregos e Cartagineses. A fundação da cidade de Santarém reporta à mitologia greco-romana e cristã [porquê?], reconhecendo-se nos nomes de Habis e de Irene, as suas origens míticas. Os primeiros vestígios documentados da ocupação humana remontam ao século VIII a.C.[carece de fontes?]

A população do povoado teria colaborado com os colonizadores romanos, quando estes aportaram à cidade em 138 a.C. Durante este período tornou-se no principal entreposto comercial do médio Tejo e num dos mais importantes centros administrativos da província Lusitânia. Dos romanos recebeu o nome de Escálabis[6][nota 2] ou Scallabi castro[nota 3] (nomes originais em latim: Scallabis ou castrum Scalaphium).[nota 4] A cidade foi sede de um convento.

Com as invasões dos Alanos e dos Vândalos,[quando?] passou a ser designada por Santa Iria, donde posteriormente derivou o atual nome Santarém.

Passou para a posse dos mouros em 715, até que D. Afonso Henriques a conquista definitivamente em 15 de março de 1147, num golpe audacioso, perpetrado durante a noite com um escasso exército reunido pelo Rei de Portugal. Durante um breve período antes dessa conquista, a cidade foi sede de um pequeno emirado independente: a Taifa de Santarém.

A cidade foi palco de inúmeras Cortes, mas foi perdendo importância para Lisboa, no litoral, que posteriormente tornou-se sede de diocese.

Foi feita Oficial da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 26 de abril de 1919.[9]

A 23 de Junho de 1969 a Câmara Municipal de Santarém foi feita Dama da Ordem de Rio Branco do Brasil.[10]

A 25 de Abril de 2015 foi feita Membro Honorário da Ordem da Liberdade.[9]

A mitologia de Santarém

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Santarém tem abrigado várias lendas acerca da sua origem. Uma delas está relacionada com a mitologia Greco-Romana e conta que o príncipe Abidis, fruto de uma relação do Rei Ulisses de Ítaca com a Rainha Calipso, foi abandonado pelo avô – Gorgoris, Rei dos Cunetas – que o lançou às águas do Tejo, dentro de uma cesta. Como por milagre a cesta que albergava o príncipe aportou na praia de Santarém, onde uma serva o criou. Tempos depois, Abidis foi reconhecido pela sua mãe, Calipso, tornando-se assim legítimo ao trono. A Santarém deu o nome Esca Abidis (“manjar de Abidis) e daí teria vindo o nome Escálabis.

Outra das lendas mais reconhecidas pelos Scalabitanos é a da Santa Iria. Esta lenda conta que Iria, uma donzela, um dia viria a ser violada, e posteriormente morta e atirada ao rio Tejo. O seu corpo fez-se chegar à Ribeira de Santarém e mostrou o seu corpo afastando as águas à sua volta. Por este pequeno “milagre”, esta donzela tornou-se Santa, a Santa Iria.[carece de fontes?]

Evolução territorial

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Até 2013 o município de Santarém tinha uma área de 560,24 km².[11] Nesse ano, no âmbito de uma reorganização das freguesias ocorrida no território do continente e por acordo entre os municípios de Santarém e da Golegã, foi-lhe desanexada a freguesia de Pombalinho, que foi transferida para o município da Golegã. Esta transferência, há muito pedida pela Junta de Freguesia de Pombalinho, foi objecto de acordo entre os municípios de Santarém e da Golegã, tendo posteriormente sido aprovada por Lei da Assembleia da República. À data da transferência a Freguesia de Pombalinho tinha 7,7 km² de área e 448 habitantes.[2]

Transferência territorial entre os municípios de Santarém e Golegã ocorrida em 2013.

Evolução da população do município

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★ Os Recenseamentos Gerais da população portuguesa, regendo-se pelas orientações do Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853, tiveram lugar a partir de 1864, encontrando-se disponíveis para consulta no site do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Número de habitantes★[12]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2021
28 340 33 671 38 426 40 560 44 873 48 914 54 701 59 124 64 002 63 777 56 440 62 896 62 621 63 563 62 200 58 662
Número de habitantes por grupo etário ★★ [13] [14]
1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2021
0-14 Anos 13 742 15 295 14 971 16 498 16 851 15 485 14 680 11 580 13 371 10 980 8 938 8 891 7 522
15-24 Anos 7 649 10 071 9 081 10 277 11 092 11 452 9 597 7 885 8 778 8 868 8 447 6 046 6 067
25-64 Anos 17 615 20 214 21 147 23 884 26 778 31 156 32 726 29 220 31 556 31 611 33 129 33 101 29 675
= ou > 65 Anos 2 676 2 964 3 410 4 066 4 481 5 441 6 774 7 755 9 191 11 162 13 049 14 162 15 398

★ Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.

★★ De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente

Freguesias do município de Santarém.

O município de Santarém está dividido em 18 freguesias:[2]

Instituições e equipamentos culturais

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Eleições autárquicas [15]

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Data % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V % V Participação
PS PPD/PSD FEPU/APU/ CDU CDS-PP PCTP/ MRPP AD UDP/ BE PRD IND E CH IL PAN PCP (m-l) GDUP PDC POUS
1976 40,84 4 22,67 2 17,43 1 8,96 - 0,83 - 2,12 - 1,93 -
63,48 / 100,00
1979 41,51 3 AD 16,86 1 AD 0,77 - 37,04 3 1,41 - 0,00 -
73,32 / 100,00
1982 49,07 4 15,61 1 0,47 - 30,03 2 1,12 -
70,46 / 100,00
1985 39,06 4 26,93 3 15,35 1 5,18 - 10,64 1
64,49 / 100,00
1989 39,32 4 35,29 4 14,00 1 2,64 - 0,66 - 3,87 -
61,44 / 100,00
1993 51,81 6 24,62 2 12,47 1 6,05 - 1,22 -
65,55 / 100,00
1997 48,64 5 26,81 3 15,24 1 3,21 - 1,52 -
61,74 / 100,00
2001 42,64 4 30,83 3 17,31 2 3,01 - 1,68 -
59,88 / 100,00
2005 37,82 4 41,38 4 12,16 1 2,31 - 2,51 -
63,68 / 100,00
2009 21,18 2 64,21 7 5,72 - 3,58 - 2,44 -
61,74 / 100,00
2013 32,27 4 40,31 4 10,34 1 2,58 - 2,87 - 3,91 -
51,99 / 100,00
2017 34,05 4 43,19 5 7,63 - 5,43 - 4,05 - 0,58 -
53,71 / 100,00
2021 33,26 4 37,42 4 7,16 - 2,62 - 4,21 - 7,93 1 2,13 - 1,14 -
52,87 / 100,00

Eleições legislativas

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O círculo eleitoral de Santarém elege, presentemente, 9 deputados para a Assembleia da República.

Data %
PS PSD PCP CDS UDP AD APU/

CDU

FRS PRD PSN BE PAN PSD
CDS
L CH IL
1976 42,89 20,17 14,68 11,39 1,60
1979 32,02 AD APU AD 1,75 39,05 19,87
1980 FRS 0,90 39,01 16,80 36,66
1983 44,07 23,68 8,17 0,84 17,65
1985 22,53 26,81 5,67 0,80 14,76 25,02
1987 27,12 44,81 CDU 3,17 0,79 11,20 7,29
1991 34,57 44,71 3,29 8,76 0,98 2,58
1995 50,02 28,37 8,27 0,69 8,61 0,34
1999 47,62 27,82 8,19 9,86 0,35 2,35
2002 39,79 36,94 8,22 8,71 2,81
2005 48,15 25,09 7,18 8,46 6,26
2009 34,74 27,21 12,07 8,16 11,09
2011 25,99 38,09 13,54 7,93 5,38 1,00
2015 35,37 CDS PSD 8,72 9,95 1,11 35,62 0,54
2019 37,21 25,67 4,90 7,02 9,70 2,55 0,83 2,82 0,91
2022[16] 41,26 28,46 1,78 4,86 4,30 1,12 0,84 10,32 4,43
2024 28,44 AD AD 29,67 3,82 4,26 1,41 2,83 20,63 4,21
Praça com a Sé Catedral de Santarém.
O Santuário do Santíssimo Milagre de Santarém (ou Igreja de Santo Estevão)

Apesar de ser chamada de "Capital do Gótico",a cidade de Santarém é, hoje, uma cidade com apenas um vislumbre de todo o património arquitectónico que já possuiu. Almeida Garrett, no seu romance "Viagens na Minha Terra", já referia a decadência e incúria a que eram votados muitos dos ilustres edifícios da cidade.

Património de Santarém:

Quem seguir da Igreja de Marvila, pela Torre das Cabaças, recentemente restaurada, passará pelo antigo Teatro Rosa Damasceno (num estado avançado de decadência). Mais à frente encontrará um jardim, junto às muralhas, de onde se pode desfrutar de uma das paisagens mais celebradas em Portugal, a lezíria e o Tejo, das "Portas do Sol".

Em termos de ensino superior público, há a referir a existência do Instituto Politécnico de Santarém que inclui a Escola Superior Agrária de Santarém, a Escola Superior de Educação de Santarém, a Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém, a Escola Superior de Desporto de Rio Maior e a Escola Superior de Saúde de Santarém. O Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA) é a única instituição de ensino superior privado.

  • Complexo Aquático de Santarém
  • Casa do Campino

Personalidades ilustres

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Galeria de imagens

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Localidades geminadas

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A cidade de Santarém é geminada com as seguintes localidades:

Notas

  1. Exclui a população (em 2011) da freguesia de Pombalinho, que só em 2013 passou a pertencer ao município da Golegã.
  2. Vide, por exemplo, as págs. 313 (Resumo), 324 (item 3.3), 333 (item 5.1) e 344 (item 8) da obra de Luís Seabra Lopes na revista científica O Arqueólogo Português.[7]
  3. Vide a pág. 325 da revista científica O Arqueólogo Português.[7] Um castro é um castelo de origem romana ou pré-romana,[8] o que significa que na Idade Média a cidade de Escálabis era um castelo.
  4. O topônimo latino Scallabis consta, por exemplo, na pág. 324 da revista científica O Arqueólogo Português.[7] O topônimo latino castrum Scalaphium consta na pág. 325 da mesma revista.

Referências

  1. Lusa (9 de setembro de 2024). «João Leite assume presidência da Câmara de Santarém». Rede Regional. Consultado em 14 de setembro de 2024 
  2. a b c d Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  3. Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013». Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Arquivado do original (XLS-ZIP) em 9 de dezembro de 2013 
  4. INE (2013). «Censos 2011 - População residente por freguesia, CAOP 2013» (CSV). Dados populacionais de 2011, recalculados para os limites administrativos da Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 14 de maio de 2014 
  5. «escalabitano - Wikcionário». pt.wiktionary.org. Consultado em 7 de março de 2016 
  6. José Pedro Machado (2003). Dicionário onomástico etimológico da língua portuguesa. ISBN-13: 9789722408424 3 ed. Lisboa: Livros Horizonte. 1503 páginas. ISBN 9722408429 
  7. a b c Luís Seabra Lopes (1995–1997). Leite de Vasconcelos, ed. Itinerários da estrada Olisipo-Brácara (PDF). contributo para o estudo da Hispânia de Ptolomeu. Col: O Arqueólogo Português. 13/15. Mais informações na ficha catalográfica da obra. Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia. p. 313-346. Série IV. Consultado em 20 de março de 2014 
  8. «Verbete "castro"». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 20 de março de 2014 
  9. a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Cidade de Santarém". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 24 de fevereiro de 2015 
  10. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Estrangeiras». Resultado da busca de "Câmara Municipal de Santarém". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 24 de fevereiro de 2015 
  11. IGP (2012). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2012.1» (XLS-ZIP). Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2012.1. Instituto Geográfico Português. Consultado em 30 de julho de 2013 
  12. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  13. INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  14. INE - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0011166&contexto=bd&selTab=tab2
  15. «Concelho de Santarém : Autárquicas Resultados 2021 : Dossier : Grupo Marktest - Grupo Marktest - Estudos de Mercado, Audiências, Marketing Research, Media». www.marktest.com. Consultado em 17 de dezembro de 2021 
  16. «Eleições Legislativas 2022 - Santarém». legislativas2022.mai.gov.pt. Consultado em 31 de dezembro de 2023 
  17. O interior (23 de agosto de 2012). http://www.ointerior.pt/noticia.asp?idEdicao=668&id=36645&idSeccao=8637&Action=noticia. Consultado em 30 de janeiro de 2015  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  18. Geminações de Cidades e Vilas. Associação Nacional de Municípios Portugueses 14 de abril de 2014

Ligações externas

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